O Piano escrita por Isabella Cullen


Capítulo 15
Com a vida


Notas iniciais do capítulo

Bom meninas espero que todas prestem atenção no que eu vou avisar. Esse capítulo tem duas músicas que eu gostaria que ouvisse enquanto leem, só que postar links aqui não adianta muito então eu vou colocar música 1 e música 2 e deixar os links aqui. Acho que para sentir o clima precisam delas. Espero que apreciem a experiência, eu fiquei empolgada com esse capítulo, achei ele simplesmente surpreendente e meigo. Vamos?

Música 1: http://www.youtube.com/watch?v=oMX1sc3eOTE

Música 2: http://www.youtube.com/watch?v=iR6oYX1D-0w

Eu acho que vocês podem deixar os links preparados para só clicarem no play que facilita. Boa leitura meninas!



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– Edward isso pode ser considerado sequestro não?

Eu ouvi ele rir divertido, mas eu estava tensa. Assim que chegamos ao aeroporto ele me levou para uma área em que o jato estava, eu não sabia que Edward tinha um jato. Fiquei espantada com a quantidade de coisas que ele parecia ter e saber, conversou durante alguns minutos com o piloto se assegurando que estava tudo bem.

– Isso não é um sequestro, é uma surpresa.

– Onde aprendeu a pilotar?

– Com um amigo instrutor que conheci na Espanha. Fiquei mais de cinco meses lá para apresentações em Portugal e Espanha e aprendi a pilotar com ele e depois fui ter aulas em Londres, tirei minha licença há alguns anos, mas uso pouco esses conhecimentos.

– O que você não sabe fazer?

Ele sorriu e me olho no fundo dos olhos. Passou a mão em meu rosto e eu me derreti por dentro.

– Eu não soube fazer algumas coisas direito por um tempo, mas creio que a vida me deu oportunidade de corrigi-las.

Eu entendia aquela frase perfeitamente em relação a ele. Deitei minha cabeça sob seus ombros e senti seu perfume maravilhoso, lembrei de Esme sabendo que não iríamos passar o Ano Novo juntos, Rose e Jasper ficaram com os Cullen mais um tempo e eu estava grata porque ela estava distraída e não ficar me fazendo mil perguntas sobre Edward quando liguei para conversarmos um pouco.

– Quer deitar um pouco? Temos um quarto.

– Não, eu gosto daqui.

– Então fique o tempo que quiser Bella.

Ele me deu um beijo na testa. Alguns atos de Edward valiam mais que um milhão de safiras raras em alguma mina na África. Apesar de seu jeito aventureiro e curioso ele conseguia ter uma forma de expressar carinho tão gentil e suave que seria impossível não gostar. Quando o avião pousou Edward colocou uma venda em meus olhos e eu fiquei ainda mais ansiosa para saber onde estávamos. Ele ria com minhas perguntas, mas antes de desembarcarmos ele me fez colocar um casaco e entendi assim que saímos que estava nevando um pouco. Era gelado e nevava, eu já amava o lugar.

– O carro está esperando senhor Cullen e colocamos as bagagens como pediu.

A voz de uma mulher soou, mas eu estava vendada e só pude ouvir ela e os agradecimentos de Edward. Ele pegou na minha mão e foi me guiando até que ouvi o barulho de uma porta abrindo e Edward gentilmente me colocou sentada no banco do carona. Ele iria dirigir?

– Não se assuste, só vou pegar meu passaporte. Fique quietinha e não estrague a surpresa.

Ele fechou a porta e então senti o cheiro do carro limpo. Esperei só um pouco até ouvir a porta do lado abrir e ele entrar e ligar o carro. A expectativa estava me matando. Onde estávamos? Edward ligou o aquecedor e o carro começou a se mover.

– Você vai gostar. Eu tenho um apartamento e tem alguns amigos que querem nos conhecer. Está cansada?

– Não, estou muito bem. Alguns amigos?

– Sim, não precisa se preocupar, eles não são nada tradicionais.

Eu nem imaginava o que isso significava.

– Vou avisar quando puder chegar, quero sua melhor reação.

– Minha melhor reação.

– Sim, esse lugar tem significado para nós. Um divisor de águas com certeza.

