Sem Julgamentos escrita por AnaMM


Capítulo 13
Amor?


Notas iniciais do capítulo

Enfim um capítulo. Tá foda a inspiração com essas loucas estragando tudo sempre... Atenção todas para a disputa de amanhã. Estejam a postos para a batalha de tags. #TeamBenFia substituirá a tag do dia nessa quarta 16.



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–Ainda não tô conseguindo acreditar que o sr certinho matou aula comigo! – Sofia riu.

–Você tá me levando pro mau caminho, devia estar envergonhada! – Ben zombou de volta.

– Por que? Você é muito mais legal comigo. – A loira sorriu desafiadora.

– Você não presta. – O garoto sorriu em resposta, brincando com o queixo da patricinha.

– Nunca prometi o contrário. – Sofia respondeu com um sorriso vitorioso no rosto.

Seus rostos se aproximaram aos poucos, seus lábios roçavam quando o som da porta os afastou. Uma Giovana irritada grunhiu ao vê-los tão próximos e subiu as escadas apressada. Anita, que vinha logo atrás, não entendeu.

–O que foi que deu nela? – Anita escolheu uma das várias perguntas que pairavam em sua mente. Por que estavam só os dois no meio da sala e tão próximos? Por que haviam chegado antes? Como haviam chegado tão rápido em casa e ao mesmo tempo? Como não os havia visto na saída?

– E eu sei lá? Só podia ser irmã do Ben aquela esquisita.

Sofia adorava criticá-lo aleatoriamente e observar sua reação surpresa e indefesa. Achava fofo quando o garoto tentava encontrar uma resposta que a calasse e que o fizesse parecer superior. Mais ainda, amava a expressão crítica de Ben, como se lhe dissesse que não deveria estar se comportando daquela maneira, falando aquelas coisas. Deus, seus pensamentos e observações acerca do garoto e do que sentia por ele estavam cada vez mais bregas. Precisava se curar logo da bendicite, ou estaria condenada ao Grajaú para sempre. Não que fosse um lugar tão ruim quando estava em seus braços... “Credo!” precisava esquecê-lo antes que enlouquecesse!

–Eu não vi vocês na saída... – A irmã de Sofia comentou.

–Que bom, porque eu não tava afim de te ver logo no momento mais feliz do meu dia, que é voltar pra casa daquele tédio.

– Sofia! – Ben repreendeu.

– Eu vou pro meu quarto... Afinal, supostamente eu tinha me livrado do tédio. – A loira provocou a irmã.

– Já vai tarde! – Anita respondeu para as costas da irmã.

– Eu vou falar com ela.

– Desde quando você se importa com o que a Sofia fala? Esquece, Ben, ela não tem jeito.

– É o que eu queria entender... – Ben respondeu aéreo.

– Bom, eu vou procurar a minha mãe, quer me ajudar? – Anita propôs.

– Pode indo, eu vou dar uma olhada lá em cima. Tô morrendo de fome!

Nervoso, Benjamin esperou até que Anita deixasse a sala em busca de Vera e subiu para o quarto de Sofia.

–Por que você é assim com ela? A Anita só quer o seu bem.

– Foi essa a versão que ela te contou? – Sofia riu. – Benjamin, eu não sei em que casa você esteve morando nos últimos meses, quando só o que a minha irmã fez foi me julgar, me criticar... Eu sou má, eu não presto, eu só penso em mim... Quer saber? Cansei. – Suspirou derrotada.

– Mas Sofia... Você armou contra o casamento da própria mãe, a Anita tem a sua razão.

– Caso você não lembre, Benjamin, isso vem de muito antes dela descobrir sobre o casamento. E digo mais: o meu plano era só que caísse água nos noivos, uma brincadeirinha, vocês já podem parar de falar sobre isso como se eu tivesse matado alguém, né? – Respondeu impaciente.

– Você não matou ninguém, então?

– Não. – Sofia sorriu confusa.

– Ah, que alívio! – Ben expirou. – Pelo menos a esse ponto eu ainda não cheguei!

– Você? – Sofia riu. – O que você tem a ver com a minha identidade secreta?

– Tem a ver que seria um problema maior se, além de gostar de uma garota egoísta, esnobe, preconceituosa...

– Ben!

