Born to Die escrita por Agatha, Amélia


Capítulo 27
História de um errante - Parte 3


Notas iniciais do capítulo

Esse é um capítulo especial para os leitores. Não dava para homenagear todos os que comentaram, então selecionamos os três com mais reviews.
Esse capítulo é uma despedida das postagem relâmpago. Por enquanto, estamos proibidas de ir no computador durante a semana (por causa do início das aulas), mas entraremos sempre que possível para escrever. Mesmo que possamos escrever, vamos "estocar" capítulos para evitar futuras estiagens, afinal, é sempre bom fazer estoques em um apocalipse zumbi.
Esperamos que gostem, e por favor, leiam todas as notas finais.



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*Narrado por Mark Adler

– Só sobrou isso? Uma pistola Glock e um revólver 22? – perguntei me referindo às nossas armas.

– É – Natalie respondeu. – E uma faca.

– Quantas balas?

– As duas estão cheias.

– Ótimo – falei tentando disfarçar minha frustração por termos poucas armas. A situação que nos encontrávamos não era nada boa.

Andei até a porta do supermercado. Do lado de dentro era possível ouvir os grunhidos dos errantes que bloqueavam a nossa saída. Eram mais ou menos uns vinte e cinco walkers, e só tínhamos onze balas. Olhei para trás, onde minha esposa abraçava seu filho com força para tentar acalmá-lo. Arthur nascera no primeiro casamento de Natalie, eu nunca nos demos muito bem, talvez pelo fato de ele não ser meu e de lembrar do antigo casamento da minha esposa. Ele pensava que eu queria substituir o pai dele, mas o fato era que Arthur era um grude, estava sempre ao lado da mãe.

O supermercado seria um ótimo lugar para se viver no apocalipse: havia comida; objetos pontiagudos que poderiam ser usados para defesa; e ele estava limpo por dentro. O único problema era a porta de vidro, que poderia se quebrar a qualquer momento. Se não pensássemos em algum modo de sair, os mordedores entrariam.

– O que vamos fazer? – perguntei passando a mão pelos cabelos enquanto tentava pensar em algo. Tínhamos poucas opções, mas era difícil saber a pior delas.

– Tem uma saída nos fundos – Natalie respondeu depois de pensar um pouco. – Tem uns três ou quatro errantes na porta. Se nós sairmos por lá, os que estão aqui na frente vão nos perseguir.

– O que você sugere? – eu começava a entender o que ela pretendia fazer.

– Você e o Arthur saem por trás e eu, pela frente.

– É muito arriscado – falei me aproximando.

– Eu sei, mas eu só preciso que salve o meu filho. Eu me viro, sou mais rápida.

– Mamãe, eu não quero ficar longe de você! – Arthur pediu. Ele estava muito assustado com tudo aquilo, o garoto tinha 9 anos.

– Filho, você precisa ir com o Mark. Eu encontro vocês no carro. Não é muito longe – Natalie disse para tranquilizar seu filho.

– Natalie, se você for fazer isso, vai precisar das armas – falei estendo a pistola e o revólver.

– Tudo bem, mas você leva a faca – ela tentava parecer forte para o filho, mas eu sabia que Natalie estava com medo de não sobreviver a isso. – Vão primeiro.

Peguei um pedaço de metal comprido que estava no chão e entreguei para Arthur. Natalie se abaixou e abraçou o garoto com força. Antes de sair, dei um beijo em sua testa e segurei a mão de seu filho.

Andei sem olhar para trás até uma porta de metal. Apertei a faca com força antes de segurar a dura maçaneta da porta. De repente, pude ouvir um forte estrondo. Não era um disparo, era o vidro se quebrando. Seguido desse som vieram dois disparos. Abri a porta rapidamente e me deparei com cinco walkers que avançaram ferozmente contra Arthur e eu.

Empurrei o primeiro com o cotovelo, jogando-o no chão. Finquei a faca com força na cabeça do caminhante que estava a alguns centímetros de pegar Arthur. A faca ficou presa no crânio, e tive que empurrar o cadáver com os pés para recuperar a arma. Enquanto isso acontecia, podia ouvir outros disparos. O menino estava paralisado, segurando a barra de ferro com força, mesmo que ele não soubesse o que fazer com ela.

