Doce Tormenta escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 21
Intocáveis


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, obrigado pelos comentarios, adoro quando comentam, me deixa inspirada. Me empolguei nesse capitulo, espero que gostem!
Hahaha, Surpresinha lá embaixo. Sou má.
Vou indicar umas musicas aqui.
http://www.youtube.com/watch?v=7qH4qyi1-Ys
http://www.youtube.com/watch?v=LVnvikQpEig
http://www.youtube.com/watch?v=AHDtXqjgEj4
Vejo vocês lá embaixo, bj bj
PS: Indicando uma fic maravilhosa gente, TE QUERO POR COMPLETO da Naira Bonfim uma leitora da nossa fic. Ela só postou o prólogo e me prendeu totalmente na fic dela. Leiiam e comentem!



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~~Nathan~~

A sensação de vê-la voltar a sorrir era indescritível, durante um mês a vi lidar com a morte de Jenna, se apegando a mim como nunca fizera antes. Melanie era a mulher mais linda, forte e determinada que já conhecera, despertava o melhor em mim, completava-me de todas as formas possíveis. Era grato por tê-la conhecido.

– Ei garotão, sonhando acordado? – não a vi chegando.

– Não preciso sonhar, tenho tudo o que preciso aqui. – respondi enquanto delicadamente a colocava em meu colo.

– Amor?

– Sim?

– Podemos ir até a casa de Martha? Prometi a Jen que iria coloca-la em nosso carvalho. – ela sussurrava, sabia o quanto a machucaria dizer adeus a Jenna.

– Claro. Beatrice vem conosco?

– Sim, ela vem. – Mel parecia meio distante, acho que as lembranças, suas de Jenna e Beatrice juntas, a sondavam. Gentilmente aumentei o aperto em torno dela. Ela já não chorava a uma semana.

~~ ~~

O silêncio no carro a caminho da casa de Martha era um tanto estranho, já que Beatrice tagarelava sem parar desde as poucas horas em que havia chegado naquela manhã. Melanie no banco do passageiro agarrada a urna de Jenna e um porta-retratos, tinha um olhar vazio, distante. Beatrice atrás dela, apenas olhava a paisagem, derrubando algumas lágrimas silenciosamente. Adden ao seu lado parecia genuinamente preocupado.

Senti a tensão crescente de Melanie quando paramos em frente a casa onde ela vivera. Era um local repleto de lembranças dolorosas, mas ali ela também encontrara um lar. Era triste retornar desta maneira, era triste voltar para um segundo adeus.

Uma grande placa onde lia-se “Vende-se” estava pendurada na caixa de correio, o que facilitou muito. Fomos para os fundos, Melanie carregando a urna e a foto aconchegada a mim, Adden trazendo uma pá e Beatrice ao seu lado.

O carvalho coberto peça neve era realmente grande e velho, ainda assim muito belo. Podia ver a casa na árvore de que Mel falara uma vez. Fiquei observando-a enquanto se aproximava da grande árvore levando consigo a pá que Adden trouxera.

– Posso fazer isso amor. – falei.

– Tudo bem, eu tenho de fazer. – sorrindo tristemente ela respondeu, começando a cavar a neve fria.

Trice ainda chorava silenciosamente, vi quando Adden pegou sua mão, ela pareceu não se importar, devolvendo o aperto. Droga, acho que realmente ia perder a aposta.

Melanie não teve de cavar muito.

– Não é preciso muito sabe, apenas o suficiente para que ela permaneça aqui. – disse ela enquanto enxugava uma lágrima que caíra.

Fiquei assistindo enquanto ela depositava o porta-retratos no buraco que havia cavado, em seguida abriu a urna, e despejando o conteúdo no mesmo. Como em um funeral comum, Mel pegou um punhado de terra, deixando a cair em cima das cinzas de Jenna. Todo o gesto era muito bonito. Caminhei até ela, fazendo o mesmo, em seguida Trice que retirou de seu casaco um pequeno prédio de brinquedo, depositando-o lá, e depois dela Adden.

Melanie disse que precisava ficar um pouco sozinha. Adden e eu saímos, as deixando embaixo do carvalho.

– Ela é muito forte sabia. - disse ele.

– Sim ela é. – a mais forte de todas, minha mulher era maravilhosa. Concordar com Adden sobre esse quesito era fácil.

Alguns minutos depois as garotas voltaram e seguimos de volta para casa de Susan, que nos esperava com o almoço.

~~ ~~

O almoço estava divino, como sempre. Depois dele nos sentamos todos em frente a lareira para brincar de mimica, consegui tirar alguns sorrisos de Melanie e Trice que ainda pareciam abatidas.

Eu, Melanie e Peter erámos um time, Adden, Beatrice e Suzzie eram outro. Enquanto tentava inutilmente fazer com que Peter e Mel entendessem o que estava querendo dizer, vi quando ela pediu um segundo, seu celular estava tocando.

