Sólo Tú Me Importas escrita por Bia Rodrigues


Capítulo 39
Capítulo 39. Epílogo.


Notas iniciais do capítulo

Hey! Mds o ultimo capítulo, não estava emocionalmente preparada para ele, eu adoro escrever essa fic, e ela foi uma das minhas primeiras, não vai ser fácil encerrá-la. O capítulo demorou para sair, porque eu queria fazer algo digno dos meus leitores, que acompanharam a fic até o fim.

Vou agradecer as recomendações abaixo, pois o Nyah some com os meus agradecimentos kk :D

Espero que gostem do ultimo capítulo :D



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Agradecimentos a Danielly Ferraz: Me chamou de lerda ♥ ♥ hahehae Eu sou um pouco, talvez muito kk Eu adorei o fato de você te dito que a fic é diferente. Bom, você é uma leitora extremamente fiel, sempre comentando nas histórias e eu só mesmo que te agradecer por recomendar maravilhosamente e por me acompanhar ♥ E também a Camily, sei como se sente porque além de escrever eu leio as fics, fico louca com elas e quero que continue o mais rápido possível, eu quero agradecer pela ótima recomendação, de verdade muito obrigada ♥

Pov’s Violetta

Fui arrastada para fora daquele aeroporto sem a mínima delicadeza, nem pude me despedir, somente pude torcer para que Leon não colocasse os pés naquele avião, ele não podia ir embora, não podia me deixar aqui, eu não acreditava que depois de tudo que passamos ele iria me largar aqui.

–Como foi? –Ouvi Fran perguntar assim que cheguei até onde ela estava, eu havia apenas levado um sermão dos seguranças que acabaram me deixando ir embora.

Eu simplesmente corri até ela, a abracei e chorei, eu precisava desse abraço, precisava arrumar um jeito de aliviar essa dor no meu peito que não passava nunca, nem sequer por um instante.

–Ele foi embora? –Perguntou Fran cautelosamente. –Não conseguiu se despedir dele?

–Pior...-Sussurrei com a voz falha. –Eu o vi, falei com ele...Leon disse que me ama, Fran. –Disse a ela, mas Fran parecia um pouco confusa. –Pedi para que ele ficar, para permanecer aqui, sendo meu...

–E mesmo assim ele foi embora? –Indagou Francesca inconformada, e eu soltei um risinho por sua expressão.

–Digamos que eu acabei “causando” no aeroporto e me tiraram de lá a força antes que Leon falasse alguma coisa, ele só me pediu desculpas. –Eu disse.

–Desculpas pelo o quê?

–Eu também não sei, mas ao que parece ele decidiu ir embora, portanto pediu desculpas...-Eu disse baixinho, Marco apenas nos observava com pena.

Olhei para o lado e pude perceber que dava para ver a pista de decolagem de onde eu estava, um avião acabara de levantar voo, olhei bem atentamente, e sinceramente preferia não ter visto aquele avião.

–É o avião dele. –Sussurrei pasma. –É o avião dele.

–O quê? –Perguntou Fran e eu apontei na direção da grande maquina branca que agora partia para o México, levando Leon junto. –Vilu, não, ele não faria isso.

–Mas fez. Ele se foi, Fran, ele foi embo..embora...-Sussurrei limpando as lágrimas que desciam descontroladamente por minha face.

–Vilu, ele te ama...

–Mas parece que isso não foi o bastante para fazê-lo ficar. –Eu disse a interrompendo. –Parece que minha história com ele acabou de vez, mesmo com tanto esforço, eu acabei o perdendo.

–Não. Você não o perdeu, Vilu. –Disse Fran em um sussurro, apesar de tentar me consolar, ela também estava triste, afinal eles eram melhores amigos, e entendo que também não era fácil para ela. – Ele ama você, e não é se mudando para o México ou para China que esse sentimento irá mudar.

–Meninas, sinto muito, mas não podemos ficar aqui, vou acabar levando uma multa. –Disse Marco, nós assentimos, não tinha sentido permanecermos lá, sem contar que Marco poderia perder a carteira, digamos que ele não era um bom motorista.

Fui no banco de trás, seria bom ficar em silêncio, somente pensando. Uma hora Leon teria que me esquecer, ele iria se casar com outra, teria filhos com outra, seria de outra, não permaneceria sendo meu.

