Passaram-se dois meses. Estavam em novembro, reta final na ultima semana de provas. Nada tinha mudado. Exceto talvez o fato de Nico ensaiar todas as sextas na casa de Rachel. Era muito divertido para o moreno. Ele não comprou um carro, mas comprou um skate. Ele tinha aprendido a andar também na Itália. Gato, gostoso, toca guitarra e anda de skate? É muito pro meu heart.

Enfim, a última prova era de matemática, e todos estavam fazendo-a. O silêncio da sala parecia deixar o moreno de olhos negros mais ansioso para terminar aquela folha com incontáveis fórmulas e cálculos. Ele terminou assim que o sinal bateu, e todos, sem exceção, entregaram a prova.

O resultado sairia no dia seguinte, então, para relaxar um pouco da semana cheia de estudos, ele resolve ir até uma pista de skate que ficava embaixo da Manhattan Bridge. O lugar era antes um ponto onde se comercializa drogas, mas houve uma reviravolta e virou um parque para muitos skatistas. Lá, Nico fez várias amizades e aprendeu novas manobras que ele nem imaginava. Muitos amigos falavam que ele estava ficando fera, dizendo que ele estava ficando melhor que o Tony Hawk. Tá, um pouco exagerado.

Chegou na pista e deu oi para Zoe, que era uma morena muito gata e que também sabia andar muito bem, e a Will, um cara loiro que andava mais de bike, não deixando de ser bom no skate. Vou explicar uma coisa: Will gosta muito de Zoe, só que ela sempre diz que não quer se envolver com ninguém, e eles ficam num impasse.

– Como anda a banda, Nicholas? – perguntou Zoe, que gostava muito de falar de um jeito meio formal. Meio antiquado, sabe.

– Bem. – respondeu. Ele contou aos dois sobre a banda. Eles nem estavam na mesma escola, então era tranquilo.

– Quando for marcado seu primeiro “show”, nos avise. – falou Will, fazendo aspas com os dedos. – Vamos ficar gritando: “Niquito... Boiola”. – e depois riu com a cara que o di Angelo fez. Zoe acompanhou Will e logo depois o próprio moreno também.

– Vamos andar logo, Solzinho – zombou o moreno. O apelido de Will era Solzinho por conta de seu sobrenome, Solace, e porque o garoto tinha cabelos tão loiros e brilhosos quanto o sol.

Ninguém mais falou nada, só ficaram lá, aproveitando o vento no rosto enquanto andavam de um lado para o outro em cima de seus skates. Pararam por um momento e compraram um refrigerante em uma barraquinha próxima. Ficaram falando coisas banais até o por do sol, que era estonteante. Se despediram e cada um seguiu seu rumo.

O moreno chegou em casa e não encontrou Bianca, ela devia estar com Austin. Na verdade, até que coisas aconteceram nesses últimos dois meses, como por exemplo, o fato do ruivo pedir a irmã do moreno em namoro. Nico achou meio rápido, mas a vida era de Bianca e não dele.

Ele foi direto para o quarto tomar um banho bem quente e demorado. Saiu, colocou só uma bermuda e foi até a cozinha comer alguma coisa. Ficou comendo enquanto assistia televisão e quando terminou o seu lanche, lavou a pequena louça na pia e caiu na cama. Estava muito cansado.

...

O dia seguinte foi extremamente agitado, tanto para Nico como para Thalia. A morena mal tomou café e já rumou à escola, e a mesma coisa aconteceu com Nico. Chegaram no mesmo momento na escola e foram ao encontro dos amigos. Os dois não estavam se falando, porque sempre que tentavam, uma discussão era gerada.

– Oi, oi, oi, oi – o moreno foi dando oi para todos. – Estou nervoso demais!

– Calma, Fantasminha – falou Percy, colocando a mão no ombro do amigo – Você tem notas perfeitas, por que todo esse nervosismo?

– Meu pai me ligou e disse que se eu tirar A em todas as provas, ele vai me mandar um presente. E sabe desde quando ele não me dá um presente? – questionou e Percy negou com a cabeça. – Há uns três anos atrás! – respondeu, exasperado.

– Nem de aniversário? Natal? – perguntou Charles, e Nico negou com a cabeça. – Uau.

– Pois é. Embora ele ter deixado eu vir morar com Bianca já é um baita presente. – falou o moreno.

– Não pra mim. – intrometeu-se Thalia.

