O Piano escrita por Isabella Cullen


Capítulo 7
Capítulo 7 Eu estava com ele


Notas iniciais do capítulo

Bom sábado meus amores!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Mais um capítulo para parar o nosso coração de vocês meus amores!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/419726/chapter/7

O almoço foi ótimo e cheio de conversas engraçadas, tomamos café no jardim de inverno de Carmem e então Edward disse que ainda precisávamos ver alguns ajustes para o grande dueto. Nos olhos de Carmem houve um brilho e um sorrido largo, eu entendia, era a concretização do trabalho de seu marido. Muita generosidade de Edward dar esse agrado aquela mulher, no final ele a abraçou e disse algumas palavras em alguma língua que eu não compreendia, ela respondeu sorrindo e até emocionada.

- Venha sempre Isabella. Essa casa precisa de jovens como vocês.

Olhei para o piano e sorri.

- Eu sei que voltarei. – disse certa.

- Eu vou aguardar. Obrigada pela visita.

O clima quando entrei no carro era leve e descontraído, Edward ligou o som e deixou Scott Joplin e seus dedos mágicos embalarem nossa volta. O som do piano era um calmante natural, melhor do que qualquer remédio. Edward sabia disso? Por alguns segundos eu pensei que ele soubesse. Outros pensei que deveria ser assim para ele. Olhei a paisagem na volta e estávamos entrando numa área rural, eu sei que deveria perguntar aonde estávamos indo, só que minha vontade era desfrutar das lindas paisagens que ele me oferecia e em silêncio conseguir organizar as coisas dentro de mim. Quando a música mudou acho que ele ficou me olhando como se esperasse a aprovação, Amy nos embalava agora com sua voz única e estilo dramático. Eu poderia me sentir assim em relação a Jacob, mas meus pensamentos estavam na liberdade que eu estava desfrutando.

- Chegamos.

- Chegamos onde? – perguntei divertida.

- Tenho uma casa aqui. – ele apontou para nossa frente e um pequeno chalé lindo estava lá. Ele era antigo e tinha uma escada linda e romântica. Edward saiu e abriu a porta do carro para mim. Agradeci com um sorriso e então ele foi me guiando. Eu estava encantada enquanto ele pega as chaves no bolso.

- Esse lugar é simplesmente...

- O céu.

- Como achou ele?

- Era de uma amiga de Alice, quando ela resolveu vender, eu quis comprar. Digamos que aqui é um refúgio.

- Passa muito tempo aqui?

- Infelizmente não, tenho vários compromissos que me deixam mais em aviões do que em um lugar fixo. Detesto hotéis.

Edward pareceu não ver minha confusão e então abriu a porta revelando o grande estilo da casa. Era clássico e até feminino.

- Não mudou nada quando comprou?

- Não, eu gosto assim. – ele pensou um pouco antes de continuar – Parece que uma mulher chegará a qualquer momento e vai reclamar da posição de algum móvel. Gosto dessa expectativa.

Os seus olhos estavam misterioso, como se guardassem um segredo, eu tinha os meus, então nem ousaria começar as revelações.

- É lindo. – andei um pouco pela sala vendo os quadros, as mesas com vasos sem flores, a linda vista para uma pequena e aconchegante estufa. Dava para ver a cozinha e todos os seus instrumentos prontos para serem usados. A bancada de madeira no meio nos dava um ar tão rústico e campestre. E a escada com certeza nos reservava os quartos. Não deveria haver mais que dois.

- Eu vejo que gostou.

- Eu amei.

- Preciso pegar alguns documentos, fique a vontade.

Edward subiu e eu me senti bem para andar e explorar mais a sala. Os quadros paisagísticos nos davam o clima ainda mais singular aquela casa. Eu vi alguns porta-retratos. Alguns de Edward sozinho, outras dele com uma mulher muito bonita, deveria ser a mãe dele porque ao lado tinha uma foto dela e outro homem igualmente bonitos. Estacam sorrindo. Tinha foto de Edward, Alice e Emmett sentados na grama de alguma casa. Eles em outra estavam brincando de neve e imaginei a mãe dele tirando a foto.

Por mais complicada e difícil que a história deles tenha sido eles tinham conseguido uma grande e linda família. Superaram os obstáculos e hoje estavam felizes. Não me via assim mais nenhum com Jacob, de alguma forma, nós dois poderíamos ter sido tudo, mas não fomos nada. Passamos muito tempo insistindo em algo que não havia futuro. Nunca chegaríamos a esse nível, porque em todas as fotos, existia um cumplicidade, um amor incondicional.

- O que está pensando? – a voz de Edward soou um pouco preocupada. Era a primeira vez que eu deixava tristeza invadir a minha mente.

- Que tem coisas que não são para ser.

- É verdade?

- O que é verdade?

Edward foi até uma pequena mesa e pegou uma revista, tinha um foto minha grávida e Jacob do lado tocando delicadamente a barriga numa em que ele ganhou um prêmio de empresário do ano pela revista Forbs.

- Também. Isso e outras coisas com certeza.

- Mamãe sempre diz que para conversas sérias, um bom chá é a melhor forma de começar.

Edward foi até a cozinha e eu o segui. Com muita habilidade preparou uma mesa de chá para nós, apesar de não ir muito lá a casa tinha todos os ingredientes necessários para um ótimo chá. Colocou biscoitos em um prato, posicionou as xícaras devidamente e fez o chá perfeitamente. Muito inglês, sorri com meu pensamento.

