Sem Julgamentos escrita por AnaMM


Capítulo 11
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Notas iniciais do capítulo

É um pássaro? Um avião? Não! É um novo capítulo entregue menos de duas semanas depois do mais recente!

http://www.youtube.com/watch?v=4ruic_HgQ6U trilha sonora final
http://www.youtube.com/watch?v=zhhdqHxQUoA trilha adicional



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– Você tirou uma foto de mim e do Ben transando? Você é doente! - Sofia exclamou exasperada.

– Não! Credo! - Giovana tentou apagar a imagem mental criada pelas palavras de Sofia. - Felizmente, quando eu cheguei, vocês tavam só se beijando. É o suficiente. - Respirou fundo.

Sofia pensou por um momento, encurralada.

– E daí o que? Você mostra a foto e eles me mandam pra Barra pra me separar do Ben? Queridinha, o que eu mais quero é me mudar de volta pra Barra! - A loira riu.

– Se você quer tanto ir pra Barra, "queridinha", então por que não se deixou flagrar antes? Por que essa discrição toda com o meu irmão? - Giovana sorriu com ar de vitória.

– Se você considera discreto a gente se agarrar em plena cozinha e transar no meio da tarde no quarto do Ben de porta destrancada...

– Pode parar por aí, que eu não quero nem imaginar isso de novo! Agora me explica, Sofia: se você quer que saibam do seu casinho, ou seja lá o que for, com o Ben, por que mentiu sobre a camiseta? Se você tivesse dito a verdade, seria mandada pra Barra na hora. - A roqueira apontou.

Sofia ficou calada, à procura de argumentos.

– Se você continuar cercando o meu irmão, eu entrego tudo! - Giovana ameaçou.

– Em primeiro lugar, Giovana, eu não estou cercando ninguém. O Ben está de rolo comigo por livre e espontânea vontade. Depois, se você nos entregar, não vai ter nenhuma carta na manga contra mim, por já ter usado a sua principal arma. Olha que chato! - Sofia debochou.

– Pelo menos eu vou ter me livrado de você!

– E você acha mesmo que eu e o Ben não vamos arranjar um jeito? Fora dessa casa, a lei é neutra. A gente poderia se encontrar onde quisesse, sem ninguém no nosso pé.

Giovana parou em choque por um instante. Não havia percebido, até a discussão com Sofia, o quão sério era o que seu irmão estava vivendo com a loira. Não eram beijos surgidos do nada porque Sofia o agarrara à força. Não era nenhum jogo unilateral de sedução. Ben estava tão envolvido quanto a loira, a ponto de correr atrás da patricinha caso fossem separados pela família. Por um momento, não pôde acreditar no quão ingênuo era seu irmão por se envolver com Sofia. Precisava trazê-lo à realidade o quanto antes.

– Que foi, Giovaninha? Percebeu o seu erro, Hayley Williams do Paraguai? Você não tem saída.

– Eu... Eu não entrego vocês se vocês dois não se intrometerem na minha vida. - Sugeriu derrotada.

– Melhor assim. A gente pode chegar a um acordo.

– Certo. Tchau. - Giovana se despediu sem jeito, saindo do quarto o mais rápido que pôde.

Não queria encarar Sofia por muito tempo e pensar em seu irmão com a megera. Incomodada, Sofia respirou em silêncio por um momento, olhando para o teto. Uma pessoa a menos com a qual se preocupar.

–x-

– Você tá maluco? - Giovana exclamou ao chegar ao quarto de Ben. - Você e a Sofia?

– Pensei que você já soubesse. - Ben respondeu distraído, lendo o jornal em sua cama.

– Você não percebe que ela tá te usando, não?

– Me usando pra que, Giovana? - Benjamin questionou impaciente, deixando o jornal de lado.

– Sei lá, pra te afastar da Anita, o que for! - Giovana respondeu confusa.

– Me afastar da Anita? O que eu tenho, e sempre vou ter com a Anita, não vai mudar em nada por causa da minha relação com a Sofia. Eu posso estar com uma e ser amigo da outra sem problema nenhum. - O garoto explicou enfaticamente.

– Esse é o problema! Você deveria estar com a Anita, e não com a Sofia! Você não percebe que a Anita é muito melhor pra você? Que ela sim gosta de você de verdade?

– Giovana, escuta: eu sei que a Anita gosta de mim, e eu gosto muito dela também, mas não como ela gostaria. Eu não sinto nada romanticamente pela Anita, foi a Sofia que sempre mexeu comigo. Eu sei o que eu faço com a minha vida, sou maior de idade e vacinado. A Anita seria uma opção mais racional, mas os sentimentos não são regidos pela razão. Eu queria muito poder sentir pela Anita o mesmo que ela sente por mim, preferia mil vezes estar com ela, mas não é assim que as coisas funcionam. A vida não é um conto de fadas, em que você se apaixona pela pessoa "certa".

– Amor a gente aprende, não aprende? Eu vi em um filme. Você pode aprender a gostar dela, não pode?

– Eu e a Sofia estamos juntos por isso, na verdade: pra tentar lutar contra o que a gente sente. Se estivesse dando certo, eu poderia até concordar com você, afirmar que a gente controla o coração. Infelizmente, a gente ainda não aprendeu a fazer isso. Nem eu, nem a Sofia. Nenhum de nós queria gostar do outro como a gente gosta, acredite. Um dia você vai se apaixonar e entender o que eu tô dizendo.

– Me desculpa, Ben, mas eu não posso aceitar. Eu não te reconheço mais.

