Lost Scenes escrita por Quaeso


Capítulo 4
Um pedido importante


Notas iniciais do capítulo

Gente desculpa por ter demorado tanto para postar, mas é que eu estava meio sem tempo.. Bem garanto que não vão se arrepender por terem esperado.. Boa leitura!



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Antes de entrar naquela água/oceano pensava que a sensação de estar ali era a mesma de um mar comum, mas quando entrei lá além de ter ficado na escuridão foi como se tivesse sido puxada por um furacão. Foi extremamente difícil manter a consciência, senti o meu corpo  ficando pesado e afundando cada vez mais. Entorpecida me lembrei das palavras do vovô gnomo claramente, "Se quer conhecer o futuro sem morte, só precisa entrar lá". Só de olhar já dava para ver que tinha algo estranhamente anormal nas palavras dele, incluindo ele próprio, é claro. Depois de ficar me lembrando de várias memórias do que já tinha se passado, senti uma necessidade enorme de respirar, não conseguia acreditar que durante todo aquele tempo não o havia feito. Sem poder aguentar, inspirei o tanto de oxigênio que os meus pulmões poderiam suportar. E inacreditavelmente para minha surpresa, não morri com água nos pulmões. MAS infelizmente a maior vontade insaciável que eu tinha naquele momento, era de fechar os olhos. Me recordei vagamente de um filme que havia assistido na infância, em que o personagem principal tinha que resistir a todas as tribulações que ocorriam em sua viagem de peregrino. Ele encontrou com monstros, derrotou bruxas, escalou montanhas, e na última prova teria que passar por um bosque, uma linda mulher o avisou que em hipótese alguma ele poderia adormecer lá. E adivinha o que ele fez, não conseguiu suportar o enorme cansaço do seu corpo e a beleza do lugar, que parecia hipnotizar as pessoas, e dormiu. Com isso o filme ofereceu dois finais alternativos, para o que aconteceria com o peregrino:

1º - ao entardecer monstros terríveis o digeriram enquanto ele dormia e sonhava.

2º - Quando escolheu  cair no sono e acabar dormindo, ele foi amaldiçoado e obrigado a dormir até o final de sua vida, onde provavelmente morreria futuramente.

 Sinceramente sentia que aquilo estivesse acontecendo comigo, quando tinha chegado na praia fui hipnotizada pela beleza do lugar e tive que ser acordada aos solavancos pelo Gus. Na minha opinião nenhuma das hipóteses do filme pareceu uma boa escolha no meu caso. Tentei de todas as formas ficar acordada, mas lentamente minhas pálpebras foram se fechando por conta própria, como se não tivesse o controle do meu corpo. Ou melhor dizendo, aquele lugar estava me pondo para dormir, com ou sem o meu consentimento.

O que tive a seguir foi um sonho muito exótico para se falar a verdade. 

Me vi no futuro, como se tivesse sido dividida em duas pessoas e me via de fora, como uma telespectadora. Eu estava  sentada de frente a televisão, e particularmente falando estava diferente, mais velha e madura. Devia estar com uns vinte e dois anos, a velha cânula estava no meu nariz como de costume, e logo abaixo o cilindro de oxigênio. Meu cabelo curto havia crescido até pouco abaixo a altura dos ombros, estava com um vestido curto de alcinha branco com pequeninas flores rosas e uma bota com um salto pequeno. Na televisão estava passando meu programa favorito América Next Top Model ( seguido de Top Chef) olhando fixamente não reconheci as modelos e nem a apresentadora, o que me deixou meio balançada. Não entendia porque estava maquiada e tão sorridente.

De repente a campainha tocou e rapidamente a Hazel 2º, se levantou em um pulo com um sorriso de orelha á orelha. Ela checou a maquiagem em um espelho de bolso e passou novamente uma nova camada de um batom rosa claro. Realmente eu/ela estava muito bonita. Depois de checar os mínimos detalhes, ela foi atender a porta. Segui ela com o meu corpo fantasmagórico.  E quando ela abriu a porta eu não acreditei. Um homem alto, magro, lindo e maravilhoso estava parado lá com uma das mãos recostada na parede. Ele vestia camisa social branca com os três primeiros botões abertos, com uma calça jeans e óculos escuros. Seu cabelo liso cor de acaju estava levemente penteado de uma maneira que parecesse que ele havia acabado de acordar. Com uma das mãos ele tirou os óculos escuros e olhos sedutoramente azuis foram revelados. Um sorriso travesso estava esboçado em seus lábios.

- Você demorou - disse ele estendendo uma das mãos para o rosto da Hazel 2º e fazendo uma olhada rápida dos pés a cabeça dela - mas em compensação... você está linda. 

