Reckless - Divergente escrita por Morgana Le Faye, Andiie


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora. Daqui á uns três caps a fic entrará em manutenção.
Apenas um aviso prévio ahusha
Espero que gostem ^^



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Acordo com uma mão acariciando meus cabelos e com o corpo inteiro doído, especialmente minha perna machucada. Abro os olhos lentamente e encontro Noah. Ele sorri enquanto murmura um “bom dia” e beija minha testa.

Seu cabelo está molhado e ele veste a blusa amarela que trouxe de reserva. Ele cheira á sabonete. Levanto uma sobrancelha para ele.

- Acordei á um tempo atrás e tomei banho. – ele diz simplesmente. – Neelie queria te acordar, mas não deixei.

Olho ao redor. A maioria dos sem-facções estão acordados, mas alguns poucos ainda dormem. Sky está entre os que estão dormindo. Neelie esta encostada na parede. Olho para ela.

- Bom dia. – ela diz. – Eu queria tomar banho, mas acho estranho ir até lá sozinha. – ela meche no cabelo. – Vamos juntas?

Descemos um corredor até o banheiro, em silencio. Quero falar com ela sobre o que ouvi, mas acho melhor esperar até ela me contar. Há um grupo de mulheres diante ás pias, metade delas nuas e a outra metade sem parecer da a menor importância a isso. Encontro uma pia vazia no canto do banheiro e começo a retirar minha roupa com cuidado. Faz frio, mas tento não ligar enquanto enfio a cabeça sob a torneira, deixando que a água fria se derrame sobre meus cabelos.

- Então. – Diz Neelie. Só agora que percebi que ela segura duas toalhas brancas. – Dormiu bem? – acho que ela está tentando manter uma conversa leve.

- Não foi ruim. E você? – pergunto passando sabonete pelo meu corpo. Não me importo com as outras mulheres ao meu redor, mas parece que Tris Prior sim. A garota da Abnegação, Susan, segura uma toalha em frente ao seu corpo enquanto ela toma banho.

- Boa... Tenho um plano. – ela diz quando eu termino. Ela me oferece uma toalha e começa a tirar sua roupa. Encosto-me na parede secando-me. Visto a camisa azul da Erudição. Não queria vestir isso novamente, mas não tenho opção. – Acho que algumas das mulheres sem-facção têm roupas sobrando. – diz Neelie. – Mas estou fugindo do assunto. Meu plano é...

- Também tenho um plano; vamos parar de planejar as coisas um pouco, por agora. – a interrompi. – Eu sei o que você e Caleb falaram noite passada. Pode ir com ele. Surpreendo-me por você ter esperado até hoje... Você poderia ter ficado na sede da Amizade... Pode ficar aqui com ele, eu vou reencontrar minha família, você não vai precisar perder seu tempo esperando o próximo ataque para mudar de rotina...

- Eu esperaria por você. Esperaria por toda a eternidade se fosse preciso. Mas não tenho certeza se você irá voltar. – ela diz desligando a torneira. – Por isso vou com você. Se você não voltar, eu também não volto.

Lealdade. Uma palavra engraçada. Lealdade é a qualidade, ação ou procedimento de quem é leal. Leal é sincero, franco e honesto. Fiel aos seus compromissos. Para mim, me manter viva e encontrar o que restou da minha família são um compromisso. Será que para Neelie é me acompanhar? Não. Ela esta sendo leal pela aventura, pela emoção, não por que realmente quer, mas por que sua alma precisa se mover constantemente. Correr perigo para ela é algo emocionante.

Assinto com a cabeça enquanto vejo Kat entrar no banheiro. Pergunto se ela tem roupas sobrando e quando saio estou me sentindo melhor. Estou usando uma camisa preta e calças jeans. São largas e usadas, mas me lembram da Audácia. Neelie usa uma blusa preta.

Quando voltamos para a sala central, alguns dos sem-facção estão saindo com baldes de tinta e pincéis. Olho para Robert. Ele sorri enquanto balança um balde com tinta azul.

