Forever Young escrita por Dafne Federico


Capítulo 19
Capítulo XIX: Complexada


Notas iniciais do capítulo

Hi Birds!
Primeiramente desculpem pela demora, vou voltar a postar com mais frequência, prometo!
Vamos testar a profissionalidade de Apolo! U.U
Dedicada a Bia Mellark Jackson Cipriano que fez sua primeiro recomendação em F.Y! Obrigada, sua linda!
Enjoy!



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Relembrei as últimas situações trágicas da minha vida, enquanto aguardava na sala de espera.

Eu havia finalmente admitido internamente que Nico Di Ângelo me fazia sentir eternamente jovem, mesmo ainda não tendo decidido se isso era bom ou ruim. Entretanto não conseguia esquecer quem ele era. O garoto que me enviava mensagens irônicas e metidas.

" Lisonjeado por saber que você me acha mais interessante que Rousseau, Thalia"

Zeus Grace colocara a culpa da minha personalidade nos transtornos pelos qual passei, como se a critica que fiz na noite do seu aniversário de casamento, fosse causado pela perda precoce da minha mãe e meus vídeos íntimos com Luke. Essa era a desculpa para a minha rebeldia.

Vídeos ... Um dia ele entenderia que a culpa era única e exclusivamente de Luke?

E não importava o quanto ficasse preocupada com isso, tudo me fazia voltar ao fato de estar completamente presa ao paradoxo Di Ângelo.

Não! Balancei meu rosto evitando os pensamentos, se começasse a ficar obcecada por um garoto teria que viver sobre o efeito de hemorragia cerebral alienígena e LSD, então caberia a uma clinica de reabilitação me tratar e não a um analista.

– Senhorita Grace? Pode entrar. - disse a recepcionista exibindo um falso sorriso.

Respirei fundo controlando a ansiedade.

Sabia exatamente o que fazer. A melhor maneira de livrar-me de um analista era provando que não tinha motivos para estar ali, ou que tinha mais motivos do que ele poderia suportar.

Absorvi o pensamento até fazê-lo parecer real e girei a maçaneta.

Primeiro analisei o ambiente, que era diferente do imaginado. As paredes tinham uma tonalidade creme, grossas prateleiras de madeira sustentavam livros, as cortinas eram pesadas, no centro havia um sofá escuro e poltronas e, no canto da sala, uma mesa.

A mesa tinha papéis e lápis espelhados. E, sentado em uma poltrona, atrás dela estava um homem extremamente bonito e conhecido.

Congelei.

Me lembrava do cabelo loiro escuro, os olhos azuis e o assustador sorriso perfeito. A última vez que tinha ficado sem reação na frente daquele cara ele estava chapado e tinha tatuado a minha pele. E não usando roupas elegantes e com o cabelo bem penteado.

Alguns bons centímetros deveriam estar separando meu lábio superior do inferior. Não porque estava babando e sim porque estava surpresa.

– Apolo? - indaguei me recuperando da surpresa.

Deveria estar alucinando. Apolo era um artista do subúrbio com a capacidade limitada a se auto vangloriar.

Fechei os olhos e os reabri esperando que a imagem sumisse, mas não aconteceu.

– Thalia Grace? - ele voltou os olhos na minha direção encantado e não pude deixar de lembrar dele me passando seu número de telefone. - Agora entendo porque não tinha achado o nome estranho. Fique a vontade.

Encarei-o atônita.

.

.

.

– Todos nós precisamos sobreviver, nem todos nascem em família rica e andam em Mercedes Benz. - ele explicou quando finalmente recuperei o domínio do meu corpo e enchi-o de perguntas - E a Apolo é uma parceria com um amigo meu, a essa hora ele deve estar lendo HQs ou cantando alguma cliente.

Não sabia o que responder. Primeiramente porque ele tinha me chamado de mimada descaradamente e, depois, porque eu tinha duvidado da capacidade dele como analista.

Sentei na poltrona preta constrangida.

" Quando cansar do joguinho de badboy arrogante do Di Ângelo, me liga."

Poderia usar essa situação para convencer Zeus a reconsiderar a estúpida ideia de que eu deveria expor meus sentimentos a um estranho, embora duvidasse que ele acreditaria. Dissimulada era outro adjetivo que ele adorava atribuir a mim.

Apolo sentou-se desleixado em uma poltrona a minha frente.

– Você não irá me fazer perguntas constrangedoras e sentimentais? - perguntei após alguns minutos de silêncio incomodo.