Claro que eu também teria que seguir em frente, mas para ser sincera eu não estava muito afim. Conheceria vários caras, mas não encontraria outro Leon, a sorte de encontrar um “Leon” não vem duas vezes para a mesma mulher.

Leon...Leon, adorador de pudim, engravatado reclamão, odeia ser chamado pelo sobrenome “Vargas” e é ciumento. Gosta de motos, é alérgico a morango e mesmo depois de anos de namoro ele continua sendo um desastre durante os encontros. Eu não queria que outra mulher descobrisse essas coisas, mas seria egoísmo da minha parte se pedisse para que ele se prendesse a mim o resto da vida.

Mas eu queria ser a única, queria ser a única por quem ele sentisse ciúmes, queria ser a única a arrumar sua gravata sempre que estivesse torta ou errada, queria ser a única a beijá-lo, queria chama-lo de “Vargas” somente para irritá-lo, queria vê-lo somente mais uma vez sendo desastrado durante um encontro, depois esquecer-se de tudo comendo um delicioso pedaço de pudim, mas querer não é poder.

A verdade é que eu queria Leon Vargas, sempre quis, a partir do momento que eu o conheci, eu quis ele, mas no começo fui tola demais para perceber meus sentimentos, e acabei dando liberdade para Tomás, o cara que viria a destruir meu namoro anos mais tarde.

Sempre foi Leon, foi meu amor e minha frustração, minha alegria e minha magoa, passou por tudo para ficar comigo, mostrou-me como é amar, encarou meu pai, fez tudo por mim, mas ele cansou.

Leon cansou de esperar um amor que ele acha que não é reciproco, mas a verdade é que eu o amo, e meu amor por ele é reciproco com certeza, porém eu não consegui fazer com que ele acreditasse nisso.

Será que a culpa foi minha? Digo, por ele não confiar em mim, não acreditar 100% que eu amo, talvez isso doa mais, além de saber que eu o perdi, saber que ele foi embora sem acreditar totalmente em mim, acreditar que eu o amei com todas as forças, mas talvez eu não soube demostrar.

–Que ir para minha casa, Vilu? –Perguntou Fran me olhando com pena, na verdade todos me olhavam assim ultimamente, o que sinceramente não era muito agradável.

–Não, obrigada. Mas eu vou para minha, preciso descansar. –Eu disse e ela assentiu, agradeci mentalmente por Francesca não me contrariar.

–Vai à festa do Studio hoje? –Ela perguntou tentando puxar assunto, mas era visível que Francesca também estava triste, tão visível quanto a minha falta de interesse em conversar, mas jamais seria grossa com eles.

–Vou, apesar de não querer. –Eu disse e ela sorriu fraco, acho que Fran estava tentando arrumar um jeito de me animar. Um enorme silêncio tomou conta a partir daquele momento, os dois sabiam que eu não queria conversar. Após um tempinho eles me deixaram em casa, não sei se era ali que eu queria estar.

Entrei em casa tentando passar despercebido, e consegui, quase comemorei quando cheguei ao meu quarto, mas Angie estava lá, e para ajudar segurava uma foto minha com o Leon.

–Angie eu...

–Me lembro desse dia. –Ela disse mostrando a foto. –Acho que nunca te vi tão feliz. –Obrigada Angie está ajudando muito, pensei ironicamente.

–Vou colocar essa foto juntamente com outras em uma caixa lá no sótão. –Eu disse.

–Por que não jogar fora? –Ela perguntou, mas sabia a resposta.

–Porque não estou preparada para me livrar delas. –Respondi automaticamente, tão rápido que assustou.

–Exato. Você não está preparada para se livrar dele, e nem ele de você. –Ela disse, ainda não estava ajudando.

–Normalmente quando se termina um namoro nenhum dos dois está preparado para “se livrar” do outro, mas acontece de algo separar os dois, mesmo que ambos se amem. –Eu disse me sentando na cama.

–Isso é verdade, mas não sei, há algo diferente em você e no Leon, algo que é quase inaceitável deixar vocês dois separados, mas a escolha é de vocês.

–Não entendi o que quis dizer. –Eu disse, não estava entendendo mais nada ultimamente.

–Não deviam estar separados. Não desistam. –Ela disse e eu suspirei bem lentamente e bem pesadamente.

–Já tentamos “não desistir” outras vezes. –Expliquei.

