O Piano escrita por Isabella Cullen


Capítulo 8
Capítulo 8 Teclas pretas


Notas iniciais do capítulo

Bom meus amores, espero que gostem de mais um capítulo. Estou feliz por dar ele a vocês. Estão montando o quebra-cabeça da vida da nossa querida Bella? Bom, vou fornecer mais uma peço ok? E lembre-se: o primeiro capítulo se passa em 2013, esses em 2012. Estamos nas lembranças dela ainda. Beijos meus amores!



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Sair da bolha que nos cercou o dia todo foi doloroso. Quando entramos no hotel e eu vi a pequena multidão que nos aguardava fiquei desanimada. Edward não seria mais só meu. Alice estava do lado de uma senhora muito bonita e elegante, eu imaginei ser a mãe de Edward e do lado dela um homem igualmente bonito, tinha um rapaz enorme fazendo alguma palhaçada e olhei para Edward que o olhava já rindo. Foi impossível não sentir o carinho que emanava dele.

- Isabella! Como está linda!

Agnes a mulher de Jean me cumprimentou primeiro. Corei quando todos olharam para mim.

- Esme essa é adorável Isabella!

A mãe de Edward me olhou com carinho e depois num gesto inesperado me abraçou e então sorriu para mim quando me olhou nos olhos.

- Você está linda.

- Obrigada.

- Eu sou muito bonito também. – o irmão de Edward se pronunciou arrancando gargalhadas do pai e de Jean. Num impulso olhei para Edward e ele estava de braços cruzados, não sério, mas não havia graça em seus olhos como antes.

- Emmett se comporte. Esse é meu filho e perdoe os seus modos, é impossível fazer esse menino ter algum.

- Prazer. – estendi minha mão, ele sorriu e depois me abraçou. Eu parecia apenas uma filha de papel em seus braços.

- Bem vinda a Paris. – ele disse e eu ainda estava surpresa pelo ato dele.

-Obrigada.

- E por último. – ela continuou olhando feio para o filho. – Meu marido Carlisle.

- Prazer Isabella.

- Prazer.

Ele foi discreto e me cumprimentou com um aceno apenas.

- Vamos comer? – Edward falou e fomos para o salão. Tinha uma mesa reservada para nós e gentilmente Edward me ajudou a sentar enquanto todos estavam fazendo o mesmo. Eu fui pegar o cardápio, mas Edward o fechou carinhosamente, sorrindo de sua travessura.

- Eu tenho uma sugestão. Confia em mim?

- Claro.

Eu queria dizer a ele que naquela hora que nenhum outro homem tinha a minha confiança como ele e inevitavelmente eu lembrei de todas as vezes que Jacob fazia isso e sempre soava mais como uma ordem e isso me deixava irritava por horas. Meu casamento nunca foi algo bom e eu demorei tanto tempo para sair dessa situação. Todos pediram algo e conversávamos sobre assuntos variados, às vezes tínhamos pequenas conversas paralelas e outras todos prestavam atenção ao que um falava. A mãe de Esme falava de seus filhos com um encantador brilho nos olhos, reparei no carinho que Carlisle fazia na mão dela enquanto ela falava e também em como todos tratavam Emmett como um verdadeiro irmão mais novo apesar do tamanho dele. A preocupação de Edward com os estudos, a repreensão de Alice sobre as meninas e Carlilse dando algumas dicas com os professores. Eu e Jean às vezes trocávamos olhares, ele tinha esse hábito, olhava para saber se eu estava bem. Eu queria dizer que não havia mais necessidade desse hábito, Edward estava ao meu lado e eu estava segura de alguma forma.

Quando o jantar foi servido eu admirei a sopa que estava no prato. Ela tinha um verde diferente e era atrativa. Tomei sentindo o sabor delicioso. Era maravilhosa.

- Gostou?

- Muito.

- Legumes e ervas finas. Tempero a base de manteiga, sal e alho. Uma especialidade do chefe.

- Conhece ele?

- De muito anos, ele é vegetariano. Seu forte são legumes então fiz uma seleção para essa noite com o melhor da comida vegetariana.

- Nunca comi nada assim.

Ele sorriu como se eu o fizesse feliz. Sorri e continuei saboreando e pensando nos conhecimentos de Edward, ele parecia conhecer e saber um pouco de tudo. Penso que isso seja pela sua natureza curiosa, ele era uma pessoa que tinha sede de saber e fazer e havia um sol próprio dentro dele. Jean relatou nossa agenda da semana superficialmente, nos mantivemos atentos as suas instruções e nossos ensaios. Eu tinha uma ideia de que conseguiríamos fazer isso quase naturalmente. Alice falou que Edward tinha algumas entrevistas para dar para o novo CD e isso ocorreria num estúdio na sexta feira. Edward fez uma cara feia quando ela anunciou isso, um ensaio nosso precisaria ser cancelado por causa disso. Detestei saber disso também.

O garçom serviu o segundo prato. Era uma salada colorida.

