Reckless - Divergente escrita por Morgana Le Faye, Andiie


Capítulo 9
Estranhos


Notas iniciais do capítulo

Heey ^^ Decidi postar esse agr de presente pk EU ACABEI A FIC >< UHUUL. bem...eu estava escrevendo essa fic á uma semana antes de posta-la e finalmente escrevi o ultimo cap. Esse ultimo cap marca o fim do livro Divergente. Estou começando a fazer os outros sobre oque acontece com Vick - se ela ainda estiver viva. - Em Insurgente.
Bem ^^ Aqui esta.



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Encontrei Cara sentada em um dos bancos do parque. Estava tudo escuro, com exceção das luzes dos prédios da Erudição violando a regra de “todas as luzes apagadas á 00hrs”. Eram duas horas da manhã.

Aproximei-me lentamente.

- Demorou. Estava quase achando que não viria. – ela comentou sem me encarar. Sentei-me ao seu lado.

- Desculpe-me. Tive problemas para sair da sede sem que notassem.

- Oque quer comigo? – ela pergunta. Também estaria curiosa se estivesse em seu lugar. Tento falar as coisas com calma.

- Você vai visitar seu irmão na Audácia amanhã? Ops, hoje?  - seus olhos faíscam. Não sei se de raiva ou com vontade de chorar.

- Nunca responda minhas perguntas com outra pergunta. – ela diz pausadamente e ameaçadoramente. Solto uma risada sarcástica.

- Cara, entenda, eu era da Audácia. Você não me intimida. Ninguém me intimida, entendeu?- ela para por um momento encarando-me nos olhos. Não sei se agi certo. Sei que agora talvez ela não aceite minha proposta.  Cara não é um cachorro, mas a regra funciona para todo tipo de animal, eu acho. Desviar o olhar é sinal de submissão. Encarar é desafio. Eu a encaro. Ela suspira e desvia, olhando para baixo.

- Sim irei por quê? – ela pergunta por fim.

- Eu... Estava pensando em ir á Audácia. Com você – digo em um folego só.

- Mas seus pais não virão visita-la?

- Não tenho tanta certeza.

Ela suspira. Não tenho tanta certeza quanto a sua resposta, mas sinto que será um “não”. Começo a desistir vendo Cara observar o céu. À noite esta bonita. A lua minguante e com Vênus ao seu lado. Nenhuma estrela. Nenhuma nuvem.

- Não posso deixar que fosse, Victoria. Lamento. – ela se levanta. Minha boca se abre sem eu pensar. Gostaria de dizer algo, mas nada que eu fale irá mudar. Observo suas costas enquanto ela caminha em direção aos prédios atrás da Sede. Aos apartamentos.

Permaneço sentada no Millenium. As luzes da sede estão acesas e isso é o suficiente para iluminar a rua.

Quanto tempo fiquei lá? Não sei se posso responder, mas foi o suficiente para eu começar a escutar barulhos de passos.

Olhei na direção de onde viam. Um homem de mãos dadas com uma mulher se aproximava. Seus cabelos eram desengelhados e eles vestiam roupas pretas. Ele usa um tapa-olho.

Ele vem, andando silenciosamente até o Millenium. De repente reconheço-os.  Da foto de Drezza. A menina com os cabelos castanhos.  Menino de cabelos curtos. As feições. Edward e Myra.  Mas... Oque eles estão fazendo aqui? Se forem da Audácia não deveriam estar a esta hora fora do complexo.

- Hey. – grito. Sei que é imprudente chamar a atenção deles, mas não sei oque se passou em minha cabeça naquele momento. Talvez eu pudesse chamar Drezza. Fazer uma boa ação á ela em forma de desculpas por ter dito que ela fugiu da verdade. Poderia a fazer ficar feliz por breves minutos, vendo eles.

Eles me encaram.  Depois olham entre si. Eles caminham mais rápidos em minha direção e sinto meu coração em meus ouvidos. Não consigo ver exatamente suas expressões e isso me dá medo.

- Te conheço? – pergunta a menina. Sua voz é doce e delicada.

- Desculpe... Acho que não. Mas eu conheço uma pessoa que talvez vocês conheçam. – digo e ela e ele me encaram de forma curiosa. – Drezza... Era da franqueza e se transferiu para a Erudição.

A menção de seu nome os olhos castanhos claros da menina se enchem de lagrimas. O menino mantem sua expressão dura como aço, mas vejo em seus olhos o brilho calculado e insano.

