O Garoto Que Tinha Medo De Amar escrita por Gin


Capítulo 12
Aquele Que Caminha Sozinho


Notas iniciais do capítulo

Para John

Por ter me ensinado e me mostrado que tenho talento para algo

Seu aluno chegou longe



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CLARA

Era uma manhã nublada, quando Clara já havia chegado no colégio. Havia poucas pessoas andando por lá, talvez por ainda ser muito cedo, ou talvez pelo clima não favorecer e algumas pessoas preferirem estar deitadas, sem se importar em chegar atrasadas, ou simplesmente nem ir estudar hoje. Além do som do vento e das folhas que balançavam as árvores, estava tudo silencioso e calmo, o que mostrava que poderia ser uma manhã deprimente. Clara saiu cumprimentando os estudantes e professores que passavam por ali, como era de seu costume, deu uma volta pelo pátio e no dormitório feminino. Seu quarto era totalmente organizado, suas paredes eram azuladas, sua cama estava com cocha bem colocada, e seu lenço debaixo do travesseiro, devidamente dobrado. Seu guarda-roupa colocado do lado esquerdo da porta era da cor verde, ele foi um presente de seu avô, que dizia que a cor do móvel se parecia com a de seus olhos. Ela tirou um guarda-chuva, pois acho que precisaria, e arrumou suas coisas, a fim de começar mais um dia. Olhou pela janela, alguns estudantes já começavam a chegar e se estabelecer próximo ao prédio, para se proteger dos pequenos pingos de chuva que começavam a cair. Era mais uma semana que começava, mais trabalho a fazer, mais pessoas para falar, mais dificuldade, mas ela sabia que não estava mais tão sozinha, agora ela tinha alguém que se dispôs a ajudá-la.

Clara deu uma volta ao redor do colégio e passou a procurar Ícaro, ela teria que explicar as tarefas que o conselho estudantil haveria de ter na semana que se iniciava. Ela sabia que Ícaro acordava e chegava cedo, mas mesmo procurando, não conseguiu acha-lo. Foi do refeitório até mesmo as proximidades do dormitório masculino, de onde não poderia e não queria entrar. Mesmo assim, acabou não encontrando-o. “Talvez ele se atrase um pouco hoje por causa da chuva”, pensou consigo mesma. Clara se aproximou um pouco do campo de Atletismo, onde observou Jocelyn sentada na grama, olhando para a pista. Seus cabelos loiros estavam soltos, o que revelavam uma pequena franja que desciam em seus olhos, ela vestia um casaco e uma calça jeans, ao seu lado, mesmo com a leve, porém decorrente chuva, havia um guarda-chuva fechado.

– Bom dia Jocelyn, não vai correr hoje? – Perguntou Clara com um sorriso.

Jocelyn a olhou com uma cara meio para baixo.

– Como vou correr com esse clima frio? A preguiça tá me tomando, me salve Clara. – Falou ela.

Clara sorriu um pouco e se sentou ao seu lado, abriu seu guarda-chuva e o segurou, protegendo as duas da chuva que começava a piorar.

– Acho que devemos nos proteger, está vindo uma tempestade ai. – Falou ela para Jocelyn.

– Eu queria correr hoje, Clara, o torneio está ficando próximo, eu preciso treinar. – Jocelyn respondeu.

– Sim, é claro, mas e se você ficar resfriada? Não vai ser pior ainda?

Jocelyn assentiu.

– Sim, mas eu não quero largar o campo de atletismo ainda, meu corpo não quer sair daqui.

Clara tocou a mão em seu ombro.

– Venha, vamos nos proteger, mais tarde você treina.

Jocelyn assentiu e se levantou, mesmo hesitante. Ela abriu seu guarda-chuva e seguiu ao lado de Clara, enquanto as duas iam até o prédio.

– A propósito, você viu o Ícaro? – Perguntou Clara, enquanto as duas caminhavam.

Jocelyn negou.

– Nem me fale daquele maldito. – Disse ela com uma cara enraivecida.

– O que ele fez? – Disse Clara sorrindo, ela conhecia a personalidade de Jocelyn, qualquer coisa já era motivo para deixa-la irritada ou fingir que estava.

– Ele não me respondeu se iria entrar no clube de atletismo.

Clara deu uma pausa e respirou fundo.

– É... Sobre isso, Ícaro agora está me ajudando no conselho estudantil. – Clara deu um sorriso de desculpas. – Eu sinto muito sobre isso.

Jocelyn fingiu uma cara de impressionada.

– Oh! Então é isso?! Você vem aqui, me tira do meu campo e ainda tira de mim um candidato ao Clube de atletismo? Eu me sinto decepcionada! Cadê a gilete? Vou me matar agora. – Jocelyn começou a fazer drama.

Clara deu uma boa gargalhada.

