Amiga Morte escrita por Quézia Martins


Capítulo 4
Ciúmes


Notas iniciais do capítulo

Mals pela demora...

Boa leitura!



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...

— Por que ainda está aqui?

— Não pude voltar.

— Por que?

— Porque pensastes em mim desde que saístes daqui.

— Eu pensei?

— Sim. - e mudou de assunto - Contar pra eles foi difícil?

— Muito.

— Ao menos agora eles sabem.

— É...

— Você precisa pegar seu celular com o médico.

— Meu celular? Ele está na minha bolsa. – afirmou com certeza.

— Tem certeza disso? - Babi levantou e foi averiguar na bolsa.

— Não! - ela disse baixo, tentando esconder a surpresa.

— Pelo menos ele mora logo ali.

— Ele deve estar no hospital.

— Não. Você era a última paciente dele. - Babi a olhou com os olhos inquisitivos.

— Como você sabe essas coisas?

— Eu só sei.

— Vou até lá.

Tentou passar pela sala sorrateiramente. Sua mãe tricotava alguma coisa sentada no sofá, mas percebeu Bárbara.

— Vai sair filha?

— Já volto.

Babi saiu saltitante. Bateu na porta de Octávio. Ela poderia usar a campainha mas não gostava do som que ela produzia. Era irritante. Doía em seu ouvido. Alguns minutos de espera e ela já não aguentava mais ficar de pé. Sentou-se em frente a sua porta. Esperaria ele sair. Mais minutos. De repente a porta se abriu e Octávio saiu acompanhado por uma mulher que parecia ter bastante intimidade com ele. Babi levantou automaticamente. Tentou ignorar o incômodo que sentia. Não tenho motivos para isso. A mulher se foi e Octávio olhou para ela.

— Está esperando alguém?

— Você.

— Suponho que seja pelo celular.

— Sim.

— Entre.

— Com licença.

Ela entrou. Estava confusa. Por que tinha ficado incomodada ao vê-lo com uma mulher? Ele estava demorando. Ela sentou.

— Desculpa a demora.

— Tudo bem.

— É que quando minha irmã faz faxina aqui em casa eu nunca sei onde ela põe minhas coisas.

— Não precisa se explicar.

— Você tem compromisso agora? - ele perguntou pegando-a de surpresa.

— E-eu?

— Sim. Você.

— Não.

— Quer assistir um filme comigo?

— Não gosto muito de sair. - Babi respondeu rapidamente procurando uma forma gentil de dizer não.

— Aqui mesmo.

— Acho que sua namorada não iria gostar. Eu e você juntos, sozinhos no seu apartamento. - ele riu.

— Namorada? Não sei o que é isso há um bom tempo.

— E a gata que saiu daqui?

— A Paula? Meu Deus! Ela é minha irmã. E... Ruivas não me atraem.

— E as louras? - ela perguntou enrolando uma madeixa de seu cabelo dourado em um dos dedos.

— Bem, digamos que são minhas favoritas.

— No plural?

— Por que não?

— Cachorro! - ela deu-lhe um tapa no ombro fingindo-se de ofendida.

— Topa o filme? - ele perguntou retornando ao assunto que ela estava tentando fugir.

— Não tenho paciência para assistir filmes.

— Por que não diz simplesmente que não está afim? - Octávio perguntou baixo.

— É sério. Eu nunca termino um quando começo. Não no mesmo dia. - ela assumiu tentando esconder a vergonha.

— Não quero que vá. - ele jogou.

— Vai ser assim? - ele a olhou. - Direto e reto?

— Não me leve a mal. Gosto de estar ao teu lado.

— Não está misturando as coisas, doutor? - Babi usou aquele "doutor" para que ele percebesse que por mais inocente, havia limites.

— Só quero conversar com você.

— Sobre?

— Sobre qualquer coisa.

E assim correu a tarde toda. Eles pareciam se conhecer a anos. Os assuntos surgiam do nada. Era tudo bastante diversificado e com gozações.

— Você nunca namorou? - ele perguntou novamente cético.

— Não. Nunca me importei com isso.

— Vinte anos e nenhum namoro. O que seus pais acham disso?

— Eles gostam. Minha mãe diz que graças a esse meu jeito ela nunca vai precisar me consolar.

— Te consolar?

— Quem se apaixona tende a ter o coração partido.

— Isso é tão sem amor!

— Eu tenho amor. - ela disse rindo.

—Tem, mas não tem. Entendeu? - ela arqueou a sobrancelha

— Não. - os dois riram.

— Você não tem amor ao sexo oposto.

— Eu amo meu pai. - disse ironizando.

— Você entendeu.

— Isso não é tão importante. - ela disse dando de ombros.

— Mas faz falta...?

— Não posso negar. - ela disse percebendo que ele a olhava. – Pode parar de me olhar? - ela pediu.

— Claro. - ele disse desviando o olhar.

— Queria ter te conhecido antes. - Babi comentou com os olhos repletos de tristeza. - Aposto que tudo seria diferente. - e se limitou a dar um sorriso triste.


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Notas finais do capítulo

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