Gênesis: O Inicio Do Fim (Interativa) escrita por Alex Maxssuel


Capítulo 4
A Gota D´Água.


Notas iniciais do capítulo

Agradeço pelos 33 comentários e principalmente as 2 recomendações, obrigado mesmo hiahaiahai, Bem esse ficou um pouco maior mas tentarei fazê-los pequenos. Obrigado por lerem e pelo incentivo, bem... Boa leitura.



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Assim que Mike se pôs em posição de batalha muitas das pessoas mantiveram-se em um raio de no mínimo uns 20 metros de nós, outros mais corajosos recuaram apenas um pouco e ficaram a nos observar.

–Eu vou primeiro, não fui com a cara dele. -Disse Myranda, já indo em frente.

Mike a encarou com desdém e soltou um “humf” enquanto cruzava os braços.

–Não. Aqui não existe esse cavalheirismo de “primeiro as damas”, fazemos a coisa do meu jeito. Ele tem mais poder do que você. -Ele apontou pra mim com o queixo. -Já que sou obrigado a fazer isso, quero começar com o mais forte para não me entediar logo de inicio.

Pensei que ela fosse brigar, xingar ou fazer qualquer coisa, mas ela apenas o fuzilou com o olhar e seguiu em direção das outras pessoas que estavam na platéia, andando pesadamente amassando a grama a cada passo.

–Sinto muito, mas não tenho intenção de lutar contra você. -Disse. -Prometi a mim mesmo que nunca mais usaria meu poder e não vou mais brigar com ninguém. Quero apenas levar a vida mais pacifica e tranquila quanto o possível... longe de problemas.

Vi um brilho de fúria nos olhos do garoto, ele caminhou em minha direção e me agarrou pela gola da blusa com a mão direita, com uma força monstruosa ele me ergueu, deixando-me flutuar alguns centímetros acima do chão. Ele levantou a mão esquerda e a aproximou de meu rosto, por algum motivo sua mão estava tão quente quanto uma churrasqueira, era como se alguém estivesse aproximando minha cara em um forno conseguia sentir aquele calor infernal penetrando minha pele desconfortavelmente. Eu não recuei, não usei nenhum poder, não fiz absolutamente nada além de ficar encarando-o, tentando não ligar para o calor que envolvia meu rosto cada vez mais. Um pensamento percorreu a minha cabeça: “se ele me matar agora tudo estará resolvido. Não terei que aguentar mais essa dor no peito e o peso de minha consciência. Estaria recebendo meu castigo por ter matado meu melhor amigo. Pagando essa divida com a minha própria vida, assim poderei me desculpar com ele no outro mundo”

Não sei se Mike podia ler mentes mas ao perceber que eu não reagiria como ele esperava, me encarou, olho no olho, observando-me. Bufou decepcionado e me soltou, mas antes mesmo que eu pudesse triscar no chão ele me atingiu. Um forte soco no rosto com sua mão direita, lançando-me longe. Caí e rolei, tentei me levantar mas acabei por cair de novo.

–Por pouco eu não te mato, na verdade eu iria te matar, mas ao olhar para esse seus olhos desesperados... Você perdeu a vontade de lutar, já está morto por dentro. Não vejo sentido em matar algo que já morreu. -Ele me encarou, com um misto de nojo e decepção e concluiu. -Você possui um enorme poder, sinto isso de longe, é poderoso mas covarde demais, fraco demais. Você irá morrer cedo, mas não pelas minhas mãos, não quero sujá-las com sangue de alguém que já desistiu de viver.

Massageei a bochecha esquerda, já deveria estar inchando pois sentia uma queimação no lugar onde ele golpeou. Levantei-me e fiquei ali parado tentando absorver as palavras que me foram ditas.

Quando dei por mim a luta entre Mike e Myranda já havia começado. Para uma garota ela batia ferozmente e era rápida demais, mas Mike não desviava, apenas defendia sem muito esforço. Myranda pulava e golpeava, Mike levantava a mão em defesa, direcionando os golpes de Myranda para outro lugar, fazendo-a de boba, deixando-a com raiva. Pelo pouco que fiquei com ela percebi que era um pouco estourada, sabia que ela iria perder a cabeça fácil e começar a atacar cegamente e sem direção quando ficasse nervosa, mas para minha surpresa ela não o fez. Quando percebeu que atacá-lo não surtiria efeito ela saltou para longe pegando distância. Levou as mãos para a cintura e tentou pegar algo mas acabou segurando o vento. Então parecendo um pouco chocada ela levou as mãos à cabeça e bagunçou um pouco seu cabelo como se tivesse tentando por o cérebro para funcionar a força.

–Ca... Cadê minha espada? Ah, droga, esqueci que estou sem ela, e agora? Droga, droga, droga.

Mike sorriu ao ver a cena e disse com desdém:

–Bom, vejo que está sem sua preciosa arma, como planeja me vencer? Sei que é esperta o suficiente para saber que sou superior em um combate corpo-a-corpo. Não que você tenha alguma chance contra mim mesmo armada, é claro.

Agora foi vez de Myranda sorrir, ela levantou a mão direita na direção de Mike, com o dedão para cima e o dedo indicador apontado para ele, como se estivesse fazendo uma arma e então disse apenas movendo os lábios: “pow” e inclinou a mão levemente para cima como se tivesse dado o tiro. Por um momento nada aconteceu mas então, do nada, caiu um raio em Mike. Ele estremeceu, sabia que o raio deveria ter sido forte o suficiente para derrubá-lo, porém o máximo que ele fez foi cambalear para o lado e chacoalhar a cabeça.

