Lembranças! escrita por


Capítulo 14
Tudo errado.


Notas iniciais do capítulo

WOOOOOOOOOOOOOOOOOL, nem demorei dessa vez hein, nem parece que é eu UAHAUHAUAHAUHAUH
olha, eu fiquei pensando em várias coisas para a fic e eu meio que vou dar um rumo pra ela meio diferente, então não estranhem... meninas, podem falar comigo, mandar reviews, eu ficaria bem feliz viu? :/
Até mais,



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/413379/chapter/14

POV Vince.


Depois que eu deixei a Flor no Lauren Hall, voltei pra casa e encontrei o Liu parado no mesmo lugar desde a minha confissão.

– Liu eu... – ele levantou a mão e jogou os meus comprimidos pra mim.

– Você não tomou seu remédio. – ele disse indo para o corredor.

– Liu, eu amo ela! – eu disse baixo, ele se virou furioso e correu até mim num átimo, me encostando na parede.

– NÃO! NÃO VOCÊ NÃO AMA ELA VICENTE, ELA TÁ ESTRAGANDO TUDO! – ele gritou. Eu não podia simplesmente bater nele porque ele estava tendo um acesso de fúria, deixei que ele pudesse soltar tudo antes de me pronunciar. –eu, você e o Ethan, sempre! Lembra disso? Lembra quem esteve do seu lado quando você foi diagnosticado? Lembra disso? Lembra quem doou células tronco pra você? VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUANTO DÓI? – minha garganta começou a fechar. – ELE, ERA O ETHAN, ERA O SEU IRMÃO! SEMPRE FOI ELE, SEMPRE FOI NÓS! NÃO FOI ELA, NUNCA FOI ELA! O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO É PURO EGOÍSMO! VOCÊ VAI ATRÁS DO SEU IRMÃO AGORA E VAI DIZER PRA ELE QUE NÃO EXISTE FIORELA ENTRE VOCÊS, VOCÊ VAI LARGAR ESSA MENINA AGORA VICENTE, VOCÊ VAI ATRÁS DA SUA FAMÍLIA, DO CARA QUE SEGUROU A SUA MÃO, SUA BARRA, O SEU MUNDO! NÃO AJA COMO UM GAROTO MIMADO E EGOCENTRICO, NÃO DESTRUA A ÚNICA COISA VERDADEIRA QUE EXISTE AQUI, NÃO QUEBRA ESSE VÍNCULO POR CAUSA DE UMA GAROTA, ELA NÃO VALE ISSO. NENHUMA VALE ISSO.

Ele me soltou e se afastou em dois passos consideráveis, as lágrimas manchando seu rosto sempre sorridente.

– Eu não quero que você morra. – ele sussurrou me olhando. – eu sou o seu melhor amigo, eu estou com você desde aquele internato na Suíça, eu, você e o Ethan. – sua voz saiu como um sussurro. – você pode não se lembrar da nossa promessa, mas eu me lembro. – ele se virou e antes que sua voz sumisse, ouvi ele sussurrar. – quando tudo estiver escuro, frio e nada mais fizer sentido...

– Eu vou estar com você. Eu sempre vou estar com você. – eu terminei a frase antes que ele entrasse no quarto.

– Sempre. – então ele bateu a porta do quarto com força.



(...)

Encontrei o quarto do Ethan vazio assim que cheguei, algumas coisas jogadas no chão, como roupas e sapatos.

Ele era sempre tão organizado.

Embaixo daquelas roupas sujas, encontrei uma foto minha e dele tínhamos apenas dezesseis anos, os cabelos dele sempre escorridos na testa enquanto os meus sempre naquele topete alinhado, o sorriso no rosto como se nada pudesse afetar aquilo.

– O que você tá fazendo no meu quarto? – a voz desse me deu um sobressalto. E não só a voz dele, assim como a expressão no rosto, as olheiras fundas nos olhos, as roupas sujas.

– Onde você foi? – ele passou por mim e pegou as roupas que estavam no chão.

