Forever Young escrita por Dafne Federico


Capítulo 21
Capítulo XXI: Annabeth, Zeus, Jason


Notas iniciais do capítulo

Olá cupcakes!
Antes do capítulo, algumas observações:
Pensei em chamar esse capítulo de Muçarela devido a dor de cabeça que essa me deu. Eu amo muçarela de búfala e quando fui escrever o nome da dita cuja tive uma briga com o corretor ortográfico, então fui pesquisar a grafia de Mozzarella, muçarela, mussarela, seja lá como for. A regra diz que palavras italianas com dois Z passam para o português como Ç, então ignorem a maneira que escolhi para falar do maldito queijo!
As frases em itálico são os pensamentos instantâneos da Thalia, o que significa que gosto de escrever esses comentários no tempo presente.
Perguntaram se Atena irá aparecer de novo e digo que sim, irá, em breve.
E o capítulo é dedicado a MariBerry, que deixou uma recomendação que deixou meus olhos marejados!
É isso!
Enjoy!



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Ainda não tinha amanhecido quando Annabeth me convenceu a voltar para casa com ela a pé. As ruas estavam desertas e os postes de iluminação continuavam acesos devido a falta de luz da madrugada.

Se formos assaltadas eu a mato.

Não prestava a mínima atenção no que a loira falava, minha mente persistia em reviver as últimas horas, onde as mãos de Nico Di Ângelo tocavam o meu corpo, os beijos excitantes e desesperados, o gosto de tequila, e o que tínhamos conversado, não que tivéssemos conversado muita coisa.

Annabeth ficou de frente para mim.

– O que foi aquilo? - perguntou sorrindo estranhamente. - Deixe relembrar o que você me disse hoje durante a aula de filosofia do Quíron: Não, eu não estou saindo com ele, Annabeth. - ela fez a cortesia dispensável de imitar minha voz em falsete.

Revirei os olhos.

– E não estou. - era uma meia verdade.

O sol começava a nascer no horizonte e clareara repentinamente. Tirei o meu celular do bolso para conferir o horário e fiquei surpresa ao ver que já passara das seis horas da manhã.

O que quer dizer que estou ferrada.

Como meu pai fizera a gentileza de tirar-me as chaves do meu carro, ele mandara seu motorista me levar ao analista e voltar depois para me buscar. Conseguia imaginar sua reação quando o motorista lhe ligou avisando que eu já tinha ido embora e podia ouvir os xingamentos que devia ter dito ao conferir que eu também não estava em casa, onde eu deveria estar há, pelo menos, doze horas.

– Loira, o que você acha de pararmos naquela padaria perto da sua casa e tomarmos café da manhã? - eu já estava encrencada mesmo, uma hora a mais, uma hora a menos, não mudaria a situação - Talvez eu te explique o que significa não estar saindo com alguém.

Ela soltou uma risada e assentiu.

A padaria Santa Adelaide era maior do que muitos restaurantes da cidade, fazia o melhor lanche frio que já tinha experimentado na vida e empregava Dakota, um funcionário com que Annabeth tinha trocado uns beijos na oitava série.

Nos acomodamos em uma mesa e Annabeth suspirou aliviada ao perceber que não era Dakota quem viera anotar nosso pedido.

Enquanto esperava procurei o número de Jason na lista de contato do celular e enviei uma mensagem rápida.

" Como estão as coisas? "

Jason respondeu imediatamente, como eu esperava. Meu irmão passava as noites de sexta ou saindo ou dormindo com alguma garota, qual garota era a incógnita eterna.

"Céus, Thalia, onde você está?"

Esse era Jason infringindo a regra de não se meter na minha vida.

" Responde logo se eu devo ou não me preocupar."

" Eu diria que você deve ir pensando em uma mentira convincente, mana."

Não fiquei surpresa, mas não inventaria nenhuma mentira, estava cansando do clichê em que essas desinteligências familiares tinham se tornado. Eu tinha uma noite épica e uma bronca ao chegar em casa. Beijos com Nico, brigas com Hera. Sexo com Nico, discussões com Zeus.

Atirei o celular no bolso quando nosso café finalmente chegou.

– Falando com o Di Ângelo? - Annabeth perguntou acenando com a cabeça para o meu celular.

– Falando com o meu irmão. - corrigi mordendo meu sanduíche de muçarela de búfala, tomate seco e rúcula.