– Nem eu, baixinha. Nem eu...

Confusa, Giovana se retirou. Não podia olhar para seu irmão sabendo que o garoto estava com uma megera como Sofia. Não podia levá-lo a sério, respeitá-lo, sabendo que Ben tinha um sentimento tão forte em relação a uma patricinha tão baixa. Para sua infelicidade, não pôde fugir por muito tempo, visto que a mãe já servia o jantar. Durante toda a refeição ignorou o irmão mais velho. Quando Ben lhe dirigia a palavra, ainda que apenas para pedir que lhe alcançasse o sal, recebia em resposta palavras ríspidas, frias.

Apenas Sofia não estranhou o comportamento da ruiva. Preocupada, segurou a mão de Ben por baixo da mesa, lançando-lhe um olhar de apoio discreto. Seus dedos acariciavam de leve a pele de Ben, escondidos sob a toalha da mesa. Benjamin sorriu em silêncio. Aquela era a Sofia que apenas Pedro conhecia, concluiu, a Sofia que se escondia por trás da fachada esnobe. Ben sorriu ao perceber que, tentando se desapaixonar, descobriu motivos pelos quais se encantar por Sofia. Assim, tentando esquecê-la, estava a conhecendo de verdade.

– A sua irmãzinha querida me fez passar trabalho hoje.

A voz de Sofia invadindo o quarto de garagem o despertou de seu transe. Cansada, Sofia se sentou ao lado de Ben na cama. Deitou a cabeça sobre o ombro do garoto e suspirou.

– O que aconteceu entre vocês? - Ben perguntou já imaginando a resposta.

– Nada, prefira não saber. Em resumo, eu deixo ela em paz, e ela nos deixa em paz.

– Uuh, será que você aguenta não mexer com ela? - Ben zombou.

– Para! - A loira riu sem jeito, empurrando de leve o ombro de Ben e voltando a deitar sua cabeça onde o havia atingido.

– Você é mesmo muito mais doce do que aparenta.

– Se você continuar com esses discursinhos sobre como eu sou boa e gentil, eu juro que-

– Jura que o que? Me ataca de novo? Pode vir, eu adoro quando você me ataca. - Ben riu.

– Eu não sou fofa, nem sou um amor. Fica quietinho aí. - Sofia garantiu, acomodando-se em um abraço com Benjamin.

Se não soubesse que a família a veria saindo do quarto errado na manhã seguinte, dormiria ali mesmo, nos braços do "irmão". Divertido, Ben beijou a cabeça da loira.

– Só você, mesmo. - O garoto sorriu.

– É por isso que você não consegue me esquecer. - A patricinha retribuiu o sorriso.

– O pior de tudo é que você tem razão, eu não consigo.

– Quer saber? Nem eu.

– O que a gente faz, Sofia?

Ficaram em silêncio por um momento, movidos apenas pelos batimentos em harmonia.

– A gente continua. Uma hora acontece. Talvez seja muito cedo ainda.

– A gente transou duas vezes! - Ben lembrou exasperado.

– A gente tá fazendo isso há dois dias.

– Parece mais. Parece que a gente tá junto desde o nosso primeiro beijo.

– Seria tão mais simples se fosse assim... Agora você sabe quem eu sou e quer me esquecer a todo custo.

– Não. - Ben a interrompeu. - É agora que eu tô descobrindo a verdadeira Sofia.

– E tá gostando? - A patricinha perguntou sem jeito.

– Amando. - Ben assentiu com um beijo.

Sofia levou a mão ao rosto de Ben para mantê-lo com a boca em seus lábios por mais tempo. Um beijo doce, gentil, um sentindo o outro aos poucos.

– É possível amar uma pessoa que você recém está conhecendo? - Ben perguntou contra os lábios de Sofia.

– Amor? Você não tá exagerando, não?

– Queria estar... - Beijou-a novamente.

– Você não me ama, Ben, você só tá confuso.

– Por que não?

– Porque... Porque um cara como você não pode amar uma pessoa como eu. Você sente desejo, atração, mas não amor.

– Sofia, a cada segundo eu gosto mais de você. Atração? É claro que eu sinto, você é maravilhosa! Acredite, o que eu estou sentindo agora é mais que atração.

Beijaram-se outra vez. Sofia deixou uma lágrima escapar. Estava sob o corpo de Ben, deitada na cama do garoto.

– Você tá se iludindo. Amanhã eu falo demais, destrato alguém de quem voocê gosta e volta tudo ao normal. Quer dizer, ao nosso novo normal. - Sofia explicou perturbada.

– Você vai errar de novo, pessoas erram. Eu, sinceramente, não me importo. Agora eu sei quem você é, quem você esconde.

– Ben, por favor... - Sofia implorou, sendo beijada por Ben em resposta. Desvencilhou-se em seguida. - Você lembra por quê nós começamos isso? Pra esquecer o que a gente sente. Só isso. Por favor, não complica as coisas.

– Se isso for só atração, amanhã nós estaremos curados. Se amanhã de manhã nós ainda quisermos continuar com isso, Sofia, eu te garanto, não é só desejo que a gente sente um pelo outro.

– Como assim?

Ben respondeu tirando a própria camisa e beijando o pescoço da loira em seguida. Sofia se arrepiou ao sentir a língua de Ben em sua pele, entregando-se, mais uma vez, ao desejo que sentiam. Benjamin tinha razão em uma coisa: precisavam testar novamente. E como gostava de testar seus sentimentos daquela maneira...


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Notas finais do capítulo

Comentários aqui / e obrigada pela atenção ^^



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