Never Gonna Be Alone. escrita por Shadow Shirami Mitsuko


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas, estive animada com esta história e consegui escrever esse capítulo o mais rápido que consegui ^^"
Sem mais delongas, boa leitura o/



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Era meio insano, talvez fosse parte de algum de seus inúmeros delírios, mas por qual razão sentia realmente braços quentes ao seu redor? Sentia-se estranho, enquanto sua mente mergulhava cada vez mais na escuridão da inconsciência...

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Sonic percebera que algo acontecera quando os soluços do outro cessaram e seu corpo amolecera totalmente imóvel em seus braços. Erguera cuidadosamente aquele corpo agora perigosamente frágil com um atencioso cuidado. Não lhe era comum esse tipo de tratamento, mas via claramente que se não fosse devidamente cuidadoso poderia acontecer um desastre, afinal não era um objeto que segurava e sim o corpo de outro ser vivo, assim como ele.

Nunca fora tão tortuoso carregá-lo para a cama, principalmente quando cada parte desse ele emitia um gritante alerta de “frágil”, como por sorte o móvel estava perto de onde estava não fora tão complicado, mas, ainda sim havia contratempos, a janela aberta – por exemplo – emitia um vento gélido e o temor por aquele que segurava em seus braços era demasiado.

Assim que, com algum custo repousara Shadow na cama, aninhando-o nos cobertores e travesseiros, correra para fechar a janela, praguejando baixo contra os ventos gelados e o céu escuro, ameaçando chuva ou na pior das hipóteses – mas comum nessa estação do ano – neve.

Adiou a viagem de volta temendo que algo ruim pudesse acontecer ao seu rival de velocidade, nunca fora de seu feitio deixar alguém a própria sorte, e não seria agora que isso viria a acontecer, não era conhecido como herói de Móbius atoa e sabia que se fosse ele a precisar de ajuda, Shadow o ajudaria, a sua maneira claro, afinal Shadow nunca se enquadrava na figura de herói, preferia agir sozinho e as escuras.

Alarmou-se quando ouviu gemidos abafados, e o ouriço a suar. Sonic tirara parte dos cobertores e sentira com o dorso de sua mão direita, a testa do outro ouriço a arder, não perdera tempo, buscara na cozinha água e com uma tolha branca – a única que conseguira encontrar – limpava o suor alheio. Precisava de ajuda, não conseguira sozinho cuidar de outro ser e por isso irrompeu porta a fora, sendo o mais veloz que podia ao trancar a mesma e levar a chave consigo.

Sentia o passar do vento por si, o frio noturno gelava lhe o corpo, mas não tinha tempo para voltar atrás ou desistir, e por mais que o horário seja importuno, iria pedir ajuda de quem sempre sabia o que deveria ou não fazer, seu fiel companheiro de jornadas, a raposa bicaudal, Tails.

Chegara então ao seu destino e sem hesitar bateu na porta, uma, duas, cincos vezes até que o anfitrião a atendeu, trajado de pijama azul claro e uma touca de cor igual à cabeça, coçava os olhos azuis a reclamar:

– Sonic... sabe que horas são? – A voz estava arrastada, cansada e olhava sonolento para o ouriço ofegante.

– Tails... Preciso... De... Ajuda... Por... Favor... – Dizia Sonic, ofegante, a se apoiar no batente da porta de madeira, o corpo curvado e a cabeça baixa.

– Primeiro entre, está muito frio aqui fora. – A pequena raposa tremera apos a afirmação.

– Não tenho muito... Tempo. – Aos poucos a respiração se estabilizava. – Shadow esta mal... Tails, eu não tenho ideia do que fazer... – Admitiu com a cabeça baixa.

– Como ele está, Sonic? – A raposa começava a demonstrar interesse e preocupação.

– Ele está mal, muito magro, e estava ardendo em febre quando o vi. Não sei sobre como proceder, não tenho ideia o que fazer... como ajudá-lo... – Seus olhos demonstravam uma tristeza compreensível, um olhar um olhar que Tails já vira e conhecia, o olhar de alguém a se sentir impotente diante de uma emergência.

A raposa suspirou, e com um gesto de mãos pediu para Sonic o esperasse, entrando rapidamente em sua residência, trocando suas vestes e pegando seu kit de primeiros socorros no armário do banheiro.

Saiu a porta com certa urgência, um cachecol lilás adornava seu pescoço, enquanto oferecia outro a Sonic, que o aceitou formalmente, colocando-o ao pescoço. Partiram os dois em uma corrida desenfreada em meio a ventania, o tempo era curto, e todo segundo era vital, para Shadow... E para Sonic, seu orgulho e sua honra estavam em ajudar quem precisasse, independente de quem seja.

Ao avistar a residência onde Shadow estava, um medo tomou o peito do ouriço azul, e se tivesse demorado demais a buscar socorro? E se... Sacudiu a cabeça para espantar esse pensamento, e quando finalmente passaram pela porta, esse pensamento ainda rodava-lhe a mente, e criava raízes como uma erva daninha.

