Pov’s Violetta

–Vou te abraçar até a dor passar. –Havia se passado umas quatro horas desde essa conversa com Leon.

O que aconteceu depois foi que o médico apareceu no quarto, e pediu para falar com Leon urgentemente. E faz quatro horas, quatro horas. Sabe o que é passar quatro horas, agoniada, porque o médico apareceu e pediu para conversar urgentemente com seu noivo?

Talvez você algo bom, ou não. Quer dizer, era algo bom, sim era algo bom, tinha que ser algo bom, afinal o que poderia acontecer de ruim...Foi aí que meu telefone começou a tocar.

Quando o telefone toca, e você está com péssimos pensamentos, o que você vai ouvir no telefone provavelmente é algo ruim, ou não. Mas que droga, estou tão preocupada que não consigo diferenciar coisas boas das ruins.

–Alô. –Eu disse assim que atendi ao telefone, eu não tinha o número da pessoa.

–Violetta? –Droga, outra vez, o que Tomás fazia me ligando? –Não desliga! Por favor, preciso conversar com você.

–Não quero conversar.

–Por quê? –Ele perguntou.

–Porque toda vez que você aparece algo de ruim acontece. –Eu disse, eu realmente estava me esforçando para não desligar.

–Porque você não me deixa ser algo bom para você? –Tomás perguntou.

Eu sei, é uma boa pergunta: Por que eu simplesmente não perdoava o Tomás e deixava-o ser meu amigo, apenas meu amigo. Mas eu já havia pensado nisso, era uma questão lógica.

Só havia espaço para um deles em minha vida: Ou era Leon, ou era Tomás, e acredite, sem o Leon eu não iria ficar, pois ele é minha escolha, ele sempre foi minha escolha.

–Porque eu sei que você não será algo bom para mim. –Eu respondi tranquilamente.

–Violetta. –Eu me virei ao reconhecer a voz, Leon se encontrava completamente sorridente bem no fim do corredor, e ele já estava sem o carrinho de oxigênio.

–E como sabe que eu não sou algo bom para você? –Tomás retrucou, dava para perceber que ele estava nervoso.

–Simplesmente sei...-Respondi e desliguei o celular.

–Violetta. –Leon disse novamente dessa vez mais próximo. Eu agradeci mentalmente por ele não ter me ouvido no celular, Leon poderia interpretar as coisas de uma maneira errada.

–Está tudo bem? –Perguntei pousando minhas mãos sobre seu peito assim que ele se aproximou o suficiente de mim.

–Está tudo ótimo. Eu recebi umas das melhores notícias da semana. –Ele disse sorrindo.

–Quem é que diz “Melhor notícia da semana?” – Eu perguntei rindo, e ele riu também.

–Eu digo. Mas você quer ouvir a melhor das melhores notícias da semana? – Ele perguntou e eu assenti dando risada.

–O seu querido e magnifico noivo, finalmente vai sair do hospital! –Ele disse.

Para qualquer pessoa essa notícia pode não parecer nada demais, mas para mim, wow! Aquele com certeza era a melhor notícia que eu podia receber, depois de tanto tempo, tanta angústia, tanto medo de perder Leon, aquela era sim a melhor notícia....da semana (Não acredito que disse isso).

–Se...Serio? –Perguntei enquanto um enorme sorriso surgia em minha face.

–Eu não mentiria sobre isso. Sim Vilu eu finalmente vou sair daqui....-Eu nem deixei ele terminar, eu praticamente pulei em seu pescoço e o abracei com tanta força que quase o fiz perder o ar.

–Se continuar me abraçando assim eu vou ter que ficar mais tempo no hospital. –Ele disse rindo.

–Quando vai sair? –Perguntei empolgada e ele sorriu ao me ver assim.

–O médico disse que em aproximadamente dois á três dias. –Ele disse.

–Finalmente, esperei muito para que você ficasse bem. –Eu disse baixinho, enquanto ainda estava pendurando em seu pescoço, mas agora sem fazer força.

–Eu sei. –Ele sussurrou de volta. –Eu te beijaria, mas não estou afim de traumatizar pessoas enfermas. –Ele disse e eu ri.

–Um selinho não traumatiza. –Eu disse, e quando ele foi me beijar.

–Lion! –Não preciso nem dizer quem era.

–Ludmila, o que faz aqui? –Perguntou Leon.

–Preciso que me escute, mas escute mesmo, nãos me menospreze como hoje de manhã. –Ela pediu.

–Que conversa? –Eu perguntei estranhando, afinal eu não fiquei sabendo dessa conversa.

–Já disse que não quero falar sobre isso. –Leon retrucou.

–Mas o Die...-Leon a interrompeu.

–Basta! Diz para ele, que se quiser falar comigo, terá que vir até mim......Pelo menos se as coisas derem errado vou poder finalmente dar uns tapas naquele cara.