Nossos olhos se encontraram quando a vi voltando para a sala com uma expressão confusa, que logo se transformou em pânico. Corri até ela, quando a vi desmaiar.

Deus minha mulher nunca teria paz?

Enquanto tentava fazer com que ela acordasse, vi Adden pegar o celular que havia parado perto da porta.

– Quem está falando? [...] Não, não faço a mínima ideia. [...] Não gostamos de jogos, sugiro que [...] Você tá louco cara, meu pai morreu! – me assustei quando Adden começou a gritar antes de jogar o celular na parede. Não tinha tempo de me preocupar com um aparelho estupido quando minha mulher não queria acordar.

Senti uma mão em meu ombro.

– Com licença filho. – Peter, ah sim claro. Peguei Melanie e delicadamente a coloquei no sofá para que Peter a examinasse. – ela parece bem, só esta emocionalmente abalada. - Deixe-a descansar um pouco filho.

Foi o que fiz, a levei para nosso quarto e fiquei lá, apenas a observando dormir serenamente. Acho que também adormeci.

~~ Melanie ~~

Aquela manhã havia sido dolorosamente emocionante. Ver Trice depositar o pequeno prédio que dera a Jenna dois anos atrás fora como um soco no estomago. Nunca esqueceria a cena de quando Jenna o jogou em Trice quando descobrimos o que ela havia feito a mim. Nunca imaginei que Trice ainda se importava ao ponto de guardar um dos muitos símbolos de nossa amizade.

“ – Gostaria de ter sido forte como você Má Chère, queria ter dito adeus. – essa era Trice, sempre fria, fingindo não se importar quando na verdade esta morrendo por dentro.

– Eu estive lá Trice, por nós. – foi tudo o que consegui dizer, me agarrando a ela. Não entendia o conceito da morte, tudo o que sabia é que ela de fato aproxima as pessoas, também reabre feridas que antes estavam fechadas, nos fazendo sangrar novamente.”

Ainda relembrava o episodio depois do almoço durante a brincadeira na sala quando ouvi meu celular tocar. Acho que o deixei na cozinha. Fiz sinal a Nathan apontando a cozinha, fui até lá encontrando meu iPhone no balcão.

– Alô? – disse, já voltando a sala.

– Olá ursinha. – meu coração parou com aquelas palavras, sabia muito bem quem era o dono delas. – O que foi ursinha, o gato comeu sua língua, não vai falar com o papai? – estava petrificada, não consegui falar, minhas pernas não obedeciam. – Que feio doce Mel, estou decepcionado. – não queria e não podia responder, tudo a minha volta perdeu o foco enquanto desabava.

“ – Ursinha? Olha o que o papai trouxe. – papai me estendia uma caixa de Cupcakes, eram os meus preferidos.

– Obrigado papai. – disse enquanto ele me pegava no colo.

– Não conte a mamãe amor, sabe que não pode comer doces.

– Prometo. – respondi prontamente.

– Jura juradinho?

– Siim.

– O que acha de irmos ao parque quando a mamãe chegar?

– Podemos levar a Meg?

– Claro querida. Amo você sabia?

– Também amo você papai, pra sempre.”

Meu peito doía, era difícil respirar, que sonho fora esse? Não podia ser verdade, Charles não era bom, nunca fora. Doia pensar que talvez, só talvez ele tivesse sido como em meu sonho. Lentamente abri os olhos, Nathan dormia sentado na poltrona do lado da cama, Jack estava aconchegado aos meus pés. Fiquei assistindo meu noivo dormir, me perguntando como ele ainda podia me amar quando trazia toda essa merda comigo. Lentamente sem acorda-lo levantei indo até o banheiro, precisava de um banho. Enquanto preparava a banheira mudei de ideia, voltei ao quarto, sentando em seu colo, me apertando contra ele, contra a minha base, a única coisa no mundo que me impedia de cair. Lágrimas silenciosas rolavam por meu rosto, quando senti seus braços me apertarem docemente. Esse era o meu lugar, sempre fora.

– Nathan faça amor comigo. Preciso de você.- disse entre soluços. Mesmo preocupado, ele me amou, a noite toda.

Acordei vendo que Nathan ainda dormia, decidi descer e fazer uma surpresa para ele, afinal era Natal. Sai do quarto, fechando a porta com cuidado, quando virei deparei-me com uma cena curiosa, Beatrice escorraçava um Adden mal-humorado de seu quarto. Rindo tapei a boca para não constrange-los mais ainda.

– Qual a parte do "estava carente", ou "só essa vez". Ou ainda aquela, "isso não é nada mais do que uma transa" você não entendeu imbécile? – Trice estava vermelha e muito irritada. Bingo! Ela se importa.

– Você é muito arrisca francesinha.

Já disse pra parar com essa coisa de francesinha garoto. – Deus, eu tinha que filmar isso.

