Born to Die escrita por Agatha, Amélia


Capítulo 45
Precisamos salvá-las


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo assim como os próximos será uma preparação para o embate. Nesses capítulos iremos mostrar, separadamente, a situação de cada uma. Como terão apenas uma narração, ficarão um pouco reduzidos. Eles explicarão a s intenções e planos do Governador, além de encaminharem para um capítulo mais á frente, que terá o reencontro entre os dois grupos.
Esse capítulo é narrado somente pela Gabriela, e mostrará a preparação para o ataque.
Boa leitura!



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*Narrado por Gabriela Hopper

– O que vamos fazer com ele? Não temos médicos aqui – Tyreese falou.

Eu estava sentada em uma cadeira, ainda me recuperando do desmaio enquanto eles discutiam o que fazer com Martinez. A bala havia raspado no ombro dele, e o homem sangrava muito e perdia a consciência frequentemente enquanto o sangue começava a diminuir.

– Foi só um tiro de raspão, nós devíamos é matar esse desgraçado! – Daryl disse.

– Nós temos que olhar as prioridades – Rick começou. – Precisamos tirar Sarah e Avery de lá.

– A prioridade é saber onde elas estão – falei me levantando e indo em direção a onde Martinez estava.

Segurei-o pela gola de sua camisa branca aos farrapos, jogando-o contra a parede com uma força que eu não sabia que tinha, principalmente no momento, uma vez que eu acabara de desmaiar, fora meu estado psicológico que não era dos melhores. Fiz uma expressão muito ameaçadora e o fitei por alguns instantes antes de dar um sorriso cínico para assustá-lo ainda mais.

– Para onde as levou – perguntei.

– Eu... Eu... – ele aparentava estar muito fraco e, ao mesmo tempo, assustado.

– Acho que você não está entendendo a situação. Não há meias respostas, não há respostas erradas. Eu só quero saber onde elas estão e, se for preciso, você vai nos guiar até lá. Está entendendo ou quer que eu repita? – forcei mais seu corpo contra a parede e Martinez sacudiu a cabeça rapidamente em sinal positivo.

– Gabriela, pode deixar, nós tomamos conta dele – Rick colocou a mão no meu ombro. – Eu sei como você está, mas precisa descansar agora. Vamos resolver isso. Eu vou fazer de tudo para trazê-las de volta, mas você não precisa se estressar mais por isso.

Assenti antes de me retirar do local e ir para o meu quarto. Por um lado, eu me sentia mal por não poder fazer nada, eu queria muito participar daquilo. Mas eu entendia a preocupação que Rick tinha comigo e sabia que ele estava passando pelo mesmo que eu. Mesmo assim, eu estava frustrada porque tinha vontade de arrastar Martinez até o lado de fora e forçá-lo a me levar até o esconderijo do Governador. Por mais que ele havia feito coisas que eu não havia presenciado e merecia o ódio dos outros, eu não o odiava por isso. Meu ódio era pelo que ele estava fazendo agora. A rivalidade e o desejo de vingança dele não tinham nada a ver com as pessoas inocentes que ele havia sequestrado, e só de pensar no que ele poderia estar fazendo com elas meu coração já ficava apertado.

Quando notei, eu já estava no último andar. Abri a porta do quarto que eu dividia com Daryl e fiz a mesma coisa que Avery fazia: chutei minhas botas em qualquer lugar. Desarrumei a cama de casal que eu havia arrumado de manhã e me sentei na borda com as mãos em volta dos joelhos, onde eu apoiava a cabeça. Eu estava de cabeça quente e isso só atrapalharia. O Governador queria que atacássemos sem pensar, assim ele teria uma vantagem, ele estaria mais preparado. Eu tentava me convencer de que isso era o certo, mas no fundo eu ainda queria fazer algo, eu estava desesperada. Todos os meus princípios de certo e errado ou de humanidade foram por terra, eu estava disposta a fazer qualquer coisa para reverter a situação.

A porta se abriu lentamente e Daryl entrou no quarto com um prato de comida. Ele se sentou na cama ao meu lado e me fitou com seus olhos azuis frios por alguns segundos.

–O que é isso? – falei olhando para prato.

– Comida! – Daryl pareceu não entender o que eu queria dizer.

– Não quero comer. Não preciso disso.

