Paranoia escrita por Yasmim Rosa


Capítulo 12
In heartbeat and rustle of veins


Notas iniciais do capítulo

Voltamos *-*
Sabemos que ficamos um tempo sem postar, que vergonha é que estávamos ocupadas com outras coisas e dai deu nisso, mas o que importa é que estamos aqui de novo, e muito felizes com a 6 recomendação de Santos, muito obrigada querida, e se as coisas continuarem assim acho que vamos chorar de emoção, e você que ainda não recomendou pode recomendar se quiser, bom aqui esta o capitulo e temos surpresa no próximo capitulo, só não nos matem quando ele vir.



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Lucas separou seus lábios rapidamente, percebeu que Violetta ainda mantinha os olhos fechados e, por algum motivo, teve vontade de beijá-la novamente. Sentiu uma ótima sensação ao tocá-la, mas sabia que era errado, sabia que não podia ficar tão perto dela, porque aquela aproximação não lhe fazia bem.

Ao contrário do enfermeiro, Violetta, que ainda tinha seus olhos fechados, desejava cada vez mais tê-lo. Tinha consciência de que os lábios dele eram perfeitos. Nunca imaginou que beijar alguém proibido era tão bom.

Enquanto inspirava seu perfume, bem próxima dele, Violetta pensava em tudo que havia acontecido na sua vida. Tudo tinha mudado tão repentinamente, quem a conhecesse de anos atrás não diria que hoje ela estaria internada em um manicômio por estar ficando "louca". Abriu os olhos lentamente, sentindo falta de Lucas, e se deparou com ele pensativo, observando-a atentamente. Percebeu que, por mais que seu olhar estivesse fixo nela, o seu pensamento estava em outro lugar.

– Eu... não devia ter... feito isso... – Ele então quebrou o silêncio, concentrando-se agora nela.

Violetta abriu a boca para falar, mas não conseguia pronunciar nenhuma palavra sequer. Ainda estava chocada com o ocorrido. Não sabia como reagir a tal momento.

– Eu... – Lucas separou seus corpos rapidamente, pois ainda estavam próximos demais. – Melhor...

– Lucas?! – Uma enfermeira desconhecida por Violetta apareceu na porta. – Desculpe, não queria atrapalhar, mas Diego precisa de sua ajuda com o paciente da sala 14.

– Tudo bem, já estou indo. – Acenou com a cabeça e a enfermeira saiu. – Bom, vou te levar de volta para o quarto. Vem!

Pegou em sua mão e a guiou corredor afora. Nenhuma palavra fora dita durante a pequena caminhada. Lucas deixou Violetta em seu quarto e seguiu imediatamente para a sala onde pediam sua ajuda.

Violetta mergulhou em seus pensamentos enquanto ficava ali, na janela, olhando para o outono que estava começando aos poucos. A macieira com as suas folhas tomando a coloração alaranjada indicava um outono feliz. Violetta acabou levando seus pensamentos até Lucas, o beijo que trocaram e como ele se sentia culpado por aquilo. Mas tinha sido bom, um beijo diferente. Esses pensamentos levaram até Diego, a quem havia beijado há poucos dias no parque. Um erro, mas mesmo assim inesquecível.

O sono estava começando a dominá-la, mesmo ainda sendo cedo para qualquer tentativa de adormecer. Pegou a carta de Léon novamente, a letra que tinha cantado com Lucas. Isso fez uma lágrima surgir em seus olhos, que caiu logo em seguida no papel. Nesse momento a porta do dormitório fora aberta e Lucas apareceu ali, com uma postura rígida e com os olhos cravados nela. Enxugou as lágrimas rapidamente e sorriu ao vê-lo, porém ele não. Apenas veio ao encontro dela de mãos vazias.

– Violetta... – ele começou olhando para ela com pena. – Eu tenho mesmo que me desculpar pelo que aconteceu hoje. Não era minha intenção te beijar e agora estou completamente arrependido de ter feito isso com uma de minhas pacientes. – Mordeu os lábios.

Para Violetta, foi como se levasse um soco na barriga e agora o seu mundo estivesse virado de ponta-cabeça. As palavras de Lucas ecoaram em seus pensamentos: “estou completamente arrependido”. Mas ela não estava, havia sentido algo que nunca sentira. Suas pálpebras se fecharam, evitando o olhar magoado de Lucas.

– Você não vai dizer nada? – perguntou Lucas ainda a encarando.