– Não te interessa. – ele respondeu ainda de costas pra mim.

– Ethan... – ele se virou pra mim com os olhos vermelhos.

– Sai daqui Vicente, não quero ver a sua cara. Não quero te ver nunca mais, saí daqui! Sai!

– Eu não quero mais a Flor. – ele me encarou. Fiz uma enorme força pra poder soltar o discurso, a parte certa daquilo tudo. – eu não quero mais nada, eu... Nós somos irmãos, você é mais importante que qualquer pessoa na minha vida.

– Agora você não quer mais ela? – a ironia na sua voz era cortante.

Resolvi deixar de lado a mentira.

– Quero, quero sim! Quero muito, me apaixonei por ela desde a primeira vez que eu a vi, eu quero estar com ela, acompanhar qualquer sorriso que ela vá dar daqui pra frente independente de quantos dias eu ainda vou ter, eu queria poder estar com ela. Mas eu não posso fazer isso com você. – encarei o carpete sujo. – eu não quero que você se afaste de mim, porque eu vou morrer, não quero que você vá embora. Não posso perder a minha família.

– Você está saindo do caminho? – ele perguntou baixo.

– Pra você ficar com ela. – assenti. – estou.

– Não vai mais falar com ela? – ele perguntou confuso.

– Não vou mais se quer pensar nela, se isso te fizer melhor. Se isso te fizer feliz. – sorri, ele abriu um sorriso de lado.

– Eu a amo. – ele sussurrou.

– Eu sei. – eu disse.

Virei as costas para sair do quarto.

– Onde você vai? – ele perguntou.

– Vou fazer a coisa certa. – eu disse.



(...)


POV Flor.

– Porque você precisa tanto encontrar o Vicente, Fiorela? – ela perguntou estranhando a minha súbita preocupação com ele.

Não era tão súbita quanto eu gostaria que fosse.

Eu precisava encontra-lo porque ele precisava de mim, porque eu precisava dele. Porque ele estava sozinho, porque eu estava apaixonada por ele e nós tínhamos pouco tempo, ou muito. Ou ninguém sabe. Porque o amor é um grito no vácuo, e você nunca sabe se vai ser reciproco. Eu só precisava encontra-lo.

Ele saberia, nós saberíamos.

– Flor? – a voz me tirou do inconsciente e eu o vi, era o Vince, eu tinha certeza.

Só tinha algo em cima das suas costas, um peso, uma tristeza, algo que ele estava se esforçando muito para manter, uma expressão neutra.

– Vince! – eu o abracei, o carinho com o qual eu o recepcionei não foi reciproco, ao contrário, ele tirou os dois braços do pescoço dele e me afastou a dois passos de distancia. – o que aconteceu?

– Como assim? – toda aquela fachada de dor foi recuperada pelo mesmo sorriso malicioso de sempre.

– Como assim o que? – eu perguntei confusa. – ontem, tá tudo bem? – ele revirou os olhos.

– Você acreditou mesmo? – ele riu baixo.

Minha boca se abriu em um pequeno “o”.

– Como assim mesmo? Lógico que eu acreditei, você disse que estava... Quer dizer, apaixonado e que tinha câncer, você... – ele ergueu uma sobrancelha e aí sim eu entendi tudo.

– Você fez isso porque você queria que eu não saísse com o Ethan? – perguntei.

– Vocês mulheres são tão fáceis, é só jogar uma conversinha fiada que caem, ainda mais essa de eu estar doente. – ele riu e aproximou o rosto do meu. – olha pra mim, meu nome é Vicente Hall, eu sou o garanhão dessa faculdade, todas as garotas querem estar comigo.

Meu estomago começou a embrulhar de uma maneira que eu não conseguia enxergar mais nada na minha frente.

– Você mentiu pra mim? – perguntei com os olhos cheios de lágrimas, por um minuto vi seu rosto se contorcer em uma careta de arrependimento, mas que logo sumiu.

