O Garoto Que Tinha Medo De Amar escrita por Gin


Capítulo 17
O Melhor Amigo


Notas iniciais do capítulo

Para Duda

Por me curar de algo, que eu nem sequer sabia que tinha

Você é uma pessoa incrível e vou te levar pra sempre na minha vida



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Clara

 

Deveria ser por volta das cinco horas da manhã, quando Clara despertou. Ela ficou deitada na cama, olhando para o nada por um tempo, ainda com sono, mas sabia que com certeza não conseguiria dormir novamente.

Ela lembrou então do dia anterior, e do que havia falado com Ícaro, a amizade dos dois parecia ter dado um grande salto.

Só de trabalhar com você, eu me sinto bem”. Essas eram as palavras de Ícaro que ficavam ecoando na cabeça dela, e por algum motivo a fez sorrir bobamente quando lembrou. Se recordou também de ter tocado a mão dele por instinto, e por mais que isso parecesse bobo, agora ela sentia uma vergonha imensa. Enrolou-se no lençol ao lembrar e perguntou-se o porquê de ter feito aquilo.

Era domingo, e com certeza haveriam muito menos pessoas no colégio do que no dia anterior. O visto que ela havia pegado, funcionava para os dois dias, então ela não teria que se preocupar em ir novamente a direção para solicitar um novo.

As paredes azuladas do quarto dela, serviam de vez em quando para anima-la, e até funcionava, mas dessa vez ela estava tão sonolenta, que a única coisa que queria fazer mesmo era desaparecer do mundo. Olhou para sua estante, repleta de livros de fantasia e de estudo, ainda faltavam muitos para ela ler, e alguns talvez, ela nem se lembrava que tinham ali, a falta de tempo era tão grande que acabava por fazer ela se esquecer de um dos seus maiores hobbies, a leitura. Vestiu uma blusa marrom com uma estampa meio florida, colocou um short que ia até o joelho, e calçou seus chinelos de Harry Potter a qual havia comprado em uma promoção há um tempo atrás. Abriu a janela do seu quarto, que dava visão direta para a piscina do clube, havia algumas pessoas lá, na verdade, dia de domingo o local poderia ser visitado por qualquer estudante, contanto que tivesse a devida autorização.

Clara arrumou sua cama, fechou as janelas, e se espreguiçou antes de sair de seu dormitório. Deu uma volta pelo colégio, observando as poucas pessoas que estavam ali, talvez o número não fosse maior que 50. Por um momento se perguntou se Ícaro ou Jocelyn haviam voltado para casa, já que ambos haviam estado ali no dia anterior. Quando se pegou pensando em Ícaro, veio novamente a cena dele e dela, e junto com essa cena, ela sentiu uma sensação calorosa, como uma pequena fogueira que se acende no frio inverno, e rapidamente, ela se perguntou se Ícaro sentia-se da mesma forma. Não, não, não, o que ela estava pensando? Por que ela estava se sentindo daquele jeito? Ao questionar-se mais uma vez, abandonou o seu pensamento, e continuou a dar sua volta.

Mesmo sendo domingo, alguns clubes ainda ficavam abertos, para entreter os alunos que estariam ali. O melhor, era que todos os clubes, nos dias de domingo eram abertos para qualquer aluno visitar, podendo atrair novos membros, ou apenas usar um domingo chato para se divertir.

Antes de se decidir onde iria primeiro, Clara foi até o refeitório. Haviam cerca de quatro a cinco alunos comendo, que a cumprimentaram enquanto passava. Ela comeu um pedaço de bolo e um copo de leite. Ao olhar para o canto do local, ela viu Ryan, seu colega de classe, ele comia sozinho, e suas olheiras revelavam que ele havia acabado de acordar, e provavelmente não dormira muito bem, mas mesmo assim, parecia impecável em tudo, seu cabelo curto estava bem penteado, com uma leve elevação para cima, vestia uma blusa azul celeste com estampa de estrelas, usava uma calça jeans preta. Clara percebeu que enquanto comia, ele olhava para um livro, a qual ela não conseguiu reconhecer de longe, mas poderia jurar que era de história. Ela se levantou e foi até ele.

— Bom dia Ryan, já está estudando essa hora? – Clara observou a página, ela mostrava as grandes cruzadas do passado.

Ryan olhou para ela dando um sorriso bonito e simpático.

— Sim, eu gosto bastante de estudar assim que acordo, fico mais ativado dessa forma. – Ele fez um gesto de “Força! ”, com a mão, e sorriu.

Clara sorriu junto, era um sorriso realmente cativante, parecia até com uma garota da sua sala, “Amy”, ela se lembrou.

— Além do estudo, tem algum motivo para você estar aqui hoje? – Ela perguntou – E onde está Britney, vocês não estão sempre juntos?

