Doce Tormenta escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 11
Fix me!


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem gente, escrevi com muito carinho. Ainda hoje posto o próximo, estou de bom humos, encontrei uma Beta maravilhosa, rs . Obrigado Mayy Chan :))
Então vamos lá ao que interessa não é, anciosas?
Faremos assim, se eu ganhar pelo menos 5 capitulos até as 23:00 , posto o próximo, concordam? Então comentem amores.
Bj bj e até a próxima, amo vocês.
PS: Indicações ,
Sob a pele - Jullie Clark
Alice - Brih Monteiro.
* indicação nova , Sem palavras - Mayy Chan
Leiam, são incriveis .



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/418930/chapter/11

– Melanie

A dor de cair da escada não se comparava com a de ter que olhar Nathan o dia todo sem poder tocá-lo. O almoço fora maravilhoso embora tivesse de assistir a garota Bridget babando nele o tempo todo, sério patético. Eu não era assim, era?

No fim da tarde enquanto jogava cartas com Adden, sentia os olhos de Nathan sobre mim.

– Ele parece um namorado ciumento. – disse Adden rindo. Corei.

Ele de fato parecia, o que dificultava entender o que se passava com aquele homem.

Durante as varias partidas que se seguiram não pude deixar de rir das piadas de Adden e corar com as coisas indecentes que ele insistia em dizer. Ele era um homem adorável. Eles eram muito diferentes, os irmãos Clark. Adden era carismático e acessível , inteligente e bem humorado. Ao contrario do irmão, Adden sorria sem importar-se em expor suas adoráveis covinhas .Enquanto Nathan era quieto, um tanto mal-humorado, e exalava masculinidade pelos poros. Eram opostos, eu adorava ambos, Adden como irmão mais novo que nunca tive, e Nathan, ainda esperava um dia descobrir o que sentia por ele.

Na hora de ir, minha cabeça pesava dolorosamente, e meus remédios estavam escassos, precisava parar em alguma farmácia no caminho. Vendo que Adden não podia, ou não queria levar Nathan por impulso ofereci a ele uma carona. Nos despedimos de todos e seguimos para minha SUV, ele disse que podia dirigir, o que era maravilhoso já que não sei se conseguiria, minha cabeça latejava.

Quando ofereci a carona a ele não pensei nos 25 minutos que passaríamos juntos, em um carro, sozinhos. Pedi a ele que parasse na farmácia. Durante o trajeto até lá, esqueci momentaneamente minha dor enquanto o observava dirigir, maravilhada com a maneira como ele o fazia, com tanta segurança e masculinidade.

Chegamos a farmácia, desci e comprei os remédios com a receita que Peter havia me dado, ele era maravilhoso e pensara em tudo. Quando saia de lá, levantei os olhos e não pude acreditar no que via, do outro lado da rua meu pai, Charles Baker me fitava com tamanha intensidade que se tentasse, acredito que poderia tocar o ódio que emanava dele. O medo tomou-me, e esqueci como respirar, aquele homem era tudo o que eu temia em minha vida, em meus sonhos. Enquanto sustentava seu olhar as lembranças dele vindo ao meu quarto todas as noites que estava bêbado, passavam pela minha cabeça. Um soluço escapou quando o vi começar caminha em minha direção. Queria correr, mas minhas pernas insistiam em não me obedecer. Nathan preocupado apareceu em minha frente, falando comigo e me abraçando, quando voltei a olhar na direção em que Charles vinha a pouco, não o vi mais. Suspirei aliviada, voltando a respirar relaxei nos braços de Nathan, que me carregou até o carro.

Deixamos o estacionamento, meio sussurrando, meio soluçando disse a ele que precisava ir para casa. Muitas perguntas passavam pela minha cabeça que doía cada vez mais. Nathan parecia preocupado ao meu lado. Quando chegamos a minha casa nem mesmo me preocupei com o que ele pensaria sobre a minha “modesta” moradia. Entrei e o sentimento de não estar segura me acompanhava a cada passo. Chequei o sistema de segurança, era o melhor que encontrei. Sentia Nathan me observando, curioso, gostaria de saber o que ele pensaria sobre o meu quarto do pânico. Sim eu era paranoica, mas quando se tinha um pai como o meu, insanidade era o último de meus problemas. Sentei-me no sofá, eu sabia o que teria de fazer em seguida, e isso iria destruir o que restou de meu fodido coração, mas era preciso.