– Só você mesmo Jocelyn, para me fazer rir numa manhã tão deprimente.

– Manhã deprimente? Imagina para mim! Não posso treinar, não vou levar um novato e ainda minha melhor amiga vem dizer que sua manhã está deprimente? Morrerei agora! – Falou ela brincando, mas logo deu uma risada de leve.

Clara acompanhou sua risada e de um tapa no ombro de Jocelyn.

– E então, como está indo as coisas? – Perguntou Jocelyn.

Clara não respondeu de início, talvez por causa das duas estarem correndo, já que a chuva piorava bastante, ou simplesmente por não querer dizer nada. Quando as duas chegaram no prédio, ou melhor, perto dele, por causa da quantidade agora grande de alunos que se amontoavam ali. Praticamente todos os alunos estavam ali, esperando a chuva passando, esperando a hora de ir estudar, alguns outros corriam e pulavam na chuva, amando a sensação de gotas tocando em seu corpo, existiam um ou dois alunos sentados na grama, tocando violão e ensaiando uma peça, Clara reconheceu Brandon, um amigo seu da classe. Não era realmente proibido chegar molhado na sala, só não poderia atrapalhar a aula estando assim.

No meio de tanta gente, e do espaço vazio do pátio, a aproximação de uma pessoa sozinha acabou chamando atenção. Vindo do dormitório masculino, havia um garoto de franja preta, olhos azul-celeste, usava uma blusa azul e calça jeans preta, agora encharcada com a água, ele não usava nenhum guarda-chuva, e caminhava lentamente, olhava para baixo atentamente, como se estivesse vendo algo extremamente interessante no chão, ao se aproximar e ver aquela multidão de pessoas olhando para ele, simplesmente sorriu, e encostou na árvore, onde Brandon estava e outro garoto que tocava violão, os dois sorriram e começaram a conversar com Ícaro, o mesmo, por sua vez, não parecia nem um pouco animado, Clara conseguia perceber isso, mas também percebeu que ele forçava de vez em quando um sorriso, ela se perguntou o motivo.

A primeira aula havia começado, e Clara ainda estava nos corredores vendo se haviam alunos fora da sala. Ela não havia pedido ajuda a Ícaro, achou melhor deixar ele com seus amigos, pelo menos naquele momento. Vagando, ela começou a pensar sobre o conselho e de como Ícaro iria a ajudar, e sorriu alegremente, agora sabendo que realmente possuía ajuda. Por algum motivo, ela mal poderia esperar para chegar a hora do clube, a fim de resolver as coisas e discutir com ele. Ícaro era uma pessoa inteligente e conseguia fazer relatórios bem elaborados, com detalhes explicativos, no pouco tempo que os dois já estiveram juntos, ele foi capaz de realizar muita coisa. Também pensou no incidente da sala de música, quando ele havia tocado piano para ela e de como isso a fez se sentir nas nuvens, isso fez ela sorrir sozinha um pouco.

Ao chegar na sala, encontrou Charles explicando e resolvendo alguns exercícios, ele não falou nada quando ela entrou, mas isso já era de costume, ela olhou para a sala que também acostumada com essa situação, continuaram fazendo o que estavam, menos Ícaro, que a olhava de relance, com uma mão apoiando seu rosto na cadeira. Ela deu um aceno e sorriu, Ícaro assentiu como retribuição, num gesto vago.

Clara sentou-se e passou a prestar atenção na aula, assim como todos os outros.

Ao final do turno, Clara passou andando nos corredores, a fim de saber se alguém necessitava de alguma coisa, ela não sentia fome, então foi direto para a sala, cumprimentando aqueles que falavam com ela no caminho. Ao abrir sua sala, percebeu que estava com um aroma agradável e que metade da janela estava aberta, talvez com proposito das folhas ali presentes não voarem, nem serem molhadas pela chuva que insistia ao cair. Ícaro estava ali, sentado, escrevendo e analisando alguns relatórios, ele olhou para Clara e sorriu um pouco.

– Cheguei mais cedo hoje. – Disse ele.

Clara entrou na sala e fechou a porta, e olhou o que Ícaro já havia feito. Havia pelo menos quatro relatórios concluídos, o que a deixou impressionada.

– Ícaro, como fez isso tão rápido? Tem certeza que foi da maneira correta, ou está com letra legível? Não podemos entregar isso de qualquer jeito.

Ícaro assentiu.

– Eu sei muito bem disso, mas hoje não tive fome e assim que a aula acabou, vim rapidamente para cá.

Clara o encarou por um momento. Não de uma forma diferente, apenas analisando ele. Mais cedo, Ícaro não parecia muito bem, mas agora, estava totalmente recuperado, ela devia ter imaginado coisas. Sorriu e sentou-se.

