Por Favor leiam as notas iniciais.

Pov’s Violetta

–Em...em coma? –Eu perguntei, eu queria ter certeza que tinha ouvido corretamente.

–Sinto muito. –O doutor disse e em seguida saiu cautelosamente, me deixando sozinha. Minhas pernas bambearam e por sorte a cadeira estava próxima, quer dizer, por sorte nada, eu sequer consegui chegar até a cadeira, me apoiei contra a parede, e senti uma forte dor no coração, essa dor era o vazio que estava ali dentro, sem Leon.

Minhas pernas não suportaram mais, meu peito fez uma espécie de pressão, como se meu coração quisesse saltar, eu estava péssima, e com isso fiquei pior. Minhas costas deslizaram pela parede, só parei quando senti o chão abaixo de mim, eu ainda não havia chorado, pois simplesmente eu tinha entrado em estado de choque.

Me encolhi toda, coloquei minha cabeça entre os joelhos, e assim a primeira lágrima saiu, foi tão espontâneo. E logo em seguida “milhares” delas saíram, eu já não tinha mais controle de mim mesma. Passei meu dedo por cima da aliança que Leon havia me dado há exatas 15 horas atrás.

Flashback On

Já estávamos cursando o segundo ano da Universidade, e digamos que todos nós amadurecemos um pouco como os estudos. Todos já estavam em suas devidas classes, porém eu acabei esquecendo meu caderno em meu quarto.

–Leon, já volto, esqueci meu caderno. –Eu disse lhe dando um selinho (O último beijo com ele consciente). Com eu havia dito, fui buscar meu caderno, eu praticamente voei para não me atrasar. O dormitório estava quieto, quieto demais, chegava a ser assustador. E como eu não sou muito corajosa, eu aumentei meus passos até o quarto, peguei o que tinha que pegar e tentei voltar para as aulas, sim somente tentei, a porta do prédio do dormitório feminino estava trancada.

Eu poderia ter gritado, socado a porta, mas eu sabia que não adiantaria, ouvi um barulho suspeito bem próximo de mim, em seguida senti o cheiro de gasolina, obviamente eu percebi do que se tratava, alguém iria incendiar aquele lugar, estava muito claro. O desespero tomou conta de mim, o odor da fumaça se tornou presente ali, e rapidamente a fumaça começou a invadir o local que eu estava. Me joguei contra o chão, e peguei o celular, eu já tossia muito, o alarme de incêndio disparou e eu agradeci mentalmente por isso, a essa altura a Universidade inteira provavelmente já sabia que ali estava ocorrendo um incêndio.

–Violetta, onde você está? –Era a voz de Leon do outro lado da linha do celular.

–Me ajude, por favor. –Eu disse a ligação caiu, eu estava com os meus olhos irritados e minha visão embaçada, e eu tossia descontroladamente. Uma parte da estrutura do prédio desabou. Eu tremia de tanto medo. Eu estava relativamente próxima da porta de entrada do prédio, e era possível ouvir as sirenes do bombeiro, que tentavam apagar o fogo.

–Violetta! –Uma voz me chamou, ela vinha da parte de trás do prédio. –Violetta! –Me chamou novamente.

–Estou aqui. –Eu disse baixinho.

–Vilu, meu amor, cadê você? –Era Leon, a voz dele estava falha.

–Aqui. –Eu tentei dizer o mais alto possível.

–Violettaaaaa! –Leon disse novamente, ele estava bem próximo de mim, era possível ouvir seus passos.

–Aqui, meu amor, eu estou aqui. –Eu disse.

–Vilu! –Leon havia me encontrado, ele correu até mim, seu rosto estava encardido pela fumaça, ele tossia muito, provavelmente havia entrado no prédio por um lugar onde o incêndio estava mais forte. Ele me pegou no colo, e me abraçou com força.

–Você não tem ideia do quanto eu fiquei preocupado com você. –Ele disse, Leon chorava, e eu também. –Tenho que te tirar daqui. –Leon disse se levantando e continuando comigo no colo.

–Por onde você entrou? –Eu perguntei com a voz fraca.

–Não tem como passar por lá, é perigoso e eu não vou arriscar sua vida. –Leon disse enquanto tentava achar uma saída. Ouvimos o som da parede sendo quebrada, um pequeno vão foi aberto, Leon correu até lá, era o resgate.

–Por favor, nos ajude. –Leon pediu.

–Conseguem passar por esse buraco? Se quebrarmos mais o prédio irá desabar. –Um dos bombeiros disse. Eu passava, mas não tinha certeza se Leon passava.