– Mas é verdade! - Riu entre os tapas que recebia de Sofia. – Para! Chega, chega! – Implorou em vão. Segurou os pulsos de Sofia e a imobilizou contra a cama, às gargalhadas. – Ok, agora é sério! – Mudou o tom de voz. – Seria realmente frustrante se, depois de tanto tentar ser correto-

– E chato, entediante, hipócrita, paradão, certinho demais, sem atitude... – Sofia enumerou rindo.

Ben lhe lançou um olhar repreensivo entre risos.

–Seria irônico se eu estivesse apaixonado logo por uma assassina. – Falou enfim, olhando fixamente nos olhos de Sofia, um tanto mexido.

– Apaixonado? – A loira sorriu sem jeito.

– Sim, apaixonado. Você sempre soube. Eu até já falei em amor com você, por que a surpresa? – Sorriu de volta.

– Nada, nada... Eu só não me acostumei ainda com isso desde que você me expulsou do hospital daquele jeito. – Sofia tremeu com a lembrança. – Quando você fala em amor é mais difícil de acreditar, mas sei lá... É bom saber que você recuperou a consciência.

– Você é muito convencida, mesmo! E se eu tivesse te esquecido? Eu estava furioso com você, devia ter desapaixonado na hora!

– Você e seus métodos pra me esquecer... Esse de agora tampouco tá surtindo efeito, pelo visto.

– Sabe que eu nem me importo mais com o efeito? Eu quero você, Sofia, prestando ou não. – Seus lábios roçaram nos da loira.

Impaciente, Sofia quebrou a distância e o beijou rapidamente, para voltar a falar em seguida.

–Você é maluco! Esqueceu quem eu sou?

–Não. Você é a garota da echarpe, aquela mesma com a qual eu sonhei por meses sem poder tê-la. Agora que eu sei que a espera valeu a pena, não quero desperdiçar.

– Deveria. Eu não quero desperdiçar a minha vida com um pobretão feito você, nem você deveria querer desperdiçar vossa santa castidade com a pecadora aqui. – Zombou.

– Por que você gosta tanto de me ofender, hein, Sofia?

– Pra não me esquecer dos meus motivos. Eu não posso gostar de você, ok? Por mais que... Por mais que doa quando você me ignora, e quando você tá longe, e que eu não consiga me mandar de volta pra Barra de uma vez por não querer me separar de você. Você atrapalha a minha vida, Ben. - Sofia se defendeu tentando esconder as lágrimas.

– Sofia... – Ben tentou ignorar a adrenalina de saber que a loira sentia o mesmo. – Você... Você sente tudo isso mesmo? – Perguntou sorrindo. – Eu... Eu... Não sei nem o que... Eu achava que era mentira quando você falou naquela vez, eu pensei que você estivesse só armando, e... Você...?

– Sim, Ben, eu gosto de você mais do que deveria, não foi por isso que a gente fechou esse acordo?

– Foi, mas... É que eu não esperava que fosse... assim. – Respondeu ainda agitado. – Isso é um sonho?

– Não, você está bem acordado. Tão acordado que voltou à identidade brega e idiota de sempre.

– Você não me engana! Ha! Você não me engana mais! Fala de mim, mas me ama tanto quanto eu te amo! – Comemorou.

– Nem eu te amo, nem você me ama, nós só... Nos deixamos levar pelos hormônios.

– Sentir dor por estar longe não é hormônio, Sofia, é amor! Você me ama!

– Eu não te amo! É só uma paixonite, e vai passar.

– Você me ama! – Ben cantou. – Me ama!

– Cala a boca! – Jogou um travesseiro contra o garoto.

– Com prazer. – Ben respondeu.

Afastou o travesseiro, segurou o rosto arisco de Sofia e a beijou empolgado.

–Você já confessou antes, vai. – Disse entre beijos.

– Eu disse que tava apaixonada, é diferente.

– É diferente? Diferente como? Eu gosto de você mesmo não prestando, quero o seu bem mesmo sabendo que não merece, me preocupo com cada passo que você dá. Eu sorrio quando você sorri, fico triste quando não te vejo bem e me sinto vazio quando você não está.

– Paixonite adolescente.

– Se você insiste. Um dia você vai admitir, Sofia, ah, vai! – Garantiu.

Irritada, Sofia o calou com um beijo. Pelo menos agora tinha uma ótima desculpa para fugir do assunto. Era um bom truque ter que beijá-lo para que se calasse, devia usar mais vezes. Que o amava, jamais admitiria. Não para Ben. Precisava esquecê-lo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. bjos