Violetta continuou a evitar o olhar de Lucas quando voltou sua atenção para fora da janela, tentando esquecer o fato dele estar esperando uma resposta sua, mesmo ela não sabendo o que responder. Torceu as mãos uma na outra e criou de vez coragem para olhá-lo

– Esquece isso. Se o atormenta tanto, esqueça. – Deu de ombros com um sorriso fraco. – Não foi nada – emendou com a voz baixa

– Olha, Violetta, por favor, não quero que fique magoada comigo. Não foi minha intenção beijá-la...

– Quer saber, Lucas? Eu estou bem, assim como não teve importância para você, também não teve para mim! – Sorriu falsamente, voltando sua atenção à janela.

– Então está bem... trouxe sua comida e os remédios... – Pôs a bandeja na mesa. – Quer ajuda?

– Não, obrigada. – Virou-se de volta para ele. – Eu sei comer e tomar os meus remédios sozinha.

O enfermeiro suspirou cansado. Sabia que Violetta não falava a verdade sobre o beijo não ter importância, mas era o certo a se fazer. Tinha plena consciência de que ela estava sendo irônica e que ficaria chateada com ele, mas não podia fazer nada, eram as consequências por tê-la beijado.

– Tudo bem, qualquer coisa é só me chamar – disse virando-se para a porta. Quando estava prestes a sair, ela o chamou:

– Lucas... – Levantou-se da cama e caminhou até ele. – Pode chamar o Diego para mim, por favor?

– Precisa de alguma coisa? – Aproximou-se dela preocupado, tentando segurar seu braço.

– Não! – Recuou três passos, deixando Lucas no vácuo. – Só quero conversar.

– Ah, claro, ele é seu psicólogo – sussurrou para si mesmo. – Está bem, eu vou chamá-lo! – Abaixou a cabeça e saiu do quarto sem dizer mais nada.

Violetta novamente voltou seu pensamento ao ocorrido de mais cedo. Realmente estava chateada com o enfermeiro por se sentir culpado. Ela sabia que era errado, mas sabia também que ele tinha gostado. Automaticamente, relembrou a cena de seu beijo com Diego naquela praça. Ele sim, com certeza, não se sentia culpado e também havia gostado.

Do outro lado do manicômio, Lucas andava apressado entre os corredores sem nem prestar atenção. Esbarrava em qualquer um à sua frente e nem se desculpava por isso. Até que um obstáculo o fez parar bruscamente, empurrando-o na parede.

– Está distraído hoje, Lucas! – Uma voz que ele reconhecia muito bem ecoou em seus ouvidos.

– Estou com pressa! – disse tentando desviar, mas foi em vão. – Com licença, Diego. – Então olhou em seus olhos, ele parecia feliz.

– Por que a pressa? – perguntou em tom desafiador.

– Tenho mais o que fazer... – Voltou a caminhar, mas se virou. – Ah, Violetta quer falar com você! – disse com desgosto e seguiu caminho.

Um sorriso formou-se no rosto do médico, que se sentiu feliz em saber que ela precisava dele. Enfim, poderiam conversar direito. Caminhou rapidamente até o quarto ao encontro de sua paciente.

Diego abriu a porta, afobado, vendo em seguida Violetta sentada na janela, com o olhar preso ao lado de fora. Seguiu até ela a passos lentos e, quando a garota se deu conta de que ele estava ali, presenteou-o com um sorriso fraco. Não havia motivos para retribuir. Diego se sentou ao seu lado, esperando que ela dissesse alguma coisa, mas ela se manteve quieta.

– Lucas comunicou que você queria falar comigo. – Diego disse baixo, ainda a olhando.

– Sim, eu realmente preciso falar com você. – Voltou-se finalmente para ele, deixando-o notar que havia chorado, seus olhos estavam inchados e suas bochechas rosadas. Nada perguntou, apenas deixou-a continuar. – Eu queria falar com você sobre aquele acontecimento ontem à tarde na praça. Talvez você não tenha entendido porque eu quis fugir de lá dessa maneira, mas acontece que... – Respirou fundo e soltou de uma vez aquilo que mais a incomodava: – Sei que estou tomando os medicamentos e fazendo tudo correto, porém Léon apareceu naquela tarde e eu me senti na responsabilidade de fazer isso. Então, não me entenda mal, eu sei que os pacientes não podem se envolver com os que trabalham aqui, seja com o enfermeiro ou o psicólogo. – Cruzou os braços e sorriu de canto.

– Quem te disse isso? – Diego ainda estava em choque com o que ela falara, mas mesmo assim queria saber.

– Lucas – falou baixo. – Sei disso porque ele me avisou, depois que... nos beijamos – gemeu.

