Doce Tormenta escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 10
Olá papai!


Notas iniciais do capítulo

Me empolguei um pouco, mais tá ai gente, espero que gostem.
Indicações, rs :
Alice da Brih Monteiro ;
Sob a Pele da Jullie Clark.
Não deixem de ler, são ótimas.
Até o próximo capitulo, na quarta. Bj Bj



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Capitulo 10

– Nathan

Voltei para casa, precisava de um banho, o cheiro de álcool exalava pelos meus poros. Depois do banho, já pronto para o maldito almoço, ainda pensava no quanto eu havia sido estupido por passar a noite com Hanna. Não podia recusar o convite de Susan, ela ficaria extremamente chateada, também não estava a fim de conhecer ninguém.

Enquanto descia até a cozinha meu celular começou a tocar.

– Alô?

– Ei cara, estou aqui embaixo, Susan queria certificar-se de que você iria. – Disse Adden.

Eu devia ter imaginado que ela faria algo do tipo.

– Estou descendo.

–------------

20 minutos depois estacionamos em frente a casa de Susan. Eu de fato amava aquela casa e sua dona. Uma SUV que não conhecia estava parada na entrada de carros, seria essa a pessoa misteriosa que Suzzie queria me apresentar? Descemos do carro e seguimos até a porta.

Quando entrei o cheiro que vinha da cozinha atingiu-me, Deus era divino. Parei a porta da cozinha, assistindo Susan e a Sra. Johnson colocando um grande frango no formo. A Grace Johnson era a melhor amiga de Susan, morava a casa ao lado junto de seu marido Tedd. Susan virou-se abrindo um sorriso gigante que lhe tocava os olhos quando me viu, era sempre assim, ela me adorava tanto quanto eu a adorava. Deixando o pano de prato no balcão ela veio até mim, para um grande abraço, o meu preferido no mundo.

– Ei querido, fico feliz que tenha vindo.

– Como poderia não vim, você mandou Adden para me escoltar. – Digo rindo.

– De fato mandei, gosto de tê-lo aqui. – Respondeu ela com um sorriso torto. Entendo o porquê de sua aflição, após a morte de meu pai, me afastei de todos, até deixei de vir aos almoços de domingo e perdi algumas das nossas “consultas”. – Mas o importante é que veio hoje. Onde esta Adden?

– Foi falar com o Peter, algo sobre comprar uma casa na praia.

– Tudo bem, ahn Nate querido, você poderia chamar a Melanie na biblioteca e dizer que preciso dela aqui na cozinha?- Melanie? Melanie Davis?

– Melanie?- Perguntei sem entender.

– Sim, você me perguntou dela outro dia lembra?- Susan tinha uma expressão divertida no rosto, o que ela estava escondendo?

– Minha secretária, por que ela estaria aqui hoje?

– Porque eu a convidei oras, ela e sua família frequentavam essa casa anos atrás, antes de tudo o que aconteceu, me surpreende o fato de não se lembrar dela, quando eram crianças costumavam correr pelos corredores desta casa.

O que? Melanie e eu já nos conhecíamos? Não era possível, de fato sempre tivera a impressão de conhecer aqueles olhos, mas como pude me esquecer dela? Tantas perguntas passavam pela minha cabeça.

– Charles Baker e Kirsten Davis frequentavam esta casa?

– Sim, falaremos sobre isso mais tarde. Agora vá busca-la.

Quando ia em direção ao corredor que levava a biblioteca lembrei sobre a tal pessoa misteriosa. Voltando até a cozinha perguntei a Susan.

– Melanie é a pessoa que gostaria de me apresentar?

– Se ela é sua secretária acredito que já a conheça, não é querido? – Disse ela rindo de meu embaraço. – A pessoa esta a caminho, deve chegar a qualquer momento.

Droga de mistério, por um momento tive esperança de que a tal pessoa fosse Melanie. Comecei a caminhar de volta para a biblioteca. O que ela pensaria ao me ver aqui? Suspirando abri a porta, me deparando com uma Melanie empoleirada em cima de uma escada admirando um livro velho. Deus que porra de pernas eram aquelas? Ela só podia estar tentando me matar. Tão absorta avaliando o livro ela não ouviu-me entrar.

