Pov’s Leon

–Preciso de você.....

–Precisa? –Ela perguntou com uma ponta de alegria na voz.

–S..sim, quer dizer nós precisamos, quer dizer a Fran precisa. –A essa altura eu já estava todo enrolado.

–Espera, quem precisa? –Ela perguntou confusa.

–Eu, quer dizer a Fran.

–Leon? Você está bem? –Vilu perguntou preocupada.

–Sinceramente não. –Eu pensei alto, não era para eu ter dito aquilo. –Você pode vir até o quarto da Fran? Ela precisa de você. –Eu disse finalmente o que eu queria.

–Claro. –Ela disse prontamente, porém dava para ver que sua voz tinha mudado de alegre para triste. Ela desligou e eu taquei meu celular na cama de Fran, eu precisava me controlar mais.

–Está tudo bem? –Fran perguntou assustada.

–Tudo ótimo. –Eu disse irônico, mas Fran pareceu não perceber, pois deu um sorrisinho sincero, o que fez eu me sentir mal. E me sentei ao seu lado e ela e a mesma apoiou a cabeça em meu ombro, e põe-se a chorar mais ainda. Logo ouvimos batidas na porta e pedimos para que a pessoa entrasse.

–Cheg....-Vilu parou de falar assim que viu que Fran estava recostada em mim.

–Tranque a porta, por favor? –Fran disse e eu fiquei calado apenas observando. Vilu se sentou ao meu lado e olhou para Fran preocupada.

–Obrigado. –Eu sussurrei para ela, Vilu assentiu com um sorriso no rosto. A situação não estava muito confortável, Vilu estava relativamente próxima de mim, e aquilo me incomodava, porém de certa forma eu gostava.

–Obrigada. –Fran disse baixinho.

–Pelo o que? –Eu perguntei.

–Por você dois estarem aqui, eu sei que é difícil para vocês, mas fico feliz que estejam se “aturando” só para ficar comigo. –Fran disse e Vilu corou violentamente.

–Sabe que pode contar com a gente Fran. –Vilu disse e ambos sorrimos.

Pov’s Violetta

Estávamos os três olhando para a parede branca, cada um parecia estar tentado achar algum sentido para o que estava acontecendo em nossas vidas, pelo menos eu estava. Fran deitou no colo de Leon e eu senti meu rosto queimar, mesmo sabendo que eles dois não passavam de dois bons amigos parecia inevitável sentir ciúmes, eu apoiei minha cabeça em seu ombro, Leon não recuou, pelo contrário, ele segurou minha mão carinhosamente, eu olhei em seu rosto e parecia que ele estava lutando contra algo dentro dele, e eu sabia muito bem o que era.

–Chorar pode nos dar alivio. –Eu sussurrei e o mesmo me olhou surpreso.

–Eu não quero chorar. –Ele disse, porém eu sabia que ele estava blefando. Elevei uma de minhas mãos até seu rosto e o acariciei delicadamente, ele fechou os olhos para conter as lágrimas, mas não foi o suficiente, algumas lágrimas escorreram por seus olhos, e eu senti meu coração se apertando contra meu peito, pois eu sabia que o motivo de ele estar assim era eu.

–Me desculpe, me desculpe por todo o mau que eu te fiz. –Eu disse, porém ele não disse nada, apenas continuou com os olhos fechados, e eu dentei em seu ombro novamente. Francesca estava cochilando e Leon afagava seus cabelos, e a outra mão ele ainda mantinha junto da minha.

–Acho melhor colocarmos ela na cama. –Leon disse se levantando e pegando Fran no colo, e logo depois se sentando ao meu lado de novo.

–Vamos ficar aqui por um tempo, para ver se ela acorda. –Leon disse.

–Enquanto isso podemos conversar? –Eu perguntei receosa, ele me olhou seriamente e soltou um longo suspiro de cansaço.

–Acho melhor não. –Ele disse e eu juro que tive vontade de estapeá-lo, tudo bem que eu havia errado, mas eu precisava que ele me escutasse.

–Leon, eu preciso que você ouça o que eu tenho para te falar, me dá pelo menos uma chance. –Eu supliquei.

–Eu já te dei muitas chances, não acha? –Ele disse arqueando uma sobrancelha e eu apenas abaixei a cabeça, sabia que ele tinha razão. –Mas.....acho que te escutar não terá problema. –Ele disse abrindo um sorriso.

–Bom, sinceramente nem eu sei direito o que te falar, eu só precisava de uma chance para fazer você olhar nos meus olhos. –Eu disse e puxei seu rosto fazendo nossos olhares se encontrarem. –E fazer você ouvir que eu te amo, e que todas as vezes que eu te magoei eu não fiz por mal, é que eu não me dei conta que com os meus atos eu poderia perder você. Sabe Leon, quando você disse para mim te esquecer, eu senti como se não houvesse mais razão para eu seguir minha vida, eu sei que parece exagero, mas não é, eu cheguei a conclusão que você é como um pedaço da minha alma, um pedaço que eu não posso viver sem, eu peço que me perdoe por todas as vezes que eu fiz você sofrer, de verdade eu não queria ter te feito nenhum mal e.....-Eu não conseguia mais dizer nada, eu soluçava de tanto chorar, olhei de relance para Leon e o mesmo parecia não acreditar nas minhas palavras, eu me levantei e quando estava prestes a sair Leon segurou minha mão impedindo que eu me movesse, porém ele não disse nada.

