Sólo Tú Me Importas escrita por Bia Rodrigues


Capítulo 38
Capítulo 38. Penúltimo.


Notas iniciais do capítulo

Hey! Eu voltei, super mega atrasada, demorei demais. O problema foi mesmo escrever o capítulo, eu queria fazer algo bom, ainda mais por seu o penúltimo :D

O Agradecimento da recomendação da Danielly Ferraz eu vou ter que fazer no próximo capítulo, por algum motivo não estou conseguindo fazer aqui, peço desculpas, mas irei fazer.

Espero que gostem desse capítulo :D



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Vou agradecer a recomendação aqui, pois não está indo lá nas notas.

E agora agradeço a Lena Blanco. Sinceramente eu fiquei muito surpresa quando você disse que a fic te lembra o livro A Culpa é das Estrelas, até porque esse é um ótimo livro e muito bem escrito, e fiquei feliz por isso hehehee Primeiro, manda um beijos para a sua prima de 6 anos, é ótimo saber que ele goste da fic dessa maneira ♥ E segundo, você ter orgulho de abrir o Nyah e ler a fic de certa maneira me emociona, mostra o quanto você gosta. Sobre a fic ser realista, isso é algo que eu realmente quero passar, gosto de tentar fazer as pessoas sentirem o que escrevo, e isso faz parte do "tornar a fic realista". Eu demoro para postar ás vezes kk Mas estou tentando mudar isso. Eu quero só te dizer muito obrigada, de verdade ♥

Pov’s Violetta

O diretor Pablo e seus companheiros do Studio On Beat têm o prazer de te convidar na festa de reencontro de ex-alunos no dia 28/07 a partir das 19h00, para comemorar os “velhos tempos”, esperamos contar com a sua presença.

Com muito carinho, Studio On Beat.

Espera, 28/07? Hoje é dia 28/07, fitei o papel do convite que já estava com algumas gotas de lágrimas, sim eu havia chorado enquanto lia, eu estava mais fragilizada do que o normal, ultimamente chorava por tudo, Angie e meu pai estavam cada vez mais desesperados, e eu os entendo.

Tudo que me fazia lembrar de Leon simplesmente acabava comigo, até o nome “Leon” me arrebentava por dentro, cheguei a um estado que eu só queria ele, somente ele, porque parecia que mais nada tinha a capacidade de me fazer sorrir. Eu sei que isso parece ridículo, eu sei, mas eu não estou chorando por um homem “galinha” que não se importa com as mulheres, estou chorando por ele, por Leon.

É que é diferente, é algo muito forte, algo que acaba comigo, me faz parecer clichê, pois eu só quero ele, e acredito que nada mais me agradará a não ser que o Leon apareça sussurrando meu nome com carinha e amor. Sinto-me mal, pois me sinto fraca, não quero depender de homem para ser feliz, mas Leon não é “um qualquer”, e acabei percebendo que ele é essencial para eu ser a verdadeira Violetta, aquela que sorri e se anima facilmente, que ama cantar, ama o que faz.

Ao olhar alheio sou apenas uma jovem que não sabe nada da vida, que está sofrendo uma desilusão amorosa passageira por um simples namoradinho, mas não é um simples namoradinho, é Leon Vargas, o tipo de homem que tem um cavalheirismo raro de se encontrar, o tipo homem que você só encontra uma vez na vida. E eu não sinto que é uma desilusão amorosa passageira, porque bem lá no fundo eu sinto que não acabou, mas não posso ter certeza disso.

Também recebeu seu convite? –Dei um pulo, até onde eu sabia só estávamos eu e a Olga em casa.

–O que faz aqui? –Indaguei com raiva. –Pensei que tivesse ficado claro que eu não quero mais olhar na sua cara. –Eu disse empurrando Tomás para fora da minha casa. Ele segurou meus braços tentando me afastar.

–Espera! Será que pelo menos pode me dar uma chance? –Ele perguntou quando viu que eu não pararia de empurrá-lo.

–Já te dei muitas chances. –Eu disse já cansada, não conseguia arrumar um jeito de fazer com que ele entendesse que não teria mais chance comigo.