- Ela... - Myra olha para a sede. – Ela esta bem?

- Sim. – respondo. – quer que eu a chame?

- Não. – interrompe o menino. – Não faça isso!

- Por quê? – não estou entendo, mas o modo como ele gritou me fez temer.

- Não quero que ela veja a desgraça que nos tornamos. – me pergunto onde ele conseguiu o tapa olho quando escuto o ronco de algo. A barriga da menina.

A encaro sem entender. Por que estão com fome? A audácia da comida aos iniciados. Estou com muita sede para saber oque acontece com eles. Decido ser gentil. Faze-los dizer.

- Esta com fome? – Ela assente com a cabeça. – Aguarde um instante. Irei ver se consigo algo para vocês.

Eles se entreolham, mas não fico tempo o suficiente. Corro em direção ao shopping. Ele fica aberto 24hrs – violando as regras. – dentro dele á uma cafeteria. Corro em direção a ela.

O shopping esta vazio. Com exceção de dois guardas da Audácia que quando veem minhas roupas azuis não perguntam nada e saem do meu caminho. Chego na cafeteria e pego quatro hambúrgueres. Passo meu cartão de pontos e retorno correndo. Espero que eles ainda estejam lá.

Rio comigo mesma enquanto corro. Estou parecendo uma Abnegada ajudando um sem-facção. Paro no mesmo lugar. Estou fora do shopping e consigo velos perfeitamente sentados no banco do parque. Sem facções. Não. Eles não são sem-facções.

Caminho até eles. Talvez sejam. Reparo em suas posturas curvadas e cansadas. Mas suas roupas pretas indicam a Audácia. Acho.

- Aqui. – ofereço dois para cada. Eles aceitam de bom grado. – agora que lhes dei comida. Expliquem-me por que não posso chama-la.

Edward suspira. Myra toca em seu ombro e desce suas mãos até encontrar as mãos dele. Ela aperta levemente, dando coragem a ele, enquanto mastiga.

- Primeiro nos diga quem é você. - ele exige. – Juro que contaremos tudo, após você dizer quem você é.

Tenho que confiar neles. Estou muito curiosa para saber quem eles realmente se tornaram.

- Sou uma nascida na Audácia. – eles tremem ao ouvirem o nome da minha antiga facção. – Drezza me contou um pouco sobre vocês... Sei que foram para a Audácia. Lá sou conhecida como Vicky.

Eles concordam. Estou em pé e meus pés começam a doer, mas mantenho-me firme.

- Isso. Formos para a Audácia, mas como Eric disse “Vocês nos escolhera, agora nós escolhemos vocês.” – Minha garganta se fecha. Sem facções. Meus olhos ardem.  Não sei em que estagio estavam, mas perderam. São sem-facções agora. Sinto vontade de abraça-los e chorar junto a eles, mas chorar não adiantaria nada. Não os conheço bem, mas sinto pena. Minha mãe dizia que pena é o pior sentimento que possamos sentir por alguém.

- C-Como?

- Esta vendo isso? – ele aponta para seu tapa olho com raiva. – Um nascido da Erudição, mais uma faca de manteiga, mais inveja por eu estar entre os primeiros classificados resultam nisso.

- Foi expulso? – pergunto sem entender. A Audácia não expulsaria ninguém por conta disso.

- Não. Eu decidi sair. Eu decidi desistir.

Olho para Myra e para suas mãos juntas. Entendo. Ele desistiu por sua covardia. Ela desistiu por ele.  Tampo minha boca e reprimo um soluço. Ela o ama. De verdade. Ela desistiu de tudo por ele. Ser sem-facção é pior que morrer. É viver sem razão. Vagar por ai.

Aceno com a cabeça. Eles não voltam a me ver.

- Boa sorte. – sussurro.

Volto correndo para a sede. Alguns membros voltam seus olhos para me ver, mas não me importo. Entro no elevador e encaro meu reflexo.

Tão diferente daquele primeiro dia. Estou vestindo azul. Meu cabelo esta preso em um rabo de cavalo. Uso óculos. Olho dentro dos meus próprios olhos e tento imaginar a dor deles. A dor dela.

Eles estão condenados a vagar pelo resto de suas vidas sem direção. Penso em Drezza. Ela acha que eles se tornaram membros. Ela acha que eles estão bem.

Não vou chorar. Não por eles, nem por ninguém. Não agora. Decido manter isso em segredo. Não vou deixar que ela soubesse disso. Isso não aconteceu. Não conheci Myra e Edward.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ^^



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