–Tem algo a dizer? –Eu perguntei, e ele fez a menção de abrir a boca, porém não falou nada, parece que as palavras simplesmente não saiam de sua boca, eu o olhei tristemente, soltei de sua mão e saí de lá apressadamente, eu chorava tanto que meu rosto deveria estar “gigante” por conta do inchaço. Fui para o meu quarto, e por sorte Naty não estava lá, não que eu não gostasse de sua presença, mas o problema era que eu não queria repetir tudo o que eu disse.

Me joguei na cama e continuei a chorar, eu sabia que ele me amava, mas não sabia se ele havia me perdoado, neste momento tudo o que eu mais desejava era o seu perdão, eu estava completamente arrependida e eu faria tudo para tê-lo ao meu lado. Eu acabei adormecendo “entre as lágrimas”.

Pov’s Leon

Eu fiquei imóvel, eu não consegui ir atrás dela, eu não falei nada, por quê? Por que eu não fiz nada? As palavras assolavam minha mente, e eu já estava com uma bela de uma dor de cabeça.

–Leon? Está tudo bem? –Fran perguntou despertando do sono.

–Eu sou um idiota! –Eu exclamei ignorando a pergunta da Fran.

–Todos nós somos idiotas. –Fran disse dando risada, ela levantou da cama e ficou de frente para mim. –O que aconteceu ? –Ela perguntou cruzando os braços, pelo menos ela parecia estar um pouco melhor.

–Eu não fui atrás dela. –Eu falava as coisas ignorando completamente a Fran.

–Dá para me dizer logo o que aconteceu? –Ela perguntou impaciente, e eu a olhei assustado, comecei a contar tudo, detalhe por detalhe, e Fran ouvia tudo atentamente.

–Eu não acredito. –Fran disse pasma, assim que eu acabei de contar tudo.

–Eu também não. –Eu falei completamente cabisbaixo.

–Eu não acredito que eu durmo por alguns minutos, e acontece tudo isso que você me contou. –Ela disse e eu a repreendi com o olhar.

–Acho melhor eu ir agora, fica bem ok? –Eu disse depositando um beijo em sua testa e indo para o meu dormitório.

Deitei em minha cama e não consegui parar de pensar nela nem um minuto se quer, o meu maior erro foi não ter ido atrás dela, e sim, eu a havia perdoado, eu tinha que resolver isso logo, eu estava tão angustiado e com raiva de mim próprio, que eu socava o travesseiro tentando aliviar tudo que eu estava sentindo, em seguida o cansaço tomou conta de mim, e eu acabei adormecendo.

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Acordei de muita má vontade, eu não conseguia sair da cama, acabei decidindo por “matar” a aula hoje, não adiantaria nada ir, e não prestar a atenção em nada.

Pov’s Violetta

Acordei e parecia que eu não havia dormido nada, como havia se tornado comum ultimamente, eu tinha chorado a noite inteira, fiz uma maquiagem rápida tentando esconder as olheiras, me vesti e fui tomar café.

Deu o horário do inicio das aulas e nem sinal do Leon, um lado meu queria vê-lo, o outro necessitava vê-lo. Fui praticamente arrastada até a sala de aula, sentei em uma cadeira e não prestei a mínima atenção na aula até que:

–Violetta! –Eu olhei assustada para a pessoa que chamou meu nome.

–Leon? –Eu olhei assustada para ele, ele parecia ter acabado de levantar, ele não havia nem se trocado, e estava com um roupão que provavelmente tampava seu pijama. A sala inteira olhou para ele, algumas pessoas riam, outras o olhavam com curiosidade. –Por que veio até aqui assim?

–Eu precisava te ver. –Ele disse ofegante.

–O que adianta? Você vir até aqui assim se você não me perdoou. –Eu disse já ficando com os olhos marejados, ele veio até mim, me fez levantar e segurou em minhas mãos.

–Você acha mesmo que eu teria vindo até aqui, de pijama, se eu não tivesse te perdoado. Olha Violetta, eu sou um idiota, eu deveria ter ido atrás de você ontem, mas não fui, eu precisava pensar, aquilo tudo que você me disse mexeu comigo, eu te perdoou, eu te perdoou porque eu te amo, e quem ama perdoa, eu tinha pretendido não vir a aula hoje, mas ai lembrei que essa poderia ser a minha ultima chance de resolver as coisas com você, eu vim correndo para cá (O que explica as minhas roupas), eu só precisava que você ouvisse que eu te perdoou, que você ouvisse o quanto eu te amo, e quero ter você comigo novamente, porque é como você disse, eu sou um pedaço que está dentro de você, e você é um pedaço que está dentro de mim. –Ele concluiu, a sala inteira olhava para nós como se fossemos uma espécie de atração. Eu não consegui pensar em mais nada, eu praticamente pulei em cima dele envolvendo meus braços em seu pescoço e em seguida eu o beijei, beijei como se não houvesse amanhã, com todo amor que uma pessoa pode ter, e ele fazia o mesmo, ele me beijava com paixão, ardência, mais principalmente saudade, não fazia tanto tempo que havíamos nos beijado, mas para nós dois parecia uma eternidade....