– Não. Você pode falar sobre o que quiser, Thalia. - ele disse calmamente e passou os olhos nas páginas brancas com meu nome - Se quiser pode falar sobre seus pais, crimes virtuais, seu namorado, ofender pessoas as quais você não gosta. Ou pode passar esses cinquenta minutos exercendo seu direito de ficar calada, mas garanto que é entediante.

Franzi as sobrancelhas.

Entendia que ele deveria saber sobre meus problemas de convivência familiar ou sobre meus problemas virtuais - quem não sabia? - mas sobre um namorado? Nem eu estava ciente dessa informação.

– Desculpe. Qual namorado?

Apolo fez uma cara de surpresa e sorriu.

– Nico Di Ângelo? - sugeriu nada profissionalmente.

Gargalhei.

Essa ideia era ridícula. Primeiramente porque eu não acreditava em namoros, as pessoas cobravam umas as outras e usavam o namoro como um status e, depois, porque eu não me imaginava um compromisso sério com Nico Di Ângelo, nem compromisso algum.

Recompus-me.

– Nós não somos sequer amigos. - falei me acomodando na poltrona mais a vontade.

Apolo deu de ombros.

– Você não cansou-se do jeito arrogante dele, senão haveria me telefonado. - ele falou naturalmente, expressando a certeza falha de que eu o teria feito. Lancei lhe um sorriso falso - Isso me leva a crer que você ainda está interessada, então por que não?

Levei alguns segundos para processar o que ele estava dizendo.

– Está dizendo que deveria me atirar nos braços dele, quando você mesmo disse que acha Nico um bad boy problemático e arrogante? - encarei os olhos espertos de Apolo esperando pegá-lo nas suas próprias palavras.

Ele sorriu caloroso.

A conversa estava ocorrendo de maneira casual. Lembrava os diálogos que tinha com Leo enquanto sentávamos em algum bar para nos distrair. Obviamente faltava álcool, porém não poderia reclamar, estava sendo melhor do que tinha pensado que seria.

Ele prosseguiu.

– Como você disse é o que eu acho - ele deu ênfase ao pronome - Claro que você pode mentir em relação ao motivo de estar se atirando nos braços dele. Todos temos nossas necessidades sexuais.

Compreendi onde ele queria chegar.

Se continuasse saindo com Nico através de desculpas como atração, meus problemas seriam solucionados por uma única e épica noite, mas se eu fosse sincera meus problemas teriam um desfecho. Positivo ou não.

Conferi o horário no meu celular.

Minha cooperação com ele intrometendo-se em minha vida tinha terminado.

– Se importa? - levantei os olhos na direção da porta. Fiz apenas para ser educada, porque, embora detestasse admitir, ele tinha sido bacana comigo.

Novamente Apolo deu com os ombros, demonstrando indiferença.

– Seguirá os meus conselhos? - quis saber enquanto me acompanhava à porta.

Provavelmente ele estava convicto de que tinha me convencido a aceitar uma religião, distribuir cestas básicas e preservar as virtudes - que não tenho - até meu casamento. Não sou inflexível, apenas gosto de fazer as coisas da minha maneira.

– Na realidade tenho uma festa. - respondi.

Em parte era verdade. A essa altura tinha compreendido que os revoltados inconsequentes de Nashville reuniam-se no porto as sextas-feiras a noite para fumar, beber, fazer competições de flexão e arriscar suas vidas em rachas. Uma diversão a qual Nico não recusava.

Embora ainda faltassem vinte minutos para o final da análise, Apolo não fez nenhuma objeção. O que comprovava que ele era tudo, menos profissional.

– Bem, você ainda tem o meu número - sorriu apoiando-se ao batente da porta - Até logo, Thalia, tenho certeza que nos veremos outras vezes.

Saí do prédio tentando processar o que tinha acontecido.

Jamais teria imaginado que minha analise seria assim, tão informal. Nunca passaria pela minha cabeça que o analista seria Apolo e que conversaríamos sobre meus dilemas amorosos. Poderia ser pior.

Imaginei a reação de Zeus ao notar o fracasso da sua ideia. Nós tínhamos feito tudo, exceto conversado sobre meus possíveis "Distúrbios de comportamento".

Que loucura! Pensei enquanto caminhava pela avenida em direção ao ponto de táxi. Quando Zeus entenderia que tirar o meu carro não me impedia de fazer burrices?


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Notas finais do capítulo

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A critério de vocês

*-* Thalia não quer o número do Apolo? Passe para mim então!
Beijos ;)