O que aquilo significava? Do que Edward estava falando? Eu tentei me concentrar em outra coisa se não morreria de curiosidade e o carro andava e parava às vezes. Quantas horas ficamos naquele jato? Eu estava deslumbrada por ele e nem calculei direito. MÚSICA 1. A música do carro foi ligada. A voz de Alicia Key ao piano começou e então algo em mim me fez ver que Edward tinha me trago ao meu lugar.

– Tira a venda.

E então as luzes, a movimentação, a cidade que nunca dorme em seu maior vigor por conta do Ano Novo. Eu não conseguia falar, estava matando a saudade de cada prédio erguido, de cada homem de terno que eu senti falta, dos saltos e da pressa nova yorkina. Os entregadores de bicicleta, os restaurantes cheios, as filas para comprar algum cachorro-quente, a fumaça... Deus eu estava sentindo que não vinha aqui há séculos. Alicia começou a cantar New York a plenos pulmões e eu chorava de alegria. Eu estava em casa. No lugar em que fui tão feliz e me descobri de todas as formas. As minhas raízes.

– Edward.. isso aqui é ....

– Um ótimo lugar para recomeçar.

– Onde fica o seu apartamento?

– No Brooklyn. Eu comprei há uns anos atrás, mas fui muito pouco, meus amigos eu sempre encontrava pelo mundo. Não tinha necessidade de vir aqui, mas Alice mandou uma pessoa limpar e abastecer para nós.

– Alice é sua fada madrinha?

– O tempo todo. – ele riu e percebi que ele fazia o caminho mais longo para seu apartamento, ele queria que eu visse tudo que estava sentindo saudade.

– Esse carro é seu?

– Alugado.

A música agora era mais agitada e combinava com minha alegria e excitação de estar aqui. Edward fazia de tudo um verdadeiro evento. Algo inesquecível. O apartamento dele era muito bem localizado, a vista para Manhattan nos fazia perder o fôlego de tão linda, ele entrava com as malas enquanto eu admirava a vista. O céu apesar de muito nublado e o frio intenso, não diminuíam em nada a vista belíssima. Era simplesmente perfeito, o cenário perfeito.

– Vamos entrar, já liguei o aquecedor, vai congelar se continuar aqui fora.

Eu entrei a muito contra gosto, eu queria mais do frio e da cidade. Apesar de bem masculino o apartamento era aconchegante, tinha bastante espaço e um piano de calda no centro da sala, como se ele fosse a estrela. Edward abriu ele e percebeu que estava desafinado e começou a afinar rapidamente. Não precisávamos de muita conversa, estar um com o outro era maravilhoso. Eu não sabia quantos dias íamos ficar, mas por mim poderia ser para sempre.

– Onde vou dormir?

– Temos um quarto só. Eu posso dormir na sala.

Olhei para o enorme sofá preto que contrastava lindamente com o piso de madeira brilhante. Mordi os lábios e de repente a palavra recomeço que antes não fez esse sentido, fez perfeitamente.

– Não precisa.

Me afastei pegando as malas sem olhar para trás. Meu rosto deveria estar vermelho de vergonha e por alguns segundos o piano tinha parado de ser ajustado, mas voltou quando abri a primeira mala e comecei a pendurar as roupas de Edward no grande closet que tinha no único quarto. A cama era enorme, tinha um grande edredom branco e algumas almofadas em tons diferentes de azul. Me concentrei em arrumar tudo e não pensar que naquela noite eu iria dormir com Edward, dormir ou não, eu precisava separar algo que valesse a pena. Arrumei meus produtos no banheiro vendo a banheira, nos convidar para um banho longo e cheio de carícias. Não lembrava a última vez em que Jacob e eu fizemos isso. Nós fizemos isso? Não sabia responder. Não importava. Abrindo algumas gavetas eu encontrei alguns sais de banho cheirosos e deixei em cima da pia para ficar melhor, arrumei as toalhas nos devidos lugares e quando voltei a sala mais calma ele estava recebendo alguma coisa na porta.

– Pizza.

– Eu adoro pizza.