–Mais uma? –Ele implorou. –Farei você feliz, mais feliz do que o Leon fez...-Eu o interrompi.

–Não fale do Leon para mim, como ousa falar dele? –Gritei deixando a raiva transparecer. -Ele sim eu quero! –Gritei, talvez tivesse sido dura demais, mas falar “numa boa” com Tomás parecia não adiantar.

–Ele te fez feliz? –Tomás perguntou também com raiva, proferindo suas palavras com repulsa.

–Mais do que você imagina. –Respondi sinceramente. –Mas você estragou tudo.

–Porque te amo...

–Não ama, se amasse não teria feito o que fez. –Eu gritei apontando o dedo em sua cara. –Você não sabe o que é amor.

–Eu sei sim.

–Não sabe. –Retruquei. –Se sabe o que é amor deveria perceber que não me ama.

–Eu amo sim. –Ele disse já mais calmo. –Eu amo. –Sussurrou.

–Sinto muito, mas não é reciproco. –Eu disse. –Sinto muito Tomás, mas você precisa entender...

–O que?! –Ele gritou me assustando. –Entender o que?! Responde!

–Que eu não te amo. –Eu sussurrei bem baixinho, mas mesmo assim ele ouviu.

–Eu sei. Ama aquele idiota...-Eu o interrompi, virei um tapa certeiro em seu rosto, que ficou vermelho na hora.

–“Aquele idiota” sabe o que é amor, ele me amou, ele me ama. –Eu disse marcando cada palavra, Tomás riu com certo sarcasmo.

–Com certeza ama. –Disse irônico.

–Já acabou? –Indaguei e ele nada disse. –Por favor, saia. –Pedi.

–Violetta, me desculpe, é que eu fico com raiva...

–Por favor, saia. Vai me trazer mais problemas. –Eu disse apontando meu dedo para porta. Ele ficou bravo, um tanto chateado, mas eu não podia fazer nada, se eu fosse atrás dele, o mesmo com certeza iria achar que eu tenho sentimentos por ele, e na realidade não sinto mais nada.

–Um dia vai perceber que me ama e...

–Tomás? –Ambos viramos para ver de onde tinha vindo à voz que chamava pelo nome dele com certa raiva. Francesca.

–Fran. –Ele disse sorrindo, desconfio que eles não tinham se visto ainda. Porém, Fran parecia assustada e preocupada, eu a encarei tentando ter uma ideia do que estava acontecendo, mas não consegui compreender extremamente nada.

–Tomás, já pedi para sair. –Eu insisti, só queria ele fora da minha casa de uma vez por todas.

–Não, não, não vai lá fora. –Francesa disse desesperada, eu a olhei assustada e ela já estava ficando com uma expressão de pânico.

–Fran vem aqui. –Pedi com cautela e joguei um olhar fulminante para Tomás, que apenas abaixou a cabeça tentando disfarçar.

Ela caminhou até mim, com a evidente preocupação em sua face, suas mãos tremiam, e eu não conseguia imaginar algo tão sério para ela ficar assim, afinal Francesca não costumava se abalar facilmente, quer dizer, não costumava demostrar.

Ela era muito parecida com Leon nesse quesito, os dois eram bem sentimentais, mas não demonstravam com facilidade, ambos queriam esconder a dor, omitir seus sentimentos, o que eu não entendia muito bem, apesar de querer ficar sozinha em momentos difíceis, eu achava que suportar a dor sozinha poderia ser bem pior.

–Ele está lá fora. –Fran sussurrou. Ele? Não sabia quem ela se referia, não sei se era muito óbvio e meu nível de lerdeza estava alto, ou se era realmente improvável de eu saber quem é e Fran não percebeu isso.

–Ele? Ele quem? –Indaguei, afinal eu conhecia muita gente do sexo masculino que estavam na possibilidade de ser “ele”.

–Ele Violetta, ele. –Francesca respondeu e eu fechei a cara, mas rapidamente relaxei, meus nervos estavam ao extremo, e não queria descontar em Francesca.

–Dá para facilitar. –Pedi segurando o riso, é que era uma situação bem cômica, Fran preocupada era o maior desastre, principalmente quando se tratava de explicar as coisas.