Mike se endireitou novamente, ainda podia ver as correntes elétricas passando pelo seu corpo. Myranda o encarava incrédulo. Os outros jovens olhavam para ela, alguns com admiração, outros surpresos, alguns com pena ou divertimento. Mike bateu palma e riu de forma genuína, como se ser atingido por um raio fosse a coisa mais divertida do mundo.

–Boa, garota! Gostei de você. É forte, um pouco selvagem, impaciente e poderosa. Esse golpe foi um golpe verdadeiro, poderia e iria matar muitos aqui, mas infelizmente, também domino a eletricidade então não fez muito efeito.

Jurei ter visto a Myranda corar, mas também ficaria envergonhado se fosse uma menina e fosse chamada de selvagem na frente de um bando de pessoas que nunca havia visto antes.

–Bem, como já vi do que é capaz... Agora irei atacar, então tente não morrer.

Mike voltou a ficar em guarda, agora sua mão direita emitia um brilho branco-azulado que estalava, ele inclinou o corpo pra frente e correu na direção de Myranda.

–MIKE! -Uma menina berrou ao longe. -Pare ai mesmo!

–Maldita seja, porque você sempre me atrapalha quando estou para me divertir? -Protestou ele, parando.

–Mike meu caro, afaste-se dela, não quero ter de usar aquilo em você de novo. -Disse a garota. Seus cabelos eram de uma coloração que beirava entre o castanho e o ruivo, lisos na raiz e iam formando leves cachos à medida que desciam até chegar a altura dos seios. Ela tinha olhos castanho-escuros que contrastavam com a roupa branca e leve, era uma garota bonita e metida, parecia ter mais ou menos a minha idade.

–Daquela vez você me pegou desprevenido, um belo golpe baixo. Desta vez seria diferente mas relaxe, não tenho intenções de machucar a... -Ele fez um gesto para que ela dissesse seu nome e depois da resposta prosseguiu. -Myranda. Então o que a trás aqui Angie?

–Nó-nós vi-viemos aqui para dizer algo muito importante. - Só depois que a vi se esgueirando por detrás daquela que Mike a chamou de Angie. Uma garota morena de feições leves e delicadas, parecia uma anja de porcelana de tão pequena e linda que era, seus cabelos tinham uma cor perolada, longos e lisos com ondulações em seu contorno porém o que mais chamava atenção na garota, além de seu tamanho e a beleza eram seus olhos, eles eram de um azul-arroxeado, totalmente hipnotizantes. Ela fitava, ora o chão, ora o Mike, evitando olhar ao seu redor, com as mãos juntas e tocando os dedos indicadores, como se tivesse vergonha de falar em frente a tantas pessoas em uma situação como aquela.

–Caramba! Vocês tem um péssimo timing. Mas diga logo qual é o assunto tão urgente.

–Encontramos outro corpo. -Falou Angie de forma seca e ríspida, ela parecia chocada também mas tentou não demonstrar.

Estremeci ao ouvir isso, tinha alguém morto aqui na escola “ótimo primeiro dia de aula”, pensei. Mike pressionou os lábios e seguiu ela com passos firmes. Olhou para trás e fez um movimento para que eu e Myranda o seguíssemos. Caminhamos apressadamente, ou melhor corremos a toda velocidade para o portão de entrada, era difícil acompanhar o Mike, perdíamos de vista uma vez ou outra e ele tinha de diminuir a velocidade até uma hora que resolveu que não éramos importantes e seguiu sem nós, então continuamos o caminho junto das duas outras garotas.

Ao chegar lá, vejo Mike mandando alguns adultos embora, pelo jeito que vestiam pareciam ser professores. E lá, estirado no chão estava um corpo já inanimado de uma garota, seus cabelos loiros estavam cortados de forma brusca, manchados de um vermelho que conhecia muito bem, parecia ser apenas um pouco mais velho que eu, tinha marcas de cortes e sangue por todo o corpo, seus braços, pernas e pescoço estavam costurados com linhas negras, um péssimo trabalho por sinal pois as partes ainda pendiam umas das outras, deixando a mostra os ossos e a carne. Eu, assim como os outros, viramos a cara, senti ânsia de vomito mas me segurei não era a primeira vez que via um corpo, mas era a primeira vez que via um ato tão cruel quanto esse.

Depois de nos acostumarmos com o corpo, viramos e o encaramos. Só após algum tempo fui perceber que havia uma cápsula transparente na mão de Mike, parecia ter pouco mais de 15 centímetros com um papel dentro. De acordo com Mike isso tinha sido deixado junto ao corpo preso entre suas mãos.

–Essa é a Jane, certo? A garota oráculo da nossa turma não é? -Perguntou Angie.

Mike afirmou. Pressionou a cápsula e girou, abrindo-a. Praguejou alto, diversos nomes, uns até bem originais. Tacou a mensagem no chão, virou de costas e foi na direção da escola.

–Derek. -Disse ele serrando os dentes, conseguia ver a aura negra e furiosa saindo de seu corpo. -Já sabia que era você, mas desta vez você passou dos limites.

Fui até o papel e o agarrei, as letras estavam escritas com uma caligrafia bonita e majestosa, o encarei por um tempo sentindo calafrios percorrerem todo o meu corpo e li em voz alta.

–“Esta não é a primeira e nem será a ultima vitima. Da próxima vez escute meus conselhos e me obedeça. Lembre-se: ninguém vira as costas para o Herdeiro do Inferno, nem mesmo você.”


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Notas finais do capítulo

Tentarei voltar a margem dos 1.200. os que não apareceram foi porque ainda não consegui achar como encaixá-los mas apareceram logo, logo. Então O que acharam, estão gostando do desenrolar da história? Se tiver algo de ruim por favor me avise para poder melhorar, até semana que vem. (Obs: poderei demorar para responder os comentários estou de castigo e a escola está muito em cima esses dias)