O Piano escrita por Isabella Cullen


Capítulo 6
Capítulo 6 Paris


Notas iniciais do capítulo

Não aguentei e postei hoje meninas... espero que gostem e entendam melhor nossa querida Bella e sua história. Assim como Edward e suas histórias.



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Edward era um homem bonito e atraente, eu pensava enquanto subia para pegar minha bolsa e ir comer alguma coisa com ele. Naquela hora me questionei se o que estava usando seria adequado e então resolvi antes de pegar a bolsa trocar de roupa rapidamente por um vestido rosa claro discreto e sapatilhas. Um visual que minha mãe com certeza não aprovaria, mas quando fiz minhas malas, eu só coloquei aquilo que eu queria usar e não que deveria usar, um progresso, na minha opinião. Prendi meus cabelos num rabo de cavalo bem feito e peguei minha bolsa.

A visão dele parado em pé em frente a recepção me tirou o fôlego. Ele tinha agora um ar selvagem e esse pensamento me fez estremecer um pouco. Edward quando me viu sorriu mais uma vez aquele sorriso que eu lembrava e sorri acompanhando.

- Vamos? – perguntei educadamente ao me aproximar dele.

- Sim. – disse pensativo – Sua roupa é linda. – ele era como Alice, sempre tinha algo mais a dizer, mas não dizia por algum motivo.

- Para onde vamos?

- Para onde vamos sua roupa é perfeita.

Fiquei tão feliz de ouvir isso, ele nunca saberia como eu estava radiante por dentro, talvez seja o fato de Jacob gostar de salto e eu não, ou o fato dele nunca gostar das minhas escolhas e concordar com minha mãe em tudo o que me sufocava a maior parte do tempo.

- Conhece Paris? – perguntei enquanto ele abria a porta do carro para mim. De repente percebi como ele era cavalheiro em situações íntimas. Ele deu a volta no carro correndo e entrou em seguida.

- Com a palma da minha mão. Adoro Paris, mas não os centros turísticos cheio de pessoas ávidas por fotos ou recordações.

Que coisa mais diferente de se dizer pensei enquanto ele ligava o carro.

- Não gosta de museus então?

- Eu adoro os museus de Paris. Só que não em alta temporada. Eu gosto de Paris como ela é Isabella. – ele era a única pessoa que me chamava pelo nome e conseguia tornar aquilo maravilhoso aos meus ouvidos.

- Como ela é Edward?

- Paris é calma e cheia de sensualidade. Para mim ela é uma mulher bonita que todos a admiram, no entanto nem todos realmente a conhecem. Ela tem muito mais que uma torre e museus.

A descrição dele era diferente e eu estava admirando as palavras dele. Já tinha vindo diversas vezes, mas o caminho que estávamos seguindo ficava na direção oposta ao centro. Então o carro entrou numa rua com casas modestas, mas mesmo assim imponentes.

- Que lugar é esse? Nunca vim aqui antes.

- Tem uma pessoa que vai adorar te conhecer.

Uma pessoa? Então visitaríamos alguém?

O carro estacionou em frente a uma casa linda. O pequeno jardim adornado por rosas vermelhas o tornava ainda mais exuberante. Saí do carro quase hipnotizada pela casa e segui Edward que caminhava com familiaridade, ele abriu a porta e por alguns instantes hesitei.

- Menino! – alguém gritou e ele gargalhou alto. – Muito travesso não avisar!

Só quando o meu olhar encontrou o da mulher elegante que vestia um vestido florido me viu que percebi que estava na entrada e eles dentro.

- Me apresente Edward.

- Essa é Bella. Bella essa é Carmem, a segunda mulher da minha vida.

Ela corou boba e então veio em minha direção.

- Prazer. – disse tímida.

- Americana! – ela disse radiante. – Vamos entrar querida. Já veio aqui antes?

- Sim.

Ela pegou em minha mão me lavando para uma sala grande e linda. Os móveis em sua maioria brancos davam um ar clássicos a casa obviamente antiga. Quadros com paisagens e jardins me tiraram o fôlego. Por todos os lados havia diversos vasos com tamanhos diferentes e em vários lugares da sala. Só que o que mais me chamou atenção estava atrás de portas duplas de vidro. O piano. Eu fui atraída para ele me esquecendo por completo da etiqueta, talvez fosse pelo ambiente caseiro e casual que a dona fez questão de proporcionar. Abri a porta ouvindo Edward e Carmem conversarem em um francês fluente, mas não prestei atenção na conversa deles, fui até o piano tocando ele com as duas mãos. Era antigo, eu tinha certeza, podia ver as marcas do tempo nele apesar de sua ótima conservação.

