Os Mistérios Do Doutor Jekyll (destino indefinido) escrita por Gogetareborn


Capítulo 3
III. A resposta que eu procurava?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. ;)



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Enfim chegara o horário tão aguardado de todos nós, o intervalo! Esse sem dúvida era um dos nossos poucos momentos realmente relaxantes. Alguns de nós iam para fora do Centro, ir até uma lanchonete, alguns tiravam tempo pra ler, ou para escrever. Eu decidi tirar um tempo para falar com o novato, queria perguntar algumas coisas a ele.

Meus pés iam em direção a saída e vi a correria habitual da hora do café. Apenas estufei o peito, ergui a cabeça e comecei a andejar pelo extenso corredor. Esbarrei em alguns apressados no caminho, Mas quando cheguei ao salão hospitaleiro, que portava as mais diversas opções de entretenimento, vi o jovem Mitch sentado lendo um de meus contos favoritos, "Frankenstein", de Mary Shelley, então já dava para perceber que o jovem tinha um bom gosto!

Me aproximei do sofá a qual ele estava sentado e me apoiei em seu ombro, revelando-me. "Sr. Marccone!" - Ele gritou, espantado, porém com um sorriso no rosto. Eu me sentei no sofá que fica na frente daquele que ele sentara. Olhando fixamente para o livro que ele impugnava em suas mãos.

-Olá. Bom, então, achei que talvez fosse informativo se eu conversasse contigo. - Indaguei, com as mãos inquietas, e os dedos se movendo em uma velocidade incomum.

-Claro! Sobre o que gostaria de falar? - Um silêncio entre nós pairou pelo ar, senti o benefício da dúvida sendo dado a mim naquela circunstância, sentia um pouco de demérito em falar algo que não tinha nem um pingo de certeza.

-Diga-me, você conhece Francis Hyde? - Eu observei ele trazendo sua xícara de café até a boca, ele parecia desconfiado com algo.

-Sim, o escritor e cientista, estou certo? - Friamente ele também me observava, em cada movimento dos dedos.

-Sim, ele mesmo. - Falei, já esperava esta resposta da sua parte. -  Estou realizando uma pesquisa sobre ele, gostaria de conversar a res..

-Não sei de coisa alguma! - Negou, interceptando minha última palavra, mesmo assim ele ainda parecia desconfortável, misterioso. O homem bem-humorado e simpático havia se despedaçado em várias partes.

-Tenho certeza que com seu conhecimento básico, quero dizer, hoje em dia o acesso a informações do tipo é..

-Não tenho nada a ver com esse homem! - Ele novamente me interrompeu, jogando o pires sobre a mesa e levantando violentamente, seus olhos estavam vermelhos e suor escorria por sua testa. Abri minha boca, espantado!

-Senhor Davinson, classe, por favor! - Requisitei ao homem colérico em minha frente. Sua expressão era nervosa e extremamente aflitiva.

-Desculpe. - Disse ele, em voz suficientemente alta para que todos os presentes compreendessem.  Ajeitou seu terno e sentou-se novamente. - É uma longa história, Sr. Marccone.

-É isto que procuro, Sr. Davinson, uma longa história! - O apaziguei com as palavras, mas não podia esconder minhas feições ansiosas.

-Eu poderei conta-la, mas não aqui, não neste lugar. - Ele puxou um pedaço de papel que guardara no bolso de seu terno, e uma caneta atrás de sua orelha. Escreveu algo, que na hora eu não tinha nem ideia do que era, mas logo ele me entregou-o. - Aqui está, é o endereço de minha casa, vá lá pela noite, poderei conversar mais abertamente convosco.

-Esta bem. - Meus olhos entre abertos guiaram-se até o papel, de fato, era o endereço dele. Dobrei e guardei no bolso de minha calça.

-Com sua licença, gostaria muito de terminar de ler meu livro. - Ele apoiou o mesmo em seu colo, sério ainda, como ficou aquela conversa inteira. - Estou na parte em que o irmão de Victor é.. - Pronto para falar algo decisivo na história ele parou e riu de seu próprio erro, que por pouco foi evitado.

-Eu entendo, li este livro com meus bons 15 anos. É interessante como é tratada os crimes da épo.. - Eu parei por um momento, ele já não prestava mais atenção em mim, então simplesmente me virei e comecei a andar, sem rumo aparente.

Quando me virei até o corredor de meu escritório, ao fundo avistei Mônica conversando com Sheila, as duas trocavam ideias sabe se lá do que, trocavam carinhos e risos, eu estava prestes a seguir para meu escritório quando...

-Cornelius! - Ela me chamou, eu senti meu coração pulsar naquele momento, em nenhum momento eu havia falado com Mônica, sem ser no escritório, atolado de papéis e com olheiras grossas nos olhos. O que eu iria dizer.

-Ah, ola, senhorita Vásquez! - Indaguei, rindo envergonhado. Meus olhos não puderam ser desviados para outro lugar, do que para os dela.

-Ora, Cornelius, não estamos no turno, pode me chamar de Mônica. - Ela se dirigiu até mim, segurando seus livros contra a cintura. - Eu achei que poderíamos tomar um café juntos, ler alguma coisa. O que acha?

Puxa, era tudo o que eu mais desejava naquele momento, mas minha garganta parecia estar travada por uma grande e maldita parede de metal, que me impedia de falar qualquer coisa. Eu cocei a nuca, apenas rindo superficialmente, engraçado.

-Olha.. Mônica, eu adoraria tomar um café com você, mas.. bom.. eu.. não creio que..

-Ah, tudo bem, eu entendo.. - Ela parecia um pouco abalada, me senti um completo imbecil desprovido de qualquer respeito pelos sentimentos alheios. Me desvalorizei profundamente naquele momento, enquanto ela caminhava sutilmente pelo corredor, eu apenas abri aquela porta e me soterrei no escritório.


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Notas finais do capítulo

Olá, leitor. Peço que se leu e gostou, adicione aos favoritos e recomende. Caso queira, obviamente.

E não se esqueça de acompanhar a viagem psicológica de Cornelius Marccone no próximo capítulo!

Grande abraço!



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