– Mel, o que aconteceu? – Nathan perguntou, sentando-se ao meu lado. Seu cheiro era inebriante , o que tornava tudo mais difícil. Não pude deixar de me aconchegar a ele.

– Ele aconteceu. – disse. Vendo o embaraço em seu rosto, continuei. – Meu pai aconteceu. – engoli mais um maldito soluço. - Aquele era meu pai do outro lado da rua Nate.

Não pude suprimir mais um soluço. Nathan abraçou-me apertado, mantendo-me perto, aquecida. Por um momento a dor se foi, as lembranças ruins também, e tudo o que pensava era no fato de que teria de partir e deixa-lo. As lágrimas eram salgadas e amargas como eu me sentia no momento, destruída por dentro. Não queria ter de partir, fugir mais uma vez, mas não era isso o que eu fazia de melhor? Fugir. Entorpecida pela dor e pelas lágrimas, dormi.

Acordei e percebi que estava em minha cama, e já não usava meu vestido e sim minha camisola. Ainda sonolenta o vi entrar, trazendo uma bandeja.

– Oi. Não queria acorda-la. Espero que não se importe.- disse ele que parecia desconfortável, apontando a camisola.

– Tudo bem, obrigado Nathan, por estar lá, e por ficar aqui.

– Você não precisa ter medo Mel, irei protegê-la com minha vida se preciso. Aquele bastardo não vai tocá-la outra vez. – ele dizia enquanto se sentava em minha cama, próximo o suficiente para tocar-me. E foi o que ele fez, acariciando o lado direito do meu rosto, continuou:

– Amanhã iremos até a policia, ou... - não podia deixa-lo continuar, tinha de por um ponto, nisso, seja lá o que fosse. Era triste saber que não poderia ficar para descobrir. Uma lagrima fez seu caminho por minha face enquanto eu falava.

– Eu partirei amanhã Nate, não posso ficar aqui agora que ele sabe onde me encontrar.

– Nós podemos, você e eu, ... – ele tentou outra vez.

–Não, não podemos Nate, sinto muito. Charles Baker é um monstro, e esta a minha procura, ele me quer, não posso deixa-lo machucar você também. – e chorava, mais uma vez pensando no medo que vive comigo, não do escuro, mais do que habita nele, como meu pai habitava, esperando mamãe sair para o trabalho, para visitar-me em seguida. Sempre soube que chorar não mudava os fatos, que nem sempre Deus tinha piedade dos que se ajoelhavam e faziam suas preces entre lágrimas.

Nathan continuou calado enquanto comíamos, ali mesmo, em minha cama. Depois enquanto ele descia para devolver a bandeja a cozinha, fui tomar um banho. Quando sai o encontrei sentado na poltrona ao lado de minha cama, ao que parecia ele havia acabado de sair do banho, seu cabelo mais bagunçado do que nunca, estava molhado, ele ainda usava as mesmas roupas. Uma camisa polo azul marinho, calças jeans e estava descalço agora.

– Espero que não se importe, novamente. – disse sorrindo. – Encontrei o banheiro do outro lado do corredor, precisava de um banho.

Não me importava, realmente não o fazia, parecia certo tê-lo tão relaxado, tão confortável em minha casa. Fui até minha penteadeira, secando os cabelos. Sentia os olhos dele em mim, o tempo todo. Caminhei até a cama, tendo de escala-la já que era tão grande e alta. Sim era estupido comprar uma cama como aquela quando se vive sozinha, mas sempre tive dores nas costas, sequelas das surras que Charles me dava quando criança, portanto precisava de uma cama como aquela.