- Foi de meu marido.

Carmem estava agora sozinha na sala comigo. Edward estava ao telefone com alguém.

Ele foi professor de Edward. Quando meu marido herdou ele jurou para a avó que nunca venderia. Só que tenho duas filhas violinistas e um filho advogado. – ela riu divertida - Como vê, o piano ficou sozinho.

Nessa última frase senti uma certo dor. Ela estava sozinha porque o dono do piano não estava mais na casa. Me voltei para o majestoso piano e sua história.

- Meu marido conheceu Esme e Carlisle por acaso num dia de chuva em Londres. Abrigamos eles em nossa casa por alguns instantes, ela estava grávida de um bebê que não chegou a nascer. – ela fez uma pausa enquanto eu avaliava as teclas. – Foi esse olhar que Edward deu para o piano quando o viu e desde então, ele toca.

A história de como ele havia encontrado o seu dom é linda. Edward começou a tocar tão pequeno e o seu talento nato o fez ser o grande pianista que é hoje. Respirei fundo e ouvi o lá que foi emitido da por ele quando toquei suas teclas grossas e pesadas.

- Quando você começou a tocar?

O que eu iria contar?

Edward apareceu com os braços cruzados e muito interessado. Mais uma vez encontrei o ar de mistérios em suas palavras.

- Com sete anos. – evitei olhar para ele enquanto contava – Minha mãe detestava a ideia de um instrumento tomar conta de uma parte tão grande de sua sala planejada por um grande decorador. Eu quis por um ano ter um piano e chorei cada dia desse ano desde a primeira vez que vi um piano. Meus pais achavam que eu desistiria em algum momento, mas vovó me salvou. – sorri lembrando de Charlotte Swam, a mulher mais firme que um dia pisou por esse mundo – Ela era mais teimosa que meus pais nesse sentido.

Carmem tinha agora um olhar carinhoso para mim, o mesmo olhar de vovó, e junto desse olhar tinha o olhar de uma mãe que gostaria que algum de seus filhos fosse pianista. Não ouse encarar Edward, ele na verdade era o começo de tudo e estava me sentindo mal por estar ocultando isso, mas não via como isso ser de outra forma.

- Como conseguiu tocar? – ele perguntou. Sua voz era calma e serena.

- Minha mãe estava insistindo que eu aprendesse francês há algum tempo. Minha avó no meu aniversário me apareceu com dois homens na frente de todos dizendo que o seu presente seria o maior que alguém tinha me dado. – sorri com a lembrança da menina correndo até o jardim para ver o piano preto e grande acomodado na grama. – Ela me deu o piano porque não aguentava mais me ver chorosa pelos cantos sem algo que todos naquela casa poderiam me dar. Para ela, aquilo era simples demais. Para meus pais não, significava que eu não estava de acordo com os planos ou com o combinado.

A parte da história que mais doía, não pelo ocorrido, mas pelo sentido que ele tinha.

- Meu pai contratou uma professora francesa que não falava inglês. Ela era muito velha para aprender qualquer outra língua naquele estágio da vida. Se eu não aprendesse francês tão pouco aprenderia piano.

- Oh....

Carmem percebeu o que havia nas entrelinhas, a natureza manipuladora de meus pais e isso era apenas o começo de muitas outras manipulações. Sorri triste para os dois que em encaram num misto de pena e carinho.

- Vamos comer. Tenho certeza que a culinária não parecerá nunca mais a mesma depois que comer aqui Isabella. Carmem roubou o melhor chefe de cozinha do mundo e sempre que posso desfruto de suas habilidades.

Carmem saiu de seus pensamentos e disse que iria avisar para servirem o almoço. Fiquei ali olhando para Edward. Admirando seus olhos verdes e sua expressão serena. Um dia quem sabe Edward Cullen saberia que Isabella Black, a pianista, era na verdade a menina para quem ele tocou uma linda valsa de amor.


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Notas finais do capítulo

Bom domingo meninas e se puderem.. comentem!