Ouvindo um solo maravilhoso de saxofone eu e Edward fomos para a casa de seus pais. A nova casa de Esme que ela orgulhosamente decorou para receber a todos que estavam na sua lista. Edward contou enquanto colocava as coisas no carro como esse natal para ela estava sendo especial. Incrível eu estava animada para isso quando sempre parecia mais abatida do que o normal nesses tipo de festas.

O carro deslizada pelas ruas poucos movimentadas e eu queria que ele gostasse do presente, talvez tivesse mais significado para mim do que para ele, mas de qualquer forma seria sempre a minha maneira de dizer: eu nunca o esqueci. Ele dirigia tranquilo e sereno, parecia que nada havia acontecido de ruim, aliás nada na vida de Edward parecia perturbá-lo de alguma forma. Eu admirava isso nele.

A casa ao longe estava iluminada e festiva, ele desligou o aparelho de som e ouvi de longe a música festiva e da janela grande de vidro dava para ver as pessoas se movimentando. Pessoas não, Jean e a esposa, Carlisle e Emmett ao fundo e Rose ao lado de Jasper. Do ângulo que Edward estacionou eu não vi Alice ou Esme, elas deveriam estar ocupadas na cozinha e todos estavam se servindo de bebidas. Edward pegou as sacolas do carro sem ao menos parecer curioso com elas e assim que entramos Rose veio com seu vestido prata linda e saltos altíssimos.

– Bella! Que saudade!

Eu a abracei enquanto Edward era cumprimentado por seus irmãos e pai.

– Eu também senti.

Ela me deu aquele olhar e eu sorri para ela.

– Depois conversamos. – disse ainda achando graça da forma nada discreta que ela estava me perguntando sobre Edward.

– Eu gostei dele. – sussurrou me fazendo gargalhar mais alto do que o normal.

– Você não o conhece. – olhei para o seu copo, quantos daquilo ela havia tomado?

– Eu sei. – riu da careta que fiz.

Eu quis acreditar que ela tinha desenvolvido algum tipo de sexto sentido depois de tudo que passou. Olhamos para Edward e Emmett colocando os presentes na árvore eu poderia me acostumar aquela cena familiar e bonita, Emmett sacudiu alguns presentes e Edward bateu nele acabando os dois rindo no final. Sorri boba para eles.

– Boa noite Bella!

Agnes se aproximou e Rose se afastou, elas nunca se deram muito bem e eu sempre ficava no meio de algum momento constrangedor como esse.

– Boa noite Agnes, como está?

– Muito bem. Ficou linda a decoração de Esme não? – olhamos ao redor e realmente estava perfeito – Adorei a elegância.

– Sim.

Eu não tinha muito o que comentar, não tinha visto a casa muitas vezes e achava que ela estava perfeita. Jean veio ao meu socorro com um copo quase vazio em suas mãos.

– Isabella você está deslumbrante! Paris lhe fez bem afinal.

Sorri satisfeita para ele e então o abracei. Jean era um verdadeiro pai para mim.

– Muito bem. Estou muito feliz por essa oportunidade.

Ele entendeu o que quis dizer e discretamente olhou para Edward que estava se servindo de algo no bar com enquanto conversava com o pai. Eu sorri para Jean quando ele voltou a me olhar e então ele assentiu.

– Estamos com a maioria dos ingressos vendidos em grande parte dos lugares da turnê. Confirmamos mais duas apresentações e acho que com certeza teremos mais alguns pedidos quando terminarmos os compromissos contratuais.

– Isso é uma surpresa.

– O maestro está impressionado com a dinâmica que você e Edward construíram em pouco tempo, ele só tem elogios e na próxima semana ele dará uma entrevista publicitária para uma revista. Ele comentará isso tenho certeza.

– Isso é...não sei o que esperar disso...

– Espere sempre o melhor querida. Sempre o melhor.

Esme e Alice entraram sorridentes na sala e então anunciaram que o jantar já estava quase pronto, eu tinha me esquecido completamente de Agnes até a frase dela soar em meus ouvidos.

– Como está Jacob querida? Ele chegará a tempo?

Meu coração se contorceu e então olhei para Jean que repreendia a esposa pelo olhar. Ela não se intimidou e apenas ficou esperando alguma resposta minha.

