Forever Young escrita por Dafne Federico


Capítulo 20
Capítulo XX: Do I Wanna Know?


Notas iniciais do capítulo

Será um milagre??? É quase isso.
Eu estava completamente bloqueada e sem um pingo de criatividade para escrever, mas JAMAIS abandonaria a fanfic! Então cá estou eu voltando a posta e prometendo que até sexta postarei outro capítulo!
Dedicando esse capítulo a três leitoras que deixaram recomendações: Psicopata Anônima, Alice Rodrguez e Semi Bruxa. Amei as recomendações de vocês!
"Do I Wanna Know?" é o título de uma música do Artic Monkeys.
É isso.
Enjoy!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/427143/chapter/20

Eu tinha subestimado o poder de persuasão de Apolo, porque não conseguia encontrar motivos racionais para estar naquele lugar novamente, já motivos físicos não me faltavam.

Não tinha pensado sobre a primeira vez que estive no velho porto desativado de Nashville. Nunca parei para perguntar se as pessoas que Luke Castellan sabotou estavam vivas e bem, sequer me lembrava das suas feições. A lembrança mais nítida que tinha daquele dia foi a de ter ficado seminua em cima de uma moto.

– Eu tenho a resposta para o que você procura. - Annabeth disse enquanto seus olhos brilhavam perversamente - Diversão. E como vamos nos divertir? - ela colocou uma garrafa de tequila em minha mão direita e agarrou a esquerda me puxando com ela - Bebendo, dançando e você contando os detalhes do seu problema de ordem psicológica.

Deuses. Problema de ordem psicológica?

Não sendo ruim o suficiente minha turma de filosofia estar sabendo, por culpa de Annabeth, que fui ao analista, tinha que aturar os nomes intelectuais que a loira atribuía a situação, nomes que faziam parecer que eu sofria de algum problema mental.

Revirei os olhos para o comentário.

Tudo estava exatamente como na última vez em que estive ali. Onde terminava o caminho formado pelos contêineres de carga abandonados, as motos estavam emparelhadas umas ao lado das outras, carros com som alto tocavam músicas do estilo punk rock, pontas de cigarro e garrafas de cerveja cobriam o chão e era difícil enxergar através da fumaça de tabaco.

Annabeth me arrastou através da aglomeração de garotas vestindo mini saia de couro e só parou quando estávamos perto o suficiente das potentes caixas de som do Maserati de Percy Jackson e próximas a um grupo de pessoas que reconheci por estudarem no nosso colégio.

Rachel Elizabeth Dare e sua decotada camiseta do Van Gogh, Leo Valdez bebendo vodka e espirrando o líquido pelo nariz e Silena Beauregard com seus dreads loiros, cintura fina e salto alto beijando Charles Beckendorf, que, por sua vez, vestia o uniforme do time de basquete que parecia nunca tirar. E um cara musculoso que eu não sabia o nome.

– Thalia, esse é Frank Zhang, conhecido pelos músculos. - a loira brincou ao apresentá-lo a mim. - E Frank, essa é a minha amiga, Thalia Grace.

Ele podia muito bem ser conhecido por seus músculos, porque esses eram anormalmente definidos, embora não fizessem dele bonito. O garoto estava soado, sem camisa e vestia apenas jeans azuis e tênis esportivo.

Frank sorriu para mim.

– Eu a conheço. - respondeu indicando-me com um aceno de cabeça. - É a garota do Di Ângelo, certo?

Franzi as sobrancelhas. Desde quando as pessoas me chamam assim?

Nunca permitiria que me tratassem como se fosse propriedade de alguém, não importava se esse alguém fosse Nico Di Ângelo ou o Brad Pitt. Decidi imediatamente que não gostava de Frank Zhang.

Me preparava para negar quando Annabeth gargalhou e assentiu por mim.

Tive certeza de que era ela quem sofria de um problema mental. Eram nesses momentos que desejava que a boca dela estivesse ocupada pela de Percy e não me fazendo passar vergonha.

Concentrei-me na primeira parte do plano da loira: ficar bêbada.

– Onde está o seu namorado? - precisei falar alto para que ela ouvisse.

Ela não precisou responder.

Perseu Jackson, Connor e Travis Stoll e Nico Di Ângelo surgiram através das pessoas e caminharam em nossa direção.

Começava a me perguntar quando a aparência de Nico deixaria de me desconcentrar e passaria a ser algo comum, infelizmente esse dia ainda não tinha chego. Seu cabelo estava, como sempre, despenteado e vestia-se normalmente: o jeans escuro rasgado com exagero na altura dos joelhos, camisa da banda inglesa Black Sabbath, jaqueta de couro e coturnos.

A expressão em seu rosto também era a mesma, superior, entretida e focada.

"Você não cansou-se do jeito arrogante dele, senão haveria me telefonado."

Balancei o rosto para afastar a lembrança e prometendo que, caso voltasse ao consultório de Apolo, iria matá-lo.

Di Ângelo caminhou na minha direção.

– Você não respondeu minha mensagem. - disse ao se aproximar perto o suficiente para que eu conseguisse distinguir a sua voz da música alta.

– Estava ocupada.

Ele soltou uma risada sarcástica e fixou os olhos divertidos em mim.

