- Yaaanh, eu estou tão feliz – disse Louise abraçando o braço de Saito. – Eu sou a tesoureira do conselho estudantil.

- Ah, que bom que você ganhou, Louise.

- Obrigada, Saito. Onde vamos hoje? Ontem fomos ao cinema, então que tal a gente... – Louise olhou para o casal sentado em um banco do parque das cerejeiras. – Sakura-chan! Syaoran-kun! – ela correu para perto deles.

Os dois olharam para a garota de cabelo rosa que se aproximava e perguntaram o que ela fazia ali.

- Estou em um encontro com meu amado Saito – ela respondeu, sorridente. – Ah, deixe-me apresentá-lo a vocês. Sakura-chan, Syaoran-kun, esse é Hiraga Saito, meu namorado.

- Seu namorado? – perguntou Sakura. Louise assentiu. – Que legal, então que tal sairmos em um encontro duplo?

            - Ah, que boa ideia, Sakura-chan. Vamos com eles, Saito?

- Claro. Você também está de acordo, Syaoran-kun?

- Ah, claro. Se é o que minha flor de cerejeira quer.

Ela sorriu um pouco envergonhada. Os quatros começaram a caminhar pelo parque sendo banhados pelas flores de cerejeira que caíam das árvores. Eles passaram a tarde indo a lugares onde se encontravam outros casais. Mas, no fim da tarde, Louise e Saito tiveram que ir embora. Sakura e Syaoran ficaram sozinhos assistindo ao lindo pôr-do-sol.

            Sakura estava deitada sobre a grama verde, iluminada pelo sol de fim de tarde. Syaoran estava deitado ao seu lado quase dormindo. Aqueles olhos cor de âmbar sonolentos eram lindos. Sakura estava apaixonada por aqueles olhos, por aquele sorriso, por aquele rosto, enfim por toda aquela pessoa. Ela não conseguia esconder tal sentimento. Podia-se ver o brilho de seus olhos ao observar aquele garoto quase desmaiando de sono. A batida do coração dele fazia com que Sakura continuasse viva naquele mundo.

Syaoran estava quase dormindo ao lado de seu grande amor. Ele só não dormia, porque queria ficar todo o tempo possível perto dela. Ele tocou bem de leve o rosto de sua amada e recobrou todas as suas energias. Ele se levantou e foi até a cerejeira que os jogava suas lindas pétalas cor-de-rosa. No seu tronco, entalhou com uma pequena pedra: “Eu sempre vou amar essa linda flor de cerejeira, Lobo”.

Sakura sorriu para ele que voltou para seu lado. Colocou seu braço sobre os ombros dela e os dois ficaram assistindo ao final do pôr-do-sol.

Portão de entrada da Tomoeda High School

“Ela é uma Shinigami. Ela é um Deus da Morte. Ela deve matar pessoas, não importando quem seja. Mesmo assim, eu estou apaixonado por ela” era o que Kaoru passou o dia inteiro pensando.

Na saída, ela estava só do lado de fora do portão. Ele tentou se aproximar dela, mas ela fugiu.

- Momo-senpai! Momo-senpai! Espere! – ele gritava enquanto corria na direção dela.

“Por que ele ainda tenta me seguir? Ele não sabe que isso só vai fazê-lo sofrer? Todos têm que morrer algum dia, até ele. Eu sou responsável pela morte de todos os alunos dessa escola. Ele não sabe que algum dia eu vou ter que matá-lo?” pensava Momo enquanto corria.

- Momo-senpai! – ele segurou seu pulso com força e a fez parar. – Para mim não importa se você é uma Shinigami. Eu quero ser seu amigo, Momo-senpai. Sei que sua missão é matar pessoas, mas mesmo assim, eu... – ela o olhou com seus olhos cheios de lágrimas. – Mesmo sendo, uma Shinigami, você chora, você sorri, você tem sentimentos. Demonstre esses sentimentos, pelo menos comigo. Eu sou apenas um humano e algum dia eu vou ter que morrer, mas mesmo assim, eu quero ficar ao seu lado até esse dia.

- Kaoru-kun... – ela já estava chorando.

Ele a aproximou de si, limpou suas lágrimas e a abraçou.

Momo chegou em casa e foi logo para seu quarto. Uma voz profunda começou a ecoar em sua cabeça:

- Sua próxima missão: Você deve matá-lo.