– Gabriela, você tem que pensar em você! – ele usou um tom mais sério.

– Pensar em mim? – disse me erguendo e o encarando com indignação.

Como ele poderia achar que eu deveria pensar em mim naquele momento? A minha situação não era nada comparada à das duas. Elas poderiam estar passando por coisas horríveis e Daryl se preocupava se eu iria comer ou não. Eu estava relativamente bem, e as duas nas mãos daquele maluco sedento por vingança. O Governador não hesitaria em machucá-las para atingir Rick.

– Você entendeu errado! – ele falou com um tom compreensivo. – Precisa estar forte por elas. Como pretende socar aquele Governador desgraçado se estiver fraca? Precisa comer para conseguir ao menos machucá-lo. Então você deve se alimentar e descansar para estar bem quando formos atacar. Enquanto isso estaremos lá embaixo arrancando as informações do Martinez.

Daryl saiu do quarto e eu fiz exatamente o que ele pediu, enquanto aquelas palavras ainda ecoavam na minha cabeça. Depois disso, me deitei e fiquei olhando para o teto enquanto tentava dormir.

Acordei com a luz fraca da Lua e um vento frio vindo da janela. Levantei-me com desânimo, arrumei a cama e fechei a janela. Calcei minhas botas e comecei a descer as escadas em direção ao restaurante, onde todos estavam reunidos. Martinez estava sentado com as mãos amarradas na cadeira, e parecia melhor do que antes.

– Que bom que você chegou – Rick falou. – Estávamos te esperando. Martinez vai revelar o plano e contar como ele foi executado. Pode começar.

– Estávamos vigiando vocês há muito tempo, e quando vocês encontraram esse hotel nós finalmente decidimos atacar, e aí começamos a bolar o plano. Depois de estudarmos a sua rotina, só precisávamos escolher um dia – ele fez uma pausa e suspirou. – James e eu deveríamos pegar a grávida. Foi muito fácil, mesmo com a loirinha no caminho, ela não estava nos planos. Como James havia previsto, a grávida não iria reagir, ele a conhece bem. No final James partiu com as duas.

– E o Governador? O que vocês estavam fazendo no outro carro? – Glenn perguntou. Todos estavam ao redor da mesa, a maioria de braços cruzados e com expressões severas.

– Por algum motivo ele mandou que eu voltasse e ficasse com ele. Tudo aquilo era mais um discurso dele, apenas para te provocar e dizer pessoalmente que estava com a mulher. No final ele e James conseguiram o que queriam e eu estou aqui.

– Uma terceira pessoa, foi assim que eles conseguiram levar as duas – Daryl comentou pensativo.

– Esse James... O que ele queria com a Sarah? Como a conhecia? – Rick perguntou.

– É o marido dela. Ele contou que ela estava grávida quando eles se separaram em um supermercado – Martinez respondeu sem dar muita importância.

De repente essas palavras acenderam uma lâmpada na minha cabeça. O nome James sozinho não significava nada, mas o que Martinez havia dito era a resposta. Mesmo assim eu ainda não queria acreditar na possibilidade de aquele homem, ou melhor, aquele monstro, estar com Sarah novamente. Rick ficou extremamente surpreso, e pareceu não entender aquilo. Até onde ele sabia, James apenas havia a abandonado, e o pior era que ele não sabia nem da metade.

– Você disse James, certo? – perguntei dando ênfase no nome e ele confirmou com a cabeça. – É pior do que eu pensava...

– O que você quis dizer com isso? – Rick disse rapidamente.

– Rick, precisamos conversar – falei seriamente. Adentramos mais no restaurante para termos uma conversa particular. – Sarah já te contou o que aconteceu no supermercado?

– Ela não gosta de tocar no assunto, mas já me disse que ele a abandonou, então ela sofreu o aborto.

– E ela falou a causa?

– Não estou entendendo... Aonde você quer chegar?

– Foi ele. James a espancou e fez com que ela perdesse o filho deles. Não foi só abandono, ele a deixou lá para ser devorada por um errante - Rick ficou por um tempo me fitando, apenas tentando absorver as terríveis informações que eu acabara de passar. Por pouco ele não socou a mesa, depois passou a mão nos cabelos, tentando pensar em algo.

– Precisamos salvá-las.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Bom feriado, e até o próximo (que será exclusivamente narrado pela Sarah)!