– Eu não estou com capacidade de te aguentar hoje, falou Grace? – devolveu e saiu porque o sinal havia batido.

A cada prova que era entregada, Nico pulava de alegria. Tirou A em quase todas as matérias, só faltava ele descobrir quanto havia tirado em biologia. Mal esperava para a última aula chegar.

– Annabeth Chase. Parabéns novamente. – disse a professora de biologia. Ela estava chamando em ordem alfabética e Nico não parava de balançar a perna. Foi chamando e chamando e o moreno só prestou atenção nessa hora: - Nico di Angelo.

Encaminhando-se, com as mãos suadas e uma tremedeira irritante. Posicionou sua mão sobre a prova e perguntou cauteloso:

– Tirei A?

A mulher ponderou em responder.

– Não, Senhor di Angelo. – Nico soltou um muxoxo. – Tirou A+.

Sem acreditar, o moreno ergueu a prova à altura dos olhos e viu a perfeita nota com os olhos arregalados. Não estava acreditando, passou em tudo com A. A mãe dele ficaria orgulhosa se ainda estivesse viva.

Mandou uma mensagem de texto para Zoe e Will falando que havia conseguido, e eles logo responderam dando-lhe parabéns. Foi feliz da vida até sua casa e deu um alegre Boa tarde a César e respondeu com a mesma felicidade. Passou o cartão na porta do quarto e entrou, encontrando uma Bianca com óculos de grau e um computador em sua frente. Provavelmente pagando algumas contas.

– Você não sabe, maninha. – falou o moreno, tirando Bianca de sua tarefa, fazendo-a olhar para ele. – Tirei A em tudo!

A irmã dele se levantou e lhe deu um abraço de urso. Logo eles ligaram para Hades e lhe contaram. O homem, como sempre desconfiado, perguntou a Bianca se era verdade e a mesma respondeu que sim. O pai deles prometeu que até sábado o presente de Nico chegaria.

– E aproveite meu filho! – e, assim, desligou.

– Daqui, no máximo, três dias. Se hoje é quarta. – falou o moreno, ansioso.

– O que será que ele vai te dar? – perguntou Bianca.

– Não tenho a mínima ideia – respondeu com um sorriso enorme no rosto.

...

Thalia estava feliz também. Tinha recebido muitos C+ e B (alguns D e um F, mas quem liga?), então estava de boa. Ela nunca foi de tirar notas boas, mas se não tirasse, Zeus não deixaria ela ir ao baile de inverno dos Jackson’s, que tinha sido confirmado.

O pai dela viu suas notas e lhe deu um abraço forte e disse, com orgulho na voz:

– Agora você poderá ir ao baile, filha. – a morena respondeu com outro abraço e foi para seu quarto.

Ficou de bobeira boa parte da tarde e resolveu ligar para a turma para marcar o encontro na sexta, daquela mesma semana, em sua casa. Perguntou antes ao pai, que deixou de imediato, e isso tirou um sorriso de Thalia. Ligou para todos e os únicos que não poderiam ir eram Luke, Chris e Clarisse. Os últimos dois iam ter um jantar na casa da La Rue, onde Ares, o pai da garota, conheceria finalmente o genro. Nem preciso mencionar que Chris está borrando nas calças. Já Luke, ninguém sabia porque ele não iria.

Não importava, ela e o loiro já haviam combinado de irem juntos ao baile, então, estava tudo certo. Tomou um banho gostoso, colocou um short de malha muito curto e um blusão do Batman. Entrou em modo de hibernação.

A manhã foi bem mais calma e Thalia, como sempre, acordou reclamando de ainda estar com muito sono. Fez sua higiene matinal e colocou um short jeans claro, tênis vans pretos e uma camisa regata preta escrita “Avada Kedavra Bitch”. Fez uma maquiagem pesada, que realçava seus olhos azuis elétricos e se encaminhou para a cozinha, onde Natalie, sua faz-tudo, preparava seus ovos e bacon. Natalie tem uns cinquenta e poucos anos e era um doce de pessoa.

– Bom dia, Natalie – disse a morena com um beijo estalado em sua bochecha.

– Bom dia, docinho – respondeu a senhora.

– Cadê o Senhor Grace? – perguntou, enquanto pegava um prato para que a mulher colocasse sua refeição.

– Já saiu. – respondeu – E parecia apressado.

