Inocência Insana escrita por duuhalbuquerque


Capítulo 11
Capítulo11: Suspeitos




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         Tenshin colocara um copo de uísque com gelo. Ofereceu para seu convidado, mas o mesmo não aceitou.


      O senhor deve imaginar o porquê da minha visita, não é mesmo?  – O policial Seichiro indagou.


      Desculpa desapontá-lo, mas infelizmente não... – Tenshin respondeu, bebendo um pouco de seu uísque enquanto sentava-se em uma poltrona.


      Então não soube sobre a morte da senhorita Sayu?  – Novamente Seichiro perguntou, ainda de pé observando Tenshin.


      Sayu? Morta? Quando isso aconteceu? – Tenshin repousou o copo no braço da poltrona ao ouvir as palavras do policial.


      Uma semana atrás... Vocês eram bem próximos... Surpreendo-me que não soubesse do acontecido!  – Seichiro disse.


      Enfim, para você estar aqui, suspeita de mim... Estou correto? – Tenshin terminara seu copo de uísque e logo em seguida se levantou.


      Digamos que... Algumas fontes me asseguram que o senhor tinha diversos motivos para cometer o homicídio...


      Como ela morreu? – Tenshin.


      Com um tiro no peito... A empregada também foi atingida, mas a mesma escapou com vida, mas está em coma! – O policial respondeu.


  


Tenshin soltou um leve sorriso, surpreendendo Seichiro.


      Qual é a graça, senhor Kusanagi?


      Você disse que fontes seguras dizem que eu tinha motivos para matá-la. Pode até ser... Mas acho que o que a Sayu mais tinha eram inimigos! – Ponderou o jovem empresário, começando a fumar enquanto observava a cidade pela janela do escritório.


      Verdade? Pode citar alguns?


      Um marido sabendo que sua esposa é infiel, o trai com um homem infinitamente mais rico que ele... Acho que é um bom motivo para matar, não concorda? – Tenshin apenas sorria, enquanto comentava.


      Já falei com o senhor Takada... Ele tem um forte álibi... Que é o motorista dele... O senhor pelo menos tem algum? Poderia me informar o que fazia no dia da morte de sua amante?  


      Acredito que nem tenho um bom álibi... Bom... Semana passada eu sai praticamente todos os dias... Sabe como é, né? Sou um homem rico, tenho meus afazeres... Mas se ela tiver sido assassinada na quarta feira... Eu estava transando com um cara que conheci em um bar... Fomos pra casa dele... Dias chuvosos mais um bom vinho me excitam de forma incontrolável... Então deve imaginar aonde chegamos... Preciso dar mais detalhes?  – Tenshin jogou o cigarro pela janela.


      O senhor pode me levar até esse homem? – Seichiro, ainda mantendo seu ar sério, indagou.


      Ah, foi apenas sexo... Entende? Não sou do tipo de pegar telefone pra ligar no dia seguinte... Além do mais não gostei muito do sexo dele... Já transei com melhores... – Novamente Tenshin respondera de forma sarcástica.


      Tudo bem... O senhor não poderá sair do país até termos concluído esse caso... – Falou o policial – Tenha uma boa noite! – Virou-se caminhando até a saída.


      Ah... Não acredite muito em Takada... Ele costuma transar com o motorista dele... Talvez algumas noites de sexo sirvam para um falso testemunho, se é que me entende... – Ponderou Kusanagi, fazendo Seichiro parar no meio do caminho – Outra coisa... Procure por Amily Johnson, mais conhecida como Samilly... Talvez ela possa te ajudar em alguma coisa!


      Amily Johnson? Essa não é sua irmã por parte de pai? – O homem de cabelos extremamente loiros virou-se até Kusanagi.


      Exatamente... Amily e Sayu eram amigas... Até o dia que Sayu deixou de dar uma grana que havia prometido a minha irmã... Hoje em dia, dinheiro vale muito... Principalmente pra minha irmã, que sustenta seus vícios em drogas e o alcoólatra do meu pai...