— Não, não, estou aqui porque é mais fácil de estudar, digamos que... A situação na minha casa não é muito boa nem adequada para estudo. E sobre a Britney, ela voltou para casa dela, e nós não estamos sempre juntos, só as vezes. – Ryan fez um sinal com a mão como se falasse “Eu estou bem, mesmo sem ela”, de uma forma que realmente pareceu engraçada, Clara riu um pouco.

Clara então, sentindo-se um pouco mais confortável sentou no assento do lado de Ryan.

— Já te disseram que vocês parecem um casal, não é? – Disse ela.

Ryan revirou os olhos e respirou fundo.

— O tempo todo, todo o tempo, e mesmo quem não diz, fica olhando para a gente e transparece muito, que está pensando sobre isso. – Falou ele, mesmo em um tom sério, dava para perceber que ele estava descontraído.

Clara sorriu para ele, mesmo os dois estarem se divertindo, continuar nesse assunto poderia forçar um pouco a barra. Um breve silêncio começou, mas logo foi rompido.

— Aliás. – Disse ele após tomar o seu copo de suco. – Se fôssemos falar de casais aqui, obviamente você e Ícaro seriam o ponto chave. – Ryan deu um sorriso sugestivo.

Clara enrubesceu, ele e ela, um casal? Sem chance, eram apenas colegas de trabalho, não é? Eram apenas dois estudantes que participavam do Conselho estudantil, eram... eram... Amigos! Certo? Clara ficou confusa, assustada e envergonhada, e aparentemente isso transpareceu demais em sua cara, tanto que Ryan a olhou com um olhar de desculpas.

— Ah, acho que não devia ter tocado nesse assunto, me desculpe, Clara. – Disse ele.

Clara demorou alguns segundos para se tocar de que ele ainda estava ali do seu lado, mas se estabeleceu mentalmente e sorriu meio torto, ainda um pouco envergonhada.

— Não, tudo bem, mas sério, vocês veem nós dois como um casal? De onde tiraram isso?

Ryan parecia preocupado em continuar a falar disso, mas já que era Clara que estava perguntando, não poderia haver problema.

— Bom, vocês passam o dia todo dentro da sala do conselho, mesmo com muito trabalho, algumas conversas acontecem, não é? Além claro, de ele parecer um pouco mais feliz quando está do seu lado. – Disse ele.

— Ele parece assim? – Perguntou Clara, tentando se lembrar sem sucesso de ter visto ele mais feliz.

Ryan assentiu.

— Sim, com certeza, é visível o quanto ele fica mais animado, depois que fala com você. – Ele balançou a cabeça, como se soubesse de tudo. – Eu consigo ler as pessoas, às vezes.

Clara olhou para baixo, pensativa, será que era verdade? Será que ele realmente se sentia assim? Infelizmente, ela duvidou, não poderia ser assim, não mesmo.

— Que nada, ele não se sente assim, nós somos apenas colegas de clube mesmo. – Disse ela, por mais que no fundo, duvidasse das próprias palavras.

— Bom, só pense um pouco mais depois, Brandon já falou comigo sobre Ícaro, e aposto que você também sabe, que muitas vezes, ele esconde sentimentos, e tenta não os demonstrar. Por mais que seja um pouco diferente, tem certeza que você não está fazendo o mesmo? – Disse Ryan, se levantando. – Eu tenho que ir, Clara, vou me encontrar com o Brandon para estudar, mas pense no que eu disse, tudo bem?

Clara se despediu de Ryan, mas continuou com a cabeça nas nuvens. Ela estava escondendo seus sentimentos? Mas ela havia sido tão sincera com Ícaro há um tempo atrás, será que ainda havia mais alguma coisa que ela estava escondendo? O que? Nem ela conseguia descobrir essa resposta. Mas talvez uma pequena passada no clube de música ajudasse.

Clara subiu os degraus do prédio e já escutava sons de bateria, baixo, guitarra. Foi até o clube de música, onde a sala estava com mais gente do que ela esperava, haviam vários estudantes ali, sentados, escutando a banda o clube tocar. O vocalista e o baterista estavam muito bem, tanto que Clara de imediato reconheceu a música “Confortably Numb”, da banda “Pink Floyd”, ela também reconheceu Richard, que tocava o baixo, porém ele não a avistou, ou reconheceu, por estar extremamente concentrado no instrumento. Quando a música acabou, todos bateram palmas e pediram mais uma, porém o vocalista disse que iriam dar um intervalo de alguns minutos. Richard então desceu do pequeno palco montado ao fundo da sala, e falou com uma das pessoas sentadas, no meio da conversa, seu olhar passou por Clara, que acenou para ele. Richard então fez sinal para ela esperar um pouco, e assim ela fez. Sentou-se e percebeu que quase todos os instrumentos estavam sendo utilizados na música, com exceção do piano, que continuava no outro canto da sala, esquecido. Ela se lembrou então, do dia em que Ícaro havia tocado para ela, foi também o dia que ele disse que a ajudaria no Conselho e assim vem fazendo desde então, isso fez ela dar um sorriso bobo, e aconchegante, que logo foi rompido pela chegada de Richard, que sentou ao seu lado.