Ficou por isso mesmo. Thalia não é daquelas que quer ficar sabendo o que seu pai fazia ou deixa de fazer, muito menos o porquê. Comeu e foi para o colégio. Chegou lá por último, como sempre. Um dia normal, discutindo com Nico, conversando com Annabeth, discutindo com Nico de novo. Nada parecia diferente. Todos estavam na última aula, que por acaso era um horário livre.

– Acho que vamos nos apresentar no ultimo dia de aula aqui no colégio. – comentou Percy.

– Mas vocês tem algum guitarrista? – perguntou Annabeth, sentando do lado do namorado, que a abraçou pelo ombro. – Por que, pelo o que lembro, o Ethan era o guitarrista.

Thalia não gostou da menção de Ethan naquela conversa, e Nico percebeu seu desconforto,mesmo não entendendo.

– Arranjamos um bem melhor – garantiu Connor.

Todos olharam para os membros da banda incentivando-os a revelar quem era.

– E ai? Não vão falar? – explodiu Silena, dando um tapa fraco no peito do namorado.

– Não podemos. – falou Rachel.

– E por que não? – questionou Katie.

– Surpresa. – responderam todos os integrantes da banda, menos Nico, é lógico. Ele fingia nem estar ouvindo a conversa, embora por dentro estivesse rindo muito com a curiosidade dos amigos.

– Só podemos dizer que é homem. – completou Percy.

– Tenho a impressão de que ele é gato – comentou Thalia. Isso fez com que Nico explodisse, dando uma sonora gargalhada. Todos olharam para ele confusos.

– Lembrei de... uma piada que Will me contou. – explicou-se. Óbvio que era mentira, né?

– Com certeza, Thalia. Ele é bem gato – falou Rachel, querendo completar principalmente no seu ponto de vista.

Percy, Beckendorf, Connor e Rachel riram, e Nico queria rir também, mas tinha que ser um segredo até o ultimo dia de aula. O sinal bateu e cada um seguiu seu rumo, ou melhor, cada um seguiu rumo à sua casa.

A Grace foi até seu apartamento e encontrou em cima da mesa um lanche e um bilhete.

Natalie fez isso para você.

Vou chegar mais tarde.

– Pelo menos ele serve para escrever um bilhete – disse a morena, amassando o papel e jogando-o no lixo. Comeu e estava uma delicia, como sempre que tudo o que Natalie fazia era uma delicia. Thalia foi para o quarto, colocou música no notebook o mais alto possível. Ficou dançando igual uma retardada e continuaria se a campainha não tivesse tocado. Foi abrir a porta, relutante, e deu de cara com a vizinha, que era gente boa, mas nunca conversaram direito.

– Oi Thalia. Você poderia abaixar o som só um pouco? – perguntou a garota, um pouco receosa.

– Claro, Zoe – respondeu a morena. Ela não queria abaixar o volume, mas Zoe era muito educada e a Grace não poderia recusar o pedido.

Alguém abriu a porta do apartamento de Zoe, provavelmente seu pai e disse com um pouco de desconforto:

– Seus amigos chegaram e já estão subindo. – escutou o obrigada da filha e fechou a porta.

– Que bom – falou Zoe para si mesma. Pensou um pouco e perguntou: – Você tem alguma coisa para fazer agora, Thalia?

– Não, porquê? – respondeu.

– É que, se você quiser, pode vir aqui em casa e ver um filme comigo e mais dois amigos meus – sugeriu. Thalia ponderou, mas como não tinha nada melhor para fazer:

– Tudo bem. Talvez a gente possa se conhecer melhor – falou a morena, alegre.

Voltou para dentro, desligou totalmente a música e voltou para a porta de entrada, trancando-a. Nisso, o elevador se abre e de lá saem dois garotos. Um loiro bronzeado, boa pinta e galã. O outro era... O DI ANGELO?! Ele era amigo de Zoe? O moreno só percebeu a presença da morena assim que chegou à porta do apartamento de sua amiga.

– O que você está fazendo aqui? – perguntaram juntos.

– Bom, eu vim assistir um filme na casa da minha amiga – respondeu o moreno, primeiro.

– Bom, e eu moro aqui! – respondeu a morena, apontando ligeiramente para seu apartamento. – Que maravilha! – disse cheia de sarcasmo.

– Parou! – cortou Zoe – Vocês se conhecem? – perguntou para os morenos.

– Infelizmente, sim – responderam juntos. Se olharam e depois voltaram a atenção para Will, que fez um comentário.

