Doce Tormenta escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 20
Isso não é um adeus.


Notas iniciais do capítulo

Vamos a mais um capitulo, um tanto triste.
Ouçam a musica, acredito que todos já a conheçam, a escolhi especialmente por saber que a Tarciana Barbosa ama Evanescence assim como eu, rs.
Gostaram dos capitulos nomeados agora?
Comentem por favor.
Nos vemos lá embaixo, rs



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" A vida é a perda lenta de tudo o que amamos"

                              -Maurice Maeterlinck

http://www.youtube.com/watch?v=cu7QvOQKcKk

Melanie

Tentava inutilmente secar as malditas lagrimas que não sessavam em cair. Levantei a cabeça, tinha de ser forte, por ela. Pedi a Nathan que chama-se um táxi.

20 minutos depois lá estava eu, atrás da porta do quarto dela outra vez.

- Sei que vai fazer a coisa certa amor. – Nathan disse, me beijando a testa carinhosamente.

- Obrigado. – suspirei e bati na porta, um tanto hesitante.

- Entre.

Abri a porta e a cena a minha frente me quebrou de todas as formas possíveis. Jenna estava na cama, tinha vários fios conectados a ela. Estava muito pálida, até meia esverdeada, mas ainda sorria, ainda mantia o rosto sereno. Me aproximei sentando na poltrona ao lado de sua cama. Não sabia o que dizer, ou o que fazer.

- Sinto muito que tenha descoberto assim. Sei que não mereço sua presença aqui, mas a morte é assim, silenciosa e solitária. – ela soluçava agora, e eu já não podia segurar bolo que queimava minha garganta. – É egoísmo eu sei Mel, mas só não queria morrer sozinha.

Eu tremia, não podia ser assim, não tinha de ser assim, aquela era a Jenna, minha Jen. Sai da poltrona me deitando com ela na cama e a abraçando, enquanto nos agarrávamos desesperadamente uma a outra.

- Por favor Mel, não posso partir antes de saber que você me perdoou. – sua voz não passava de um sussurro.

- Eu perdoou você Jen, já perdoei a muito tempo. – sussurrei também.

– Mel? Se pudesse voltar no tempo e mudar algo, o que seria? – não era justo, nada disso era justo. Onde estava Deus no meio disso tudo?

- Nada Jen, teria feito tudo exatamente igual, minha escolhas, meus erros, todos me levaram a ser quem sou hoje, me levaram a conhecer pessoas como você. E sou grata por isso.

- Talvez seja um castigo sabe, talvez Deus até exista, não acha? – ela perguntou enquanto sorria. – Uma semana Mel.

Abaixei a cabeça para olha-la confusa.

- Foi o que me deram dessa vez.

Soluçando a apertava contra mim. Isso não é um adeus, não podia ser.

- Fica comigo? Não quero ficar sozinha e ...

- Sempre Jen, lembra? Sempre. – respondi, tentando parecer forte, o que de fato não era, acho que nunca fora.

Os médicos estavam enganados, foram dez dias. Jen partira durante o sono, estive junto a ela o tempo todo, até seu último suspiro. Suas últimas palavras ainda sorrio ao lembrar,

“ – Jack precisa de você agora, promete que quando partir você irá cuidar do nosso garoto?

- É claro que vou Jen, agora descanse.

- Amo você Mel. E se pudesse voltar no passado, teria aceitado o tratamento quando tive tempo, teria lutado.”

E assim ela se foi algumas horas depois enquanto descansava.

“ – Mel?

- Sim Jen?

- Me leva de volta para casa? Sabe, num vaso ou algo do tipo. – ela ria, o que não fazia com tanta frequência, acho que doía. Lágrimas transbordavam de meus olhos, era só o que fazia agora, chorar e chorar.

- Prometo. – sussurrei.

- Acha que pode me enterrar embaixo do nosso carvalho?

- Talvez, vou tentar.”

Mesmo uma semana depois, eu ainda não tinha ido a casa dela, empacotar suas coisas, Nathan havia ido até lá buscar Jack, que nos fazia companhia agora. Não tive forças para faze-lo, mas teria em algum momento.

Pelo luto uma semana sem aulas fora dada. Embora ainda chorasse todas as noites, sei que ela esta melhor agora, onde quer que esteja. Nathan estava aqui, me amparando, me consolando e amando. Sou tão dependente dele quanto preciso de ar para sobreviver, ele era meu amigo, meu amante e futuro marido. Já se passara três semanas desde que Jenna havia partido, eu retomara as aulas e Nathan ainda não fora embora, decidi que era hora de ir até o apartamento dela.