      Obrigado pelas informações, senhor Kusanagi... São de grande valia! – Seichiro novamente voltara a seguir o caminho da saída.


      Por nada... Quando quiser, pode voltar... Será sempre um grande prazer recebê-lo aqui! – Sorriu Kusanagi, com seu olhar malicioso de sempre.


 


 


...


 


         Kaoru e Shirou permaneciam sentados no sofá, enquanto o pai do mesmo continuava assustado com a noticia que acabara de receber.


      Então... O meu filho com a Julie não morreu, como disse Isabelle? – Perguntou o pai de Shirou, sentado em outro sofá observando seu filho.


      Não... Sou a prova disso! – Shirou respondeu sucintamente.


Albert ficara em silêncio por mais alguns segundos. Ao lado, sua mulher observava toda a situação intrigada.


      Albert... Posso falar com você na cozinha um momento? – A mulher do mesmo perguntou, sendo seguida para cozinha por seu marido.


      O que foi, Luiza?


      Você acredita mesmo que esse garoto seja seu filho? – A morena indagou.


      Como assim? Isso está obvio, não acha? Agora preciso voltar pra terminar a conversa... – Albert voltou até a sala.


 


O pai de Shirou sentou-se no sofá a frente de seus convidados. Não sabia o que dizer, nunca imaginou que aquilo um dia pudesse acontecer.


      Bom... Farei o que for preciso pra te ajudar em alguma coisa... Você precisa de alguma coisa? – Albert perguntou.


      Não preciso de nada... Apenas achei que você tinha direito de saber que seu filho ainda está vivo! – Shirou disse, sendo observado por sua namorada.


      Entendo... Vocês poderiam passar essa noite aqui? Pra gente se conhecer melhor...


 


Shirou assustou-se com o convite de seu pai. Por um momento olhou sua namorada, estava hesitante em aceitar a proposta.


         Na escada, os dois filhos mais novos de Albert observavam a cena. Logo em seguida, a menina de cabelos loiros cacheados correu para seu quarto, sendo seguido pelo caçula.


      Que maneiro termos um irmão mais velho, não é, Karen? – O menino de cabelos castanhos comentou, sorrindo.


      Maneiro? Que maneiro? Isso significa que terá mais um pra dividir o pouco que temos do papai... Deixa de ser idiota! – A menina loira se exaltou, assustando seu irmão.


         Karen tinha apenas dezesseis anos. Seus cabelos cacheados eram loiros e passavam um pouco dos ombros. Assim como Shirou, Kaoru tinha os olhos extremamente azuis.


Apesar de ser apenas uma adolescente, tinha um corpo de mulher. Falava como uma, tinha um olhar frio, ambicioso e arrogante. Diferente da irmã, Erick era um garoto doce e bem divertido. Tinha apenas doze anos, usava uma blusa azul de algum desenho bem famoso nos Estados Unidos. O mesmo permanecia sentado na cama abraçado a um travesseiro.


      Que isso, Karen? Ele é nosso irmão! – O menino comentou.


      Irmão? Meu irmão é você, e pra mim está ótimo! Não quero um intruso nessa casa... Você verá que será questão de tempo para o papai apenas dar as coisas a ele e bajulá-lo em todos os momentos – Karen olhava fixo para o garotinho, deixando o mesmo assustado com tais palavras que a garota pronunciava – Mas isso não vai ser por muito tempo... Darei um jeito nisso rapidinho... – Terminou pensativa.


 


...


 


         Yushiro e Kamui continuavam deitado na grama pensativos. A noite estava extremamente linda, haviam milhares de estrelas iluminando o crepúsculo, e o vento glacial deixava tudo mais agradável.  Os grilos e as corujas eram os únicos animais que interrompiam o silêncio preservado pelos garotos.


      Não acredito que todo aquele ódio que sentia por mim era amor... – Yushiro riu, ainda observando as estrelas.


