Love Is Thrown In Airless Rooms escrita por Mychelle_Wilmot


Capítulo 4
4.




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A vigésima sexta vez que Spock visitara uma particular montanha, na Terra, fora sozinho, com pouco tempo reservado para fazê-lo.

Havia muito em risco; ele percebera que a tensão aumentava em Romulus, e que a sua figura começava a ser vista com suspeita, especialmente após seus debates públicos com seu pai.  Ele pensou que deveria agir logo em seus planos, antes que fosse tarde demais.

No entanto, ele não pode negar a si mesmo o direito de visitar esse lugar, talvez pela última vez; fora aqui que, tantas décadas atrás, ele viera com Jim e Leonard pela primeira vez.

Ele era tão jovem na ocasião; tão cheio de estigmas, de ideias equivocadas.

Jim se fora há muitos, muitos anos. Apesar de uma morte heróica, ele se fora tão prematuramente, tendo ainda tanto para viver.

Especialmente, tendo tanto para viver ao seu lado.

Não havia ninguém ali e não teria tão cedo, então Spock não fez esforço algum para conter a lágrima que caíra por sua face já idosa. Kaiidith; ele ficara em paz com suas emoções em relação a Jim há um longo tempo.

Mas esse não era um momento para lamentar; era um momento para relembrar os bons momentos que eles passaram juntos.

Foi exatamente por isso que Spock escolhera vir para cá.

Jim costumava amar esse lugar, e Spock costumava detestá-lo. Os insetos, a vegetação úmida, o relevo; havia algo naquele lugar que nunca entrara em acordo com sua biologia.

Mas Jim amava esse lugar.

E para cada canto que olhasse, Spock podia visualizar Jim, em volta de uma fogueira, escalando uma montanha sem equipamento apropriado, tremendo de frio porque insistia em não usar cobertores demais; Jim rindo, e brincando, e jogando água nele e em ocasiões, em Leonard, deixando o bom doutor sempre furioso, mesmo que apenas por alguns segundos.

Se fechasse os olhos, apenas por alguns segundos, Spock achava que poderia ver novamente Jim, não o jovem capitão que ele conhecera, mas a versão mais velha, mais moderada do humano que ele amara.

Por apenas alguns segundos, quem sabe, ele poderia ver novamente seu t’hy’la.

É claro, tais superstições eram ilógicas e sem fundamento; Spock sabia disso. Mas a parte humana que havia dentro de si insistia em nutrir tais fúteis esperanças, e a parte Vulcana de Spock se via incapaz de negar-se a isso.

Respirando fundo, Spock mais uma vez olhou para tudo ao seu redor; estava na hora de ir.

Com um pequeno sorriso saudoso, Spock começou a sair da mata, dando a volta para chegar à cidade novamente, apertando o pingente (*) que carregava em volta do pescoço há décadas.

Ele estava vivo há muito, muito tempo, mas nem mesmo se Spock vivesse para sempre ele se esqueceria da expressão de Jim quando ele visitava esse lugar.

Entrando na nave de transporte, Spock começou a viagem para Vulcano, pronto para ir para Romulus. Mas seus pensamentos permaneceram algum tempo com uma cidade pequena, com uma montanha e uma floresta que o faziam lembrar-se dos melhores momentos da sua vida, até ele permitir-se colocar tão ternas lembranças no fundo de sua mente.

Estava na hora de fazer história novamente, como Jim costumava dizer.


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Notas finais do capítulo

*Referência ao pingente que estava no script do Star Trek XI, do Abrams. Era uma cena muito linda onde o Spock Prime tinha consigo um pingente com um holograma do Kirk desejando feliz aniversário para ele. Se quiserem conferir:
hhttp://www.trekbrasilis.org/2011/05/07/orci-fala-sobre-cena-para-shatner-em-star-trek/

Kaiidith é uma palavrinha Vulcana que personifica uma filosofia; o significado é bem exatamente what is, is.

Fic meio bobinha e talz, mas espero que tenham gostado! Reviews são sempre muito bem vindas.



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