- Uma salada tailandesa temperada com limão, pimenta vermelha e um pouco de sal. É ótima!

Ele explicou o prato no meu ouvido e senti todo meu corpo responder a proximidade dele.

Estava ótima mesmo, só que o tempo todo eu pensei em sua boca perto do meu ouvido. Deus eu estava querendo alguém que conhecia há apenas algumas horas. Mas meu cérebro avisou que eu conhecia ele há muito mais tempo e que eu talvez procurasse em Jacob o que uma vez havia visto nele. Não era possível, me respondi rapidamente.

O prato principal foi servido e eu admirava as cores.

- Arroz com damasco. Prato árabe, muito nutritivo e chamativo.

O branco do arroz com o damasco com certeza era um deleite visual. E enquanto provava pensei em como para mim o jantar seria perfeito caso estivesse somente eu e ele. Ocasionalmente Agnes pedia para relatar como estava a vida e eu era bem evasiva na conversa, sempre dando respostas que não respondiam a muita coisa. Era impressionante, Jean com certeza não contou o que houve na minha casa e eu era grata a ele por ser tão discreto.

A sobremesa foi servida numa taça adornada. Olhei para Edward que sorria e me deixava encantada.

- Ambrosia de abacaxi. É uma fruta tropical, muito doce e deliciosa. Esse doce é uma maneira perfeita para terminar esse jantar.

Um vinho rose foi servido com o prato.

- Vai ressaltar o gosto do abacaxi. É divino.

Eu fechei os olhos quando provei, era um doce diferente e maravilhoso. Alice pediu para provar, ela tinha pedido uma torta-mouse de chocolate amargo. Esme provou do meu e sorriu para o filho aprovando sua escolha. Eu estava na última colherada quando Agnes resolveu ser menos discreta.

- Como está Jacob querida?

O mundo perfeito caiu. A colher ficou no meio do caminho e eu respirei fundo.

- Agnes...

Jean a repreendeu e eu estava vermelha. Todos estavam olhando para mim.

- Acho que bem. – respondi automaticamente.

Eu não sabia de Jacob ou qualquer outra coisa que havia deixado. Naquela hora lembrei de meu celular, deveria ter várias ligações e recados. Eu também não tinha entrado em contato com nenhum assessor dele para saber como eu deveria responder as perguntas, caso houvesse alguma. Meus pais... eu não tinha falado ou tinha notícias.

- Estou com dor de cabeça. – quando o café foi servido eu vi que não estava mais no mesmo clima agradável. – Vou para o meu quarto. Desculpe.

- A viagem deve ter sido desgastante e amanhã você tem ensaio. Durma bem querida.

Eu tinha certeza que não dormiria, mas agradeci a preocupação de Esme e me despedi de todos sem encarar Edward. Eu não tinha contado nada para ele e me senti mal por não explicar que Jacob e eu não existia. Isso durante muito tempo não existiu. Até que a ideia de termos um filho, uma pausa na carreira, a necessidade de ter um bebê foi mais forte. Um casamento que não deveria ter frutos parecia poder ter depois de meses de uma mudança da parte dele. Eu mais uma vez acreditei nele e fui enganada.

Quando fechei a porta as lágrimas caiam e eu sentei no chão mesmo sentindo a fraqueza que as lembranças me causavam, eu tentava respirar, mas isso parecia impossível. Eu perdi meu filho aos oito meses de gestação por má formação genética. Jacob quando propôs aquilo sabia muito bem da doença genética que carregava, mas não se importou com as consequências disso, ele se segurou no milagre dos 50% e a genética se mostrou bem forte quando eu dei entrada no hospital e o médico informou que o coração do bebê tinha uma anomalia e ele estava em sofrimento.

O choro alto e desesperado irrompeu de mim ao mesmo tempo que lembrei do bebê morto sendo levado para longe de mim e da decepção em não poder gerar nada saudável. Quando eu pensei isso, eu não sabia que Jacob era portador de alguma doença.

- Venha...

A voz de Edward e os braços dele me envolveram como um sonho.

- O que... Edward....

Eu estava nos braços dele e no momento seguinte na cama. Ele tirou alguns fios do meu rosto molhada, inchado e vermelho e eu toquei o rosto dele como se buscasse sentir alguma verdade no meu delírio.

- Você não atendeu. Eu consegui entrar com a ajuda do simpático gerente.

As lágrimas ainda caiam dos meus olhos.

- Vai passar.

E aquilo acalmou algo em mim. Ele continuou dizendo aquilo até eu dormir.

"A vida é um piano. Teclas brancas representam a felicidade e as pretas a angústia. Com o passar do tempo você percebe que as teclas pretas também fazem música. " - A Última Música


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Notas finais do capítulo

Eu agradeço a minha linda Alice nordestina - Fabiana - pela citação. Quando ela me enviou eu logo pensei nesse capítulo, sei que é triste tudo isso, mas vejam: ele estava lá. Eu amo esse Edward misterioso e presente! Me digam o que vocês acham ok? Beijos minhas lindas!