–O Le..Leon. –Ela por fim disse, eu empalideci. Queria tanto vê-lo, sentia falta dele, mas estava nervosa, porque nosso ultimo encontro apenas dificultou as coisas, e eu parecia não saber agir, era estranho, tinha medo de fazer besteira...besteira...besteira: O Tomás.

Obvio, se Leon o visse certamente pensaria besteira, e do jeito que é ciumento e impulsivo iria embora, e eu não podia deixa-lo ir outra vez, deixar Leon escapar por tão pouco, e ainda perder a chance de ouvi-lo.

–Ele..Leon..Leon está aqui? –Perguntei abrindo um pequeno sorriso, apesar de todo o rolo que poderia dar, eu estava contente de saber que ele havia vindo me procurar.

–Está. –Fran disse com firmeza, porém ela não me parecia feliz. –Lá fora.

–Por que ele não entrou? –Perguntei, si bem que era bom ele não ter entrado, pois daria de cara com Tomás.

–Porque...porque o que ele tem para dizer é rápido. –Fran respondeu, parecia chateada.

–O que..o que ele tem para dizer Francesca? –Perguntei já com a voz falha, não poderia ser algo bom.

–Ele tem que te dizer. –Fran respondeu, antes que pudesse retrucar, Angie apareceu com Julietta no colo e nos cumprimentou rapidamente e subiu para o quarto, foi aí que reparamos, estava eu, Francesca, e só, Tomás havia saído.

Em seguida ouvimos barulhos do lado de fora, perto da porta principal. –Parem, parem! –Era a voz da Olga gritando em desespero. Assustadas, eu e Fran corremos para fora, mas no fundo, bem no fundo, eu já tinha ideia do que estava acontecendo.

Ao sair me deparei com Tomás no chão com as mãos no rosto, uma Olga desesperada e meio perdida, e...e Leon, com uma mão na costela e com a outra sobre o peito, ofegante. Leon não havia se recuperado totalmente de seu acidente, ele ainda deveria ter alguns problemas para respirar, tinha que tomar cuidados e precauções, não fazer determinados esforços, e bom, brigar estava incluído nisso.

Tudo foi tão rápido, Leon me viu e foi possível ver a angustia e magoa em seu olhar, eu fiz e menção de ir até ele, mas ele deu alguns passo para trás, como se quisesse se afastar. Era frustrante perceber que as coisas entre nós dois estavam assim.

Ele simplesmente virou as costas, atravessou a rua correndo e subiu em sua moto, com uma velocidade absurda colocou o capacete e deu partida, eu mal tive reação, quando esbocei reagir ele já estava sobre a moto.

–Leon! –Gritei com todo fôlego que pude, mas ele ignorou, acelerou mais ainda a moto e logo o perdi de meu campo de visão.

Fechei os olhos e lamentei, tentando controlar as emoções, e me esforçando para não chorar ali na frente de todos os presentes, queria tentar ser forte, mas sabia que não aguentaria por muito tempo.

Virei-me e encontrei Tomás que se levantava, com o nariz sangrando e uma expressão de dor na face. Ele se levantou por completo e encarou todas nós em sua volta, suspirou pesadamente e pisando duro foi embora, tudo bem que ele mancou um pouco, mas finalmente tinha partido.

–Ainda bem que eu cheguei rápido, precisavam ver como aqueles dois se olhavam, havia tanta raiva que eu achei que eles realmente iriam acabar um com o outro. –Olga disse.

–Eu imagino. –Concordou Fran com a voz falha.

–Para onde ele foi? –Perguntei para Francesca, dessa vez ela sabia que o “ele” se referia ao Leon. –Por favor, me diz. O que ele queria me dizer? O que ele veio fazer aqui?

–Violetta, o Leon...Ele veio se despedir. –Por fim concluiu Francesca, cerrando as pálpebras como se lamentasse, como se tivesse coisas a mais nesse “ele veio se despedir”.

–Como? Como assim veio se despedir? Para onde ele vai? Para onde ele vai, Francesca?! –Perguntei com um desespero eminente.