      Cale a boca, Yushiro! – Kamui respondeu de forma malcriada.


      Por que não quer assumir mais que me ama? Ontem você disse isso com bastante facilidade...  – Yushiro virou-se para o lado de seu amado, colocando sua mão sobre o peito do mesmo e exibindo um sorriso brincalhão.


      Você está a fim de levar umas porradas, não é? – Kamui retribuiu o sorriso, bagunçando os cabelos negros de Yushiro.


Yushiro sorriu, mas contorceu os lábios ao sentir seus cabelos bagunçados – Você sabe que não gosto que mexam no meu cabelo! – Yushiro se jogou por cima do corpo de Kamui, o que acabou se transformando em uma brincadeira de rolar na grama.


         Longe dali, na janela de um dos quartos, Misaki observou toda a brincadeira. Soltou um sorriso satisfeito, ao ver o que sabia que um dia aconteceria. Logo depois, novamente jogou-se na cama e voltou aos seus pensamentos longínquo.


Yushiro e Kamui se sujavam na grama enquanto brincavam, ambos riam de forma descontraída.


          Ta bom, chega... Não somos mais crianças pra brincar disso!  – Novamente Kamui retornou com seu ar sério enquanto ajeitava sua roupa amassada.


      Baka! – Yushiro roubou um beijo do garoto, surpreendendo o mesmo.


Ambos agora iniciavam um beijo intenso. Começara então as mãos intrometidas de Kamui passar por dentro da blusa de Yushiro. Seus dedos tocavam o peito do garoto, desciam até a barriga e escorregavam até as costas do mesmo.  Aquelas caricias arrepiavam todo o corpo de Yushiro, fazendo o mesmo aumentar o ritmo do beijo.


Com seu corpo junto ao de Kamui, pode sentir o membro do mesmo excitado por dentro das calças. Aquilo o assustou, e rapidamente saiu de cima do corpo de seu amado.


      O que foi, Yushiro? Fiz algo de errado? – Indagou Kamui.


      Nada não... – Respondeu o garoto, corando discretamente.


 


...


 


         A irmã de Tenshin usava uma roupa intima extremamente curta um tanto quanto sexy. Preto, com um enorme decote, o que deixava seus seios tentadores.  Terminava de ajeitar seus cabelos, agora vermelhos intensos, no espelho que ficava sobre uma mesinha de maquiagens.


Foi então que alguém bateu na porta.  A mulher fora até a porta, ao abrir, deparou-se com um homem loiro de sobretudo preto.


      Em que posso ajudá-lo? – A ruiva indagou.


Seichiro exibiu seu distintivo – Seichiro Saiko, sou da policia Japonesa e gostaria de lhe fazer algumas perguntas... – Ao se identificar, entrou no pequeno quarto.


         O quarto do hotel era realmente pequeno. A cama estava com seus lençóis vermelhos bagunçados. Haviam alguns cigarros apagados e resto de cocaína sobre uma mesinha de cabeceira. No chão, encontrava-se duas garrafas de vodka vazias próximo a janela.


Apesar de ser uma tarde ensolarada, tudo estava parcialmente escuro, pois as cortinas encardidas impediam a entrada do sol. Mesmo com a visita inesperada, Samilly permaneceu com sua lingerie ousada.  Novamente sentou-se e começara a colocar um batom vermelho em frente ao espelho arredondado.


      Desculpe, pode ser rápido? Tenho um cliente pra chegar a qualquer momento... – A mulher disse de maneira ousada, enquanto ajeitava seu batom, esfregando seus lábios um no outro.


      Senhorita Amily Johnson...Soube sobre a morte da empresária Sayu Mori? – Começara Seichiro perguntar.


      Amily Johnson? Faz tempo que ninguém me chama assim... – A irmã de Tenshin riu, enquanto tirava um lápis de olho de uma pequena caixinha.


      Mas esse é seu nome, certo? – Seichiro perguntou de pé, dando mais uma verificada em alguns papéis em suas mãos.