Edward já tinha preparado um cenário. Tinha alguns guardanapos na mesa de centro, dois copos e um vinho aberto. Ele sentou no chão e eu amei a informalidade daquilo. Sentei do seu lado e ele colocou a pizza na mesa baixa e abriu. O cheiro era único, nunca havia sentido algo tão delicioso. Me fez ter uma fome que não estava ali antes.

– Você sabia que no Brooklyn existe os melhores restaurantes de pizza da cidade?

– Eu sempre vinha com Rose depois das aulas. As filas também são bem conhecidas.

– Isso faz parte!

A pizza tinha uma massa leve e muito macia, o recheio perfeitamente distribuído e o queijo por cima dava tudo um sabor mais especial. Edward escolheu um vinho tinto que caiu perfeitamente com o sabor. Comemos conversando sobre os lugares que mais gostávamos e que nunca tínhamos ido apesar de sermos apaixonados por Nova York.

– Está bem disposta?

Ele olhou para relógio e eu levantei para arrumarmos a bagunça.

– Já disse que não. Seus amigos estão nos esperando?

– Um grande amigo meu está fazendo um show com sua banda em um abrigo, gostaria de conhecer ele?

– Claro. Deixe eu arrumar isso e já vamos.

Joguei tudo no lixo e os copos na lava louça ligando enquanto eu ia trocar de roupa. Se iríamos para um abrigo eu colocaria uma roupa mais simples. Optei por uma calça jeans, sapatilhas e uma blusa fechada vermelha, combinaria com o casaco preto que Edward tinha me dado. Quando voltei Edward estava sentado ao piano dedilhando. Era uma visão linda. Ele levantou me dando um gorro e um protetor de ouvido. Ele também tinha um e ri de como ele ficou.

– Vamos?

– Claro.

Ele não pegou as chaves do carro e então eu imaginei que era perto. Quando saímos ele fechou tudo e me deu a mão. A emoção de quando ele fazia isso percorreu todo meu corpo e mais uma vez fui distraída por isso. O abrigo era grande e tinha muitas pessoas na fila para pegar uma sopa quente e um pedaço de pão. A banda estava se posicionando e eu e Edward fomos direto para ele passando pelas enormes mesas em que algumas pessoas ou famílias estavam sentadas. O vocalista parou o que estava fazendo quando viu Edward e sorriu.

– Edward Cullen! Um pianista aqui? Em nosso meio?

Eles riram.

– Caleb essa é Isabella.

– Isabella. – ele disse meu nome como se testasse. – Muito lindo seu nome, extremamente musical. O que faz com esse pianista falido que mora no Brooklyn?

Precisei rir antes de responder.

– Ele me sequestrou. Está pedindo um resgate milionário.

Caleb riu e olhou para Edward com reprovação.

– Isso é coisa que se faça! Eu te disse que não era fazer isso!

– Foi inevitável, eu a olhei e me apaixonei.

– Oh.. o amor!

Ele se apaixonou?

– Tome seu lugar Edward, deixe sua garota sentada na primeira fila!

Edward me deu um beijo na testa e me deixou sentada em frente a eles, tinha uma família sorrindo para mim quando sentei. A menina deles segurava uma linda boneca de pano que apesar de velha era segurada bem forme por sua dona que não poderia ter mais que cinco anos.

E então depois de todos posicionados. MÚSICA 2. O piano soou alto e agitado, Edward e Caleb tocavam mais dois rapazes. Um tocava trompete e o outro sax e o som animado nos deixava mais felizes mesmo com a letra da música dizendo que o homem só precisa de um dólar para sobreviver. Caleb cantava com todas as suas forças como se precisasse mesmo daquele dólar e as pessoas pareciam se identificar com aquilo. Alguns mendigos dançavam no fundo e outros batiam palmas no ritmo, o abrigo tomou uma vida que antes não havia. Era o poder da música. Dar vida e alegria mesmo em tempo difíceis. Edward tocava com vigor o piano tirando do piano sons altos e graves, eu nunca havia visto ele tocar assim.

– Seu marido toca com vida senhora.

A mulher, provavelmente mãe daquela menina falou.

– Sim, ele toca.


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Notas finais do capítulo

Eu queria desejar a todas as leitoras um Feliz Natal, é uma honra e um prazer ter vocês aqui. Obrigada pela presença e pelo carinho que transmitem nos comentários! Feliz Natal meninas!