Abri a porta do apartamento com um Nathan extremamente preocupado atrás de mim, trazendo com ele Jack. O local era pequeno mas adorável, tinha muito dela. Cores berrantes e coisas estranhas. Fotos estavam espalhadas por todos os cômodos, a maioria nossa. Eram tantos momentos, como nosso baile da escola, nosso apartamento no campus da faculdade, o primeiro banho de Jack. Sorri e chorava enquanto empacotava nossas lembranças. Já passara da hora do almoço quando enfim terminamos. Me sentia leve. Deixamos as caixas lá para que amanhã fossem pegas e mandadas para minha casa em São Francisco.

Enquanto jantávamos no quarto, sentia os olhos de Nathan em mim.

- Você anda muito calada princesa.

- Eu só,... tá tudo tão silencioso sabe. Tão calmo, me dá medo. Tenho medo de perder você, ou mais alguém, não sei se suportaria. – sorri tristemente.

- Não pretendo ir a lugar nenhum, a não ser que me acompanhe Melanie. Lhe pertenço agora, assim como você me pertence. – ele dizia enquanto me puxava para seu colo, o meu lugar preferido no mundo.

- Droga! Acho que te amo Nathan Clark. – falei brincando.

- Acha? – fazendo bico e fingindo estar chateado ele me levantou, enlacei sua cintura enquanto ele nos levava para a cama. Me deitando e cobrindo meu corpo com o seu, enquanto beijava meu pescoço, meus lábios. – Quanto?

- Ãh, um... pouco. – era dificil pensar quando ele me beijava daquela maneira.

Sentia arrepios enquanto ele tirava minha camisola, nunca interrompendo nosso contato visual.

- Não é pelas minhas covinhas e o sexo incrível? – ele queria jogar, ótimo.

- Talvez seja, mas com certeza não é pelo seu pequeno ego. – disse rindo. Enquanto o jogava na cama e subia em cima dele, que parecia surpreso.

~~ ~~

Finalmente dezembro chegara, e com ele o Natal. Susan nos mataria se não fossemos para São Francisco. E foi o que fizemos, chegamos lá um dia antes da véspera. Ficaríamos todos hospedados na casa de Susan e Peter, inclusive Adden.

Na véspera de Natal enquanto decorávamos a árvore na sala, Adden chegou, um tanto desanimado.

- Ele não gosta dessa coisa de Natal em família, preferiria estar em alguma balada. – Nathan sussurrou em meu ouvido enquanto me abraçava por trás, enviando faíscas a todo o meu corpo.

- Mel, a que horas sua amiga chega? – absorta nos toques de Nathan, não vi quando Susan entrou na sala. Me afastei dele, corada.

- Na hora do almoço acredito. Tem certeza de que não se importa? – Havia chamado Beatrice para passar o Natal conosco, afinal ela não era próxima da família.

- Claro que não querida. Será maravilhoso, não acha Ad?

- Fantástico. – esse era Adden, sempre sarcástico e arrogante. Ele se parecia muito com Trice, quem sabe não se interessam um pelo outro. Essa eu pagaria para ver.

- Ei Nate, quer fazer uma aposta? – perguntei a Nathan quando estávamos no quarto.

- Claro amor, sobre? – ele parecia animado.

- O seguinte, Adden vai se apaixonar pela Trice. - falei.

- Ok. Embora não acredite. Adden pode ficar interessado, mas não acredito que vá se apaixonar.

- Isso é o que veremos Garotão. Se você ganhar marcamos a data do casamento, e se eu ganhar você estará em divida comigo. Terá de me conceder um desejo, seja ele qual for. Tenho sua palavra?

Ele assentiu, com um sorriso diabólico nos lábios. Deus como eu amo esse homem.

Me aproximei lhe roubando um beijo quando ouvi gritos. Assustados descemos as escadas.

- Imbécile. – a cena erra muito engraçada. Uma Beatrice um tanto vermelha estava deitada embaixo de um Adden atordoado.

- Sinto muito, eu não a vi e ... – ele tentava se explicar.

- É claro que não viu, já entendi essa parte, agora saia de cima de mim idiota.

Nathan e eu tínhamos lágrimas nos olhos de tanto rir.


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Notas finais do capítulo

Eaí? Façam suas apostas, rs
Coméntem por favor, se não não posto outro capitulo segunda.