–Vocês sempre terminaram pelo mesmo motivo, garotos atrás de você, não persistam no erro, e quando houver outro problema resolvam de maneira madura e inteligente. –Ela disse. Infelizmente já era tarde.

–Pena que ele está indo para outro país justamente para se livrar de mim. –Eu disse a ela.

–Será que ele quer se livrar? –Ela indagou e saiu do quarto.

Eu não sei de mais nada, um me dá um conselho o outro dá outro, mas nada resolve, só complicam mais as coisas, e eu estou ficando cansada desse assunto, de falar dele, de sentir falta, e não poder resolver.

Peguei uma caixa de papelão e comecei a guardas as fotos e objetos que Leon me dera, não sei nem se eu conseguiria ficar sem aquilo por muito tempo, mas eu preciso tentar, preciso viver.

Eu me deitei por um tempo, estava estressada com os últimos acontecimentos e decidi dormir um pouco, e acreditem dormir me fez bem, já estava ficando tarde e eu teria que me arrumar para a reunião dos ex-alunos, e repito: Não estava afim de ir.

[...]

–Violetta, está linda! –Gritou Naty assim que me avistou, ela estava com Maxi, e ambos vieram correndo até mim.

–Obrigada Naty, você está fantástica. –Eu disso tentando dar o meu melhor sorriso.

–Achei que não iria vir. –Maxi disse e Naty deu um cotovelada nada sutil no estomago dele, ele quase perdeu o ar mas iria sobreviver então não tem problema.

–Quer ir para o zoom? É lá que estou tocando as músicas. –Naty disse, foi meio desnecessário a informação, pois dava para ver o zoom e que era lá a agitação, mas sabia que Naty estava apenas tentando mudar de assunto, ou talvez me alegrar.

–Podem ir. Acho que vou beliscar algum salgado naquelas mesas. –Eu disse indicando uma meia cheia de coisas gostosas.

–Tudo em, qualquer coisa estaremos lá. –Maxi disse e saiu de mão dada com Naty, pelo menos eles estavam juntos ainda. Então lá fui eu na mesa das coisas gostosas, havia salgados e doces, apenas peguei uma torta e fiquei andando por ali, todos se divertiam, então vi André sentado isolado em um banquinho olhando para o nada.

–Olá. –Eu disse me aproximando, quem sabem não fundávamos o clube dos depressivos abandonados pelo mexicano que amamos, uhuul! Acho que eu estou muito sarcástica hoje, deve ser por conta do meu humor que não está “lá essas coisas”.

–Oi...-Ele sussurrou baixinho. –Burrito mexicano? –Ele me ofereceu o que tinha em mãos.

–Não obrigada, vou evitar as coisas relacionadas ao México por um tempo. –Eu disse e ele soltou um riso.

–Talvez seja uma boa ideia. –Ele disse e riu. –Estou sentindo falta do meu amigo...-Ele disse baixinho após um tempo, eu não queria falar do Leon, mas parece que as coisas conspiravam contra mim.

–Também sinto falta dele. –Revelei algo que era óbvio, mas me aliviou dizer aquilo alto para o André.

–Todos sentimos, Leon é um de nós, é da nossa turma, as coisas não serão as mesmas sem ele. –André disse e deu uma mordida no tal burrito mexicano. A conversa parecia tomar um rumo interessante, pois não focava na minha relação amorosa com Leon, e sim em algo que éramos além de namorados, amigos.

–Não serão mesmo. –Concordei. –Tudo vai mudar, André, tudo...

–Já mudou. –Ele disse. –Mas eu não queria que mudasse.

–Eu também não. Tudo era tão mais fácil quando estávamos aqui no Studio, éramos adolescentes, crescemos aqui, aprendemos a viver aqui. –Eu disse.

–Nos conhecemos de verdade aqui. –Ele disse. Eu sabia o quanto a perda de Leon havia afetado André, eles eram amigos há muito tempo, e eu sei que doía no André também, uma dor diferente da minha, mas doía. –Vilu eu vou ir para o zoom, quer ir?

–Não, obrigada. Vou ficar mais um pouco aqui. –Eu disse e ele assentiu.

Começando a ficar entediada eu abri a minha bolsa, e de lá de dentro tirei a carta de Leon, por algum motivo bem idiota eu havia trazido ela comigo, eu não queria, mas foi algo que eu não pude evitar.