– Não sei, acho que deve estar com...

– Sua mãe me disse que ele está bem, mas que está passando por uma fase difícil.

Fase difícil? Pela minha expressão Agnes deve ter se sentindo bem para continuar suas explicações.

– Ela me contou querida que você e ele estão passando por problemas, mas que como das outras vezes superarão. Eu não sou de dar ouvidos a boatos, mas quando a senhora Clay comentou...

– Agnes não acho que isso seja da nossa conta.

Ela apenas sorriu amigavelmente.

– Isabella é praticamente nossa filha. A conhecemos a tanto tempo...

– Bella.

A voz de Edward atrás de mim parecia minha salvação. Eu olhei para e vi seu sorriso.

– Minha mãe tem um lindo jardim de inverno.

Esme e Alice vieram para perto de nós. E Esme me abraçou calorosamente.

– Obrigada por vir querida. Eu sei como deve ser complicado passar longe de sua família.

– Eu que agradeço o convite.

– Já mostrou a ela o jardim Edward? – Alice perguntou – Eu o acho perfeito, sei que vai gostar Bella.

– Estava levando ela agora para mostrar o que mamãe fez.

Esme ficou envergonhada.

– Tenho certeza que está perfeito como a decoração.

– Fizemos o melhor que pudemos com o pouco tempo, mas teremos bons momentos.

Edward se desculpou e pegou minha mão. Eu senti a eletricidade e respirei fundo enquanto caminhávamos para uma outra parte da casa. Eu estava feliz de ter algum momento para me recuperar daquela pergunta de Agnes. Edward abriu uma porta de madeira trabalhada e revelou o lindo jardim pequeno e charmoso. O caminho de pedras nos levava para um banco no fundo e tinha uma fonte no meio que jorrava água e muitas flores ao redor. Era linda.

– Sua mãe fez isso? – perguntei surpresa enquanto sentávamos no banco.

– Sim. É um passatempo divertido, ela e meu pai depois das férias ainda trabalharão muito aqui com certeza. Ela deve ter mil projetos na cabeça. Eu sei que ela não gostou das escadas e de algumas coisas nos quartos.

– Sua mãe é uma mulher extraordinária.

Eu lembrei da história que Alice tinha me contato. A família Cullen era única em tantos sentidos diferentes. O frio me acalmou. Eu sei que devido ao vestido deveria estar sentindo mais do que estava, mas era bom o ar gelado na pele. Afastava de mim outras coisas.

– Está melhor?

– Sim. Obrigada por me resgatar, eu estava precisando. – ele sorriu e eu tomei ciência naquela hora que Agnes seria a primeira de muitas pessoas. – Isso foi a primeira vez de muitas, ela é só uma de uma porção de pessoas que farão a mesma coisa e que com certeza ouviram a mesma coisa de minha mãe.

Eu nunca teria paz.

– Bom, eu tentarei estar perto toda vez que isso acontecer e perto de mim as coisa fluirão diferentes.

– O que você quer dizer Edward?

A tesão no ar. A pergunta tinha tantas respostas, algumas eu queria ouvir desesperadamente.

– Quer dizer que eu estou aqui Bella.

Então Esme apareceu na porta e olhamos para ela.

– Desculpa... mas...

– Tudo bem mãe. – Edward estava na sua postura mais casual e eu não. Estava tentando absorver aquelas palavras. Esme falou algo do jantar e Edward respondeu, ainda não conseguia pronunciar muita coisa. Quando ela se foi ele pegou na minha mão e eu senti um calor dentro de mim e isso me emocionou. Era um calor maravilhoso que transmitia tantas coisas. Nossas mãos juntas pareciam tão certo, eu queria que fosse.

– Estão nos esperando, mamãe já vai servir o jantar.