- Eles vão escrever mensagens para os outros abrigos. – explica Kat. – Em um dos outdoors. Códigos formados por informações pessoais, como a cor preferida ou nome do animal de estimação de infância de alguém. – Ela se vira para mim. – Hey, tem uma pessoa que quer falar com você.

A lógica seria perguntar quem, mas ela começa a andar e o máximo que faço é segui-la. Olho para trás. Neelie está se sentando ao lado de Caleb e eles dividem uma lata de alguma coisa. Continuo andando até chegarmos a um corredor escuro. Sinto-me em casa, com a escuridão e o silencio tão comuns aos tuneis do complexo da Audácia. Kat para em frente á uma porta de metal e bate nela com o punho.

A porta é aberta, e uma mulher estrábica com aparência severa aparece. Seu olho estável olha diretamente para mim.

- Quem? – pergunta ela para Kat.

- R., Evelyn mandou chama-la, Therese. – Sinto um calafrio passar por mim. O que a mãe de Tobias quer comigo?

A mulher assente e nos dá passagem. Entramos em uma antiga sala das caldeiras, com maquinas que surgem da escuridão tão subitamente que eu acabo tropeçando nelas com os joelhos, o impacto faz arder minha ferida. Therese nos guia através de um labirinto de metal até os fundos da sala, onde várias lâmpadas estão penduradas no teto sobre uma mesa.

Uma mulher de meia-idade está em pé atrás de uma mesa. Seu cabelo é preto e sua pele é morena. Suas feições são duras, familiares e tão angulares que quase a tornam feia, mas não exatamente. Ela me lembra de alguém... Ahn, claro. Ela deve ser Evelyn, mãe de Quatro. Eles têm o mesmo nariz curvado e um pouco grande demais no rosto dela, mas não no dele. Eles também têm a mesma mandíbula forte e as grandes orelhas.

- Evelyn. – diz Kat abaixando ligeiramente sua cabeça. Evelyn sorri fracamente.

- Olá, Katrine. Poderia nos deixar á sós? – rezo para Kat ficar, mas sei que ela vai sair. Evelyn é a líder e ela um simples peão. Ela não vai desobedece-la. Ficar sozinha com Evelyn foi estranho e um pouco desagradável. – Bem... R...Vicky Ruthless estou certa?

- Sim... - digo receosa.

- Ruthless... Ruthless... Já ouvi esse nome antes... - ela se aproxima pelo lado da mesa, me estudando. Seus olhos são tão escuros que parecem pretos. – Ahn sim. Seu pai. – sinto um arrepio. Como ela conhece meu pai? – Fui sua amiga quando éramos da Erudição. – Ela toca em uma mecha do meu cabelo e resisto ao impulso de tirar sua mão dali ou me afastar. Mantenho-me olhando em seus olhos. – Tem o mesmo cabelo que ele, mas esses olhos... Uma pena ele ter ido para a Audácia apenas por causa de sua mãe. – ela diz “sua mãe” com desgosto. Pergunto-me o que ela tinha com meu pai para não gostar da minha mãe. – E parece que você é mais parecida com ele do que eu esperava. – ela sorri e sinto medo. Odeio sentir medo, mas essa mulher é realmente assustadora. – Escolheu a Erudição... Por que os deixou?

- Isso não... - ela olha para mim severamente e respiro fundo. Não posso fazer nada. Estou em seus domínios. Um passo em falso e eu posso acabar morrendo. Ela me parece com Jeanine. – Fui para tentar monitorar minha família. Acabei atirando contra Tris Prior e Jeanine a prendeu e me mandou observá-la. Eu fugi quando percebi que ela estaria indo para a sede da Audácia, onde eu estava. Jeanine agora me considera uma traidora por que eu tive acesso aos dados de guerra. – ao terminar de falar seus olhos brilham.

