Amiga Morte escrita por Quézia Martins
Notas iniciais do capítulo
Mals pela demora...
Boa leitura!
...
— Por que ainda está aqui?
— Não pude voltar.
— Por que?
— Porque pensastes em mim desde que saístes daqui.
— Eu pensei?
— Sim. - e mudou de assunto - Contar pra eles foi difícil?
— Muito.
— Ao menos agora eles sabem.
— É...
— Você precisa pegar seu celular com o médico.
— Meu celular? Ele está na minha bolsa. – afirmou com certeza.
— Tem certeza disso? - Babi levantou e foi averiguar na bolsa.
— Não! - ela disse baixo, tentando esconder a surpresa.
— Pelo menos ele mora logo ali.
— Ele deve estar no hospital.
— Não. Você era a última paciente dele. - Babi a olhou com os olhos inquisitivos.
— Como você sabe essas coisas?
— Eu só sei.
— Vou até lá.
Tentou passar pela sala sorrateiramente. Sua mãe tricotava alguma coisa sentada no sofá, mas percebeu Bárbara.
— Vai sair filha?
— Já volto.
Babi saiu saltitante. Bateu na porta de Octávio. Ela poderia usar a campainha mas não gostava do som que ela produzia. Era irritante. Doía em seu ouvido. Alguns minutos de espera e ela já não aguentava mais ficar de pé. Sentou-se em frente a sua porta. Esperaria ele sair. Mais minutos. De repente a porta se abriu e Octávio saiu acompanhado por uma mulher que parecia ter bastante intimidade com ele. Babi levantou automaticamente. Tentou ignorar o incômodo que sentia. Não tenho motivos para isso. A mulher se foi e Octávio olhou para ela.
— Está esperando alguém?
— Você.
— Suponho que seja pelo celular.
— Sim.
— Entre.
— Com licença.
Ela entrou. Estava confusa. Por que tinha ficado incomodada ao vê-lo com uma mulher? Ele estava demorando. Ela sentou.
— Desculpa a demora.
— Tudo bem.
— É que quando minha irmã faz faxina aqui em casa eu nunca sei onde ela põe minhas coisas.
— Não precisa se explicar.
— Você tem compromisso agora? - ele perguntou pegando-a de surpresa.
— E-eu?
— Sim. Você.
— Não.
— Quer assistir um filme comigo?
— Não gosto muito de sair. - Babi respondeu rapidamente procurando uma forma gentil de dizer não.
— Aqui mesmo.
— Acho que sua namorada não iria gostar. Eu e você juntos, sozinhos no seu apartamento. - ele riu.
— Namorada? Não sei o que é isso há um bom tempo.
— E a gata que saiu daqui?
— A Paula? Meu Deus! Ela é minha irmã. E... Ruivas não me atraem.
— E as louras? - ela perguntou enrolando uma madeixa de seu cabelo dourado em um dos dedos.
— Bem, digamos que são minhas favoritas.
— No plural?
— Por que não?
— Cachorro! - ela deu-lhe um tapa no ombro fingindo-se de ofendida.
— Topa o filme? - ele perguntou retornando ao assunto que ela estava tentando fugir.
— Não tenho paciência para assistir filmes.
— Por que não diz simplesmente que não está afim? - Octávio perguntou baixo.
— É sério. Eu nunca termino um quando começo. Não no mesmo dia. - ela assumiu tentando esconder a vergonha.
— Não quero que vá. - ele jogou.
— Vai ser assim? - ele a olhou. - Direto e reto?
— Não me leve a mal. Gosto de estar ao teu lado.
— Não está misturando as coisas, doutor? - Babi usou aquele "doutor" para que ele percebesse que por mais inocente, havia limites.
— Só quero conversar com você.
— Sobre?
— Sobre qualquer coisa.
E assim correu a tarde toda. Eles pareciam se conhecer a anos. Os assuntos surgiam do nada. Era tudo bastante diversificado e com gozações.
— Você nunca namorou? - ele perguntou novamente cético.
— Não. Nunca me importei com isso.
— Vinte anos e nenhum namoro. O que seus pais acham disso?
— Eles gostam. Minha mãe diz que graças a esse meu jeito ela nunca vai precisar me consolar.
— Te consolar?
— Quem se apaixona tende a ter o coração partido.
— Isso é tão sem amor!
— Eu tenho amor. - ela disse rindo.
—Tem, mas não tem. Entendeu? - ela arqueou a sobrancelha
— Não. - os dois riram.
— Você não tem amor ao sexo oposto.
— Eu amo meu pai. - disse ironizando.
— Você entendeu.
— Isso não é tão importante. - ela disse dando de ombros.
— Mas faz falta...?
— Não posso negar. - ela disse percebendo que ele a olhava. – Pode parar de me olhar? - ela pediu.
— Claro. - ele disse desviando o olhar.
— Queria ter te conhecido antes. - Babi comentou com os olhos repletos de tristeza. - Aposto que tudo seria diferente. - e se limitou a dar um sorriso triste.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Comentários? =D