– Eu minto para todas. O que te fez achar que eu estava mesmo apaixonado por você Fiorela? O que é que você tem de diferente? – ele sacudiu a cabeça e eu senti meus pés se afundarem no chão.

– Eu... – sai correndo.

Canalha, era isso que ele era. Um canalha. Eu não sei como agora eu podia estar apaixonada por uma pessoa desse tipo, ele era horrível.

Vicente Hall, era uma pessoa horrível.

Eu o odiava.



POV Vince.

(...)

Bati a porta de casa quando passei pela porta e vi o Liu parado no corredor, sentado no chão com um livro de calculo no colo, o óculos na ponta do nariz, ele só levantou a cabeça ao me ver passar.

– Vince eu... – pulei por ele e continuei andando. – Cara...

– Me deixa em paz! – eu bati a porta do meu quarto.

Joguei as coisas de cima da estante no chão, em seguida puxei o colchão da cama pro chão, quando o Liu abriu a porta do quarto em um átimo.

– VINCE, PARA COM ISSO! – peguei o globo que minha mãe tinha me dado de natal e joguei nele, que desviou antes que catasse na sua cabeça.

– ME DEIXA EM PAZ! – eu gritei. – SAI DO MEU QUARTO, SAI! – eu sentei no estrado da cama e envolvi as pernas. – sai da minha casa, sai da minha vida, me deixa em paz. Sai daqui! – eu envolvi a cabeça com os braços enquanto eu esperava que a dor pudesse de alguma maneira parar, como se fosse possível fazer a dor parar.

– Não vou te deixar em paz cara. – a voz do Liu soou baixa e ouvi ele andando sobre as coisas quebradas. – porque você faz isso com você?

Não respondi.

– Só sai daqui Liu, não quero te machucar. – eu sussurrei.

– Não vou sair daqui, você não vai me machucar.

Eu me levantei da cama e empurrei ele até a estante, fazendo suas costas baterem com força na mesma.

– SAI! – eu gritei. – AGORA, SAI DAQUI! – até o Liu que estava acostumado com as minhas crises se assustou, ele me encarou por alguns minutos e saiu do quarto em seguida, deixando a porta aberta, ouvi a porta da sala bater e suspirei, deixando meu corpo escorregar pela parede.

Agora eu estava com a única pessoa que me compreendia.

Eu mesmo.


(...)


Conforme os dias foram passando, o Liu atendeu meu pedido, ele se mudou para o quarto do Ethan, novamente.

Nós mantínhamos contato as vezes quando eu cruzava com eles, mas estava cada vez mais difícil eu ir a aula, então esses contatos ficavam curtos e raros.

O Ethan me ligava pra saber como eu estava, e as vezes eu atendia o telefonema, o que se tornava raro, nunca mais vi a Flor. E nem o Ethan com ela, que pelo que eu estava sabendo, estavam quase namorando.

A única pessoa que estava tão próxima de mim como sempre, era a Mia, e sua insistência no começo virou algo chato, mas depois eu vi como uma irmã mais velha e era por ela que eu tinha noticias da Flor, do Ethan e até do Liu.

Como nessa sexta feira.

– Eu achei que eu ia gostar do namoro da Flor com o Ethan. – ela franziu o nariz. – mas acho que preferia quando ela estava louca por você. – ela soltou uma risadinha e meu coração se apertou.

Quanto tempo tinha? Um mês que eu tinha feito aquele showzinho?

– Ela está feliz não está? – eu perguntei.

– Ah, ela não é apaixonada pelo Ethan, ela gosta dele, acho que ele é mais louco por ela, do que ela por ele. – sorri de lado.

– Ele é bom. – eu me levantei do sofá cansado daquele assunto. – quer comer o que? – perguntei pra ela.

– Vamos comer lá no Lauren, vai ter uma festa das veteranas, você adora festa nas veteranas.

– Tem razão, eu adorava festa nas veteranas, que tal pizza de queijo? – eu disse tirando o celular do bolso.

