Love Is Thrown In Airless Rooms escrita por Mychelle_Wilmot


Capítulo 3
3.




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A segunda vez que Spock visitou as dunas de Vulcano com Jim não fora a segunda vez que Jim as visitara; em fato, Jim lhe informara que ele havia as havia visitado mais de duas vezes, sozinho.

Spock pareceu surpreso com tal afirmação, mas intimamente feliz; parecia que Jim, de alguma forma, desenvolvera um gosto pessoal pelo local.

Conforme eles andavam, Jim tomou a sua mão, cuidadosamente, e Spock teve de refrear o impulso de retraí-la; eles estavam em público, afinal, e em Vulcano, e tal gesto era extremamente íntimo e significativo.

Mas Spock teve sucesso em refrear sua reação ao se lembrar de que sua relação com Jim era, afinal de contas, íntima e significativa.

Spock e Jim estavam juntos agora por seis meses, e Spock tinha que admitir pelo menos para si mesmo que foram os meses mais felizes da sua vida.

Todo o tempo de contenção, de expurgação das emoções devido ao Kolinahr, treinamentos rígidos e rigorosos se desfaziam diante de um sorriso de Jim, de uma piada, um comentário interno.

Com os dedos ainda enlaçados com Jim, eles começaram a caminhar, mas logo se soltaram, devido ao forte calor que estava começando a produzir efeitos em Jim.

Foi com uma nova onda de choque que Spock percebera que, apesar da afirmação que Jim fizera, de ter visitado Vulcano sozinho, sua resistência e seu nível de interesse não haviam aumentado muito; em fato, depois de alguns anos, sua resistência parecia ligeiramente pior.

Aquilo confundiu Spock, mas ele guardou suas inquietações até o fim da peregrinação, quando ele e Jim estavam sozinhos, em um hotel no centro de ShiKahr.

Quando Spock lhe perguntou a razão de Jim ter vindo sozinho a Vulcano e insistir em tais atividades quando sua apreciação claramente não melhorara, foi a vez de Jim mostrar-se surpreso:

“Ora Spock, eu te acompanho porque gosto de estar com você. E eu vinha sozinho por que eu...” – Jim interrompeu-se, procurando a palavra certa – “sentia a sua falta.”

O único comentário de Spock foi erguer uma confusa sobrancelha.

Jim rolou os olhos e disse:

“Ao contrário do que você parece pensar, eu gosto dessas visitas. Claro, não vou correr por aí e me sentar no chão e dar risadas como eu faria em outro lugar, pois é uma área deserta afinal, mas eu gosto de visitara aqui, sim.”

“Quando ainda estávamos na primeira missão da Enterprise, eu me lembro de você falando de como você gostava delas – proteste o quanto quiser, era realmente claro o quanto você gostava, claro ao ponto do Bones perceber  – e eu tive curiosidade de conhecê-las. Após nossa primeira peregrinação, eu voltei sozinho porque eu conseguia enxergar nelas o que você enxergava; eu conseguia ver a beleza desse lugar, o que isso representava, e mais importante do que tudo: eu gostava de visitá-las porque elas faziam com que eu me lembrasse de você.”

Jim parou de falar e Spock, em um raro momento, viu-se sem palavras.

Quando Spock era ainda uma criança, ele lembrava-se de ter perguntado a sua mãe sobre a razão dela ter se casado com seu pai; ela lhe respondera que ela o fizera porque ela se apaixonara perdidamente por Sarek, e que isso a ajudara a enfrentar a cabeça dura do pai dele, porque o amor fazia tudo valer à pena. Seu eu infantil achara tal explicação ilógica, e sua mãe, rindo, concordara com ele.

Quando, após mais alguns segundos em silêncio, Spock capturara Jim em um beijo, seus braços deslizando pela cintura de Jim e sentindo-o quente, pulsante junto a si, ele pensou que sua mãe era uma mulher muito mais sábia do que ele um dia julgara.


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Notas finais do capítulo

ShiKahr é uma das maiores cidades de Vulcano.



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