Então eu e ele fomos de mãos dadas. Era um ato comum, mas causou uma revolução em mim. Eu o queria. Queria aquela sensação de paz e de certeza que finalmente estava tudo no lugar. Assim que entramos nossas mãos se separaram e apesar de não gostar, eu sabia que ali não era lugar. O jantar transcorreu muito bem, Agnes iria sentar do meu lado, só que mais uma vez Edward gentilmente trocou alegando que queria conversar mais com Rose que estava na sua frente, ela e ele se entenderam e ela me dava olhares suspeitos. Eu ria de como ela não conseguia ser nada discreta, ela fazia perguntas que eu mesma teria feito, mas que não tinha coragem. Alice sentou ao lado de Jasper e tinha uma conversa animada e eu finalmente me senti em casa.

Todos comemos as tortas que estavam na mesa com reverência, Esme tinha feito todas e queria saber se estávamos gostando. Emmett comeu metade de uma sozinha arrancando risadas altas de Rose, ela estava gostando daquele jeito desprendido dele. Acho que ele estava se exibindo para ela, mas isso ficaria para um outro momento. Fomos para sala aproveitar mais a companhia uns dos outros e Jasper ficou do meu lado quando começaram a distribuir os presentes, foi um momento lindo. Alice e Esme se abraçaram quando uma entregou o presente da outra. Edward deu presentes tão pessoais e íntimos, como se conhecesse a cada um deles muito bem. Todos riram com os presentes de Emmett, ele parecia um menino de cinco anos que ganhava uma Ferrari em miniatura original e que foi leiloada no último mês por um colecionador, meu videogame e de Edward um novo sistema de treino de direção no computador.

Não entreguei o de Edward e nem ele o meu, acho que ficou subentendido que era algo para depois, o que demorou demais para mim. Ainda aguentamos uma sessão de fofocas de Agnes, a surpresa de amis alguns presentes como o meu álbum para Esme. Ela amou e disse ter as fotos perfeitas para ele. Carlisle me sorriu como se também quisesse agradecer, mas ficou do lado da esposa com ela contando o que colocaria. Aos poucos todos foram se recolhendo e Esme indicando onde cada um ficaria. As luzes foram apagadas e tinha um clima mais íntimo com as luzes dos enfeites e de algumas luminárias. Eu e Edward estávamos sozinhos. O presente dele estava ainda na árvore e se confundia com a de coração. Eu peguei a pequena caixa enquanto ele se sentava no sofá grande. Eu estava tímida. Quando sentei do lado dele eu estava vermelha eu podia sentir isso.

– Eu espero que goste.

– Tenho certeza que vou.

Eu entreguei a caixa e sabia que aquilo para mim teriam sempre mais significado do que para ele. Ele viu o broche e sorriu para mim. Ficou admirando aquilo por um tempo.

– Vou usar na turnê. Todos os dias.

– Oh... isso seria maravilhoso. – ele gostou. Eu amei ele ter gostado. E então ele viu no fundo o verdadeiro presente de valor. Ele deixou tudo em uma mesa baixa e pegou a foto olhando com emoção. Era uma foto minha, no meu primeiro piano, de costas. Eu usava um vestido de festa e vovó mandou um fotógrafo tirar dizendo para mamãe desgostosa do seu lado: nossa pequena pianista, essa foto um dia valerá ouro em pó.

– É você. – ele afirmou admirado.

– Meu primeiro piano.

Ele olhou intensamente. Muitas coisas que não conseguiam ser ditas. Queria dizer: lembra de mim? Sou eu a menina que você naquele dia mudou completamente. Ele passou a mão pela foto como se quisesse tocar na menina e meu coração ficou acelerado.

– Quando imagino meus filhos. – disse emocionada – Eu imagino assim. Sentados ao piano. Mesmo que não gostem, fará parte da vida deles.

– Fará.

E então ele deixou com relutância a foto e tirou do bolso da calça um caixa preta. Eu sorri para ele e Edward me estendeu ela com expectativas nos olhos. Eu abri e vi duas notas musicais. Em ouro com um brilhante pequeno em cada uma. Era um cordão e eu fiquei ali admirando por alguns segundo.

– Posso colocar?

– Claro.

Entreguei a ele a caixa e me virei pegando meu cabelos para ele não ter problemas em colocar. Em cada lugar que a mão de Edward acidentalmente encostava um calor imediato surgia e eu sorria para mim mesma, quando ele colocou eu levantei indo até um espelho grande na sala. Ele veio até mim. Era lindo.

– As notas do meu coração.