Ele acordou totalmente de mau humor, coisa que era bem esperada depois de sua bebedeira de ontem. Rivaille se sentia como se um caminhão tivesse passado várias e várias vezes em cima dele. Sua garganta estava seca e sua cabeça doía demais, sem contar que a luz do sol estava o incomodando muito, e a única coisa que ele queria fazer era ficar o dia inteiro deitado naquela cama.

— Mas que porra aconteceu? – Ele perguntou para si mesmo irritado. Rivaille massageou as têmporas na tentativa de se lembrar o que havia acontecido ontem.

— Aposto que deve ser culpa daqueles pirralhos e daquela quatro olhos. – Levi finalmente concluiu.

Ele olhou para si mesmo e viu que estava com as mesmas roupas de ontem, que agora tinham um forte cheiro de bebida alcoólica. Ele não era muito de beber, raramente você o veria assim.

— Nojento. – Ele falou olhando para si mesmo. – Eu definitivamente preciso de um banho. – Ele adicionou se arrastando da cama e pegando roupas limpas em seu armário.

Ele correu para o banheiro do quartel, por que não queria que ninguém o visse nesse estado nojento. Ele estava sujo, coisa que ele odiava.

Depois dele tomar um banho que deve ter demorado pelo menos uns 30 minutos ele saiu do banheiro, mas agora já trajava seu uniforme da Tropa Exploração e seus cabelos estavam molhados devido ao banho.

Ele decidiu que precisava urgentemente de água e de comer. Fazia horas que o Corporal não havia ingerido nada de alimento. Ao chegar ao refeitório, Rivaille notou que alguns dos pirralhos já estavam tomando café da manhã, e a maioria estavam animados.

— Qual o problema desses idiotas? – Ele falou a si mesmo. Como todos podiam estar de bom humor depois de acordarem nesse estado? Talvez só ele tivesse bebido tanto.

Ele se sentou em uma das mesas e abaixou a cabeça em seus próprios braços escondendo totalmente seu rosto numa tentativa falha de tentar encontrar paz em si próprio. Ele ficou alguns minutos assim até ouvir uma cadeira sendo puxada e alguém sentando em sua mesa.

— Vá embora. – Ele falou sem ao menos ver quem era.

— Deus... O que aconteceu com você Levi? – Erwin perguntou curioso ao ver o estado do Corporal.

— Hanji. Eu vou matar aquela quatro olhos quando eu achar ela.

Erwin soltou uma gargalhada divertida ao ver o estado de seu colega de trabalho. Hanji tinha esse incrível talento de fazer o que quiser com os outros, eram poucos aqueles que escapavam, e dessa vez Rivaille havia sigo pego.

— Bom, então está na hora de fazer seu homicídio. – Erwin falou divertido ao ver que a mulher de óculos entrava no refeitório.

— Levi, Erwin! – Hanji praticamente gritou indo em direção aos seus amigos.

— Ok, essa é minha deixa. Ela é toda sua. – Erwin o avisou e logo após sumiu.

— O que você fez comigo, quatro olhos? – Ele olhou para ela com um olhar mortal.

— Eu?! Eu não fiz nada. – A mulher rebateu na defensiva. – Eu não tenho culpa se você não sabe se controlar com bebida.

— Ao menos eu vou poder fazê-la sofrer por uma semana. – Levi falou relembrando sobre o combinado que os dois haviam feito para ele deixa-la dar a festa.

— Sim, eu me lembro muito bem do combinado. – Hanji falou revirando os olhos. Certeza que Levi faria ela e os outros soldados sofrerem por uma semana.

Na porta do refeitório Levi reconheceu muito bem os três rostos que agora entravam descontraídos.

— Oe, pirralhos! – Levi chamou a atenção de Armin, Eren e Mikasa. – Venham aqui. – Ele ordenou.

— Sim, Heichou. – Eren falou em seu típico jeito. – No que posso ajudar? – Eren era do tipo bajulador, e isso irritava Rivaille.

— Vá me buscar um copo d’ água. – Levi deu a ordem para o garoto enquanto passava a mão em seus cabelos.

Segundos depois da ordem de Levi, Eren saiu praticamente voando. Ele sabia exatamente que não seria bom ver o Heichou irritado já que o mesmo já estava num mau humor extremo.

— E você pirralho loiro, me busque algo para comer. Não toque na comida se não eu farei você limpar o estabulo por cinco dias. – O moreno ameaçou o garoto que assim como Eren saiu praticamente correndo.

Mikasa apenas revirou os olhos com a situação. Rivaille sabia muito bem ser um pé no saco, mas ele estava exagerando um pouco com os garotos.

— Ackerman! – Ele chamou a atenção dela ao ver que a garota iria se retirar.

— Sim? – Ela perguntou desinteressada.

— Você tem treinamento mais tarde, não se esqueça. Você sabe como eu odeio atrasos. – Ele conclui sua frase tentando irrita-la.

— Sim, Heichou. Eu tenho boa memoria e sei muito bem dos meus compromissos.

Mikasa se retirou deixando um Levi mais irritado ainda e Hanji riu com a situação toda fazendo com que ela recebesse outro olhar mortal do Corporal.

— Uau! Ela adora te desafiar, hein? – Hanji perguntou divertida.

— Nem me diga. – Levi soltou um suspiro em frustração. – Essa garota me tira completamente do serio.

— Eu queria passar um dia vendo vocês dois treinando. Ela te tira do serio, Levi? Que raro isso, dificilmente eu vejo alguém te tirar do serio. – Hanji falou com aquele sorrisinho que Levi conhecia muito bem.

— Quatro olhos, eu sugiro que você deixe de pensar asneiras. – Ele a respondeu sabendo exatamente o que aquela quatro olhos tinha em mente.

— Ah qual é, Levi! – Ela o provocou. Era simplesmente estava amando tudo isso. – A garota é bonita, e eu aposto que você acha o mesmo. – Ela deu mais um de seus sorrisinhos maliciosos. – E vocês até combinam. Pensa comigo, a garota consegue te tirar do serio, coisa que dificilmente alguém consegue fazer.

— Agora é sério, se você não calar essa boca eu juro por tudo Hanji que eu te mato. – Levi falou irritado, mas no fundo ele até estava se divertindo com essa situação toda.

— Você é homem e ela é mulher. Não vejo nada em anormal nisso. – Ela rebateu.

— Pelo amor de Deus. Nós somos absurdamente opostos.

— Dizem que os opostos se atraem. – Hanji estava adorando provocar o Corporal.

— Hanji, isso nunca daria certo. – Levi falou irritado.

— Então você tem interesse nela?! – Hanji falou vitoriosa.

— Deus... – Ele resmungou. – Vá limpar essa bagunça antes que eu acabe com sua vida. – Levi tentou ameaça-la, coisa que era inútil. Hanji era uma mulher muito insistente.

O corporal deixou a mesa, deixando uma Hanji curiosa. Talvez o Corporal tivesse alguma atração por Mikasa?

— Eu trouxe o copo d’ água. – Armin anunciou, mas quando viu que o Corporal já não estava lá soltou um suspiro de frustração. – Onde ele foi? – O garoto perguntou a Hanji.

— Eu não faço a mínima ideia. – A mulher falou pegando o copo d’ água da mão do garoto e bebendo. – Mas sei que temos que deixar todo esse local limpo antes que ele corte nossa garganta.