–Eu deveria ler? –Indaguei para mim mesma. Comecei a procurar um lugar vazio no Studio, optei por ler a carta, e precisava estar sozinha, ao menos se eu chorasse ninguém iria ver. Achei a sala de canto, onde normalmente a Angie ficava.

Abri o envelope e a carta enorme se revelou toda escrita a mão e tinta preta, Leon sempre fora tradicional, eu particularmente achava isso charmoso nele, era interessante. Criei coragem e comecei a ler em voz alta.

–Querida Violetta, essa deve ser a “milésima” vez que tento te escrever essa carta, acho que não estou emocionalmente preparado para dizer adeus, afinal não é fácil se despedir de quem amamos. Deve estar se perguntando o por que de eu estar indo embora, para falar a verdade nem eu mesmo sei a reposta.

–Se eu te conheço bem você deve ter me xingado bastante, talvez um “Leon seu grandessíssimo idiota” e algo a mais que eu prefiro não citar e eu...–Minha leitura foi interrompida, o que poderia ter me estressado mas...

–E eu te peço perdão por ter feito você chorar por um idiota como eu...-A voz continuou e eu estremeci, simplesmente não conseguia esboçar alguma reação, me virei lentamente e pude vê-lo ali, tão próximo, com um terno preto e uma gravata bem desalinhada.

Ele parecia estar triste, ou talvez lamentasse por nós, não sabia decifrá-lo naquele momento, e mal acreditava que ele estava ali, como poderia saber o que ele estava sentindo.

–Le..Leon? –Indaguei pasma, tragando a saliva e perdendo o controle da respiração, digamos que fiquei ansiosa demais.

–Você não merecia passar pelo que passou, e talvez jamais vá me perdoar, nem eu sei se me perdoaria. –Leon dizia às palavras que havia escrito na carta, e eu? Bom eu tentava acompanhar com dificuldade, há minutos atrás eu estava crendo que Leon havia partido para o México. –O resto da carta não importa...-Leon disse, e eu permaneci quieta.

Ele se aproximou mais um pouco, eu estava mais confusa do que o normal, não sabia se sorria ou se chorava mesmo, ele estava ali, mas e então? E depois? Eu queria saber o que estava acontecendo.

–Não importa porque eu mudei de ideia, do que adiantaria se eu fosse para o México? –Ele indagou, Leon não esperava resposta, mas eu respondi.

–Você iria se esquecer de mim, era tudo que queria, ou ainda quer. –Sussurrei.

–Esqueceria realmente? –Ele perguntou, mas desta vez fiquei quieta, ele estava com cara de quem precisava desabafar. – Eu iria sofrer mais ainda. Alguém deveria ter me pegado e me dado uns tapas e dito: “Leon! Acorda! Não abandone tudo, não abandone a Violetta, não se esqueça de tudo que você ama. Não seja esse tipo de idiota”. –Ele gritou, e eu permaneci em silêncio.

–Para falar a verdade tentaram me dizer isso, de uma forma mais delicada, mas tentaram. Só que eu fui burro demais para entender o que queriam me dizer, e acabei percebendo que eu não posso te perder da pior maneira possível. Sabe ver aqueles seguranças te arrastando à força para fora daquele aeroporto acabou comigo, porque foi como ver eu te perdendo, te tiraram dos meus braços e eu não queria aquilo. Seu olhar transmitia sinceridade, você me queria...

–Eu quero. –Eu o interrompi. –Sempre quis, porque sempre foi você Leon. A partir do momento que você me salvou daqueles skatistas eu te quis, mas não sabia, não sabia lidar com os meus sentimentos. Estava focado no cara que foi meu primeiro amor que acabei não percebendo quem era o meu verdadeiro amor, você. E é isso que eu preciso que você entenda, é você Leon, é você o meu verdadeiro amor, é você que eu quero.

–Eu sei. –Ele sussurrou. –Me desculpe por não acreditar antes, mas agora eu acredito. Você disse que me queria e eu não acreditei, porque eu estava cego pela magoa, pela frustração de achar que havia te perdido. A verdade é que eu fico louco só de imaginar que você não seria mais minha.

–E você acha que eu não me sinto assim? Você acha que não passou pela minha cabeça você com outra mulher? –Eu perguntei. –Eu morria de medo de você ser de outra, porque você é meu, e eu gosto das coisas assim, gosto de você ser meu, entende? –Perguntei e ele soltou um risinho.