–Vilu, eu preciso que você passe. –Leon disse calmamente.

–E você? –Eu perguntei desesperada.

–Vilu, eu quero que você vá, por favor. –Leon pediu novamente. –Eu vou logo depois. –Ele disse hesitante.

–Está bem. –Eu disse. Passei pelo buraco com uma certa facilidade, pois eu era pequena. Assim que saí, um grupo de enfermeiros veio me socorrer, tentaram me colocar em uma maca, mas eu recusei, eu não iria a nem um lugar até que Leon saísse.

–Ele está quase passando. –Disse um dos bombeiros, eu não conseguia ver o que se passava ali, não deixaram eu me aproximar. –Está quase lá. Eu fechei os olhos, tentando controlar minha respiração, Leon precisava sair de lá.

–Conseguimos! –Um bombeiro gritou, as pessoas que estava envolta do buraco foram saindo, e assim eu pude ver Leon estirado no chão, e um grupo de enfermeiros indo até ele, e eu fiz o mesmo.

Me ajoelhei ao seu lado, e segurei em sua mão, Leon que estava com olhos semifechados abriu um sorrisinho. Ele estava com dificuldade para respirar, e quando foram dar uma mascara de oxigênio a ele:

–Esperem, eu preciso entregar a ela uma coisa. –Leon disse se recusando a receber a mascara. Ele tateou os bolsos, e de lá tirou uma caixinha empoeirada pela fumaça.

–Vilu, eu não pretendia fazer esse pedido tão cedo, mas eu não sei se eu vou sair dessa...-Eu o interrompi.

–Não fala bobagens, você vai ser inteirinho. –Eu disse com a voz falha pelo choro que estava por vir.

–Mesmo assim, eu preciso cumprir a minha promessa. –Leon disse ofegante. Ele segurou uma de minha mãos, e colocou a caixinha na palma da mão esquerda, ele a abriu e dentro continha as alianças.

–Violetta Castillo, me perdoe, eu queria que esse momento tivesse sido muito mas especial, infelizmente isso tudo me pegou desprevenido, eu prometo que se eu sair dessa eu....-Leon parou, ele estava ficando ser ar. –Violeta Castillo, me daria à honra de ser seu noivo? –Leon disse baixinho, eu não tive tempo de responder, Leon “apagou” ali mesmo, imediatamente os enfermeiros foram socorrê-lo.

–Eu aceito. –Eu disse colocando trocando nossas alianças. (N/A Para quem não lembra, o Leon havia dado uma aliança de compromisso a Vilu). Como não tinha possibilidade de beijar seus lábios, por conta da mascara de oxigênio, eu acabei depositando um beijinho em sua testa suada, depois disso levaram Leon até a ambulância, eu queria ir junto, mas me impediram, pois eu tinha que me cuidar também.

Após eu realizar uma bateria de exames, tomar soro e sofrer um pequeno interrogatório da policia, eles queriam saber a causa do incêndio, eu finalmente poderia ir ao hospital.

–Violetta. –Ouvi a voz preocupada de meu pai me chamar, ele veio até mim e me abraçou com força, Angie não estava, ela havia ficado para cuidar de Julietta (N/A Pessoal eu coloquei o nome dela assim, pois esse é o nome clássico da filha do casal germangie, então eu optei em deixar esse nome mesmo).

–Que bom que está bem. –Meu pai disse ainda me abraçando.

–Preciso que me leve ao hospital, preciso ver Leon. –Eu disse. –Ah pai, ele me pediu em noivado. –Eu disse e meu pai ficou pálido, mas eu sabia que ele não iria discutir comigo agora.

–Vamos ao hospital. –Ele disse ignorando a ultima parte entrou no carro e foi em direção ao hospital. Bom, e o resto vocês já sabem, eu fiquei lá horas e horas aguardando por notícias de Leon, meu pai havia ido embora, pois teria que trabalhar, ele não queria me deixar sozinha, mas acabou cedendo. E foi logo depois que eu recebi a noticia que Leon havia entrado em co...coma.

Flashback Off

Recusei todas as ligações que recebi, incluindo as de meus amigos, eu não estava preparada para falar com ninguém, por mais que eu soubesse que a qualquer minuto eles iriam aparecer neste hospital.

–Volte para mim meu amor, volte para mim. –Eu sussurrei para mim mesma enquanto acariciava a aliança. -Volta para mim Leon, por favor...