The Berry Mission escrita por Blackbird


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Heey, então, quem ai assistiu glee? Eu não pude kk mas bem. Mais um capítulo e eu realmente não sei o que esperar de vocês com relação a ele. Não sou boa com cenas de ação, então me desculpem qualquer coisa. Espero que gostem.



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‘TRIIIIIIIIIIIN TRIIIIIIIIIIN TRIIIIIIIIIIIN’

Tateei a mesa de cabeceira, até encontrar o despertador novo que tocava. Escondi meu rosto em baixo do travesseiro e o desliguei. Silencio, ainda bem. Suspirei pesadamente e me sentei. Fiz meus exercícios matinais e fui tomar meu banho. Como sempre, terminei, tomei minha vitamina e fui para o trabalho. Caminhei por trinta minutos na fria cidade, coberta por um casaco grosso, até chegar no Starbucks, que hoje, inacreditavelmente está vazio. Olhei ao redor, estranhando até encontrar aquele belo homem flertando com a atendente. Olhei marotamente para ele e me aproximei dos dois.

– Olá querido. – Puxei delicadamente o ombro de Finn e depositei um selinho leve em seus lábios. Virei-me para a atendente que olhava encabulada para mim e para o rapaz ao meu lado. – Um cappuccino e dois bolinhos de chocolate, por favor. Ah e não se esqueça de colocar na conta desse lindo aqui. – Apontei para Finn que me olhava boquiaberto. Ri de sua expressão, dando-lhe duas tapinhas leves em seu queixo. Sentei-me em uma mesa e ele veio logo atrás. – Algum problema, querido? – Meu cinismo era impressionante.

– Mas o que diabos foi aquilo? – Espalmou as duas mãos na mesa, com tom autoritário.

– Fiquei com ciúmes e resolvi marcar território. Ora Finn, não é a primeira vez que nos beijamos, deixe de reclamar.

– Mas... – Puxou a cadeira de outra mesa e sentou de frente pra mim. – Eu estava quase conseguindo o telefone Rach. – A atendente se aproximou, colocando dois copos de café na mesa e dois bolinhos de chocolate. – Obrigada. – Finn tentava flertando com a mulher novamente, bufei divertida. – Aí, agora ela nem olha mais na minha cara. Parabéns, Berry.

– Não fiz nada demais, mas obrigada Finn. – Sorri, colocando um pedaço de bolo na boca. Ele rosnou, tomando um gole de café. – Não tava saindo com uma mulher, aliás? Qual o nome mesmo?

– Lisa? Estava, mas ela era chata, larguei. E falando em encontros, como foi o seu ontem? Bom, pelo seu bom humor... – Sorriu marotamente e eu dei de ombros, sorrindo radiante. – Ora, com esse sorriso, deve ter sido ótimo. Agarrou ela?

– Nops.

– Rachel, você me largou faz anos pra ficar com mulheres e me diz que não pegou a gata da Fabray?

– Finn! – Ri com sua indignação. – Eu não te larguei para ficar com mulheres, por exemplo, semana passada, saí com um rapaz lindo.

– Embora fique com mulheres. Esse foi o primeiro homem com que você saiu faz anos, e nem sei porque saiu. Sei que prefere mulheres entre suas pernas. – Joguei o pedaço de bolo em minha mão nele, que se esquivou agilmente, fazendo o alimento atravessar o estabelecimento. – Pare de jogar comida em mim toda vez que eu falar uma verdade.

– Você conversa comigo como se eu fosse um homem, sabia? – Ele deu de ombros. – Nunca disse nada sobre preferir mulheres. Eu vario.

– Varia de uma saia para outra né? Temos o mesmo gosto, hein Berry... Agora me diga, o que aconteceu entre vocês?

– Nada demais. Saímos, conversamos. Sabe, descobri que ela é de Lima e que era minha vizinha ‘barra’ melhor amiga até os 10 anos. Incrivelmente não lembrei dela de cara. – Ele me observava curioso, ainda com um sorriso maroto nos lábios. – O que? Sim Finn. – Com os anos, aprendi a ler as expressões de Finn. – Eu me senti atraída por ela, mas ela é Quinn Fabray, quem não ficaria. – Ele riu vitorioso.