– Falando no teu irmão, ontem sua madrasta ligou para Atena convidando-a para o jantar de aniversário de Jason. - ela fez uma careta ao dizer o nome da mãe, o queria dizer que ainda estava descontente por ela não ter voltado para casa - Não sei porque Hera convidou-a, minha mãe não é deselegante ao ponto de beber demais, mas dá prejuízo.

Eu tinha esquecido completamente que o aniversário de Jason era em uma semana. Todos os anos Zeus e Hera davam um jantar para comemorar e, quando esse terminava, Jason dava a festa. Nunca deixaram-me fazer o mesmo.

– Estou esperando você começar a falar. - Annabeth falou impaciente - Sabe, quando você e o Luke ficaram pela primeira vez, você fez questão de me contar antes que qualquer outra pessoa soubesse.

Deuses, como ela consegue ser irritante.

Estava prestes a dizer à ela que quando eu e Luke ficamos pela primeira vez, além de ter sido uma grande burrice, eu tinha doze anos, por isso fui correndo contar para ela; Entretanto percebi que não contava nada a Annabeth há muito tempo e ela me contava quase tudo.

Bebi um gole de suco.

– O.K., você venceu. - me rendi - O que quer saber?

Ela pareceu pensar.

– Vocês estão ou não saindo?

Depende da sua concepção de saindo, pensei, mas não achava que ela fosse gostar dessa resposta, portanto procurei uma melhor, sem sucesso. Como responderia as perguntas de Annabeth se nem eu sabia as respostas?

– Saímos alguma vezes. - disse por fim.

Isso pareceu satisfazer um pouco da sua curiosidade.

– E ele beija bem? - devia ter feito uma objeção sobre não perguntar nada desse gênero, mas ela completou a fala antes de eu dizer que, se ela queria saber, devia ela própria beijar Nico - Isso foi uma pergunta estúpida, é claro que sim, caso contrário, você não teria se atracado com ele daquele jeito.

Arregalei os olhos perplexa.

Annabeth tratava tudo com naturalidade, independentemente do que fosse, para ela tudo era prático e comum. Eu não era moralista, mas não costumava dar detalhes ou fazer comparações dos caras com quem tinha ficado e gostaria que eles também não o fizessem.

– Mais alguma pergunta?

– Acho que não - ela negou erguendo as mãos pro alto em sinal de rendição.

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Já amanhecera completamente quando cheguei em casa.

Cruzei o hall de entrada na esperança de que meu pai estivesse em seu décimo quarto sono, mas, infelizmente, só precisei passar pela porta da sala de estar para saber que estava errada.

Zeus estava em pé, com os braços cruzados ao redor do corpo e os olhos azuis fixos em mim. Não era o olhar amistoso de Annabeth ou os olhares de desejo com que os garotos me olhavam, graças aos deuses. E também não era o olhar odioso que Hera lançara-me na sua festa de bodas. Era um olhar frio, como se ele fosse um critico avaliando uma escultura.

Não podia culpa-lo por me encarar, minha aparência era deplorável. Meus tênis estavam encardidos, minha camisa ficara amarrotada após os beijos com Nico e eu estava cheirando a álcool e tabaco.

Meu pai não era um homem velho ou feio, contudo, naquele momento, parecia. Todas as linhas de expressão estavam marcadas e ele aparentava estar acordado a noite inteira.

– Passei a noite inteira pensando no que ficaria com você quando você volta-se para casa. - ele falou calmo e isso me assustava mais do que se ele houvesse esbravejado - Teria chamado a polícia se Hera não houvesse lembrado que você tem o hábito de passar a noite fora como se não devesse explicações a ninguém.

Hera sempre amável e compreensiva.

Pensei em subir os dois andares de escada entre a sala de estar e o meu quarto, mas não achava que isso fosse me livrar de ouvir o sermão, me permiti apenas passar por ele e sentar no sofá.

– Perguntaria onde você estava, se não tivesse a certeza de que estava com aquele seu namoradinho ... - interrompi antes que ele terminasse, não aguentava mais as pessoas dando status para minha vida amorosa.

– Não namoro com ele.

– Pior, fica com ele sem namorar. - ele deduziu andando de um lado para o outro e colocando a mão no queixo pensativo.

Exato, a gente transa.

Senti-me tentada a dizer isso. Jason já trouxera garotas para casa e tudo o que ele disse foi: Não traga para casa garotas que você trata como prostitutas. Controlei minha língua porque sabia que aquele não era o foco da conversa.