–Eu não sei direito Violetta, ele estava muito mal. Ontem à noite eu fui vê-lo e ele disse que...

–Ele disse o que?! –Perguntei irritada.

–Que talvez fosse melhor ele voltar para o México. –Fran disse. –Ele está voltando para o México, e é permanentemente. –Concluiu. –Eu sinto muito, Vilu. Sinto muito mesmo.

–Vou deixar vocês sozinhas. –Olga disse com pena e se retirou.

–Por..Por quê? –Perguntei mais para mim mesmo do que para Fran.

–Vilu, olha quando um grande amor é perdido, tudo que um homem pode fazer é fugir, infelizmente o “fugir” do Leon foi literal, ele literalmente fugiu. –Fran disse me abraçando, tentando me consolar.

–Mas ele não perdeu o amor, Fran. Ele não me perdeu...-Disse.

–Ele é cabeça dura demais. –Fran constatou. –A essas alturas ele já deve estar a caminho do aeroporto.

“A caminho do aeroporto”, claro, Leon era cabeça dura demais, mas se eu chegasse ao aeroporto antes que ele embarcasse talvez conseguisse impedi-lo, seria possivelmente a minha ultima chance, e eu não iria desperdiça-la.

Pov’s Leon

–Você tem certeza disso? –Indagou André, ele e os meninos estavam me dando uma carona até o aeroporto.

–Para falar a verdade não. –Respondi sinceramente. Eu tinha feito à escolha de partir, porque talvez fosse melhor me desprender daqui, apesar de ter vivido ótimos momentos, ficar em Buenos Aires só estava me fazendo mal, ainda mais pensando nela a cada minuto do dia.

Meus pensamentos um tanto depressivos e sofríveis foram interrompidos por Maxi que freou o carro tão rápido que minha cara foi parar no vidro, por sorte estava usando o cinto de segurança, mas que doeu “pra caramba” doeu. Todos olharam assustados para ele, o mesmo apertava o volante com força, provavelmente assustado por quase ter matado todo mundo.

–Cara, você marcou meu vidro. –Maxi reclamou quando finalmente esboçou reação

–A culpa foi sua. –Respondi. –Porque freou?

–Porque você disse que não tinha certeza se realmente quer voltar para o México, e se você não tem certeza não deveria ir. –Maxi disse, a verdade é que ninguém estava contente com a minha decisão, meu pai só me fez essa proposta porque estava cansado de ver mal.

–Ele está certo. –Concordou Fede.

–E em minha opinião, quer dizer, na opinião de todos você ir embora é uma grande besteira, tipo um erro, o maior erro que você vai cometer na sua vida, e você vai se arrepender, e sentir nossa falta e...-Eu interrompi Broduey.

–Já entendi.

–Não, não entendeu. Leon, sinceramente, está fazendo isso somente para esquecer-se da Vilu? –Maxi indagou enquanto ligava o carro novamente. Eu soltei um suspiro bem alto e pesado, não queria mais falar sobre aquilo.

–Não, acho que ninguém muda de país por causa de um amor perdido...-Eu disse, mas sinceramente não tinha certeza, afinal, eu estava me mudando principalmente porque perdi a Vilu, e estava sofrendo com isso.

–Então porque está voltando para o México? –Broduey perguntou. A verdade é que eu somente queria esquecer-me de tudo, acho que queria realmente esquecer do término, talvez eu fosse o cara que muda de país por causa de um amor perdido, e sequer havia reparado.

–Não tenho motivos. –Eu disse em um completo blefe.

–Ah Claro. Duvido muito que de um dia para outro você acordou e pensou “Vou voltar para o México, estou com saudades das ochotonas que vivem lá”. –André disse, e como na maioria das vezes só entendi 50% do que ele disse.

–Ochotonas? O Que? –Perguntei confuso.

–Tem ochotonas no México? –Perguntou Fede.

–Sei nem o que são ochotonas. –Broduey respondeu.

–Pessoal! –Gritou Maxi nos repreendendo. –Vamos focar no Leon.

–Acho que estou me mudando por causa da dor da perda. –Concluí. Finalmente as coisas estavam ficando claras em minha mente.