– Ocupada fazendo análise? - indagou irônico.

Porcaria de aula, maldita Annabeth!

Minha paciência para aquele assunto tinha acabado de se esgotar, entretanto antes que eu pudesse responder a altura, Perseu Jackson interrompeu-me.

– Nós estávamos pensando em dar uma volta. - disse abraçando a namorada pela cintura - Topam?

–------------------------------------------------------------------------------------------ ----------------

Conhecia muito bem aquele lugar.

O prédio transparente de dois andares e o pátio estavam completamente silenciosos, todas as vagas no estacionamento estavam disponíveis e as luzes apagadas. Não poderia ser diferente, ninguém frequentava o colégio sexta-feira de madrugada.

Encarei Percy cética.

– Não tem câmeras pelo prédio todo? - perguntei lembrado das vezes em que era mandada à diretoria e via computadores exibindo os vídeos de segurança.

Ele sorriu.

– Se não dermos motivos para conferirem as câmeras, não terão porque fazer isso.

Fazia sentido. Talvez eu houvesse subestimado a inteligência de Percy da mesma forma que subestimara a capacidade de Apolo.

Connor Stoll estacionou próximo ao ginásio e ligou o rádio do carro.

Invadir a escola não parecia algo empolgante, exceto pela sensação de triunfo e insolência de fazê-lo, mas em poucos minutos Connor colocara músicas animadas, e Travis me convencera a dançar com ele. Percy trouxera cerveja, tequila e uísque, e Silena e Charles pularam na piscina olímpica do ginásio.

Gostava da sensação de estar ali.

Escapei dos passos ridículos de Travis e das piadas grosseiras que Léo começara a contar e sentei ao lado de Nico, escorando-me na parede puxando o cigarro que ele fumava e dando para uma longa tragada. Esperei que ele reclamasse ou me xingasse, porém ele puxou o maço e acendeu outro cigarro.

– Você sabia que Apolo é analista? - quis saber.

Para minha surpresa, ele não parecia nada surpreso.

– Como você acha que o conheci? - após lançar a pergunta retórica ele deu com os ombros - Eu te disse que detesto agulhas. Não me diga que ... - ele fez uma pausa e gargalhou ao deduzir qual era a situação.

Revirei os olhos ignorando-o.

– Aliás, Grace, você não devia atribuir seus problemas ao fato de me achar atraente, não durante a aula. - ele teve que aproximar a boca do meu ouvido para que eu conseguisse ouvir através da música alta. Isso era mais difícil de ignorar.

Nico Di Ângelo dedicava-se a me provocar. Fosse empenhando-se em me fazer perder o juízo com suas insinuações e contatos físicos desnecessários ou tentando me deixar com raiva, como naquele comentário

Fitei-o.

– Você não acha que se superestima? - quis saber - Ou que me subestima?

– Foi você quem me procurou porque estava para baixo, Grace - o tom acusatório era uma contradição ao foto dos lábios dele estarem praticamente roçando o meu rosto - E não o contrário.

Badboy arrogante, fora isso que Apolo dissera, entretanto Nico estava falando a verdade, fui eu quem o procurei após a festa do aniversário de casamento de Zeus e Hera, porque ele fazia eu me sentir excitada, animada e, as vezes, irritada.

– E foi você quem disse não se importar em ser usado. - retruquei pisando com o tênis na ponta do cigarro para apagá-lo. - Você, o cretino, arrogante ...

Nico me olhava sério.

– Poupe-me, Grace.

Suspirei antes de retomar o que estava falando.

– O que estou tentando dizer é que apesar de você ser um cretino, arrogante, convencido, alcoólico, fumante e inconsequente. Apesar disso - humilhar minha madrasta em público era mais fácil, porque o que usei para envergonhá-la era uma verdade que já conhecia e a verdade que estava falando agora não era uma que tinha certeza que queria saber - Gosto de transar com você, gosto de estar com você, gosto de você.

Ele permaneceu sem expressão, sem olhares superiores ou sorrisos sarcásticos e sensuais, não que isso o deixasse menos sensual, longe disso.

Droga.

– Não vai dizer nada?

Nico bebeu o restante de uma garrafa de tequila.

Pelo visto não.

Os olhos dele estavam fixos nos meus quando se aproximou, aproximação que me deixava arrepiada. Senti sua pele através do tecido da minha camisa, envolvendo o braço ao redor da minha cintura, e deixando a outra mão em minha perna. Coloquei minha mão sobre a dele apertando-a contra a minha pele.

Repreendi meu corpo por se sentir da maneira que se sentia quando ele me tocava, e minha cabeça por ter os pensamentos que tinha quando ele o fazia.

Perto demais, conseguia ver as mechas caindo sobre o seu rosto e tornando difícil distinguir o preto dos olhos do preto do cabelo onde esses se encontravam, e, também, o fato de a boca dele molhada, provavelmente de tequila. Detalhes.

Deixei meu braço ao redor do pescoço dele enquanto nos beijávamos e, mesmo sem notar, devia ter batido a cabeça contra a parede do ginásio mais de uma vez, com o corpo dele contra o meu.

Talvez ele não precisasse me responder.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deixem as opiniões de vocês, criticas, coisas sem sentido nos comentários.
Espero que tenham gostado!
Beijos!