Sem Julgamentos escrita por AnaMM


Capítulo 12
Desistir Ou Não Desistir


Notas iniciais do capítulo

E vem mais um!
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fiquem de olho que tá rolando campanha pra bombar a semana benfia! Dependemos muito de uma ótima audiência pra garantir o casal, bora todo mundo ajudar com a sua audiência e ajudando nos TTs ;)



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–Merda! – Sofia acordou de repente na madrugada.

Ben abriu os olhos exausto e observou a patricinha se levantar e procurar sua blusa.

–Pelo menos ninguém roubou as suas roupas. – Benjamin sorriu preguiçoso.

–Fale por você! Já pensou se eu não tivesse acordado agora, Ben? E se alguém nos visse aqui?

– Você seria mandada pra Barra e ia adorar. – O garoto apontou sem sair da cama.

Sofia corria de um lado para o outro se vestindo

–Foi o que eu falei pra Giovana. – A loira parou por um instante, rindo sozinha.

– E? Por que você não fica? Tava tão bom... – Ben reclama.

– Porque eu não tenho intenção nenhuma de ir pra Barra, não agora.

Benjamin sorriu esperançoso.

–Você quer dizer que...?

– Eu quero dizer que, se eu for pra Barra agora, vou ficar pensando em você e as coisas só vão piorar. A gente tem que colar um no outro até enjoar e partir pra outra!

Ben tentou mascarar a decepção. Esperava ouvir um “eu não consigo ficar longe de você” ou um “porque eu te amo e quero ficar com você o dia inteiro”. Infelizmente, Sofia parecia ser a sensata da dupla.

–Você já tá achando que me ama agora, imagina se eu sumir? Daí sim que você vai ficar na vontade e querer ainda mais! E se acontece o mesmo comigo?

–Você não sente o mesmo? Sofia, eu me abri com você.

– Não é que eu não sinta o mesmo. – A loira acalmou o decepcionado garoto. – Eu só não quero continuar sentindo isso, entende? É errado, a gente sabe disso.

– Eu sei, eu sei. A Giovana fez um discurso sobre como você não presta e eu mereço alguém melhor, mas a verdade é que você não é assim.

– Eu sou assim, Ben! Eu não presto, eu erro, eu sou imoral, esnobe...

– Você tem essa fachada, mas é só isso: uma fachada. Por que você insiste tanto nisso?

Sofia parou o que estava fazendo por um instante. Nem ela mesma sabia por quê insistia em esconder seu lado doce, em ser a “irmã má”, como a chamavam. Talvez fosse uma resposta constante à preferência de todos a sua irmã, talvez a eterna rebeldia de alguém que daria tudo para voltar para a Barra... Ainda assim, não daria tudo. Não mais. Desde que seu sentimento por Ben intensificara, meses antes, não queria mais sumir. Havia interrompido armações para ficar com Ben, lutado contra ser levada para longe do garoto. Ben não lhe fazia bem, ironicamente. A deixava frágil, sem defesas, fazia com que Sofia abandonasse suas ambições. Acabaria como Vera, e não podia terminar como a mãe. Precisava combater a paixão crescente, talvez até amor que sentia pelo irmão emprestado, ou destruiria sua vida. Não, seu jeito esnobe e quase fútil não era mais para fazer contraste a sua irmã, ou por raiva do Grajaú. Era uma defesa para afastar Benjamin.

– Essa história tá te deixando maluco. Talvez seja melhor a gente parar por aqui.

– Você mesma disse que o melhor a se fazer seria continuar até o que a gente sente sumir.

– Isso foi antes.

– Antes do que? – Ben perguntou apreensivo.

– Antes de você continuar insistindo nisso.

Antes de perceber que seus sentimentos estavam se intensificando, antes de perceber que Benjamin estava descobrindo a Sofia por trás da máscara, antes de perceber que as palavras usadas pelo garoto na noite anterior estavam certas, de perceber que poderia estar amando Ben, de perceber que não havia mais volta, que, por mais que tentasse, não estava conseguindo esquecê-lo, ou se cansar de Benjamin, apenas o queria cada vez mais. Haviam sido ingênuos. Dificilmente tudo mudaria no dia seguinte, no mês seguinte. Talvez passassem um ano juntos e não se desgastassem como casal. Era um risco forte que precisava conter.

–Me escuta, por favor. – Ben implorou. – Uma semana. Se não funcionar, a gente para por um tempo. Se quiser mais, volta até esquecer.