– Então, você fez tudo tão rápido, ainda sobrou trabalho para mim? – Disse ela, esboçando um sorriso.

– Se quiser ir embora e me deixar sozinho com esse trabalho, pode ir, é mole! – Brincou Ícaro, dando um sorriso.

Clara retribuiu e deu um leve tapa em seu ombro.

– Obrigada mais uma vez por me ajudar, você não sabe o quanto me sinto aliviada.

– Quantas vezes você já me agradeceu? Eu contei umas seis. – Falou Ícaro balançando a cabeça.

– Ah é? Pois então não agradecerei mais, boa sorte em viver e realizar essas coisas sem mim. – Clara fez uma cara de irritada.

Ícaro piscou para ela, não parecendo ter entendido a sua brincadeira, mas logo riu e se acalmou.

– Pelo menos, você me deu algo para fazer, era deprimente ter que passar a tarde toda dormindo ou vagando por ai.

– É, sou uma salvadora de vidas, agradeça-me mortal. – Brincou Clara.

Ele sorriu, mas logo voltou ao seu pedaço de papel. E então, o silêncio se fez. De início ele não era incomodo, era preenchido com as gotas de chuva que caiam, depois, começou a produzir outro tipo de silêncio, um mais profundo e pesado, a qual foi difícil de aguentar para os dois. Esse silêncio era tão desgastante que cobria até mesmo o som da pesada chuva que havia de cair, do forte vento que se estendia e até mesmo do som do lápis que escrevia o relatório. Uma das duas pessoas ali presentes deveria acabar com esse silêncio frustrante, e os dois sabiam disso, foi ai que Ícaro falou.

– Ei, Clara... – Falou ele, olhando para os lados.

A quebra de silêncio foi algo surpreendente para ela, que o olhou de uma forma tão perceptiva, que parecia ver tudo dentro dele, e isso talvez, tenha assustado Ícaro.

– Sabe, qual seu maior sonho? – Ele perguntou, por fim.

Clara balançou a cabeça, não entendendo o motivo da pergunta.

– Por que está me perguntando isso logo agora? – Ela perguntou, não apenas por ele ter feito essa pergunta agora, mas sim, impulsionada em saber o que estava acontecendo com ele. Ícaro era uma boa pessoa, mas boas pessoas sempre têm algo a esconder, um pesadelo, um medo, uma dor.

Ícaro olhou para o lado, a fim de evitar contato visual.

– É que... – Ele fez uma pausa, como se estivesse pensando em algo. – Na verdade, é que estou afim de compor uma música, e acho que ajudaria saber os sonhos das pessoas próximas a mim.

Ele havia mentido, e Clara sabia disso. Ela sabia dizer quando alguém mentia, estava estampado no rosto, na falha da voz, no balanço das mãos, nas pernas trêmulas, Ícaro possuía isso tudo, era um péssimo mentiroso, mas Clara resolveu não jogar isso na cara dele e seguiu com sua história.

– Meu maior sonho... Bem... Acho que essas coisas são difíceis de dizer de uma vez, concorda? Em vez de te dar uma resposta, te darei uma outra pergunta. Qual a diferença entre sonho e ambição?

Ícaro a encarou, ele parecia não esperar que essa fosse sua resposta, mas assentiu e falou.

– Acredito que ambição é algo que você quer para si próprio, sonho nem sempre, pode ser algo que você deseje fazer para algumas pessoas. Tem várias maneiras de definir isso.

– Então, você me perguntou qual o meu maior sonho, defina “Sonho” para mim. – Ela falou.

– É difícil definir essas coisas de uma vez, mas no modo geral, é algo que você espera que aconteça, podendo ir atrás disso, ou não.

– Sim, é difícil definir, assim como é difícil eu pensar em qual é o meu maior. – Ela sorriu. – Acho que temos sonhos novos todos os dias, mas por ser passageiro, não os chamamos disso, chamamos de “meta”, um conceito que tentamos achar e conseguir fazer isso.

Ícaro assentiu.

– Você não diria que seria um sonho passar de ano no colégio, é mais uma meta, mas você espera que aconteça de um jeito ou de outro, no fim o sonho está em todas as partes, mas com conceitos diferentes.

– Exatamente. – Ela fez uma leve pausa. – Agora, me conte o verdadeiro motivo de ter perguntado isso.

Essa última frase pegou-o de surpresa, sua cara passou de susto, até indiferença.

– Eu já disse, estou querendo compor uma música e preciso reunir conceitos.

– Então os músicos procuram inspiração nas palavras? Não acha que seria melhor buscar inspiração nas coisas ao seu redor, não seria um tipo de inspiração observar algo? – Clara começou a insistir, com o propósito de Ícaro lhe contar a verdade.