–Tapas? O Quê? –Eu perguntei novamente confusa, Leon só me olhou rapidamente, mas voltou a se direcionar para Ludmila.

–Acho que não será necessário. –Ludmila respondeu a contra gosto.

–Ótimo. –Leon disse ironicamente. Ludmila apenas o encarou, assentiu, virou-se e saiu andando.

–Agora você pode me explicar toda a história. –Eu pedi, já nervosa por terem me ignorado.

–Nada demais. –Respondeu ele, o mesmo fitava a loira ir embora enquanto bufava.

[...]

–Mas pelo visto a Ludmila tinha algo de importante para te dizer. –Eu disse assim que adentramos o quarto, e Leon parecia cada vez mais irritado. –Sem contar que eu ouvi o nome do Diego na conversa.....

–Violetta! Eu já disse que não é nada demais, esse é um problema que eu realmente preciso resolver sozinho. –Ele respondeu. –O que acha se tentarmos para de brigar?

–Concordo, mas pelo visto há sempre algo que faça a gente discutir. –Eu retruquei.

–Nossas discussões começaram desde que aquele ser voltou. –Leon disse.

–Não culpe o Tomás por tudo.

–E você não o defenda como sempre fez. –Leon aumentou seu tom de voz.

E quando você acha que nada pode piorar, as coisas pioram, bastou um segundo após a fala de Leon que o meu celular começou a tocar, olhei no visor e vi de quem se tratava.

–Tomás. –Eu disse e Leon fechou mais ainda a cara.

–Atende. –Leon disse indiferente.

–Alô. –Eu disse colocando no viva voz.

–Obrigado por atender. –Tomás disse.

–“Obrigado por me atender” – Leon o imitou baixinho, Tomás não ouviu.

–Acho que precisamos nos resolver. –Tomás disse, e Leon fechava cada vez mais a cara.

–Não há o que resolver, eu fui bem clara com você. –Respondi na esperança que minhas palavras amenizassem Leon.

–Mas eu não consigo aceitar. Não consigo aceitar que você sinta amor pelo imbecil do Leon e não sinta por mim, ele não te faz feliz, e nunca fará como eu sou capaz de fazer. – Tomás disse, eu só fechei os olhos e esperei o baque.

–Sempre fraco não é Tomás. Começa a me insultar para ver se a Violetta caí na sua “lábia”, mas se você a conhecesse saberia que ela não é assim. –Leon retrucou.

–Engraçado, Leon. Tem medo de perder a namorada, e por isso fica espionando a ligação.

–Primeiramente seu grandessíssimo idiota: Para a sua informação, ela é minha noiva, e não minha namorada. Segundo: Não tenho medo, se eu e a Violetta estamos juntos, é porque ela sabe o que quer, eu não estava espionando, a própria Vilu colocou a ligação no viva voz.

–Chega vocês dois. –Eu disse e Leon pareceu não gostar. –Tomás. Diga logo o que quer, e, por favor, me deixa em paz.

–Quero uma chance. –Tomás disse, Leon cruzou os braços na altura do peito e me encarou, como se ele realmente achasse que eu daria a chance para o Tomás.

–Você está fazendo papel de ridículo. –Eu disse baixinho.

–Então ao menos me deixe conversar com você. Pessoalmente. –Tomás disse.

–Tomás, pare. Preciso que você entenda uma coisa, vocês dois. –Eu disse olhando para Leon também. –Eu refleti muito, e percebi o quanto vocês se detestam.

–Com certeza. –Leon e Tomás falaram em um uníssono.

–E que eu nunca consegui manter a paz, desde que nos conhecemos, eu não podia viver em harmonia com os dois. Então eu entendi, só há um espaço para um de vocês em minha vida, eu tinha apenas uma escolha, era um ou o outro. E eu fiz minha escolha. –Eu disse olhando para Leon, que sorriu com isso.

–Isso é patético. –Disse Tomás do outro lado da linha, pois provavelmente ele entendeu que eu queria Leon, somente Leon. –Me desculpe. –Tomás se corrigiu.

–Não tem nada de patético em calar a boca do cara que quer roubar sua noiva. –Respondeu Leon.

–As escolha das pessoas mudam. Principalmente as escolhas erradas. –Tomás respondeu.

Será que eles ignoraram o que eu disse? Para o Tomás é difícil entender que eu o esqueci, e o Leon não percebe que ele é o único que eu quero. Enquanto eu refletia a discussão continuava.

–Saiba que eu fiz o possível pelo amor da Violetta. –Gritou Tomás.

–Essa é nossa diferença, eu não fiz o possível. Fiz o impossível pelo amor dela, fiz o impossível para ela perceber que podia me amar.

–E amo. –Eu disse num sussurro que nenhum deles foi capaz de ouvir.

–Sabe, eu posso não ser o primeiro amor, mas eu sou o verdadeiro...