Levantou o olhar para Diego e sentiu a fúria tomando conta dele. Ele cerrou os punhos e sorriu para Violetta, dizendo que logo voltaria, mas seu rumo foi diferente. Saiu do quarto totalmente nervoso. Lucas estava passando dos limites cada dia mais. Andou pelos corredores escuros e o encontrou na copa preparando o jantar dos seus pacientes, inclusive o de Violetta. Diego entrou ali em silêncio e bateu a porta com força, fechando-a, e Lucas se virou assustado para ele.

– Nós temos que conversar, Lucas. – Diego disse ameaçador.

– Agora estou ocupado, depois a gente...

– Não perguntei se você está ocupado ou não! – Aproximou-se do enfermeiro. – Que história é essa de ficar beijando seus pacientes? – Cruzou os braços e o encarou.

– Do que está falando?

– Não se faça de besta, Lucas, porque sei bem que você não é!

– Sério? – perguntou irônico.

– Violetta, me contou o que aconteceu.

Lucas, que até então o fitava confuso, percebeu o sentido do comentário do médico. Violetta havia contado a ele. Então era para isso que ela o chamava, para desabafar.

– Não sei do que reclama, você foi o primeiro a beijá-la e a deixá-la confusa. Foi o primeiro a infringir a regra principal deste local – disse enfrentando-o. – Acha que seu pai se sentiria orgulhoso de saber que seu próprio filho estaria acabando com a reputação daqui? – Sorriu irônico.

– Não meta meu pai nas suas desculpas. Você não passa de um enfermeiro de quinta! – Cuspiu as palavras. – Eu sou o dono deste lugar, o que faço ou deixo de fazer é problema meu.

– Ok. – Lucas pegou a bandeja na mesa. – Mas agora, se me der licença, tenho que ir. – Ia saindo, mas foi interrompido pelo médico.

– Não pense que saiu vitorioso, Lucas. Logo ela sairá daqui e você irá continuar sendo apenas mais um enfermeiro. – Diego sorriu vitorioso.

– Não aguenta saber que ela me prefere a você, não é, doutor? – perguntou irônico, encarando o olhar furioso de Diego. – E sabe como sei disso? Quando você a beijou, ela saiu correndo. Já quando eu a beijei, ela queria mais.

Esse foi o estopim para Diego acertar um soco no rosto de Lucas, que agora se encontrava furioso caído no chão.

Violetta se assustou com o barulho de alguma coisa de vidro quebrando e gritos de raiva que se extinguiam pelo corredor. Conhecia aquelas vozes, eram a de Diego e a de Lucas que provavelmente discutiam. Violetta abriu a porta do seu quarto e olhou para os dois lados do corredor, não sabendo que direção tomar. Virou à esquerda e seguiu caminho praticamente correndo, parou em frente à copa quando escutou Diego resmungando algo e Lucas gritando com ele. Abriu a porta com rapidez e encontrou Lucas caído no chão com o lábio sangrando e Diego com os punhos cerrados.

– O que está acontecendo aqui?! – gritou horrorizada se agachando até Lucas e olhando o seu estado. – O que você fez com ele, Diego?

Diego engoliu em seco. O que menos esperava era que a garota visse o que estava fazendo, porém a raiva que ele sentia era maior. Lucas estava destruindo a sua vida, ele não passava de um enfermeiro de quinta que agora se relacionava com Violetta. E ela, pelo visto, também gostava dele. Diego tinha que mudar aquilo, o mais rápido possível.

– Volte para seu quarto, Violetta, você não tem nada a ver com isso! – gritou para ela com raiva.

– Não vou a lugar nenhum, digo para você sair daqui! Saia, Diego, e me deixe sozinha com Lucas! – Apontou para a porta entreaberta. – Agora!

Diego bufou e saiu dali batendo a porta com força, fazendo o vidro estremecer. Violetta revirou os olhos e fitou Lucas, que agora se levantava do chão com o lábio sangrando. Ele abriu um armário e tirou dali um guardanapo para limpar o sangue que ainda escorria. A garota apenas o observava com os olhos cautelosos.

– Você não precisa ficar aqui. – Lucas resmungou. – Você tem que se resolver com Diego e não comigo.

Violetta negou e foi até ele, pegando o guardanapo de suas mãos e limpando o seu machucado. Sentiu o olhar dele preso no dela, mas não ligou para isso. Depois que terminou, sorriu, observando seus olhos castanhos.

– Você é bem mais importante do que o Diego. – Sorriu sinceramente.


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Notas finais do capítulo

Nem sei o que dizer, só sei que vamos tentar postar com mais frequência pois estamos quase de férias, somos dignas de comentários? Beijos e nos vemos assim que possível, ou até que o Léon reapareça como espirito...
Violetta:http://www.polyvore.com/cgi/set?id=105355339&.locale=pt-br



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