Hana Kotoba escrita por Stefany01


Capítulo 4
Terceiro Quadro – The love we etched


Notas iniciais do capítulo

Chaos! ^^
Aqui está o último capítulo numerado, e o penúltimo existente na fic. Dessa vez, totalmente voltado para o romance Garry/Ib.
Bem, então, a tradução do nome do capítulo é "O amor que nós gravamos", ou algo assim. É uma frase que aparece duas vezes na música Ib (que, como eu disse, foi o que me inspirou a escrever, de certa forma).

"Eu quero fundir nessa pintura vazia o amor que gravamos naquele sonho" - Ib; e
"Eu percebi a coisa de que nós precisamos para colorir o amor que nós gravamos, isso é "hana kotoba" (linguagem das flores/milagre)" - Garry.

Bem, espero que gostem ^^



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Terceiro Quadro – The love we etched

(Ib’s POV)

Sentei-me, sendo acompanhada pelo Garry. Eu me lembrava de tudo, mas... E ele...? Respirei fundo e me ergui, esticando uma mão para ajudá-lo a se levantar.

Ele ergueu a cabeça e me encarou por alguns momentos antes de sorrir e tocar minha mão com a sua. Apertou-a com força e assentiu com a cabeça. Meu coração deu uma cambalhota enquanto o ajudava.

Ele lembrava!

Assim que estávamos ambos em pé, ele me abraçou. Com força. Apesar de eu estar igual a quando lá dentro, agora meu vestido e meus braços não possuíam espinhos de rosas para lhe espetar.

Entre seus braços, senti-me satisfeita. O calor que ele emanava era confortável, e eu afundei o rosto em seu peito, ouvindo suas batidas aceleradas. Como as minhas. Retribuí o abraço, passando os braços ao redor de seu corpo, e ele me puxou, apertando-me contra si.

Nossa temperatura se estabilizava na mesma, e nossas batidas pareciam treinadas para serem iguais. Tum-tum-tum. Altas, fortes e rápidas.

Após alguns minutos abraçados, afastamo-nos, e buscamos os olhos um do outro. Um sorriso gentil surgiu em seus lábios e desencadeou um alegre em meus.

Ele finalmente estava ali. Eu finalmente podia lhe tocar, sem ter nenhum problema. Além de estarmos novamente lado a lado, eu finalmente tinha idade o suficiente para estar com ele. Por isso, mal pensei quando fiquei na ponta dos pés e juntei nossos lábios.

O toque foi ansioso e carinhoso. O calor apossou meu corpo, um arrepio me tomou. Por quanto tempo exatamente eu ansiei por isso? Nem sabia mais dizer.

Só sabia que eu estava feliz. Pois ele me retribuiu, parecendo tão ansioso quanto. Seus braços tornaram a me puxar mais para perto, e ele tornou a pressionar nossos corpos juntos. Meus lábios se abriram e o beijo foi aprofundado. O calor era impressionante, e meu coração parecia a ponto de fugir do peito, de tão forte que batia.

Mas eu estava feliz. Eu estava com o Garry.

Afastamo-nos com certa relutância, a respiração ofegante. Senti uma carícia gentil no rosto. Sua mão era delicada, apesar de muito grande.

- Eu te amo. – sussurrei apertando o tecido fino de sua blusa entre minhas mãos – Desde pequena. Eu te amo tanto que dói.

- Eu não sei quando comecei a amar-lhe, mas eu a amo. – ele sorriu em resposta – Minha pequena Ib... Deve ter nascido naquele tempo, mas só notei quando você se foi. E mesmo aí, eu não sabia. Pois não podia me lembrar de nada.

Fechei os olhos e esfreguei o rosto contra sua mão, num pedido mudo por mais carícia. Não queria lembrar sobre a negação dele quanto a mim. Só queria aproveitar o tempo ao seu lado.

- Sinto muito. – ele pediu de repente, fazendo-me abrir os olhos, para lhe encarar curiosa – Por ter dito que não lhe conhecia. Eu não queria machucá-la. Nunca quis esquecê-la.