Ela ficou corada e para não deixar ele sem resposta, avançou seus lábios em encontro aos dele. Foi um beijo demorado.. até demais, e confesso que fiquei com ciúmes de mim mesma.

- Gus foi você que chegou cedo demais - falou - para onde nós vamos hoje?

- É uma surpresa - disse ele voltando e dando um selinho.

- Nem uma dica?

- Se eu te contar não vai ser uma surpresa, tome coloque isso aqui - disse ele me entregando um lenço laranja.

- O que eu deveria fazer com isso? - falou.

- Vire-se, é para ser uma surpresa completa - disto isso ele colocou o lenço em volta dos olhos dela, impossibilitando a de ver.

- Mas.. - protestou.

- Fica tranquila eu não vou deixar você cair.

Depois disso ela ficou quieta. Até eu fiquei. Ele levou ela em direção ao carro e tive que seguir eles. O passeio noturno pelas ruas de indiana foi nostálgico, dava para se ver que se tratava de vários anos para frente. A cidade havia crescido economicamente e industrialmente. Depois de alguns minutos o carro parou e nós descemos. Olhei em volta e não reconheci o lugar. Não havia nada ao redor exceto algumas mesas e cadeiras de madeira parecia que estávamos numa praça. Havíamos nos afastado bastante da cidade, não tinha luzes e dava para ver as estrelas perfeitamente. Com a Hazel 2º ainda sem ver, o Gus preparou um lugar onde colocou uma cesta de piquenique, algumas taças e um champanhe. Aproveitou e espalhou pétalas de rosas vermelhas pela grama. Vi com os meus olhos todo o preparo, e ele estava muito feliz.  

Quando enfim ele terminou, foi em direção a Hazel 2º e levou ela até lá. O Gus tirou o lenço que estava em volta dos seus olhos, e ela contemplou tudo o que ele havia preparado com grande felicidade.

- Gus.. que lindo - disse sem palavras.

- Você não viu nem a metade.

Ele pegou o champanhe e serviu nas duas taças. Dando uma pra ela. Os dois se sentaram nas cadeiras de madeira.

- Hazel você lembra da primeira vez que tomamos champanhe? - perguntou.

- Como eu poderia esquecer? Foi na nossa viagem para Amsterdã - falou nostálgica.

- Sim.. aquela viagem, lembro até do garçom falando que quando Dom Pérignon inventouo Champanhe disse que estava bebendo estrelas.

Ela bebericou um gole do champanhe. E o Gus fez o mesmo. 

- Essa noite fui eu quem engarrafou as estrelas para você beber, Hazel Grace - falou deixando a taça de lado e segurando a mão dela.

- Imagino quanto deve ter custado para você engarrafar algo tão caro - disse rindo.

- Hazel.. - disse ficando sério - Não consigo imaginar a minha vida hoje sem você, se os médicos não tivessem tirado o câncer que estava se alastrando no meu corpo antes da viagem de Amsterdã, eu estaria morto agora. Graças a você que me deu apoio durante todos os anos de recuperação eu consegui manter as esperanças e não desistir. Quantas vezes você ficou na porta das salas de cirurgia esperando o resultado, que definiria se estava morto ou não? Quantas foram as vezes que você recitou suas poesias para mim enquanto eu estava em uma cama de hospital inconsciente?Foram muitas as vezes.. Hazel eu te amo tanto que nem a imensidão do universo pode conter tanto amor - Nesse momento ele tirou algo do bolso que tirou o meu fôlego, estendendo uma caixinha vermelha de camurça ele disse as palavras - Hazel Grace Lancaster você aceita se casar comigo?

Tanto eu quanto a Hazel 2º estávamos derramando lágrimas. Agora eu tinha entendido as palavras do vovô, ele mostraria um futuro onde as pessoa que você conhece e que estava morta ficaria viva. Se o Gus não tivesse morrido  nós teríamos ficado juntos.

- Gus.. eu..eu - ela ficou totalmente sem palavras - eu também te amo muito, e te devo eternamente por receber tanto carinho e afeição por todos esses anos. Você foi a primeira pessoa por quem eu me apaixonei, e o único por quem eu quero viver o resto da minha vida ao lado - Grudando seus lábios no dele com um sorriso enorme no rosto ela respondeu - É claro que eu quero me casar com você.

Os dois ficaram ali se abraçando, se beijando, rindo e sendo felizes. Não  consegui deixar de imaginar como teria sido nossas vidas se o destino tivesse seguido esses planos. Infelizmente meu tempo como telespectadora tinha ido embora, e tudo começou a escurecer de novo. 


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Notas finais do capítulo

Obrigado a quem está lendo! Não deixem de comentar é muito importante, ou eu posso acabar abandonando a fic, de tanta depressão..kkkkk
Falem o que estão achando, e deixem sugestões.



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