– Vamos Vince, prometo que a Flor não vai, nem o Liu e nem mesmo o Ethan.

Meu coração apertou com o fato dela falar assim do Liu, antes eu costumava me sentir bem com sua presença... Quando foi que eu comecei a querer evita-lo?

Porra, ele era meu melhor amigo.

– Você não vai desistir? – perguntei.

– Não, é uma promessa. – revirei os olhos e fui até o quarto para trocar por qualquer muda de roupa.

Eu gostava das festas na veteranas porque as festas eram sempre bem frequentadas e tinha bebidas e mulheres gostosas com poucas roupas, aquela era a parte podre da faculdade, ninguém que quisesse ser de respeito ia à aquele tipo de festa, então eu me senti melhor em ver que nem o Liu ou o Ethan, ou até a Flor poderiam ir à aquele tipo de festa.

Entrei com a Mia perto de mim, e ficamos boa parte da festa num canto, conversando sobre as roupas das meninas e contando histórias engraçadas.

– Vou pegar uma bebida. – ela disse pra mim.

– Quer que eu vá com você? – perguntei aproximando o rosto do seu ouvido devido ao barulho excessivo da música.

– Não! – ela sacudiu a cabeça.

Assenti, e ela saiu andando no meio das pessoas, virei o rosto para ver quem estava na pista de dança e me surpreendi.

Reconheci o cabelo castanho cor de mel em qualquer lugar que eu o visse e o pior era o cara a arrastando para fora da pista, a força.

Meus músculos se enrijeceram.

– Deixa eu passar! – eu disse empurrando as pessoas para não perde-los de vista.

– Ei gatinho... – a menina disse. – OW!

– Sai... – eu disse a empurrando.

– É VINCE HALL, hey meninas é o nosso Vicente Hall! – as meninas começaram a se chocalhar na pista para chegar perto de mim... E eu estava quase a perdendo de vista quando ela virou o rosto na minha direção, o desespero nos seus olhos.

– VINCE... – ela gritou acima da cabeça das pessoas enquanto o homem a arrastava. – SOCORRO...

Sai do meu da multidão empurrando qualquer pessoa que entrasse na minha frente e acabei levando cotoveladas que mais tarde se transformariam em grandes roxos...

– FLOR! – eu gritei enquanto olhava pelo estacionamento, tinha muitos carros, eles podiam estar em qualquer um. Sai correndo até o meio do estacionamento e comecei a olhar carro por carro, acabei pegando alguns casais desprevenidos, mas não me importei. – Flor, por favor, FLOR! – eu gritei entrando em desespero.

– VICEN... – ouvi um meio grito e virei o rosto no sentido da voz, atrás do carro cinza, corri até lá, a Fiorela estava com o vestido rasgado na região do busto.

– HEY! – eu gritei e empurrei o cara no chão, a Flor começou a chorar compulsivamente em cima do capô do carro.

– Vince... Eu... – eu a abracei.

– Tudo bem. – eu disse a pegando no colo de cima do carro. – eu to aqui, eu vou te levar pra casa... – ela passou os dois braços pelo meu pescoço enquanto não parava de chorar, a Mia apareceu no exato segundo em que eu estava vindo do estacionamento com a Flor no colo.

– Desde quando você salva garotas bêbadas no estacionamento? – a Mia perguntou rindo, mas seu sorriso sumiu quando ela viu os cabelos cor de caramelo. – FIORELA? – ela gritou correndo na minha direção.

– Me arranja um carro, vamos levar ela lá pra casa.

– Flor? – a Mia chegou perto dela e tirou o cabelo do seu rosto, ela apertou mais as mãos na minha nuca e suas próximas palavras foram decisivas para mim.

– Eu quero ir pra casa do Vince. – a Mia me encarou e depois entrou em casa e voltou segundos depois com uma chave de um carro.

– É aquele carro branco ali. – ela apontou para o carro parado logo no estacionamento.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lembranças!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.