– E você, Nico, nem para me contar que tinha uma amiga tão gata!

A morena de olhos azuis vez uma cara tipo você-nem-me-conhece-e-já-vem-pra-cima. Já um certo moreno de olhos negros, ficou com um certo desconforto.

– Pode parando por ai, Will! – falou sério e quase que um sussurro.

– Então esse é o famoso Will, di Angelo? Interessante. – falou a morena. Ela estava pensando seriamente em voltar para a casa e ficar trancada no quarto.

– Você falou de mim para ela? – perguntou Will, mas antes de uma resposta se dirigiu à Thalia – A propósito, qual seu nome? – disse, todo galã.

– Thalia Grace – respondeu simplesmente.

– Ah – pareceu ficar meio envergonhado - O Niquito aqui me falou de você. Só não posso usar as mesmas palavras – disse, pensando em palavras ditas por Nico referentes à morena.

Lógico que ele só falou os meus podres, pensou. Thalia olhou para Nico com raiva. Na verdade, o moreno nunca prestava atenção nas expressões. Ficava tão encantado com os olhos eletrizantes dela que se perdia no mundo. Pare com isso Nico! O moreno desviou o olhar e falou:

– Nós vamos assistir ao filme ou não?

– Claro que vamos – respondeu Zoe puxando Thalia e Nico para dentro, já que Will era um amigo de infância então não precisava que lhe mostrassem o caminho.

A casa era muito parecida com a de Thalia, exceto pela mobília que era de um azul escuro e prata como o céu durante a noite. Zoe empurrou os dois morenos no sofá um do lado do outro, colocou o filme, e sentou-se ao lado de Thalia e Will. O sofá era exatamente para quatro pessoas. Através do controle, Zoe deu play no filme e pediu para a empregada fazer dois baldes de pipoca. Jamais que ela levantaria de lá.

– Que filme que é? – perguntou Nico.

– Loucamente Apaixonados – respondeu Will.

Thalia e Nico olharam para os dois com caras de que-porra-é-essa. Zoe e Will deram simplesmente de ombros. Nico voltou para sua antiga posição e colocou a mão na cara pensando Por que eu fui contar isso para esses dois idiotas? Já Thalia, não entendia nada. Só não gostava de melosidades, e um filme chamado Loucamente Apaixonados... era muito, mais muito açúcar para o diabetes dela.

Não falaram mais nada, só viram aquela coisa. Thalia sempre fazendo careta de nojo em partes de beijo e Nico dando risadas delas, mas sempre negando que eram por causa das caretas. Os baldes de pipoca estavam quase vazios e, para a alegria geral, os dois morenos tiveram que dividir um dos baldes.

Houve uma hora em que a morena se sentou de um jeito que fez com que seu decote ficasse bem à mostra. Nico foi pegar a pipoca e se deparou com aquela visão. Não desgrudou os olhos e ficou lá encarando, até que ela mudou de posição e ele perdeu a maravilhosa visão. O moreno percorreu os olhos por todo o corpo da garota até pousa-los em seu rosto. Por incrível que pareça, o rosto de Thalia era muito delicado, como o de uma princesa. Linda.

Zoe e Will, ora ou outra davam uma espiada no casal esquisitinho (era assim que chamavam os dois morenos, Thalia e Nico) e perceberam quando Nico olhava para o rosto de Thalia. E também perceberam quando deixou um sorriso bobo escapar dos lábios vermelhos. A morena e o loiro se olharam e deram um sorriso também.

O filme terminou, a Grace deu tchau e agradeceu à Zoe pelo convite.

– Tem certeza de que não quer ficar mais um pouco? – perguntou Will.

– Tenho – respondeu Thalia – mas obrigada mesmo assim. – e saiu.

Esperaram escutar outra porta se batendo para começarem uma pequena discussão.

– Por que você chamou ela? – perguntou Nico à Zoe.

– Eu não sabia que era essa a Thalia de quem você tanto fala. – respondeu, ainda dando um sorriso de lado.

– Pois é. Agora vocês sabem. – respondeu alto e se sentou no sofá com as mãos cobrindo o rosto.

– Olha, Nico. Foi mal ter dado em cima dela. Desculpa – disse Will, sentando-se ao lado do amigo.

– Mas por que você trata ela tão mal? – perguntou Zoe.

– Você não viu como ela me trata? Ela me odeia. Eu me odeio por gostar dela. Eu me odeio por ter um... desejo por aquela mulher. – respondeu, levantando o rosto – Ainda não sei por que contei isso para vocês – e deu uma risadinha.