–Por ter perdido ela, então tecnicamente é por causa da Violetta.

–Acho que me mudar foi à forma que eu me vi conseguindo superar, parece loucura. –Eu disse.

–É loucura. –Fede confirmou.

–Te entendo Leon. –Maxi disse. –As pessoas realmente irão te achar louco por estar mudando de país, mas sabemos o quanto você a ama, e é difícil de compreender, porque somos jovens, e desilusões amorosas passam, mas cara, não passa quando se trata de vocês dois, porque vocês tem algo visivelmente forte, e esse é o verdadeiro amor eterno. –Maxi concluiu, possivelmente ficamos todos chocados.

–Gostei de ver em, foi tão bonito, vou até anotar pode repetir a partir do “sabemos o quanto você a ama”? –André perguntou, eu sentiria falta dele ser tão sem noção.

–André! –Broduey e Fede disseram em um uníssono, eu soltei um riso fraco.

–Basicamente acha que não vamos nos esquecer? –Perguntei a Maxi.

–Isso eu não sei. Mas o amor de vocês é forte demais, por isso machucou tanto quando acabou, e isso explica o motivo de você estar fugindo...

–Não estou fugindo. –Eu contradisse.

–Está! –Maxi constatou. –Mas é compreensível sua fuga.

–É tudo uma grande confusão para falar a verdade. –Fede disse.

–Amos senhor Topete, amor. –Eu disse e ele riu.

–Vai mesmo ir embora? –Perguntou Maxi em uma sua última tentativa. Além de meu amigo ele também era amigo de Violetta, e acho que ele era o que tinha mais noção ali de quanto ambos estávamos afetados.

–Diz para ela que eu sinto muito, queria ter me despedido. –Eu disse e Maxi bufou, todos ali pareceram ficar frustrados com a minha decisão, mas eu preciso mudar, preciso tentar uma vida nova, explorar novos horizontes.

–Pode acelera um pouco, não quero perder o voo. –Pedi com educação e Maxi assentiu pisando no acelerador, ficamos todos em silêncio, acho que perceberam que eu não iria mudar de decisão.

–Hoje tem o baile dos ex-alunos do Studio. –André disse, talvez tentando quebrar o gelo, mas ninguém respondeu.

O carro de Maxi parou na área de embarque, rapidamente desci e peguei a pouca bagagem que carregava comigo, o resto iria ser enviado para o México como carga.

Nos despedimos e não foi aquela despedida dramática, eles me desejaram boa sorte, apesar de estarem insatisfeitos, disseram que iriam sentir minha falta e o mais importante, cuidariam de Violetta.

–Obrigado. –Agradeci. –Por tudo. Eles assentiram e entraram no carro, pois não podiam ficar ali por muito tempo. Faltavam apenas 30 minutos para meu voo, era estranho, estranho voltar para o México, já que eu estava acostumado com Buenos Aires, mas era preciso, só espero não estar fazendo uma grande burrada.

Bon voyage! –Gritou André em seguida Maxi já deu partida.

–Espero mesmo que seja uma boa viagem. –Sussurrei para mim mesmo...

Pov’s Violetta

–Marco ! Que demora ! –Reclamou Fran, ele iria nos dar carona para o aeroporto, mas demorou muito, e no momento não podiamos perder nem um segundo.

–Foi mal, peguei trânsito. –Ele se desculpou.

–Tá tá tá, precisamos ir logo. O aeroporto é meio longe. –Eu disse entrando no carro. –Acelera!

Para falar a verdade eu já estava passando para o patamar de desespero, Leon já deveria estar na aérea de embarque, precisamos correr, ou já era.

–Vilu, o Leon ele, ele estava escrevendo umas cartas para vocês. –Fran disse com cautela, eu estranhei, pois não sabia dessas cartas, e se eram para mim eu tinha que ter recebido, certo? Certo.

–E por que eu nunca tive conhecimento disso? –Perguntei.

–Porque ele não queria que você soubesse. –Ela explicou e eu fechei a cara.

–Então por que me contou? –Perguntei nervosa.