– Verdade, quem não ficaria... Então terminou aí? – Assenti, olhando o relógio. Estava na hora de trabalhar. – Vou pagar já vamos ok? – Assenti novamente, limpando minha boca suja. Esperei do lado de fora Finn pagar o café e voltar com um sorriso de lado. Ele me guiou até seu carro preto e seguimos para a agencia. Ele me contava que tinha conseguido o telefone da tal atendente, que aliás se chamava Marisa. Contou também os planos de encontro, escutando sempre meus conselhos sobre onde leva-la e essas coisas. Ele estacionou no quarteirão anterior ao do prédio, observando as portas escancaradas e sem segurança. Helicópteros sobrevoavam a região e carros grandes se encostavam ali. Puxou duas semi automáticas debaixo do banco, as acoplando em sua cintura e uma faca de dentro do porta-luvas. Puxou um boné, colocando em minha cabeça e puxando o capuz de seu casaco.

– Ta tudo bem? – Aprumei o boné, tendo melhor visão do que acontecia.

– Não sei, tudo parece estranho... Vem, vamos entrar. Mantenha o rosto escondido. – Saiu do carro, travando-o e seguindo em direção ao prédio. Logo o alcancei, passando o braço pela sua cintura. Ele enganchou o braço em meu ombro e desse jeito, seguimos pela rua movimentada, como um típico casal americano. Demos a volta no quarteirão até chegar a esquina que dava para a lateral da agencia. Ele segurou meu ombro, me fazendo meio que abraça-lo. – Conhece alguma entrada escondida por aqui? Acho que isso é uma invasão. – Sussurrou ao meu ouvido. Fiz que sim com a cabeça, encostando o queixo em seu ombro. Homens que estavam nos enormes carros, olhavam-nos, daí entendi a ideia de Finn. Enterrei o rosto em seu pescoço, perto de sua orelha.

– Ao lado da lata de lixo. – Acenei discretamente para uma caçamba seca de lixo, num beco deserto ao lado prédio.  – Ali tem uma porta que da na cafeteria e numa escada para o primeiro andar. – Ele riu em cima do disfarce, apertando minha cintura e descendo a mão. Será que nem em meio ao perigo, ele ia deixar de ser safado? Segurei-a, entrelaçando e apertando seus dedos até escutar um gemido doloroso vindo de sua garganta. Sorri maléfica. Ele agarrou minha cintura e beijou meu pescoço, me puxando para perto da lixeira. Quando chegamos ao local da porta, o empurrei e procurei a porta que estava milimétricamente escondida. Um pequeno fio preto mostrava o contorno do aço ali. Com um pouco de dificuldade, abri a mesma. Finn me observava com um tom de indignação. – O que? Achou mesmo que ia se aproveitar de mim?

– Ah não custa tentar ne, Rach? – Estapeei seu ombro.

– Tire o cavalinho da chuva. Não sou moça de me agarrar no meio de um beco. – Cruzei os braços. Ele sorriu cafajestemente e desvencilhou meus braços, olhou ao redor: ninguém nos observava. Me puxou para dentro. – E você mesmo disse que não saio com homens.

– Sou a exceção de sua vida. – Me piscou, postando-se a minha frente e seguindo em direção ao refeitório. Abriu uma brecha na porta e pude ver homens, estilo ao que estavam nos carros, atirando em direção a agente que pude perceber ser da CIA pelo emblema preso aos coletes. Eles gritavam, atiravam e batiam. Alguns homens escondidos, outros prostrados ao chão, inertes. Era como se eles tentassem subir, mas os agentes não deixassem. – Invasão. – Finn fechou a porta e seguiu para as escadas, comigo em seu encalço. – Eles devem estar querendo chegar aos computadores.

– Se é uma invasão, os computadores devem ter travado, mas precisa-se ligar a autodestruição deles. Assim não corremos... – Antes que eu pudesse terminar minha frase, um homem todo vestido de preto interrompeu nosso caminho, segurando uma metralhadora. Antes mesmo que eu pensasse em piscar, Finn puxou uma das armas e atirou bem no pescoço do homem, que caiu duro e rolou escada abaixo. Demos passagem para que o corpo inerte passasse e seguimos para o segundo andar, não sem antes Finn pegar a arma do homem.

Chegamos a abertura que o homem havia passado. O segundo andar do setor de inteligência estava devastado. Um quarteirão gigantesco resumido a destroços. As mesas estavam destruídas, mas os computadores intactos se espalhavam pelo chão, poeira para tudo quanto é lado, o escuro cobria tudo, exceto alguns raios de sol que entravam no lugar, dando uma visão parcial de tudo. Paredes cravadas com algumas balas e vigas servindo de escudo. Olhei em direção a minha mesa e percebi que a mesma estava no chão. Um caos.