– Melanie?.

Ela virou-se para mim, droga, ela virou-se rápido demais, assustando-se e caindo da maldita escada.

Para meu desespero vi que não iria chegar a ela a tempo de pega-la. A distância entre nos tornou-se assustadora. Corri até ela vendo-a cair. Meu coração batia descompassadamente. Deus eu havia matado a garota! Afinal era sempre assim, nossos encontros eram sempre os piores possíveis ,primeiro a socando com porta, depois a derrubando no corredor do consultório de Susan, e agora a fazendo cair da escada.

Cheguei até ela, que parecia desacordada. A peguei nos braços, levando ela até o sofá no lado oposto da sala, deitando-a e começando a examinar a gravidade do que tinha acontecido. Tocando a parte de trás da cabeça dela descobri um galo, enorme por sinal.

– Melanie? – dizia tentando acorda-la. Não sabia o que fazer. Deus que ela esteja bem. – Mel, por favor, acorda.

Quando seus olhos se abriram e eu pude ver todo aquele azul de novo, eu soube, eu sempre soubera que a conhecia, e agora tive a certeza.

Estávamos tão perto que sentia sua respiração suave contra mim. Eu podia me deixar levar por aqueles malditos olhos azuis e aqueles lábios rosados, eu queria me deixar levar por eles. Ela suspirou e fechou os olhos, oferecendo a mim seus lábios, foda-se eu ia beija-la. Afastei uma mecha de cabeço que insistia em cair sobre sua bochecha, e me aproximei ainda mais meus lábios roçando os dela.

– Crianças? – Aquela era a voz de Susan, rapidamente levantei, sorrindo amarelo. Melanie que a pouco estava pálida, agora mais parecia um tomate.

– Sim? – Perguntei. Não me importava que Susan tivesse visto o nosso quase beijo. Eu fora um covarde na ultima vez em que tive Melanie assim tão perto de mim, e não seria novamente, eu queria Melanie Davis em minha cama, e a teria.

– Vocês estavam demorando, vim ver se estava tudo bem, e vejo que de fato estava. – Ela ria, o que fazia com que Melanie ficasse ainda mais vermelha. Não pude deixar de rir também.

– Melanie caiu da escada. –Disse ainda rindo.

– Você me assustou. – Respondeu ela, se levantando e fazendo uma careta de dor. O sentimento de culpa abateu-me.

– Posso pedir a Peter para dar uma olhada em você. – Disse Susan, que parara de sorrir e parecia preocupada agora. – Você vivia fazendo isso Nate, sempre machucando a Melanie de alguma forma.

– Ainda continuo fazendo, pelo jeito. – Melanie aparentava estar confusa. Iria explicar tudo a ela mais tarde.

Susan saiu da sala para chamar Peter para examinar sua convidada, que me fitava desconfiadamente.

– O que ela quis dizer com aquilo? – Perguntou, assim que Susan deixou a sala. Talvez eu tivesse de explicar tudo mais cedo a ela.

– Susan disse que sua família frequentava essa casa, eles eram amigos, nossos pais e os Hans. – Ela parecia ainda mais confusa. – Ao que parece, éramos amigos quando criança.

– Eu devia me lembrar, não é? – Perguntou ela, que parecia frustrada.

– Acho que sim, nós dois devíamos.

Alguns minutos depois, Susan voltou com Peter que examinou Melanie, e constatou que o “galo” era pior do que parecia, ela teria que ficar sob observação. Peter era um médico muito competente, se ele dizia que ela precisava de alguém para certificar-se de que não teria uma reação a ruim a pancada, então era porque de fato, ela precisava.

– Quando chegar em casa irei ligar para Pamela, acredito que ela não vá se importar de ficar comigo essa noite. – Disse ela Melanie. Queria dizer que gostaria de cuidar dela, mas não disse.

O almoço ocorreu bem, a tal pessoa misteriosa era a filha dos Johnson, Bridget , que acabara a faculdade em Stanford e estava de volta a cidade. Ela era bonita, mas não tanto quanto Melanie é. Acredito que a Grace e Susan tinham esperanças de que Bridget e eu pudéssemos ter algo.