- Matar a quem, mestre? – perguntou Momo, ainda deitada em sua cama, no seu quarto escuro.

- Do 1º ano, sala 101, Hitachiin Kaoru.

            Prédio da oitava série, portão de entrada

- O treino finalmente acabou. Ficar uma hora nadando é horrível, não acha, Shima? – os dois amigos conversavam enquanto saíam do treino.

- Sim. Eu não sei como os senpais agüentam ficar mais de uma hora... Chii? – perguntou Shima ao avistar a garota de cabelo meio loiro, meio creme no portão da escola. – Chii, o que faz aqui?  Já era para você ter ido para casa. Sua família deve estar preocupada.

- Eu estava esperando o Shima-kun. Fiz errado?

- Ah, não, Chii. Obrigado – ele colocou sua mão sobre a cabeça da persocon e a acariciou.

- Bem, Shima, eu vou por aqui. Até amanhã! – disse o garoto.

- Ta, tchau! – ele respondeu.

- Quem era? – perguntou Chii.

- Um amigo meu do clube de natação.

- Shima-kun tem outros amigos além da Chii? – ela perguntou.

- Ah, tenho sim. Chii, você também tem outros amigos, não tem?

- Não, Shima-kun é meu único amigo. Shima-kun prefere estar com seus outros amigos do que com a Chii?

- Mas é claro que não, Chii. Eu adoro estar com você mais do que com qualquer outra pessoa. Você é uma pessoa muito importante para mim.

- Importante? – Shima concordou. – O que é “importante”?

- Bem, importante é... Bom, se uma pessoa é importante quer dizer que se um dia alguém perdê-la, ou ela desaparecer, alguém sentirá muito a falta dela. Importante é algo que interessa muito a alguém. E para mim, você é importante.

- Entendo. Então se a Chii sumir, Shima-kun sentirá sua falta? – ele assentiu. – Então, se Shima-kun sumir, Chii sentirá muito sua falta, então você também é importante para Chii?

- Isso depende de você, Chii. Você acha que eu sou importante para você?

- Acho.

- Então acho que eu sou, né?

- Sim. Shima-kun é a minha pessoa mais importante – Chii afirmou pulando sobre os braços dele. O rosto dele ficou um tanto corado.

O sangue estava escorrendo rua abaixo. O cérebro estava rolando pela ladeira. As pessoas olhavam assustadas para aquela cena, e uma voz se ouviu:

- Pipiru piru piru pipiru pi!

O sangue e o cérebro voltaram para o corpo caído no chão e as pessoas voltaram aos seus afazeres.

- Desculpe, Sakura-kun – disse Dokuro-chan. – Mas você não devia ter brigado comigo.

- Você não está desculpada, Dokuro-chan. Só porque eu estava me defendendo sobre a última vez que você me matou, você me mata de novo. Você não pode toda vez que eu reclamar com você me matar. Nunca vai adiantar de nada. Se você quer me matar, mate de vez. Não fique fazendo isso toda hora e depois me ressuscitando. Eu não gosto.

- Mas, Sakura-kun, eu...

- Anjo idiota! – ele gritou.

As lágrimas se acumularam nos olhos da Dokuro-chan. Ela segurou a Excaliborg com força e se preparou para matá-lo novamente. Sakura-kun fechou os olhos e colocou o braço sobre o rosto, mas não sentiu nada. Ele os abriu e viu Dokuro-chan caída de joelhos no chão, chorando.

- Ei, Dokuro-chan...

- Sakura-kun, idiota!

Ela se levantou e começou a correr rua abaixo chorando.

No dia seguinte, depois da prova final de biologia, corredor do 1º ano

- Sakura-chan! – gritou uma garota de cabelos pretos. Sakura se virou e sorriu.

- Meilin-chan, o que foi?

- Nada, eu só queria conversar com você.

- Sobre o quê?

- Como foi na prova de biologia?

- Muito bem, e você?

- Não muito bem. Será que você poderia me ajudar a estudar para a prova de história de amanhã?

- Ah, claro, papai pode nos ajudar também. Já estamos liberadas, não é? – Meilin assentiu. – Então que tal irmos para casa estudar?

- Claro, seria ótimo.

As duas se foram para casa da Sakura. Sakura sorrindo, Meilin sorrindo também, mas maliciosamente.