— Eae, veio dar uma olhada aqui, já que não tinha nada para fazer? – Disse Richard, dando um sorriso e a cumprimentando.

— Exatamente, só uma boa música para alegrar uma alma acabada pelo tédio. – Disse ela sorrindo também. – Vocês foram bem, parabéns.

Ele sorriu, e fez um gesto de agradecimento.

Clara gostava de conversar com Richard, porque ele era um garoto muito educado e gentil, ela havia começado a falar com ele há pouco tempo atrás, com o assunto voltado ao Ícaro, já que eles eram amigos de infância e até então melhores amigos, os dois se conheciam muito bem, pelo menos era isso que ela pensava. Richard tinham um jeito de conversar, que poucas pessoas tinham, ele simplesmente falava, e não parecia ter absolutamente nenhuma segunda intenção, muito parecido com o estilo de Ícaro, ela se perguntou por um momento se alguém tinha adquirido isso do outro, e quem seria.

— Então, como andam indo as coisas com o Ícaro? Ele resolveu falar com você? – Perguntou ele.

— É, até que falou um pouco, por mais que ache que ele continue não querendo me dizer algumas coisas. – Clara percebeu que Richard desviou o olhar muito rápido. – Mas não vou obrigar ele, todos temos coisas a esconder.

Richard assentiu, com um leve ar de tristeza, mas que logo desapareceu com um sorriso.

— Bom, espero que dê tudo certo, com certeza é muito difícil trabalhar com alguém que não te conta nada. – Disse ele.

Clara então, se sentiu curiosa, Richard o conhecia há muito tempo, desde quando eram crianças, logo, ele poderia contar algumas coisas.

— Richard, como o Ícaro era, quando você o conheceu? – Ela perguntou.

Richard bagunçou um pouco seu cabelo curto, e olhou para cima, como se tentasse lembrar de alguma coisa.

— Se eu fosse dizer, diria que ele não era tão diferente de como é hoje. – Ele deu uma pausa, e se espreguiçou. - Mas todo mundo muda com o tempo, nem eu, nem você, somos a mesma pessoa que erámos há alguns anos atrás. E isso, não é de fato ruim, certo?

Clara assentiu, ela sabia quem com erros, as pessoas aprendem e acabam mudando com isso, e não sendo as mesmas pessoas, mas ela também sabia, que mudar muito, também poderia ser um erro. Pensou em perguntar mais alguma coisa, pois de maneira alguma, ela conseguiria perguntar diretamente a Ícaro, mas ao ver que Richard não parecia gostar muito disso, resolveu parar. Tentou falar de alguma outra coisa, mas não conseguia pensar em nada interessante.

— Quando a gente era criança, ele era o mais hiperativo de nós, costumávamos ter um grupo, onde sempre íamos brincar juntos, e Ícaro sempre tomava iniciativa em tudo. – Falou Richard, olhando para o teto, provavelmente se lembrando do passado.

Clara o olhou admirada, Richard nunca parecia gostar de contar as coisas do seu passado, ou do de Ícaro, mas dessa vez ele falou naturalmente. Ela não disse nada, e ele parou também.

— Sabia que ele também já fez compôs algumas músicas? – Perguntou ele.

Ela assentiu, se lembrando principalmente de quando ele havia tocado para ela, se ela se lembrasse bem, ele chamava aquela melodia de “A poesia do coração”.

— Há alguns anos atrás, um dos nossos amigos tocava violão, então ele compôs a letra, e nosso amigo fez a melodia, quer escutar? – Perguntou Richard.

Clara assentiu com muita certeza, ela não sabia que ele também escrevia letras de canções, então obviamente desejaria ouvir.

Richard então se levantou, pegou o violão, e se dirigiu até o vocalista e conversou com ele, ela viu-o assentindo, provavelmente dizendo que Richard poderia usar o palco. Algumas pessoas que estavam fora da sala, aguardando a volta do intervalo, começaram a entrar, outras que ainda estavam sentadas, se ajeitaram no lugar e esperaram. Clara observou Richard, ele tinha uma melancolia que ela não conseguia explicar, com certeza, ele também escondia seus sentimentos, e talvez por isso relutasse tanto em falar do passado, por não desejar se lembrar, ela pensou nela mesma com isso, mas logo abandonou esse pensamento.