O terceiro walker segurou o meu braço, pronto para me morder, mas eu o acertei com força. No momento em que ouvi o décimo som de tiro, chutei um mordedor e fui até ele para matá-lo. Quando me voltei para Arthur, ele erguia a barra de ferro, pronto para acertar o errante que eu havia derrubado, mas já era tarde de mais.

O grito dele saiu meio rouco, deixando claro o seu desespero. Pensei em matar o walker que mordia o tornozelo do garoto com força, mas não tive tempo. Três mordedores vieram por trás, andando rapidamente em minha direção. Olhei no fundo de seus olhos. Ele implorava por ajuda, mas eu não poderia fazer nada.

– Desculpe, moleque – falei antes de me virar, deixando para trás aquele garotinho de olhar assustado que gritava desesperadamente enquanto outros errantes começavam a se aproximar dele.

Esquivei dos mordedores que tentavam me pegar e corri em direção ao carro. Dei a volta no supermercado e vi minha mulher cercada por três walkers. Natalie deu uma coronhada no mais próximo, ao mesmo tempo em que eu acertei o cérebro dos outros.

– Eu ouvi gritos. Cadê o meu filho? – ela falou rapidamente.

– Tinham vários deles, e ele foi mordido. Eu tive que deixá-lo lá – inverti os fatos para parecer menos culpado. Falei sem pensar nas consequências. Eu poderia ter mentido dizendo que o matei para livrá-lo da dor, mas falei que o deixei para trás.

– Você... Você deixou o meu menino lá? Deixou ele para ser devorado? – ela falou com um olhar assustado.

– Ele já estava morto! O que eu poderia fazer? – tentei me defender.

– Deixou o Arthur sendo comido? Imagina a dor que deve ter causado a ele? – tentei segurar as suas mãos, mas ela me empurrou. – Fica longe de mim!

– Natalie, não dava para salvá-lo!

– Eu sabia que você não gostava dele, mas não sabia que era capaz de fazer isso! – ela ignorou o que eu disse. – Por Deus! Ele só tinha 9 anos! – minha esposa começou a chorar, mas sua expressão era de raiva. – O meu menininho, ele morreu...

– Natalie... – levantei minhas mãos calmamente, mas ela continuava do mesmo jeito. Olhei rapidamente para o lado. Aqueles walkers começavam a vir em nossa direção.

– Guardei uma bala, para o caso de precisarmos – pensei que ela fosse atirar em algum caminhante, mas ela apontou a arma para mim.

– Abaixa a arma, por favor! – pedi, mas ela me ignorou. – Você não vai atirar – mudei de estratégia. Eu sabia que ela não era capaz de fazer isso.

Ela limpou as lágrimas, respirou fundo e destravou a arma. Arregalei os olhos e tentei dizer algo, mas não tive tempo. Natalie olhou para o chão por alguns instantes, depois voltou a me encarar.

– Adeus – ela falou com um olhar e um sorriso sínicos levantando a pistola rapidamente antes de voltar a apontá-la para mim.

Então, ela disparou.

O impulso da bala acertou meu abdômen e me levou ao chão. A última coisa que eu pude ver antes de chocar minha cabeça contra o chão duro foi o rosto de Natalie cheio de lágrimas com a mão trêmula segurando a pistola ainda apontada para frente.

Os seres humanos me assombram.

– Morte, "A Menina Que Roubava Livros"


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Notas finais do capítulo

Mark Adler: http://images2.fanpop.com/images/photos/5800000/SS-sebastian-stan-5800118-524-785.jpg
Arthur: http://content7.flixster.com/photo/14/08/73/14087365_ori.jpg

Só para deixar claro, o Mark é o errante que estava no supermercado, que perseguiu a Sarah e foi morto pela Gabriela.
Esperamos que tenham gostado e deixem sua opinião! Gostaríamos muito de saber sobre o que vocês esperam do futuro da fic. É muito importante que digam sua opinião, queremos ver todos comentando!



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