Capítulo 5

Sasuke

Já seguia os passos de Sakura há três dias, ela não agia como antes, por um momento até pensei que fosse a minha presença lhe perturbando, mas ela não faz ideia de que estou aqui.

Seus amigos aos poucos iam se afastando e quando perguntavam o que estava ocorrendo ela era rude, algo que parece ter surgido apenas com minha presença. Não queria ver assim, mas evitar ficar longe dela parecia impossível, a todo instante era como se uma força me fizesse ir até ela...

Ela andava pelo centro, algo estranho pois deveria ir a aula, mas ali estava ela, parando em frente de minha casa, mantinha os olhos na torre até que tirou de sua bolsa um dos livros que pegará na casa de Aoi, folhou vendo o desenho de minha torre.

Saía daqui Sakura...

Não adiantava eu pedir, ela não iria me ouvir.

Logo estava ela rondando aquele lugar, tentando achar alguma entrada até que com muito esforço conseguiu puxar uma taboa, tentei lhe segurar, mas minha mão lhe atravessou. Havia naquele instante alguma força querendo que ela fosse até ali...

Entrou com cautela, sem dizer nenhuma palavra andava entre os destroços até chegar ao centro do grande salão, se sentou ali no meio folhando mais aquelas paginas.

–Parece que temos visitas... – vi Karin surgir atrás de Sakura e logo aquele salão se tornava rico e cheio de pessoas como a milhares de anos atrás.

–Saía de perto dela. – ordenei a empurrando com força.

Todos me olhavam sem entender minha reação, mas ninguém faria mal a ela.

–O que ela faz aqui Sasuke? – todos deram espaço para meu pai se aproximar – O que ela faz aqui com você, Sasuke?

–A deixem em paz. – disse sério o encarando – Não faram mal a ela.

–Acha que nós ainda precisamos fazer mal a ela, Sasuke? – minha mãe se aproximou – O tempo que passou com ela já a fez ficar bem perturbada, não irá demorar para ocorrer o mesmo que houve com Aoi.

Engoli seco, eles sabiam daquele homem.

–Não vou deixar.

–Cada instante com ela, só tende que ela se aproxime, Sasuke. – meu pai disse olhando bem para ela – Melhor se afastar.

Me preparei para ficar em forma de ataque quando dois de seus subordinados me transportaram para meu quarto.

–SAKURA!!!

Sakura

–Querida, acorde... – abri meus olhos com a voz de Tsunade, havia uma forte luz atrás de si.

–Aonde estou?

–No hospital. – olhei ao redor, Ino adormecida numa cadeira – Você estava desmaiada no meio da rua. O que pensa que estava fazendo.

–Sinceramente? – ela assentiu – Eu não sei. – respondi sentindo meus olhos arderem.

–Poderá ir para casa já. – disse o médico ainda na porta do meu quarto – Mas preciso que tome alguns medicamentos.

–Medicamentos?

–Apenas para que se mantenha calma, Sakura. – ele sorriu, eu me sentia agora uma louca apenas.

Horas depois...

–Irei dormir, faça o mesmo. – Tsunade me deu um comprimido, o terceiro daquela tarde – Isso ajudará.

Apenas assenti o colocando na boca, mas não o engoli, esperei que ela saísse do quarto para o cuspisse fora. Eu não precisava de mais remédios, apenas precisava ler algo. Peguei um dos livros que tanto me intrigava de Aoi. Nele ele afirmava que séculos atrás havia uma família tão poderosa que queria estar no controle até depois da morte e com isso havia feito com que todos de seu reino morressem no mesmo dia e hora que a família real. A família Uchiha.

Talvez o que me prendia tanto nesses livros nem fossem a historia dessa família, mas sim um membro em questão, Sasuke Uchiha. Ele parecia ser tão frio nas descrições de Aoi, mas ao ler trechos de seus diários e ver suas fotos, eu sentia que o conhecia melhor que ninguém e que todos estavam errados em relação a ele.

Fazia poucos dias, mas eu cada vez estava mais fascinada pelos livros, pelas fotos, era tudo tão forte que me fazia até mesmo esquecer minha vida fora deles. Meus amigos não entendiam, muito menos Tsunade então precisava me afastar deles e o melhor lugar foi o gigantesco prédio onde Aoi diz ser o antigo lar Uchiha.

Esse sobrenome não me lembrava nenhum outro nome a não ser o de Sasuke.

Não conseguiria dormir nem com esses remédios, precisava me sentir mais perto dele...

Duas horas depois...

Segui pelo mesmo caminho para entrar naquele prédio, mas dessa vez não parei em nenhum instante, ia aonde meu coração pedia para ir, nem mesmo os obstáculos me impediam e tinha vezes que eu sentia como se forças do além me puxassem para fora.

Estranhamente hematomas surgiam em meu corpo, arranhões em meus braços conforme eu subia aquelas escadas, estava exausta, mas assim que vi a única porta, provavelmente da torre, algo me fez seguir, a abri devagar vendo tudo com admiração.

As paredes em pedras, moveis queimados, porta-retratos quebrados sem fotos, e bem ao centro a cama de pedra escura que naquele momento pareceu para mim tão convidativo. Segui até ela me deitando bem no meio, olhando o teto e ainda sentiando um grande aperto em meu peito, queria dormir ali, descansar minha mente agora que eu me sentia tão perto dele...

Peguei aqueles remédios, havia trazido comigo sem um porque exato, e os tomei de uma vez só, fechando meus olhos devagar, sentindo o ar faltar e vendo uma pequena sombra se formar...