– Realmente tento entender o que falta a você. Já te deixei de castigo, gritei e fiz tudo o que estava ao meu alcance. - ele se sentou no sofá do outro lado da sala, mantendo o olhar fixo e inexpressivo em mim - E isso não te impede de fazer nada. Você continua saindo sem permissão, passa a noite fora de casa e volta cheirando a bebida e cigarro. O que eu faço com você?

Aquela pergunta me pegou desprevenida. Geralmente quem me dava os sermões de bons modos era Hera e quem aplicava as punições era Zeus, contudo era ele falando e tínhamos tido mais de três frases em uma briga sem que ele cita-se o incidente como argumento.

Não respondi a pergunta.

Zeus colocou a mão no bolso e puxou um chaveiro, atirando-o na mesa de centro. Reconheci o chaveiro instantaneamente, eram as chaves do meu carro.

– Não vou fazer nada, nós dois já sabemos que não funciona. - ele juntou as mãos no ombro e inclinou o rosto para frente - Só vou deixar claro que estou farto, se você quiser se envergonhar novamente, o problema é seu.

E lá estávamos nós outra no mesmo assunto.

Minha cabeça estava nessa conversa tão pouco como estivera na com Annabeth e tudo o que queria era me atirar na minha cama, mas não podia fazer isso, precisava colocar um ponto final naquele assunto antes que ele me sufoca-se de vez.

Olhei-o com a mesma frieza que ele me olhava.

– E eu estou farta de ter você me culpando pelo que aconteceu. Quando é que você vai entender que a culpa é dele, única e exclusivamente dele? - minhas palavras soavam rancorosas e cheias de ódio - Não me importo em ser o motivo das suas frustrações, não me arrependo do que faço e não vou mais permitir que você jogue essa droga de vídeo na minha cara toda vez que o desagrado.

Tinha dito tudo tão rápido que estava tremendo e ofegando, porém me sentia aliviada por ter dito.

Zeus ficou em silêncio pelo que pareceu horas.

– Suba e vá tomar um banho, está com um aspecto horrível. - disse.

Não discuti.

Caminhei na direção das escadas e subi os degraus com pressa, alcançara o primeiro andar quando reparei que não havia pegado as chaves, mas não pensei em voltar para fazê-lo, apenas parei e voltei-me para Zeus.

– E não haja como se Nico ou qualquer outra pessoa fosse fazer o mesmo que Luke Castellan fez. - eu sabia que Di Ângelo, acima de qualquer outro, era cheio de defeitos, enquanto Luke, antes, parecera perfeito aos meus olhos.

Voltei a subir os degraus.

Entrei no quarto e instantaneamente me atirei na cama.

O quarto estava claro e minha cabeça cheia de mais para que conseguisse dormir. Fiquei rememorando a conversa com Zeus e sua reação estranhamente calma, o interrogatório de Annabeth, a conversa com Apolo, os beijos provocantes com Nico ...

Ouvi a porta do quarto abrir e levantei assustada.

Deixei a cabeça cair novamente no travesseiro ao ver que era Jason parado no batente da porta e fiquei grata pela distancia não permitir que ele notasse que eu estava arrepiada devido aos pensamos indecentes.

Jason entrou, fechando a porta atrás de si e deitando na parte cama que eu não ocupada.

– Quais foram as punições ditadas a você? - indagou brincando. Obviamente ele só achava engraçado porque não era com ele - Se eu fosse ele escolheria te enviar a um convento, sabe, com a fama que você anda adquirindo. Luke, Leo, Nico.

Soltei uma risada irônica.

– Disse o homem mais honrado do mundo. É você quem transa com duas garotas diferentes há uns seis meses e não consegue se decidir. Reyna, Piper, Reyna, Piper. - imitei-o dramática.

Jason fez uma careta me dando um empurrão. Folgado. Era ele quem estava deitado na minha cama como se fosse o quarto dele.

– Aliás onde é que você estava? - quis saber.

Sorri.

– Por que você não pergunta ao seu amigo Leo? Ou teria sido Nico? - cocei a cabeça fingindo confusão.

– Vá se ferrar, Thalia. - Jason xingou, levantando-se e indo em direção a porta.

Esperei ele girar a maçaneta.

– Cuidado ao escolher qual das famílias das duas moças, convidar para o seu aniversário. - Jason fechou a porta com força.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Fiquei imensamente feliz em ver que 116 pessoas acompanham a história e fiquei imaginando o quão bom seria se um quarto desses comentassem. Sim, estou implorando! kk
Beijos!