–Porque achei que deveria saber, eu iria te entregar as cartas, mas Leon pediu que eu não fizesse isso. Eu não podia pegar as cartas e simplesmente te entregar, seria maldade com ele. –Fran alegou.

–Eu te entendo. –Eu disse. –Não podia fazer isso com ele.

–Não podia. –Ela concordou. -Mas fiz, porém comecei a pensar que não seria legal, então quero que você decida.

–Eu quero, Fran, mas não posso, se Leon não quer que eu leia, não vou ler, seria invasão de privacidade.

–Eu leria. –Marco se intrometeu.

–Você está certa, acho que o Leon nunca vai me perdoar se você ler. –Fran disse e soltou uma risadinha. –Mas tem outra coisa. Quando ele decidiu que iria se despedir de você eu estava junto, mas sabia que ele não iria falar o que sentia, então o obriguei a escrever uma outra carta, mas essa ele iria te entregar sem hesitar.

–Aposto que convencê-lo não foi nada fácil. –Eu disse rindo fracamente, meu humor também não estava lá essas coisas.

–Fácil? Foi moleza, só discutimos por duas horas, depois ele escreveu. –Ela disse irônica e Marco deu risada.

–Vocês dois? –Marco indagou se referindo a Leon e Fran. –Vocês dois são as pessoas mais difíceis e orgulhosas que eu conheço, vocês devem ter destruído a casa nessa “discussão”. –Marco disse rindo, mas Fran o encarou, brava, e ele se calou, voltando a prestar a atenção na estrada.

–Então ele escreveu? –Perguntei esperançosa, se Fran estivesse com a carta seria uma forma de conter minha curiosidade sobre as outras cartas que eu estava me controlando para não ler.

–Escreveu.

–Posso ler? –Perguntei ansiosa, quase pulando no banco do passageiro, que era onde Fran se encontrava.

–Não está comigo, quer dizer, estava comigo quando saímos da casa dos Vargas, eu levei a carta para que Leon não inventasse uma desculpa e não te desse ela, eu entreguei a ele, para que ele pudesse te entregar, mas na confusão com o Tomás ele ficou com a carta, e está levando consigo na viagem. –Fran disse.

–Droga. –Disse baixinho.

–Pelo menos vai conseguir pegá-la quando impedirmos o Leon de fazer a loucura de se mudar. Vai pegar a carta e de brinde vem o Leon junto. –Marco disse.

–Isso se chegarmos a tempo. –Respondi.

–Sua positividade me contagia. –Marco disse irônico.

–Parem os dois. –Pediu Fran. –Acelera, Marco.

[...]

–Voo 3176 já partiu? –Perguntei ofegante, eu havia corrido aquele aeroporto imenso, estava estressada e cansada, se não me respondessem logo sobre o voo de Leon eu era capaz de voar em cima de alguém.

–Estão embarcando os últimos passageiros. –A mulher respondeu.

–Obrigada. –Disse e saí correndo, eu tinha o quê? Uns cinco minutos?

Eu parecia uma louca, as pessoas me olhavam como se eu fosse exatamente como se eu fosse uma louca, mas elas fariam o mesmo se estivessem na minha situação, se estivessem correndo o risco de perder alguém que amam.

Cheguei à área de embarque, e adivinha... Ele não estava lá, eu olhei para todos os lados com desespero, extremamente ofegante, mal sentia o ar em meus pulmões, minha boca já estava seca, e mal conseguia umedecer,

–Senhora, por favor, meu ex-namorado está nesse voo, preciso impedi-lo. –Implorei para uma mulher que estava na porta do portão de embarque que dava diretamente para o avião, era apenas alguns metros, alguns metros...

–Ele está fugindo de você? –Ela perguntou rindo, então eu ignorei a vontade de socar aquela mulher, e tentei ser o mais gentil possível.

–Por favor, me diz pelo menos se ele entrou nesse avião. Ele alto, moreno, olhos verdes, um topete bem grande, porém rebelde. –Eu disse.

–Oh sim, não costumo guardar o rosto das pessoas, mas esse cara acabou de passar por aqui, ele é um gato. –Ela disse, eu novamente ignorei minha vontade de soca-la.