Tails entrara no quarto com urgência, e fechara a porta na cara de Sonic, afirmando que se ficasse lá, seu nervosismo iria distraí-lo e até atrapalhá-lo, e este franzira a testa em confusão, estava nervoso? Era tão evidente assim para ser razão de ser excluído do cômodo? Afinal, tinha motivos para se sentir nervoso, era um conhecido seu adoecido e fraco e pela primeira em muito tempo, não tinha ideia de como agir, era um inútil e assim se sentia.

O tempo passava conforme batia seus pés no piso da pequena sala de estar, já havia tentando ver televisão, porem nenhum dos canais conseguira prender sua atenção por mais de 1 minuto, e a falta de noticia lhe era uma tortura. Mas por que estava nervoso assim? Não sabia responder, simplesmente não sabia, somente sentia.

Tails entrara no cômodo com certo alarde, sabia que Sonic não ficaria nervoso a atoa, conhecia o ouriço o suficiente para saber sobre seu comportamento relaxado e descuidado, e sabia que se ele estava nervoso ou preocupado, é por que certamente algo não estava bem, tanto com ele quanto com as pessoas ao seu redor. Olhou para a figura adormecida e suspirou, nunca estivera tão perto assim de Shadow, tinha certo medo do que aquela figura dark representava, por isso nunca se arriscara a ficar tão próximo. Não que o odiasse e repelisse, mas respeitasse seu espaço.

Acendera as luzes temeroso, não tinha a intenção de acordá-lo, porém necessitava de luminosidade para poder trabalhar. Tirou os cobertores, com demasiado cuidado e maestria, e tampara sua boca, reprimindo um arfar surpreso, aquele ali não era nem de longe o ouriço de outrora, o rosto que mesmo dormindo demonstrava tensão e cansaço, o corpo magro, seus ossos proeminentes na pele malcuidada, os pelos sem brilho. Sonic tinha razão... Shadow estava mal.

Era como ver a morte diante de si, era assustador, era horrível, nunca vira alguém em tal decadente estado, nem mesmo Sonic já esteve assim. Era demais para somente ele suportar, mas tinha que fazê-lo, examinou minuciosamente, notando algumas feridas que os pelos escondiam, algumas já infeccionadas por não cuidadas e outras que ele notou estarem ali propositalmente, como se o mesmo quisesse se ferir, não sabia se suas suspeitas eram verdadeiras, por isso ignorou sua curiosidade e se colocou ao trabalho.

Não era difícil, já cuidara de muitos machucados de Sonic e de todos os outros, mas a figura que cuidava era diferente, não parecia ter forças e muito menos capacidade de se curar com a mesma rapidez que Sonic, mesmo sabendo de sua imortalidade, duvidava que naquele estado seu sistema imunológico funcionasse normalmente e por isso tratou de ser cuidadoso, deu seu máximo, limpando ferimentos antigos – e infeccionados – e cobrindo-os com gaze para evitar outro tipo de contaminação.

Suspirou cansando, enquanto suspendia uma bolsa de soro e armava um suporte rente à cama, já fizera isso varias vezes, mas naquele momento se sentia inseguro e suas mãos tremiam, por que era tão difícil? Talvez fosse por não ser um de seus pacientes mais lidáveis, e alguém frio como Shadow poderia se ofender. Balançou a cabeça. “Que se dane.” Pensou, e sem mais cerimônias espetou a agulha com soro em seu braço esquerdo, tendo cuidado para não fazer nada errado.

Procurou em sua maleta o frasco certo, e tendo-os em mãos pegou uma seringa e a retirou da embalagem, sugando certa quantidade com a agulha, e despejando junto ao soro. “Não se preocupe, Shadow, vai ficar melhor.

Enfim olhou para seu trabalho, o ouriço parecia estar melhor, então a pequena e doce raposa bicaudal sorriu, satisfeita e orgulhosa de seu trabalho. Havia enfim cumprido a tarefa que fora designada, e com um semblante iluminado saíra do quarto, dando de cara com um Sonic com cara de poucos amigos, a fitar-lhe impaciente.

– E Então, Tails? Como ele está? – Uma preocupação ocupava as feições sempre despreocupadas de Sonic.

– Ele está muito debilitado, creio que o sistema imunológico esteja fraco também, recomendo que o mantenha em absoluto repouso, amanhã – olhou no relógio do cômodo e completou – ou melhor, mais tarde voltarei se ainda estiver vivo, Sonic, conhecendo-o, não vai deixar isso passar.

– Eu sei... – Respondeu coçando a cabeça e dando uma risada constrangida. – Eu consigo lidar com isso.

Tails apenas o encarou por um momento e dando um suspiro longo, enfim disse:

– A cabeça é sua afinal, já fiz o que estava ao meu alcance, agora é só esperar que o medicamento faça efeito. – Deu mais uma olhava para seu amigo e saiu à porta. – Boa noite, e procure dormir, você parece péssimo.

– Boa noite, Tails... nem sei como posso lhe agradecer. – Disse sincero. O olhar transparecendo serenidade. A raposa sorriu.

– Só não morra. – Riu.

Sonic ainda ficara na porta, aguardando até que a figura de pelos caramelos desaparecesse de sua vista.


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Notas finais do capítulo

Comente o que acham e critiquem se acham que tenho algo em que posso melhorar!
Até mais ^^/