Flashback on.

Nico e Zoe estavam na pista de skate quando o Will chegou com sua bike. Ele parecia elétrico e feliz, falou que queria conversar com Nico depois, só os dois. Zoe reclamou e Will acabou cedendo e falou para os dois que escutavam atenciosamente:

– Eu conheci uma garota e acabei chamando ela para sair hoje. Só que ela falou que ia sair com uma amiga aí eu disse “eu posso chamar um amigo meu para acompanhar sua amiga” e ela curtiu a ideia. Agora, eu queria saber se você não pode ser esse amigo. – disse o loiro, num fôlego só, para Nico.

O moreno ponderou. Precisa sair um pouco com outras garotas, estava muito cansado de Drew. Porém, não queria sair com nenhuma garota que não fosse uma certa garota de olhos azuis. Havia semanas que Nico só pensava em Thalia. Mas não. Ele não estava apaixonado por ela. Estava mais para um desejo de tê-la. Ficou num impasse.

– Acho que... melhor... quem sabe se... mas... melhor não – respondeu por fim.

– Por que não? – questionou o loiro – As mulheres não lhe interessam mais? – zombou.

– Só uma me interessa – falou por impulso e só percebeu o que havia falado, quando viu as expressões maliciosas de seus amigos.

– E quem seria essa garota de sorte? – disse Zoe. Nico não queria falar – Fale logo! – disse Zoe. O moreno negou com a cabeça.

Ficaram assim até que Nico explodiu e disse com todas as letras e num tom alto demais que até a lua ouviria.

– THALIA! O NOME DELA É THALIA! FELIZES AGORA? – disse, mas logo completou – Mas eu não estou apaixonado por ela. Deus me livre estar apaixonado por aquilo. É mais para um querer, um desejo esquisito. Só isso.

Flashback off.

– Se você tivesse falado como era ela, talvez não teria dado toda essa confusão – falou Zoe. O moreno olhou para ela incrédulo.

– Se você, Senhorita Zoe Doce-Amarga, não tivesse colocado aquela merda de filme, teria sido bem melhor.

– Mas, sendo sincero, quando você falou “deus me livre estar apaixonado por aquilo”, pensei que ela fosse uma baranga feia e não gata e gostosa. –falou Will. O loiro recebeu um travesseiro na cara vindo de Nico como resposta.

– Eu sei que ela é linda e gostosa, mas dá pra parar de ficar falando dela assim. – falou o moreno – Vai dar em cima de Zoe.

Os dois ficaram iguais a pimentões e o moreno rachou de dar risada. Ficaram de bobeira o resto da tarde e depois o moreno foi embora, deixando os dois sozinhos na casa. Atlas, o pai de Zoe, tinha ido embora quando percebeu que tinha mais uma menina lá, então, se sentiu mais confortável afinal sua filha não ficaria com dois homens sozinha em uma casa.

– Quer fazer o que, lindinha? – perguntou Will. Ele estava segurando-a pela cintura. A morena logo se soltou.

– Com você... Nada. – respondeu curta e grossa.

– Quando você vai me dar uma chance, hein Doce-Amarga? – perguntou Will se aproximando com dois passos.

– Nunca – respondeu, dando um passo para trás.

– Um dia você vai se entregar um dia desses – disse o loiro, dando mais dois passos em direção à garota.

– Então espera esse dia sentado – respondeu, dando outro passo para trás.

– Agora você está sem saída – falou Will dando mais dois passos.

Zoe tentou dar mais algum passo para trás, mas algo a atrapalhou. Quem colocou essa parede justo aqui, pensou. Os braços do loiro a impediam de qualquer tentativa de fuga. Olhou para o rosto de Will e pensou em agir rápido. Não iria machucá-lo, mas também não iria ficar naquela situação (vai que Atlas chegasse), então fez a coisa mais racional que lhe veio à cabeça... deu-lhe um selinho rápido. Isso fez o efeito desejado, deixá-lo atordoado.

A boca do loiro queimava e um gosto de maçãs estava presente. Se com um selinho já sentia tudo isso, imagina com um beijo de verdade. Ficou muito atordoado que nem reparou que Zoe estava empurrando-o para fora do apartamento. A morena bateu a porta e só então o loiro voltou à realidade.

– Isso não foi legal – gritou para a porta e saiu em direção ao elevador.