- Tudo aqui é muito lindo.

- Eu também gosto. Tenho um casal que vem aqui duas vezes na semana e que cuida de tudo. Como estou aqui eles vem pouco para não incomodar.

- Não há nenhum piano aqui.

Ele sorriu e sentou depois de me servir.

- Aqui não tem porque é meu lugar de reflexão, eu gosto de ouvir e não de tocar. No meu quarto há uma infinidade de CDs e músicas do mundo todo. Eu amo a variedade cultural que o mundo nos dá. Um piano pode ser tocado de uma forma única por um búlguro e de outra por um argentino. Sou como diz Jean um colecionador de formas musicais.

- Você viajou muito? – adocei o chá com mel e Edward depois de um pouco de limão adoçou o seu com açúcar. Limão e açúcar, gravei a informação.

- Muito, desde novo viajo com Orquestras e faço apresentações individuais. Foi uma forma muito boa de ganhar dinheiro e estudar. Minhas bolsas de estudos me permitiram vários intercâmbios que formam hoje o pianista que sou. Sou muito grato a Jena por todas as oportunidades que ele me ofereceu.

- Ele é um pai não é mesmo? As vezes sinto ele mais próximo de mim do que meu pai.

- Muito paterno. Ele é singular e tem uma maneira de fazer as coisas extravagantes.

- Adoro Agnes, ela sempre estava lá quando eu precisava. – lembrei da revista – Ela esteve lá quando o bebê morreu. Por algum tempo, ela ficou comigo.

- Foi numa turnê.. na última não?

As lembranças me fizeram tomar o que sobrou do chá e então Edward me serviu mais como se visse meu desespero interno. Ele parecia querer ouvir. Eu estava pronta para falar?

- Eu nunca pensei em filhos até aquele momento. Era algo que não cabia em meu casamento. Eu e Jacob não tivemos a mais linda história de amor.

- Casou por quê?

Sorri triste.

- Eu e ele digamos que era o certo a fazer.

- Não entendi.

Edward não se satisfazia com os fragmentos como a maioria das pessoas. Ele tinha os olhos curiosos e desejosos. Quis pensar que ele queria me entender e esse pensamento trouxe uma nova emoção: alguém se importa.

- Meus pais nunca quiseram uma filha pianista. Charlie Swam e Renée Swam não tivera mais nenhum filho e então o cargo da próxima geração ficou em mim. Eles queriam a filha perfeita, só que ela nunca realmente existiu. Tinha sim, uma garota tímida e feia para seus altos padrões. – Edward fez uma cara feia e ri tomando mais um pouco do chá – Já contei como consegui aprender piano, mas estudar música é foi outra história. Eu aprendi tudo com muita dedicação, não havia apesar dos recursos interesse deles que eu soubesse mais que a escala em termos musicais. Passei anos cedendo a eles para que eu pudesse pelo menos ir para uma escola de música. No final, quando completei quinze anos eles foram claros quando disseram que tocar piano era bonito para um grupo pequeno de pessoas, mas não atraia candidatos a bom marido. Então, vovó ficou doente eu tive a desculpa perfeita para morar algum tempo com ela e só comparecer em casa para eventos em que minha presença fosse essencial.

- Sua avó ficou muito doente?

Sorri para ele.

- Acho que vovó sentiu que estava no limite e deu o jeito dela de me tirar daquela casa, mas quando fiz dezessete anos ela realmente ficou doente e eu perdi a única pessoa que em todos os meus anos acreditou que eu poderia ser pianista. Ela pagou para eu estudar piano numa escola que havia na cidade em que ela morava. Me aprofundei mesmo quando fiz 15 anos e me dediquei ao máximo sabendo que aquela era a minha oportunidade. Perder vovó prestes a fazer dezoito foi triste. Voltar para casa e ver meus pais ávidos por um casamento foi pior.

- Essa não é a pior parte não é mesmo?

- Não mesmo. – falei vendo ele se levantar e começar a arrumar a cozinha. Fui ajuda-lo lavando louça e ele começou a guardar tudo.

- Então o que aconteceu depois?

- Eu recebi a herança de vovó quando completei 18 anos e me senti a mulher mais rica do mundo. – Edward riu – Ela tinha deixado uma pequena fortuna e um ano de estudos pagos em uma grande escola de música em Nova York. Eu não pensei duas vezes, fui para Nova York sem olhar para trás deixando meus pais enfurecidos e até mesmo loucos. Aluguei um pequeno apartamento perto da escola e fui muito feliz. Os melhores meses da minha vida com certeza.

- Tinha um piano? – ele perguntou divertido.

- Sempre. O piano e uma lembrança. – disse olhando nos seus olhos.

- Tem algumas inesquecíveis não?

- Eternas. – completei e ele então se aproximou de mim. Quando algo estava para acontecer o celular de Edward tocou nos trazendo de volta para a realidade. Alice dizia que os pais dele estavam no hotel e que todos iríamos jantar juntos. Ela perguntou por mim e ele olhou nos meus olhos quando respondeu que eu estava com ele.

Eu estava com ele. Parecia bobo e infantil, mas sorri alegre e ele retribuiu. Eu estava com ele, a frase ainda ecoava quando retornamos para o hotel. Eu estava com ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mereço comentários meus amores??????????????