Senti Finn me puxando para baixo e nos escondendo atrás de um tampo de madeira. – É uma bela invasão. Tem agentes lá embaixo, assim ninguém sobe, mas aqui está calmo demais. – Ainda não entendi o que ele quis dizer. – Esse andar está sobre ataque, mas está mais calmo. – Puxou a arma e atirou em um homem que se escondia perto de nós. O barulho seco foi como um ponto de partida para vários outros, que não demoraram a cessar. – Tá vendo? Mas acho que não tem tantos agentes como no outro.

– Preciso chegar ao terceiro andar. Lá posso apagar e destruir os computadores. – Finn olhava ao redor como se planejasse algo. – Temos que usar a escada convencional. – Mais uma saraivada de tiros. Finn se levantou, atirando em qualquer coisa.

– Não, você vai e eu fico aqui, tentando ajudar. Tem muita gente aqui. – Estava boquiaberta. Ele iria me deixar sozinha? – Você ficará bem. – Observou minha expressão. – Só tenha cuidado e seja rápida. Não sei se temos controle aqui. – E sem nenhum ‘tchau’, ‘boa sorte’, ‘se cuide’ ou ‘eu vou cuidar de você’, Finn saiu se esgueirando por escombros e atirando até em sombra. Ótimo, agora eu tinha que cruzar um lugar cheio de gente escondida tentando me matar e sem nenhuma arma ou chance de sair ilesa.

Olhei ao redor até encontrar um pedaço de ferro, branco, caído em cima de uma placa de madeira. Se observei bem, era um dos pés das tantas mesas destroçadas por ali. É só o que tem e bem, melhor um pássaro na mão que dois voando ne? Apertei o ferro frio em meus dedos e engoli o seco. Mais tiros e gritos. Pelo visto tinha muita gente escondida por ali. Voltei para o lugar que eu e Finn estávamos a pouco e me sentei, esperando tudo acalmar... Ou pelo menos parecer mais calmo. Não demorou muito pra essa hora chegar.

Inspirei o máximo de ar que meus pulmões encontraram e comecei a correr por entre os escombros, não demorei muito a avistar um homem de preto em meu caminho. Ele tinha um sorriso presunçoso em seu rosto. Me escondi atrás de uma pilastra e esperei que ele chegasse perto de mim. Ele caiu na armadilha e quando colocou o rosto a vista, acertei o pedaço de ferro em sua nuca. Morrer ele não iria, mas sairia dali com uma bela dor de cabeça. Sorri orgulhosa e me embrenhei no meio dos destroços novamente, agora em meio a tiros.

Corri, empurrei, chutei, bati em quem fosse até chegar metade do caminho, vendo a hora tomar um tiro. Não era fácil correr no meio de gente tentando enfiar uma bala na sua cabeça. Senti uma mão me puxando para baixo ao mesmo tempo que uma bala atravessava o ar onde a segundos estava minha cabeça. Um estampido seco ecoou na minha lateral e uma mão pousava em meu ombro me mantendo abaixada. O homem que tentara atirar em mim, agora tinha seu corpo inerte repousando no chão. A mão que estava em meu ombro me puxou até chegar em baixo de uma mesa. Era Jesse St. James, agente 68. Ele era um grande espião, inteligente, bonito, perspicaz... Trabalhamos juntos várias vezes, mas nunca nos demos bem, embora ele sempre dê em cima de mim, do seu jeito sarcástico. Seus cachos negros estavam sujos e suados e seu sorriso mostrava preocupação. Embora não fosse sua fã, era bom vê-lo ali.

– Para onde pensa que vai, Berry? – Ele mantinha seus olhos vigilantes, hora em mim, hora nos movimentos vindos de fora. – Isso aqui não é canto para se correr.

– O que está acontecendo?

– Invasão. – Serio Jesse? Se não falasse não ia saber ne. Bufei e ele percebeu minha impaciência. – Não faz muito tempo. A CIA já mandou reforços e eles estão tentando evitar uma entrada maior. Deve ter visto os helicópteros e os tiros do andar de baixo. Que conseguiram passar pra cá, foram um pouco mais de duzentos, se eu tiver boa estimativa. Do nosso lado, temos três agentes de campo, uma nerd. – Me olhou de esgueira. – E um batalhão especial de 25 homens. Estamos indo bem.

– Está tudo calmo, diferente de lá de baixo... – Bem?

– Sim. Eles não podem acabar com essa parte ou saem sem nada não é? Embora já devem ter pego algo... – Atirou em um homem que havia nos avistado. – Agora me diga o que faz aqui.

– Preciso chegar ao terceiro andar. Autodestruição dos computadores. – Ele assentiu e me puxou para o canto da mesa, deixando espaço que logo foi ocupado por um corpo branco como giz e cabelos dourados. Quinn carregava uma metralhadora e várias pistolas. Arremessou duas para o rapaz ao meu lado e acoplou duas na cintura. – Como está lá?