Nathan ainda me observava.

– Ficarei aqui até você dormir, depois vou para um de seus outros quartos. – disse ele, assenti. Me sentia segura perto dele. Adormeci pensando no que faria, para onde iria.

–-----------

O frio despertou-me, acho que a mamãe esqueceu a janela aberta outra vez. Levantei indo até a janela que de fato estava aberta, enquanto a fechava ouvi gritos. Comecei a descer as escadas seguindo os gritos que ficavam cada vez mais altos, vinham da cozinha. Fui até lá, Charles sacudia minha mãe com tanta força que parecia que ia quebra-la.

– Ei, veio se juntar a nós pequena Mels. Venha aqui com o papai. – Charles estava bêbado novamente, e todas as vezes que estava assim, batia em mim e na mamãe. – Você é surda, mandei você vim aqui sua vaca.

Minha mãe balançava a cabeça, me dizendo silenciosamente para não fazer o que ele mandava. Ele a estapeou mais uma vez. Comecei a chorar, não sabia o que fazer. Levantando a cabeça caminhei até ele.

– Por favor Charles, solte a minha mãe. – Eu o odiava, com todas as minhas forças, tinha nojo dele.

– Oh, querida, isso não é jeito de falar com seu papai. – Virando-se para mamãe continuou. – Você não acha querida? Esse não é o jeito de se tratar seu pai docinho. Mas acho que ser uma vadia desgraçada esta no DNA de vocês, não é querida? A filha uma mosca morta que não serve para nada. E a mãe uma prostituta barata.

Não entendi o que ele quis dizer.

– Confesse Kirsten, confesse para sua pequena garotinha o que você anda fazendo. Diga a ela que você anda trepando com o Clark.

– Cale a boca seu filho da puta de merda. – mamãe gritava também, nunca a vira gritar com ele antes.

– Sabe Kirsten, você não serve para nada, nunca serviu, ate a puta da sua preciosa garotinha é mais gostosa do que você. – disse ele rindo.

– Olhe para sua mamãe pequena Mels, e diga como você se diverte com o papai quando ela sai para trabalhar.

Nunca contei a Kirsten o que Charles fazia comigo, nunca tive coragem. Ela começou a chorar e a se debater, tentado se livrar do aperto dele. Eu já tinha 14 anos, fazia 3 anos que isso acontecia, 3 malditos anos.

– DESGRAÇADO, EU VOU MATAR VOCÊ. – mamãe cuspiu em Charles, que a soltou, ela correu até a gaveta da cozinha, tirando de lá uma arma, apontando para ele.

– Ah, esta brava amor porque eu e sua princesinha nos divertimos sem você? Tudo bem, deixaremos você participar da próxima, o que me diz? – Charles gargalhava quando Kirsten atirou em seu braço.

– VADIA ESTUPIDA. – mesmo com o braço ferido ele avançou contra ela, assisti enquanto os dois brigavam pela posse da arma. Corri até a sala e liguei para a policia. Quando voltei para a cozinha, Charles apontava a arma para a cabeça de Kirsten. Vi quando ele puxou o gatilho. Gritei, a dor dilacerando-me enquanto o via estourar os miolos de minha mãe.

–------------

Mãos fortes me seguravam, Deus, ele estava aqui. Comecei a gritar e a tentar tira-lo de cima de mim.

– Mel, sou eu, foi só um pesadelo. – Nathan, sim era ele. Abracei-o, me prendendo a ele. Ele era o meu pequeno pedaço do céu em meio ao inferno em que vivia. Quando já não haviam mais lagrimas ele me soltou, se afastando para olhar-me nos olhos.

– Existe algo que eu posso fazer por você, vê-la assim esta me matando Melanie. – eu pensei, sim, havia algo que ele podia fazer, só ele.

– Me ame Nathan. Faça amor comigo. – já não me importava se partiria amanhã, precisava dele, hoje, agora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Lembrem-se 5 comentários até as 23:00 e vocês ganham um extra ainda hoje.
Bj bj
Comentem.