Sorri e inclinei o rosto, dando-lhe um selinho rápido. Meu coração ainda não havia se acalmado, mas isso não me incomodava. Não se o significado disso fosse a presença dele. Se para tê-lo ao meu lado eu tiver que abrir mão das batidas calmas, eu abriria. Mil vezes.

Algumas pessoas passaram por nós, e fizeram comentários maldosos. Outros – em família – taparam os olhos das crianças. Corei de leve e desviei o olhar para o chão. Voltei a tocar completamente o chão com os pés, e desci minhas mãos para as suas.

Ele segurou minhas mãos com força e, quando relanceei o olhar para seu rosto, notei que ele também estava corado. Mas sorria.

- Acho... Melhor sairmos daqui. – ele murmurou envergonhado e eu acenei de leve – Ah... Até logo, Mary.

- Até muito logo, Mary. – sorri.

Em algum lugar, jurei ter ouvido o riso espirituoso de minha amiga.

- 5 meses depois -

Joguei-me no sofá macio da casa de Garry, jogando em seguida as pernas para cima do braço. O próprio dono estava sentado numa escrivaninha pouco a frente, virada de maneira que ele pudesse me ver sempre que erguesse os olhos. Algo que acontecia a cada poucos segundos.

Sorri quando ele ergueu-os novamente, e deixei-me deitar com a cabeça apoiada no outro braço do sofá. Ele estava lindo, com o cabelo preso em um rabo de cavalo atrás da cabeça, com a franja caída no rosto. Sua blusa era bem justa, assim como a calça escura. Ele estava incrivelmente bonito. Bem, ele é incrivelmente bonito.

E todo meu.

Ele sorriu de canto e voltou a desenhar o que quer que seja que ele está desenhando – seu trabalho atual é esse, pelo que parece, e ele parou de ir tanto ao ateliê devido a minha presença eterna em sua casa.

- Ib... Você não deveria estar em casa? – Garry franziu o cenho quando ergueu a cabeça de novo.

- Lá eu fico sozinha. Não quero voltar pra lá. – fiz bico – Aqui é muito mais confortável. Não sei por que ainda não me deixa que eu me mude de vez.

- Você... – ele desviou o olhar vermelho – É... Sobre isso...

Ele deixou o lápis sobre a mesa e se ergueu. Isso fez com que eu me sentasse e lhe encarasse curiosa enquanto ele se aproximava meio apressado. E vermelho.

Parou em minha frente e ficou só olhando por algum tempo. Já ia perguntar o que houve quando, pega de surpresa, ele ajoelhou-se e tomou uma de minhas mãos entre as suas.

- Ib... – ele começou, buscando meus olhos com os seus – Quer casar comigo?

Meu queixo caiu. Estava surpresa; imaginava que seria eu aquela a avançar nossa relação, mas parece que ele finalmente tomou coragem.

Quando finalmente consegui me “des-chocar”, pulei nele, os braços ao redor de seu pescoço e ambos caindo para trás contra o chão.

- Sim, sim, sim! – exclamei feliz, sentindo algumas lágrimas presas nos olhos – Aceito. Quero. Quero sim!

Ele riu, aliviado e alegre, e me abraçou com força. Ergui a cabeça para lhe encarar nos olhos. Já ia repetir um “sim” feliz quando fui interrompida por seus lábios.

Dessa vez, nem liguei pela interrupção.

- 1 ano depois -

(Garry’s POV)

Assim que a música começou a tocar, senti-me incrivelmente nervoso. Eu já esperava esse momento há mais de um ano, e mesmo assim não conseguia relaxar.

Junto com a música, surgiu ela – levada por seu pai recém-lembrado de sua existência. Um belo sorriso no rosto, um coque trabalhado, e excepcionalmente linda no vestido branco rendado. Minha noiva. Minha futura esposa. Minha Ib.

Sorri, sentindo meu rosto esquentar de leve. Ela era incrível, e eu só podia agradecer por ter me escolhido. Enquanto ela se aproximava, bati a mão nervosamente no paletó, retirando qualquer pó que pudesse ter ali preso. Não queria deixá-la feia. Nem um pouco.