–Por favor, eu preciso impedi-lo, ele está fazendo uma grande loucura. –Implorei.

–Sinto muito, mas não posso te deixar passar. –Ela disse. Aquilo foi o meu limite, eu tinha a necessidade de falar com ele, e faria o possível para fazer isso.

Com toda força que eu tinha, que não era muito, empurrei a mulher do balcão, ela estava com o santo tão alto que foi fácil perder o equilíbrio. Eu pulei a catraca e saí correndo, eu tinha apenas alguns segundos.

–Segurança! Segurança! –A mulher gritou.

Ás vezes você precisa de apenas 20 segundos de coragem insana, disse isso ao Leon uma vez, ele me entregou uma aliança de compromisso, e eu disse que o amava. Agora eu estava usando meus 20 segundos de coragem insana novamente, pelo mesmo motivo, ele.

Ao fim do corredor, eu o vi, com um pé no avião e o outro no corredor, trocava algumas palavras com o piloto, ele estava triste, provavelmente arrependido, mas acho que era orgulhoso demais para voltar atrás.

–Leon! –Gritei, ele parou de conversar com o piloto, mas não olhou para o lado, parecia não acreditar que havia ouvido minha voz. Eu corri até ele, estava cada vez mais perto, ele virou a cabeça bem lentamente e depois de segundos, que mais pareceram horas, nossos olhares melancólicos se encontraram.

–Violet...-Eu interrompi, praticamente pulei em cima dele, o abracei tão forte que parecia que jamais iria soltá-lo novamente, após alguns segundos de choque emocional momentâneo ele me abraço também.

–Não vai embora. –Pedi em um sussurro. –Não vai, preciso de você aqui, não vai embora, não vai...-Eu implorava, ainda sem soltá-lo. –Fica comigo, eu quero você, sempre quis.

–Eu também quero. –Ele respondeu. –Mas eu...

–Chega de “Mas” isso acaba nos prejudicando. Não posso perder você outra vez, e eu sei, que se você entrar nesse avião, se você partir será o fim, e eu não quero isso. Eu acabei desfazendo-me do abraço, pois precisava encará-lo, fitar as lindas joias esmeraldas, que apesar de tudo ainda continham amor, pois nada mudara nele, o sentimento não havia diminuído com a dor e a distância, pelo contrário, parecia estar se fortalecendo.

–Eu ainda amo você. –Ele sussurrou. Foi tão bom ouvir aquilo, havia tanta sinceridade em suas palavras. Meus olhos se deslocaram para o que Leon tinha em mãos, era um envelope pequeno, era a carta. Sem permissão a peguei e dedilhei o papel que guardava segredos e os sentimentos dele, sorri.

–Não sei o que fazer. –Ele sussurrou novamente, eu cerrei as pálpebras, sabia que ele ainda estava confuso, e principalmente com medo. Acho que Leon nunca se livrou dessa insegurança, mas eu faria de tudo para mostrar a ele que eu pertencia a ele, e somente a ele.

Tudo desmoronou quando senti braços fortes me arrancando de Leon, tinha me esquecido que havia invadido o aeroporto, e aquela mulher tinha chamado os seguranças.

–Esperem, não façam nada com ela. –Pediu Leon, ele tentou ir até mim, mas também foi impedido por outros seguranças. –Me soltem.

–A senhorita venha com a gente, tem muito o quê explicar. –O Segurança disse duro, eu estava sendo carregada, literalmente para fora dali. Olhei para Leon, que estava detido por dois seguranças, já tinha até parado de se mexer, pois não havia muito o quê fazer.

–Me desculpe. –Ele disse. –Me desculpe, Vilu. –Ele gritou com os olhos marejados, e já deixando algumas lágrimas escaparem, era raro vê-lo chorar.

–Não se desculpe. –gritei de volta. –Só fica comigo, permaneça sendo meu...


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Notas finais do capítulo

Então? Ficou bom? Gostaram? Por favor, comentem, é a reta final, e eu preciso mesmo saber se vocês gostam :D Até logo, dessa vez é serio kkkk Beijos.