–Reencontro estranho esse o nosso, não é? –Ele perguntou rindo, eu gostava desse negócio entre mim e o Leon, conseguíamos amenizar o clima entre nós com uma facilidade incomum.

–Diga uma coisa que foi normal no nosso relacionamento. –Pedi e também soltei um risinho, então ele se aproximou mais um pouquinho, o que nos deixava extremamente próximos.

–É bom ver você sorrir. –Ele sussurrou. –Mas preciso saber se me perdoa pelo que eu te faz passar...

–É bom ter você aqui, passei as ultimas semanas pedindo para vivermos esse momento, e peço que não se considere culpado por termos terminado, a culpa foi de nós dois. –Eu disse e elevei minha mãe até sua face lisa.

–Mas Vilu...

–Já disse, Leon. Chega de “mas”, os dois tiveram culpa, não vamos perder tempo discutindo sobre “O culpado”. –Disse ainda acariciando seu rosto. –Então estamos bem? –Perguntei sorrindo, só me faltava esse garoto vir até aqui, me dizer tudo isso e nós dois não voltarmos.

–Eu quero estar bem com você, mas como vamos resolver esse problema que nos persegue e sempre nos faz terminar pelo mesmo motivo? –Ele perguntou colando sua testa na minha.

–Não vou persistir nesse erro. –Eu disse, porque afinal, esse “problema” se referia aos garotos que viviam atrás de mim, e eu tenho que aprender a lidar com isso, e Leon também.

–Eu também vou aprender a conversar melhor, ouvir o seu lado do história sem ser tão cabeça dura. –Ele disse. –É uma promessa.

Eu apenas sorri, e com muito cuidado coloquei meus braços sobre o ombro dele, entorno do pescoço. E como sempre ele envolveu minha cintura com as mãos firmes, mais firmes do que eu me recordava.

–Dessa vez não estamos em greve de beijo, não vejo problemas se...-Eu o interrompi com um beijo, por favor, fiquei quase duas semanas sem beijá-lo, não conseguiria resistir por muito tempo.

Talvez fosse apenas duas semanas, para quem nos via poderia nos achar exagerados, mas é diferente, sentíamos falta um do outro, ainda bem pela maneira que havia terminado. Bom, o beijo não foi àquela agitação e selvageria, porque no momento queríamos apenas aproveitar, “matar a saudade”.

–Estou surpresa por você estar usando gravata. –Eu disse ofegante após o beijo. –Apesar dela não ser muito o seu estilo.

–Eu precisava estar apresentável, e essa roupa não é minha. Todas as minhas coisas foram para o México, não deu tempo de cancelar, só vou pegar minhas roupas daqui três dias. –Ele disse e eu ri. Esse é o tipo de coisa que acontece com Leon Vargas.

–Não ria, essa gravata é do meu avô, ele disse que conquistou a vovó usando essa gravata, ainda não sei como, mas na época deveria estar na moda. –Ele disse rindo, a gravata era realmente feia.

–Vamos esquecer a gravata. –Ele disse cessando o riso. –Sabe, tem uma coisa no final da carta, que eu queria que você lesse. –Ele pediu, eu estranhei, mas fiz o que ele pediu, peguei a carta e li a ultima linha.

–Eu também amo você. –Eu disse a ele que sorriu. Ficamos abraçados sorrindo um para o outro feito bobos, são momentos clichês que são gostosos de passar com quem se ama.

–Tem mais uma coisa. –Ele disse remexendo nos bolsos da calça. –Você jogou isso em mim no dia que terminamos, gostaria que aceitasse novamente. –Ele disse tirando a aliança do bolso. –Ainda quero ter a honra de permanecer sendo seu noivo, mesmo que demore para nos casarmos. –Ele disse, eu sorri e dei minha mão a ele, que de bom grado colocou a aliança em meu dedo. Ele já estava com a aliança, o que mostrou que provavelmente ele não a tirou do dedo, e aquilo me agradou bastante.

–Violetta eu estava te procur....Leon! –Estava bom demais para ser verdade. –Leon! Criatura você não foi embora. –Era a Francesca que pulou em cima dele, porém ambos desabaram no chão.

–Coitado, Francesca. –Eu disse rindo, foi uma situação bem engraçada. E eu como a pessoa legal que sou fui ajudar os dois a se levantarem, mas...