– Ninguém pegou nada e os que me viram estão mortos. – Sorriu vitoriosa. – Hey, Rachel. – Acenei de volta. – Temos um plano? O número de homens não diminuiu o bastante para ficarmos calmos. Eles estão catucando os computadores.

– Berry precisa chegar ao terceiro andar, vai destruí-los. Mas ela não consegue sozinha.

– Ela conseguiu chegar aqui com uma barra de ferro. – Agora Finn se esgueirava entre nós, carregando o que parecia um fuzil. Deus sabia como aquele bando de gente e aquelas armas cabiam ali. – Alguém precisa escolta-la. – E Deus também sabia de onde tinham saído tantas armas.

Nos observamos por um tempo. Os três a minha frente arquitetavam planos ao som de tiros e gritos. Quinn passou a mão no queixo imponente, não pude deixar de ver uma pequena cicatriz ali, mesmo com a penumbra. Ela amarrou os cabelos curtos, deixando a franja cair de lado.

 Era estranho lembrar da Quinn de dezesseis anos atrás e olha-la agora na minha frente, era estranho lembrar da menina sapeca que brincava comigo e ver que ela se tornou uma mulher linda de um talento inabalável, que segurava uma metralhadora sem medo algum. Mesmo que só tenhamos nos encontrado ontem, passamos o dia juntas e pude começar a conhecer a mulher que ela era e tenho que admitir que adorei o que vi. Ela foi minha melhor amiga por pouco mais de dois anos, mas se tornou uma das pessoas mais que importante que passou por minha vida, e agora ela voltou trazendo lembranças que eu sequer cogitava lembrar.

Os três pares de olhos a minha frente me fitaram até que o silencio foi cortado pelo sussurro da voz de veludo. – Eu a levo. Pelo que sei, não tem homens lá e sou rápida o bastante para leva-la. Seria mais fácil eles perceberem se ela for levada por um brutamontes. – Finn se remexeu, irritado pelo comentário. – Ora, deixe de besteira, Hudson.

– Ela tem razão. – Realmente tem. – Vocês são grandes e vistosos. Quinn é menor e é mais fácil nos escondermos. – Ela afagou meu ombro, piscando-me.

– Pode ser. Então o que nós fazemos? – O rapaz mais alto apontou para ele e Jesse. – Nos separamos?

– Assim cobrimos mais áreas e a protegemos mais. – Sons de balas dificultavam o exercício da audição. Incrível como alguém não nos viu ali. Era muito estranho, também. – Vai pela direita e eu vou pela esquerda? – Finn assentiu, aprumando a arma em seu ombro.

– Rach, vai ficar tudo bem? – Assenti. Seus olhos transbordavam preocupação. – Não abaixe a guarda ok?

– Eu cuido dela. Vai voltar sem um arranhão. – Ele concordou com Quinn, agradecendo a ela com o olhar. Finn muitas vezes parecia até meu irmão. O tinha como um. – Agora, Rachel. Sabe usar uma arma?

– Sim. – Os homens me olharam surpresos e a loira me abria um sorriso fantástico. Devolvi o gesto, encabulada. Observei Quinn puxar uma semi automática e colocar em minha mão. O metal pesado se encaixava perfeitamente em minha mão pequena. A segurei com mais firmeza e apontei para um lugar fora do nosso refúgio. O estampido saiu surdo, dando lugar a vários outros. Eu acertei um pedaço de madeira solto. – Bom?

– Maravilhoso. – A risada de veludo chegou aos meus ouvidos. – Agora vamos agilizar os trabalhos né? – Jesse saiu primeiro, indo em direção a esquerda e Finn saiu logo atrás, indo em direção a direita, não sem antes mandar eu me cuidar. Ah agora ele se preocupa comigo, mais cedo, me deixou sem arma alguma, vendo a hora eu ficar sem um olho. – Bom, você sabe usar uma barra de ferro, uma arma... Olha, a dezesseis anos atrás eu nunca imaginaria isso, agora... Fico até orgulhosa de você Barbra. – Um sorriso brincalhão saiu de sus lábios, sem mascarar seus olhos cheios de preocupação. – Vamos? O tempo é ouro aqui.

– Sim. – Arrumei a arma em minha mão e me preparei para a adrenalina. Os tiros haviam piorado, pelo visto alguns homens conseguiram entrar no setor, não poderíamos demorar ou descobririam todos os segredos que a CIA esconde. Ela afagou o meu braço.

– Eu vou cuidar de você. Não se preocupe...

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

Eeeentão? Deixem comentários hein? Me façam feliz. Até o próximo.



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