Ícaro apenas abaixou a cabeça e começou a continuar seu relatório, desviando de qualquer palavra que Clara tentasse colocar nele e a deixando perplexa.

– Eu não sou um músico, nem um poeta, eu esqueci isso há muito tempo. – Ele disse.

Ao Ícaro falar isso, Clara percebeu que não poderia mais continuar a tocar no assunto. Mais do que ela já havia chegado, seria perigoso, e por isso, deixou o silêncio novamente tomar conta do lugar. Dessa vez ele foi mais intenso, e não foi apenas de voz. O silêncio foi muito mais profundo do que qualquer outro tipo naquela sala, nem mesmo se eles conversassem novamente, ele seria desgasto. Era o tipo de silêncio que só se perceberia, quando observasse e prestasse muito tempo atenção, ele estava dentro das palavras e do coração do garoto Ícaro. Então, até o fim do trabalho, os dois não falaram mais absolutamente nada.

Clara ainda estava na sala, quando a noite começava a chegar, ela terminava os últimos relatórios do dia e do seguinte, a fim de adiantar as coisas para não ter tanto trabalho, ela sempre foi assim, dedicada e perfeccionista. Após ter realizado tudo, trancou a sala e saiu em direção ao seu dormitório, em seu caminho, encontrou um dos garotos que estava com Ícaro e Brandon mais cedo. Um garoto de cabelos pretos curtos, com um leve topete, ele vestia uma camisa azul e uma bermuda branca, Clara o reconheceu sendo da sua sala e logo lembrou de quem ele era, mas seu nome não veio à mente.

– Ei, você. – Falou ela tocando no ombro de Richard.

Richard se virou e por um momento, pareceu bastante surpreso, mas manteve a compostura.

– Ah, olá, Clara.

– Você é amigo do Ícaro não é? – Perguntou ela.

Richard sorriu e fez uma reverência.

– Sou sim. Richard Giovani, o melhor amigo dele.

Clara sorriu e fez um gesto cortês.

– Eu acho que também não preciso me apresentar.

Richard balançou a cabeça negando.

– Ótimo, eu preciso que me diga, se está tudo bem com ele, sabe... Ele não me pareceu. – Ela falou.

Após ouvir essa frase, ele olhou para o lado com um sorriso triste e disfarçado.

– É normal isso acontecer de vez em quando, não se preocupe com ele. – Richard falou.

– “Isso” o que? O que está havendo? Hoje ele me pareceu decepcionado com algo ou alguém, você sabe me dizer quem é?

– Eu sei, mas infelizmente, não posso, é algo que apenas ele poderia contar a você. – Falou Richard, olhando para baixo, tristemente.

– Do que está falando? Eu só quero ajudar, ele não vai me contar nada se eu perguntar, eu tentei arrancar dele alguma resposta, mas ele simplesmente calou-se de uma maneira que eu não poderia nem chegar perto.

Richard tocou a mão no ombro de Clara e balançou a cabeça.

– Ele sempre fica assim, depois que vai visitar uma pessoa querida para ele. Geralmente dura quatro há cinco dias, mas já aconteceu uma vez que ele passou três semanas sem falar com ninguém, nem mesmo com seus pais.

Aquilo foi como uma pancada nas costas de Clara, ela não sabia que ele se sentia dessa maneira, isso fez com que se sentisse culpada, pôs a mão na cabeça, indignada.

– Mas mesmo assim, ele não devia ficar sozinho, ele tem amigos não tem? Por que você não fala com ele, ou tenta melhorar seu humor? Ele não é seu melhor amigo?

A expressão de Richard foi expressada como se ele houvesse recebido picadas de uma agulha. Clara percebeu isso e logo fez um gesto, pedindo desculpas.

– Eu já tentei! Eu já tentei várias vezes! Mas eu não consigo! – Falou Richard elevando o tom. – Mas ele nunca pede ajuda, e sempre se mantêm distante! Até mesmo dá sorrisos para não percebemos que ele está triste! É frustrante para mim também!

Clara então se deu conta que ela não era a única que se sentia assim. Por alguma razão, Ícaro mexia com ela, de uma maneira diferente, não só como companheiro de classe, como ajudante no trabalho, mas, era uma forma mais afetuosa, ela não conseguia explicar.

– Clara... Ícaro caminha sozinho, e isso não é de hoje, eu o conheço há um bom tempo, desde que ele perdeu aquela pessoa, ele tem sido assim.

Clara abaixou os olhos tristemente, e tudo veio à tona. O motivo para ele estar escondendo, o porquê dele ter feito tudo aquilo rápido e bem feito, o sorriso falso, na tentativa de esconder a dor...

Sem dizer mais nada, ela se despediu de Richard e se dirigiu ao dormitório, naquela noite, ela não dormiu.


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Notas finais do capítulo

Não brinque com a dor, não vai gostar do resultado.



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