–Leon! –Gritou os meninos que estraram desesperados na sala, e também pularam em cima do Leon, oficialmente essa noite eu perdi meu namorado, mas que saber? Eu estava feliz, finalmente estávamos todos juntos e felizes, todos sorrindo, todos sendo amigos, como deveria ser.

A volta de Leon mudaria tudo novamente, não justamente por ser ele, e sim porque todos nós formamos um só, e se um sai os outros já não são mais os mesmos.

Três anos depois....

Faltam cinco meses, cinco meses para nos formamos e seguirmos nossas vidas, amadurecemos bastante, meu namoro com Leon permaneceu forte, claro que algumas coisas não mudaram, como o ódio dele por gravatas e o amor dele por pudim.

–Leon. –Sussurrei. –Acorda. –Eu disse, estávamos no auditório da Universidade ouvindo uma chata palestra motivacional, e Leon estava dormindo ao meu lado, “super charmoso”.

–Amor. –Eu o chamei novamente.

–Amor, acredite, não falta motivação em mim, por isso não há problema em eu permanecer dormindo. –Ele sussurrou, por sorte não haviam visto ele no maior cochilo, com exceção de Maxi que aproveitou até para tirar uma foto do momento constrangedor do Leon, amigo é para essas coisas, e Leon estava merecendo, pois esses dias ele colocou os despertador do Maxi para tocar as 03:00, 04:00, 04:30, e o Maxi acabou acordado a madrugada inteira.

–Vamos, acorda. –Pedi “chacoalhando” o mesmo.

–Estou guardando energia para a surpresa que farei a você depois da aula. –Ele disse e eu arregalei os olhos, não estava sabendo dessa. –Mesmo de olhos fechados eu conheço você o suficiente para saber sua reação, e antes que pergunte não irei contar.

–Eu não ia perguntar... -Blefei.

–Claro que não ia. –Ele respondeu irônico, eu ri e acabei o deixando dormir. A surpresa dele provavelmente teria haver com o aniversário de namoro.

–Vilu. –Ele me chamou.

–Fale.

–Tenho uma dúvida, mas não fica brava. –Ele disse e eu ri novamente. –Estamos fazendo: 3 anos, 4 anos, 4 anos e meio ou 5 anos e alguns meses de namoro? –Ele perguntou, e essa era uma duvida que eu tinha.

Fazia 5 anos desde o nosso primeiro namoro, 4 anos depois que o Tomás foi embora e tentamos novamente, 4 anos e meio quando voltamos na Universidade, e 3 anos quando reatamos pela ultima vez.

–Não faço ideia. –Respondi e pude vê-lo dar risada, ao que parece ele havia perdido o sono e decidiu acordar.

–Podíamos ficar no meio termo. –Ele disse esfregando os olhos e se espreguiçando.

–Quatro anos então. –Eu disse, parecia loucura eu sei, mas as coisas conosco funcionava na maioria das vezes na anormalidade.

–Porém, 5 anos do primeiro beijo, então nada nos impede de comemorar duas vezes, tecnicamente temos 5 anos de namoro, mas vamos comemorar quatro. –Ele explicou, eu não entendi muito bem, mas ele tinha acabado de acordar e estava meio “zureta”.

–Comemoramos duas vezes então. –Eu respondi rindo e passando a mão no cabelo dele tentando ajeitar um pouquinho. A partir daí eu comecei a prestar novamente atenção na palestra, o Leon mesmo acordado não prestou atenção, acho que a maioria das pessoas ali não estava ligando muito para a palestra.

[...]

–Está muito longe? –Perguntei conforme eu e Leon andávamos. As aulas do dia haviam acabado, e o Leon mal esperou e já saiu me arrastando para fora da Universidade.

–Estamos chegando, você vai gostar. –Ele disse segurando minha mão e me arrastando, detalhe eu estava vendada, não fazia ideia para onde ele estava me levando. –Chegamos. –Disse tirando minha venda.

Estávamos em um lugar que “para variar” eu não conhecia. Era como um vilarejo antigo, e estávamos em cima de uma pequena ponte de madeira que por baixo passava um riacho.

–Isso é seguro? –Perguntei vendo que a ponte balançava.

–Sim, é, e se a ponte quebrar não se preocupe que esse riacho tem 1,68 metros de profundidade.