No fim da tarde quando os Johnson já tinham ido embora e Susan e eu lavamos e enxugávamos a louça, não conseguia tirar meus olhos da janela onde via Melanie e Adden brincando de algum jogo de cartas no quintal. Eles sorriam de mais, ela corava de mais, e eu bufava de mais, patético.

– Você parece um namorado ciumento. – Disse Susan. – Sinto muito pela coisa com a Bridget, não sabia que gostava da Mel.

Fechei a cara, eu era assim tão obvio?

– Qualquer um pode ver como você a olhava o almoço todo. Ou sua preocupação enquanto Peter a examinava. Por que não pede para leva-la para casa?

– Você é terrível sabia Suzzie. – Disse dando um beijo estalado na bochecha dela.

– E você adora querido. – Sempre admirei o sorriso dela, era tão parecido com o de minha mãe.

– Sim. Adoro você. Mais se contar a alguém posso negar. – Falei sussurrando, enquanto ela ria.

Alguns minutos depois, estávamos do lado de fora da grande casa nos despedindo.

– Melanie, não se esqueça dos remédios. – Disse Peter.

– E, por favor, querida, volte no próximo domingo. – Disse Susan dando um abraço em Melanie.

– Obrigado pelo convite, o almoço estava divino Suzzie. – Suzzie? Então não éramos só eu e Adden que a chamávamos assim. Curioso.

– Ei cara, Mason esta dando uma festa e vou dar uma passada lá, quer ir? – Adden e suas malditas festas.

– Não obrigado, posso chamar um táxi. – Respondi.

– Posso deixar você em casa Nathan. – Por essa eu não esperava, Melanie se oferecendo para levar-me para casa.

– Obrigado, seria perfeito. – Falei enquanto via Susan piscar para Adden. Essa mulher, pensei sufocando o riso.

Fomos até o carro dela, que não era muito diferente do meu, uma SUV, aquela que estava aqui e eu não reconheci. Quando a vi massageando a têmpora me ofereci para dirigir e ela aceitou.

– Temos que passar em alguma farmácia, preciso de remédios. – Disse ela enquanto nós partíamos em direção ao centro.

Quinze minutos depois paramos em uma farmácia. Quando ela saia a vi parar e olhar petrificada para o outro lado da rua. Desci do carro correndo até ela, que estava pálida. Quando me aproximei segurando-a, ela desmoronou sobre mim. Ainda segurando ela, olhava na direção que ela a pouco fitava, procurando por algo, ou alguém.

A tomei nos braços, pela segunda vez no dia e coloquei no banco do passageiro. Melanie parecia desligada como naquele dia do telefonema, fitava o nada, como se estivesse longe. Coloquei o sinto nela, e voltei para o volante.

– Me leva pra casa. – Ela sussurrou.

– Preciso que me diga onde mora, ok? – Disse.

– Aluma Square. – respondeu ela.

Podia ouvir os soluços dela enquanto dirigia até um dos melhores bairros de São Francisco. Era curioso, mas durante todo o dia eu não parara para pensar em Hanna e no que havia feito a noite passada.

Chegamos ao que parecia um condomínio com muitas casas vitorianas, me surpreendi ao ver que uma delas, pertencia a Melanie.

Estacionei e a segui até a entrada da bela casa. Ao entrarmos, não pude deixar de perguntar como diabos a minha secretária vivia em uma casa melhor que a minha. Fiquei assistindo enquanto ela checava o sistema de segurança mais sofisticado que já vi, e depois ia até o sofá. Sentei-me ao lado dela, queria conforta-la.

– Mel, o que aconteceu? – Perguntei acariciando seu cabelo, enquanto ela ia se aconchegando em mim.

– Ele aconteceu. – Não entendi o que ela queria dizer com aquelas palavras. – Meu pai aconteceu.

Ainda não entendia as palavras dela, mas e se, não , não acredito que fosse ele.

– Aquele era meu pai do outro lado da rua Nate. - Disse ela, confirmando o que eu temia.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não gostaram? Comentem para que eu posso saber, obrigado desde já. A vocês que acompanham, recomendem, e façam a história uma das suas favoritas.
Obrigado.
PS: Esses encontros dramáticos entre esses dois, rs me fazem rir muito.