P.O.V. Thalia

Fazem cinco dias que estou na porra da Casa do Sangue do Sr. Castellan.

Desde que achei a Annie, nada melhorou. Ela está meio psicótica. Meio psicótica não é o termo, mas ela está zonza, sempre com os olhos arregalados, parece que sempre está vendo algo á mais.

- Sabe o que houve com ela? - pergunta Percy. - Quero dizer...

- Sim, sei - respondo.

Percy e eu estamos sozinhos na casa. Luke e Leo estão comprando pão e miojo Nissin. Não sei porque raios eles quiseram passar alguns dias aqui (quase uma semana).

- Ela estava com supostas marcas de batom nos olhos, o que na verdade, eram olheiras - explico pro Perseu. - O que sugere que ela passou a noite toda acordada. Mas agora ela está mal por falta de ar!

- Ah, cara! Me desculpa! Eu não tive intenção de fazer isso.

- Eu sei que não.

Luke e Leo chegam. Isso é bom, pois assim o Percy não enche mais o saco. Falando em saco... Onde está o saco de pão que deveria estar na mão de um deles?

- Cadê o pão? - pergunta o Percy.

- Para... O... Carro - diz Leo fazendo um gesto que nos manda para fora. PATADA!

- O que houve?- pergunto.

- Não é pra tanto - diz Luke descontraído. - Mas vão para o carro.

Meu carro está aceso. Finalmente vamos embora! Entro no carro e logo Luke larga Annie deitada em meu colo. Ela está dormindo. Em circunstâncias normais, eu poderia dizer "Oh, ela parece um anjinho dormindo" ou então "Queria que minha filha fosse que nem a Annabeth! Awwwwwwwwwn". Mas ela está acabada. Sem ofensas e tudo mais, mas está parecendo uma zumbi. Ela está com olheiras enormes (ainda), muito pálida e seu cabelo parece um ninho onde até os ratos não suportariam viver.

- Okay, o que vocês queriam? - pergunto.

- Ah, nada! - Leo responde. Ele se sentou no banco da carona, Luke na direção e meu primo idiota comigo. - Só queríamos uma draminha.

Bufo. [n/A: palavra estranha]

...

É um domingo.

Annabeth perdeu uma semana de aula e está feito louca tentando recuperar. Ela tem falado nisso constantemente. Seu pai foi viajar, o que é o grande resultado positivo de uma encrenca. No fim, descobrimos que o problema dela era apenas umas noites sem dormir e que bateu a cabeça em uma frigideira, além de ser picada por poucas formigas. Natural.

Ela está dormindo aqui em casa enquanto seu pai viaja. Quando ela acha um tempo em seus estudos, conversamos,

- Thalia - pergunta  ela -, foi difícil superar a sua mãe?

Estamos na minha cama vendo TV. Annie se virou para o lado oposto do meu e eu estou com minha coluna torta sobre a cabeceira, meus pés cruzados por cima da coberta.

- Não foi não, Annabeth.

Debaixo das cobertas, posso ver seu corpo se voltando para o meu.

- Mas então, por que você é tão...

- Tão o quê? - viro o rosto pra ela. Sei que ela é legal e, tal, mas nunca se sabe quando eu vou explodir, então é melhor encará-la, pois sei que assusto todo mundo com meus olhos diabólicos.

- Tão... Thalia! - ela sobe para o meu lado. - Você é única, Lia!

- Lia? - ela deita a cabeça no meu ombro, relaxo este sobre o peso dela. Ela retira a cabeça. - Pode ficar.

Ela volta.

- Se você me chama de Annie - ela fala -, posso te chamar de Lia.

- Boa teoria! - aprecio.

- Eu quero que você saiba, eu precisava de uma Thalia em minha vida.

- Na verdade, uma Thalia não faria falta.

Me irrito com estes comentários dela. Acho que ela percebe. E retira a cabeça de meu ombro fazendo as cobertas dançarem enquanto de move para o meu lado oposto.

Me arrependo, mas aproveitando a chance que tenho, desligo a TV no meio de um programa chato e me viro para dormir.

- Boa noite, Lia! - ela diz.

- Durma bem, Annie!

O despertador fez seu trabalho: me despertou.

Acho que é porque vem do relógio de Annabeth.

- Annie! Você está louca? - pergunta. - Faltam 20 minutos pra hora de acordar!

- Mas eu tenho que chegar cedo na escola! - ela fala em seu tom "Sou mais nova, tenho meus direitos. Respeite!"

Ela é meio fresca.

Levanto, me arrumo. Não tenho mais vergonha da Annabeth, depois do que ela sabe que eu tive de fazer por ela, não tememos mais nada uma da outra, por isso, me troco na frente dela. Ela prede o cabelo em um rabo de pônei (se em Inglês, é ponytail, sempre será ponytail).

Tomamos café sozinhas. Meu pai já foi pro trabalho e minha madrasta está dormindo.

- Temos café na escola! - ela protesta.

- Não gosto de café! - retruco.

- Mas então chame isto de, hum - ela pensa -, sei lá! Suco da manhã? Leite da manhã?

- Vem, Annie! - digo. - Vamos tomar um leite da manhã!

- Então vamos!

Meu leite com Toddy é mais exagerado que o dela. Por isso, escuto um texto de o que o chocolate em pó, ingerido em excesso, pode causar.

- Mas vem do chocolate! - estou quase rindo e ela sabe.

- Chocolate! - ela insiste que está certa.

- Chocolate vem do cacau! - protesto rindo um pouco.

- Chocolate contém cacau, mas é um mínimo de cacau. - ela explica. - Quem lhe garante que o chocolate do qual o pó é feito é rico em cacau?

- Okay, é bom! Vou continuar tomando. Saúde não é nada pra mim. Ainda!

Vamos para a escola de bicicleta. Ela me pede e eu, como sei que ela é vista e blablablá, aceito.

- O dia está bonitinho! - ela diz. - Por isso, temos que aproveitá-lo, então... Que modo melhor que a bicicleta?

- Paraquedas! - respondo.

A aula não foi nada demais. Passei ela inteira rindo com o Luke e jogamos o Jogo da Velha, que deveria se chamar Jogo da Bolinha e do Xizinho, segundo eu e o Luke. Acredite, foi difícil chegar a um nome bom e só restou esse! Que podre!

A tarde se resumiu em andar de bike com a Annie e com o Luke.

É uma segunda-feira, mas hoje foi bem legal! Convido Luke pra ir lá em casa de noite, jantar com a Annie e comigo, meus pais foram em um casamento.

Quando estamos preparando a janta, a televisão da cozinha está ligada e o noticiário está passando.

"Acabamos de ser informados que em Miami, uma convenção de professores..."

O pai de Annabeth está lá!

"foi formada com êxito nesta última semana. Hoje seria concluído o último dia da convenção. Se uma catástrofe não tivesse..."

QUE MERDA ACONTECEU?

FALA LOGO, MULHER!

"acontecido. Um incêndio acabou com tudo que havia no prédio da convenção. Nenhum sobrevivente."