Eles pararam ao meu lado, o braço dela me foi oferecido e eu rapidamente lhe enlacei com o meu. O padre começou a falar, dando as bênçãos creio, e eu fingi que ouvia. Mas minha atenção estava muito longe – em lugar nenhum. Minha mente estava voltada unicamente à bela Ib.

Quando finalmente chegou a hora de trocarmos as alianças e aceitar a união, deixei-me fazer o que já havia treinado. Virei-me para ela, peguei sua mão e esperei que ela aceitasse antes de colocar o anel dourado em seu dedo. Em seguida, foi a minha vez, e aceitei antes mesmo do padre terminar a pergunta, recebendo um sorriso dela.

Após estarmos ambos de aliança e o padre ter dito mais algumas palavras, segurei-a entre os braços e juntei nossos lábios, causando um arrepio e um calor imediatos em meu corpo. Palmas foram ouvidas, congratulações e “vivas!”. Eu estava feliz, e só me separei dela porque o ar era necessário.

Ela riu e me puxou para longe, para nossos amigos – poucos, mas bons. Em meio à comemoração, ouvi claramente uma voz inesquecível. Virei-me de leve, vendo o vulto de nossa querida amiga.

Quis chamar seu nome, mas sabia que ela não estava ali, então somente seria olhado estranhamente. Ela sorriu e eu dei uma batidinha no ombro de Ib, fazendo com que sua atenção também se voltasse à loira.

Mary sorriu, e se aproximou, abraçando-nos com força.

- Parabéns. – ela murmurou – Espero que sejam felizes.

Sorri, sentindo lágrimas acumuladas nos olhos.

- É a última vez que nos vemos. Por favor, não me esqueçam. – ela terminou, afastando-se e sumindo no ar.

“Tchau, Mary. Nunca irei lhe esquecer”, pensei, mas não disse nada.

E com um sorriso, o dia era nosso novamente.

- 2 anos depois -

- Ib! – chamei correndo atrás dela, que se afastava alegremente – Pare de sair na frente, isso me assusta!

Ela riu e se virou.

- Mas você estava tão animado com aquela loja, não queria lhe atrapalhar. – ela explicou sorrindo – Eu só vim olhar algumas flores.

- Você está grávida! Você sabe disso? – franzi o cenho – Não pode ficar sumindo por aí. Fique do meu lado, entendeu?

Ela riu novamente.

- Você se preocupa de mais. Eu sei me defender, Garry. – ela fez um gesto com a mão para deixar isso de lado, o que só me arrancou um bico.

- Não suma de perto de mim. Entendeu? – repeti mais sério.

Ela suspirou.

- Certo, certo. Entendi. – revirou os olhos – Não vou sumir, não esquenta.

Será mesmo que entendeu?

- Ah é. – ela comentou pouco depois, enquanto observávamos algumas rosas – Eu já decidi o nome de nossa filha. Quer saber qual é?

Observei a maneira como esticou a mão e alisou uma das pétalas amarelas da rosa em nossa frente. Ela era tão fácil de entender às vezes...

Sorri e acariciei seus cabelos.

- Não precisa. – respondi – Acho que já tenho uma ideia de qual é...

Ela sorriu.

- Será que ela vai ficar feliz? – perguntou um pouco preocupada – Pode ser que isso a irrite...

- Claro que não! – exclamei surpreso – Digo, claro que isso não vai irritá-la! Ela te adora, sabe? Ela deve ficar feliz. É nossa amiga, afinal.

- Sim... – piscou, afastando algumas lágrimas que vi surgir em seus olhos – Ela é nossa amiga.

Nossa querida amiga. E, agora, nossa filha.

Só rezei internamente para que ela não fosse tão difícil de lidar quanto a original. E torci, também, para que ambas fossem felizes.

Porque elas mereciam tanta felicidade quanto nós dois.

E, por breves instantes, pensei ter ouvido um sussurro alegre no ar. Um pequeno sussurro curto e importante.

Um singelo agradecimento.

“Obrigada”.


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Notas finais do capítulo

Reviews, por favor?
Então, amanhã eu apareço novamente com o epílogo, que é curtinho, uma coleção de "cartas" para a Mary e só.
Obrigada por lerem! *-*
Ciao, ciao! o/
Bacio! ;*



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