–Leon, eu tenho menos que 1,68... –Resmunguei baixinho, ele riu e passou o braço pela minha cintura.

–Agora está segura. –Ele disse ainda rindo. –Mas creio que gostaria de saber o que fazemos aqui.

–Gostaria. –Eu disse. –Gostei desse lugar, é bem tranquilo e sereno.

–É um bom lugar. –Ele disse me apertando um pouco mais contra si.

–E o que viemos fazer aqui? –Perguntei novamente.

–Ah, sim. –Ele disse meio nervoso, 5/4 anos de namoro e ele ainda continuava um desastre em encontros. –Em Veneza temos a ponte dos suspiros, em Paris temos a ponte dos cadeados, onde os apaixonados juram amor eterno. E aqui em Buenos Aires, nesse pequeno vilarejo turístico aconchegante teremos a ponte onde eu, Leon Vargas, um simples mexicano, se declarou a amada e agradeceu a oportunidade de ter conhecido Violetta Castillo. –Ele disse e soltou um pequeno riso, ele estava bem nervoso, eu segurei sua mãe e sorri para ele.

–Usei duas vezes os meus “20 segundos de coragem insana”, não tem importância se você usar novamente. –Disse acariciando sua mão.

–Me desculpe, vim com a intenção de me declarar, mas estou nervoso demais, não costumo ser assim. –Ele disse.

–Tudo que fez por mim durante esses 5/4/3 anos de namoro, foram uma espécie declaração. –Eu disse me aproximando dele, creio que algumas pessoas nos observavam, mas eu não estava me importando com isso no momento.

–Tenho uma vida toda de declarações para você então, Vilu. –Ele disse. –Quer dizer, tenho uma vida toda para tentar me declarar sem estarmos brigados. –Eu ri.

–Você faz isso muito bem, mas quando é com naturalidade, senão simplesmente trava sobre pressão. –Eu disse a ele, e era verdade, Leon sempre falava ou fazia as declarações em momentos que ele não havia planejado, caso contrário ficava nervoso. Ele adquiriu isso de uns tempos para cá, mas eu não ligava.

Ele acariciou meu rosto e aproximou os lábios dos meus, estes que rapidamente foram selados sem pressa, com calma, aproveitando que estávamos “sozinhos”.

–Eu amo você Violetta Castillo. Uma baixinha emburrada, bem baixinha mesmo, que mudou tudo na minha vida, mudou quem eu era, me mostrou um lado meu que eu havia esquecido, me fez fazer loucuras, várias loucuras, mas loucuras que eu jamais irei me arrepender. –Ele disse e eu apenas sorri.

–Viu? –Perguntei e ele fez cara de confuso. –A declaração sai sozinha, naturalmente. E eu também amo você Leon, acho que ás vezes fico muito tempo sem dizer isso, mas eu sei que você sabe, e eu jamais irei me arrepender de ter escolhido você, não poderia pedir um companheiro, amigo, namorado e noivo melhor. –Eu disse e lhe dei um rápido beijo. –Vou amar para sempre, sei que vou amar...

Não foi o fim para essa história de amor de um casal anormal, o engravatado reclamão adorador de pudim continuou com essas manias, e a baixinha emburrada, bem baixinha mesmo nunca mudou de opinião sobre ter feito a escolha certa. “Solo tu me importas” é exatamente o ponto, para Leon a única que importa é Violetta, e para Violetta o único que importa é Leon, não importa quem se intrometa, o amor e a vontade que eles sentem de ficar um com o outro é maior que tudo e todos, e para os dois esse é o verdadeiro amor eterno....

Fim


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Notas finais do capítulo

Nossa, o que dizer. Essa fic foi muito importante para mim, e não está sendo fácil encerrá-la, eu quase chorei para falar a verdade kk Primeiramente eu queria agradecer a todos que acompanharam, que comentaram, que favoritaram e recomendaram a fic, sem vocês eu não estaria aqui. Essa fic vai deixar saudades em mim, mas eu precisava encerrá-la uma hora, e acabei decidindo que a hora era essa. Eu demorei para postar esse capítulo, pois não queria decepcionar nenhum dos meus leitores, e eu espero que não tenha decepcionado. OBRIGADA! Eu só posso agradecer a todos, e de verdade eu espero que tenham gostado da fic e espero que tenham gostado desse capítulo. Muito Obrigada