– Não dá, Ben, e se piorar?

– A gente tá no terceiro dia, é claro que não fez efeito ainda! E mais: eu nem sei mais se eu quero te esquecer.

Benjamin se aproximou da loira segurando suas mãos.

–Tá vendo? É por isso que a gente tem que parar. – Sofia se afastou bruscamente.

– Só mais esse dia, por favor? – Perguntou contra a boca da garota.

Não podendo resistir, Sofia beijou o “irmão” com doçura e saiu do quarto.

–x-

Sua intenção era dormir as poucas horas que restavam até seu despertador tocar, mas não pôde. Passou o resto da madrugada pensando no que fazer, se continuaria tentando esquecer o garoto estando com ele ou se o melhor seria se afastar de vez. Não queria gostar de Ben, não entendia Ben ainda querê-la depois do que havia feito, e ainda tinha Anita. Por mais que a irritasse, gostava da irmã e não se sentia bem estando com o garoto de quem a irmã gostava. Ainda assim, justamente por Benjamin não fazer seu estilo, o mais lógico seria esquecê-lo matando a vontade, ou seja, continuando com ele. Era tudo muito confuso, principalmente às 4 da manhã. Apenas o sol e o alarme do despertador a livraram do dilema.

Por estar acordada, foi a primeira a chegar à cozinha para o café da manhã. Sorriu ao ver que Ben era o único presente na sala e o beijou depressa.

–Eu senti sua falta.

–Faz pouco menos de três horas, Ben. – Sofia sorriu nos braços do garoto.

– Não importa, pareceram trinta. – Beijou-a furtivamente.

Poucos minutos depois, escutaram os primeiros passos descendo as escadas e se afastaram.

–Vocês dois aqui sem brigar? – Vera estranhou. – As coisas estão mudando, mesmo, por aqui.

–É o que você pensa, Vera! Eu ainda não suporto essa megerinha esnobe. – Ben riu.

– E nem eu aguento o sr politicamente correto que tá me julgando. – Sofia sorriu de volta, dirigindo-se à mesa.

Em alguns segundos o burburinho da família enfim completa à mesa ofuscou qualquer clima entre Ben e Sofia que pudesse ser notado por uma Vera curiosa. Para a loira e o falso garçom, no entanto, era como se apenas os dois estivessem presentes. A sala estava muda no pequeno mundinho alternativo de Ben e de Sofia. Felizmente para os dois, ninguém parecia notar.

As aulas pareceram demorar uma eternidade para o casal, principalmente estando em salas diferentes. No intervalo, no entanto, Ben disparou ao ver a loira. Fez sinais à patricinha para que seguisse em determinada direção. Uma vez sozinhos, abraçaram-se com força.

–As aulas estão mais chatas ou é impressão minha? – Sofia perguntou entre beijos.

– Você desistiu de desistir ou é impressão minha? – Ben respondeu, beijando-a passionalmente contra a parede.

De longe, Flaviana observava o casal com um sorriso no rosto. Não estavam tão bem escondidos, bastava saber o que procurar para vê-los. Para a sorte da relação secreta de ambos, ninguém parecia muito interessado em descobrir quem eram os dois que se escondiam entre as árvores e os fundos do colégio. Por mais que Ben fosse... Ben, Flaviana torcia para que a amiga finalmente pudesse viver o que sentia sem julgamentos. Sabia que Sofia o amava de verdade e que merecia o amor de Ben, por mais que, no momento, não estivesse tão segura.

Benjamin e a loira se separaram unicamente por culpa do alarme de retorno às aulas. Por mais que ainda pensasse em desistir do relacionamento não ortodoxo, Sofia havia acabado de constatar, com as horas de distância durante a madrugada e as aulas, que não conseguia mais ficar muito tempo sem os beijos do garoto. Pela metade da aula, mandou uma mensagem para Ben e pediu à professora que lhe deixasse ir ao banheiro.

–Você demorou. – Murmurou contra os lábios de Benjamin.

Estavam em um pequeno depósito, como haviam combinado durante o intervalo. Antes que Ben pudesse responder, continuou.

–Cala a boca e me beija, que se a gente demorar aqui os professores vão desconfiar.

Quem era o apaixonado Ben para negar um pedido de Sofia?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, obrigada pelo apoio e comentários aqui em baixo ;) E aí? Ela deve continuar ou não vai dar em nada e vai seguir gostando do Ben igual?