– Você não reclamou do garoto aqui quando ele estava no meio de suas pernas, não é mesmo FRANCESINHA. – dizendo isso ele a puxou um tanto bruscamente contra ele. Adden era bom, tenho que confessar, Beatrice tinha encontrado um oponente a altura. - Ainda vou doma-la. – a resposta que teve foi um tapa na cara.

Adden a encarava surpreso e havia algo mais, como admiração em seu rosto. Beatrice aproveitando-se da situação se desvencilhou dos braços dele.

Allez au diable! – ela praticamente cuspiu antes de fechar a porta.

Ainda ria, vendo um Adden atordoado voltar para seu quarto, ao lado do de Trice.

Corri para a cozinha, ainda era muito cedo, nem havia amanhecido. Pegando todos os presentes no armário sob a escada e os organizando em volta da grande árvore na sala. Voltei a cozinha e comecei a preparar o café para todos.

Muffins, capucakes, waffles, omelete, panquecas, bacon, leite, pão, sucos, café. Uau! , deu trabalho mais a mesa ficou fantástica, ocupando minha mente, me fazendo esquecer a maldita ligação de ontem, ou até mesmo o sonho confuso que me despertou no meio da noite. Terminado de ajeitar a mesa, preparei uma bandeja com tudo o que meu meninão gostava e subi para nosso quarto.

Ele ainda dormia, não tivera muito sossego na noite passada. Cuidadosamente subi em cima da cama, e o acordei com beijos.

– Oi amor. - ele disse um tanto sonolento.

– Senta garotão tenho uma surpresa. – levantei da cama e fui até minha bolsa em cima da penteadeira, tirando dela o meu presente de natal para Nathan. Em seguida o coloquei na bandeja.

Novamente me sentei na cama, levando a bandeja.

– Uau gata, não era eu quem tinha de fazer isso?

– Isso é pelos seus serviços prestados na noite passada. – respondi sorrindo maliciosamente. Ele retribuiu o sorriso, deixando as covinhas que tanto amo a mostra. – Amor você parece um leão faminto. – disse o provocando enquanto ele partia para cima de mim. Tentei correr, o que não foi inteligente, já que ele me jogou na cama outra vez. Sussurrando em meu ouvido:

– Talvez eu ainda esteja faminto, muito faminto Srta. Davis.

Só conseguia assentir com a cabeça enquanto suas mãos viajavam pelo meu corpo e seus lábios exploravam os meus avassaladoramente. Deus como amo esse homem.

Quando finalmente paramos para tomar café, o sol já brilhava lá fora.

– Me descreva em uma palavra Mel. – essa é fácil.

– INSÁCIAVEL. – respondi rindo.

– Eu? – Nathan fazia cara de desentendido, filho da...

– Sua vez. – falei fazendo bico.

Única. E pare de fazer bico se quiser sair dessa cama hoje amor. – lá estava a malicia outra vez.

– É natal querido. – disse ainda fazendo bico.

– Não ligo pra porra do Natal quando tenho você assim na minha cama Srta. Davis.

Não respondi, simplesmente saltei da cama, correndo para o banheiro e trancando a porta. Só por precaução.

– Olhe o envelope na bandeja amor. – gritei enquanto ligava a ducha. Como ele não respondeu continuei tomando banho.

Sai do chuveiro me enrolado em uma toalha, ao abrir a porta fui surpreendida por um Nathan um tanto descontrolado que me pegou no colo, me girando como se fosse uma boneca. Eu ria feito louca.

– Isso é serio princesa? – ele perguntou com seus belos olhos azuis marejados, apontando o envelope.

– É claro que sim, porque iria brincar com algo assim. – respondi também emocionada.

– AMO VOCÊ MELANIE DAVIS. – o beijei, de novo e de novo, no final demoramos mais uma hora para finalmente sair do quarto.

Cheguei a cozinha um tanto corada quando Susan perguntou.

– O que foi aquela gritaria toda lá em cima?

– Vamo nos casa no dia 13 de Maio. – parecia que Nathan tinha ganhado na loteria. – Isso é melhor que ganhar na loteria Suzzie.

Quase engasguei com o suco quando o ouvi dizer o que estava pensando. Que estranho.

O resto do dia passou maravilhosamente, Susan eu e Trice preparamos a ceia, enquanto os meninos assistiam ao jogo. Tudo estava perfeito.

Notei Adden um pouco amuado e Trice meio pilhada. Depois teria de conversar com ela.

O jantar estava maravilhoso, todos sorrindo, felizes como se fossemos intocáveis. Peter contava alguma piada quando ouvi a campainha. Nathan ia levantando.

– Tudo bem amor, eu atendo. – disse me levantando e indo até a porta.

Quando a abri tive a minha grande surpresa de Natal. Parada a porta estava ninguém menos que....


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Notas finais do capítulo

E aí, curiosas? Façam suas apostas, quem acham que é ?
COMENTEM, RS
Até quarta SE vocês comentarem né :]
PS: Allez au diable! = Vá para o inferno.