Richard afinou o violão, e colocou o microfone com apoio, onde ele pudesse falar, enquanto estivesse sentado, talvez ninguém tivesse percebido, mas ele não parecia tão seguro, de vez em quando olhava para a plateia, e respirava fundo, depois desviava o olhar.

— Eu vou.... Tocar e cantar uma música que um amigo meu fez há algum tempo atrás. – Disse Richard no microfone, logo a voz dele ecoou pelas caixas de som colocadas no teto. – Espero que gostem.

Richard então dedilhou no violão, o que de início era uma melodia calma, e pacífica, aquelas a quais preenche sua alma após um dia muito cansativo. A cada nota que Richard tocava, Clara percebia que as mãos dele tremiam um pouco, e seu olhar concentrado no violão, parecia mais de desespero que de concentração, porém ninguém aparentava perceber isso, por conta de que ele tocava muito bem.

Logo, ele abriu a boca, respirou fundo e começou a cantar, enquanto tocava:

 

Ela me disse

Que aquela era a nossa música

E eu fiquei dias, semanas escutando

E quando ela acabava, eu acabava

Sempre chorando

Ela me disse

Que eu era sincero

Então coloquei todas as minhas forças na sinceridade

E tudo mudou

E nada, tem igualdade

Talvez se você escutasse a voz de Richard normalmente, batesse um papo com ele, ou o escutasse, você não perceberia o quanto sua voz era doce, e como ele conseguia transparecer uma melancolia que a música trazia. Todos ali presentes balançavam a cabeça, seguindo o ritmo das cordas que Richard tocava e da música que cantava. E assim, ele respirou novamente e continuou:

Ela me disse

Que eu a fazia feliz

Então fiz da felicidade dela, a minha felicidade

E tudo se quebrou

E tudo foi para a cidade

Ela me disse

Que eu não tinha medo

Mesmo sabendo que eu era o maior medroso do mundo

E tudo se foi

E se foi o tudo

Ela me disse

Que nada iria nos separar

Então coloquei todas as minhas esperanças, em nós

E o mundo nos abandonou

Nos deixou a sós

Ela me disse

Que poderia viver para sempre

Então acreditei que seria sim, ao meu lado

E quebrei a cara

E não aconteceu como o esperado

Clara então, se perguntou quem seria “Ela”, mas lembrou do que Richard havia dito “desde que ele perdeu aquela pessoa, ele tem sido assim”. Agora então, ela sabia, que a tal pessoa, era uma garota, mas o que teria acontecido entre eles? Era alguém que decepcionou amorosamente ele? Não, era mais do que isso, mas logo, ela se concentrou em continuar escutando a letra.

Ela me disse

Que eu iria encontrar alguém melhor

Então tentei seguir, procurando alguém ao meu redor

E não consegui

E em mim mesmo, me perdi.

Eu me disse

Que seria feliz

Então, tentei de todas as formas procurar a tal da harmonia

E não encontrei

Mas hoje, sei sim o que é alegria

Alguém me disse

Que tudo muda

E logo, eu confirmei isso para a minha realidade

E hoje sou mudado

Mas na mudança, perdi a felicidade

E depois disso, Richard dedilhou mais um pouco a suave canção, transparecendo como se fosse a pessoa mais triste do mundo, Clara não soube dizer se ele estava interpretando na canção, ou se realmente sentia isso. Quando acabou, todos bateram palmas e até se levantaram, o clima era calmo, e algumas pessoas até mantinham as cabeças abaixadas, envolvidas na música.

Clara pensou em ir falar com Richard novamente, mas quando ela se levantou, ele fez um sinal para ela não ir até ele, e sorriu, como se dissesse que estava tudo bem, uma grande mentira.

Então, Clara se lembrou do que eles haviam falado uma outra vez, quando ela perguntou o porquê de ele não ajudar Ícaro, sendo que eram melhores amigos. “Eu já tentei! Eu já tentei várias vezes! É frustrante para mim também! “, ele havia dito na época.

Foi aí então, que Clara percebeu, que talvez melhores amigos, não fossem tão próximos, que talvez a dor que um sinta, o outro também sente, mesmo que fosse só de um lado. Talvez Ícaro fosse o melhor amigo de Richard. Mas talvez, nenhum dos dois fazia valer a função.

E ao pensar nisso, Clara percebeu que Richard sofria também, não só pelo Ícaro, mas por motivos diferentes, por motivos que eram próprios, e que ele era fechado demais para revelar. Então, sentiu a necessidade de pegar um pouco de ar fresco, e com os olhos lacrimejando de culpa, saiu da sala de música e foi para fora do prédio.


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Notas finais do capítulo

Eu consegui terminar o capítulo antes de fevereiro começar o/
"Quando sai o próximo?"
Boa pergunta, quem sabe? e-e



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