      É, esse mesmo... Samilly é apenas um apelido que meu pai colocou em mim quando eu era pequena... – A ruiva disse, terminando de se maquiar – Enfim, eu soube sim sobre a morte de Sayu... Vi num jornal... Fiquei abismada com o acontecido!


      Pode me informar onde estava na quarta feira da semana passada? – O policial indagou.


      Deixe-me lembrar... Estava com um dos meus clientes em um restaurante... Posso entrar em contato com ele, quer? – Amily agora ajeitava seus cabelos perfeitamente vermelhos, deixando alguns fios sobre seus olhos escuros.


      Claro, se for possível...


      Tudo bem, mas podemos deixar isso pra outro dia? Ele está trabalhando agora, e com certeza não poderá atendê-lo... – Irmã de Tenshin virou-se para o policial ainda sentada logo após pegar um cigarro da mesa e ascende-lo.


      Tudo bem... Só peço que não saia da cidade por enquanto!  


      Não se preocupe... Eu compreendo, quando não se tem testemunhas, qualquer pessoa é fundamental pra resolver o caso! – Amily levantou-se, pegara um lindo vestido branco de dentro de um guarda-roupa.


      Na verdade, temos testemunha sim... A empregada de Sayu, Sakura, de vinte e sete anos... Sobreviveu ao tiro na cabeça... Apenas está em coma, mas logo que sair o caso estará resolvido! – Comentou o policial.


      Ah... Que bom, não é? – Comentou a mulher de costas, deixando a mostra sua tatuagem de escorpião por toda as costas – Poderia fechar o meu vestido, por favor? – Pediu, colocando seus cabelos vermelhos por cima dos ombros.


      É verdade que o senhor Ryuzo mora nesse prédio? – Seichiro perguntou, após levantar o zíper do vestido.


      O que? O ex secretário de Sayu? Ah, sim... Mora no segundo andar! – Falou a mulher – O senhor já conversou com o amante dela, Tenshin Kusanagi?


      Desculpe... Mas não posso dar informações sobre o caso! Agora preciso ir, obrigado... – Seichiro saiu do quarto em seguida.


Amily permaneceu calada por alguns minutos apenas observando a porta, logo depois seu celular tocou.


 


         Ryuzo dera passagem para o detetive que havia acabado de chegar a seu apartamento.


Ao contrário do de Amily, o apartamento de Ryuzo era confortável e bastante organizado.


      No dia da morte de Sayu? Eu fui visitar minha mãe em Nagoya... – O homem de cabelos negros respondeu, sentado na poltrona.


      É verdade... Ele havia ido me ver, eu estava meio gripada... E sabe como é, né? Uma velha sozinha em casa, gripada... Não é algo que se pode deixar pra lá – Brincou uma senhora que acabara de entrar na sala com uma bandeja de bolinhos e café.


Seichiro fora servido enquanto ainda ouvia o homem a sua frente.


A mãe de Ryuzo, uma senhora de cabelos curtos grisalhos, sentou ao lado do policial e também se servira com o café fresco na xícara.


Alguns minutos se passaram, e finalmente Seichiro decidira ir embora. Ryuzo fechou a porta após a saída do detetive.


      Obrigado por ter falado que eu estava na sua casa, mãe... – Agradeceu Ryuzo, abraçando a senhora.


      Tudo bem, meu filho... Só espero que não tenha feito nada de errado mesmo! – A senhora retribuiu o abraço, soltando o moreno em seguida.


      Claro que não fiz! Mas ele suspeitaria de mim se eu contasse a verdade... No dia da morte da senhorita Sayu eu estava indo pra casa dela pra me encontrar as escondidas com Takada-san... Ele havia descoberto alguma coisa, mas depois da morte dela, ele nunca mais me ligou ou me chamou pra sair... – Ponderou o ex secretário de Sayu.


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Notas finais do capítulo

Primeiro capitulo do ano, especial para vocês
COMUNIDADE - http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=94069707



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