- Acesso aos dados? – ela pergunta e eu assinto. – Interessante querida. – ser chamada de queria por ela me deu mais medo do que se ela tivesse apontado uma arma para minha cabeça. Ela se afasta, se apoiando na mesa. – Bem, você me parece alguém que vale a pena apostar. – ela me olha de baixo para cima. – Acredito que você não goste tanto da Erudição agora que eles escravizarão a mente de seus amigos e familiares. – concordo com a cabeça. Está começando a me interessar. – Eu e meu exército sem facção pretendemos acabar com eles. Acabar com aqueles que acabaram com a inocência de crianças. – ela diz e lembro-me da minha irmã. Ela era inocente, agora é uma assassina. – E... Precisaremos de pessoas inteligentes ajudando com a parte técnica. E aí entra você. Uma ex-erudita que foi da Audácia. Sabe lutar e pensar, nada melhor, certo? – ela. – Gostaria que você se juntasse a nós.

A proposta é realmente tentadora. Sei o que ela pretende e acabar com a Erudição também está nos meus planos, mas antes disso vem achar minha família.

- Gostaria de me juntar a vocês, mas antes tenho que reencontrar o que sobrou da minha família. Me assegurar que eles estão bem... – digo.

- Compreendo. – ela sorri e vai para trás da mesa, puxando uma gaveta. Ela tira de lá um revolver. Minhas pernas tremem. Ela irá me matar apenas por que não pretendo me juntar a eles agora? Ela se aproxima de mim com a arma. – Vai precisar disso se quer sobreviver. – ela diz me entregando a arma, sinto-me relaxar. – Sei que você e seu amigo sabem usar e têm uma dessas, mas a sua amiga erudita e o outro da Amizade nunca viram isso na vida. Ensine-os. Vá ver sua família, mas lembre-se... As portas estarão sempre abertas.

Assinto enquanto saio da sala. Passo pelo labirinto sozinha com a arma em minhas mãos. Quando volto para o salão onde estavam Neelie, Noah e Sky eles estão em pé, conversando sobre algo.

- O que é isso? – pergunta Sky olhando para as minhas mãos.

- Acho que você sabe o que é. – digo. – Você irá aprender a usar uma. – ele estremece.

Saio do prédio junto com Neelie, Noah e Sky. Estamos no corredor sujo e fedorento, mas aqui é o melhor lugar para ensinar Neelie e Sky á se defender.

- Noah... Estava pensando, é melhor nós ensinar eles do que ter que protege-los a todo momento. – digo em seu ouvido. Nunca deixo minha arma para trás. Ela esta no meu bolso. Tiro-a e giro entre os dedos. Ele entende e coloca a sua em mãos.

Coloco a minha nas mãos de Neelie.

- Se quiser sobreviver, está na hora de aprender a usar uma. – digo de forma dura a ela, tentando imitar Quatro, que ensinou os transferidos, mas eu sempre observei as iniciações da Audácia. Ela assente. – Segure com as duas mãos e se mantenha reta. – digo e ela obedece. Olho pelo canto do olho para Noah. Ele diz coisas á Sky, mas não consigo escutar. – Mire em algum ponto na parede. Pelo o amor de deus, sem ser a parede do prédio dos sem facções. – digo e ela ri mirando na parede oposta. – Respire fundo. Segure o ar, quando o soltar atire. – digo. Ela respira fundo, prendendo o ar como disse. Quando seu corpo relaxa, soltando o ar, ela aperta o gatilho. Seu corpo é impulsionado para trás e eu a seguro pelos ombros e vejo a bala perfurar a parede. Foi um bom começo.

Outro barulho de tiro. Viro-me para ver Sky. Ele não conseguiu tão bem quanto Neelie.

- Não vou conseguir usar isso. – ele grita. – Não posso usar uma coisa cuja qual iguais mataram a Luna! Me surpreendo por você usa-las assim, tão bem! – ele grita com Noah e sai por ele, mas ele o impede, segurando seu braço.

- Não esta na hora de ser fraco! Ou você começa a cooperar e tentar se manter vivo e fazer o que Luna queria, que era ajuda-las. Ou você fica aí, preso ao passado. Tudo começa com uma escolha. – ele diz. Sky olha para ele com raiva e depois cospe no chão.

- Vá sozinho. – ele diz e entra no prédio dos sem facções. Noah permanece olhando ele até a porta se fechar.

- Noah... - toco seu braço. Ele respira fundo, antes de se virar para mim e forçar um sorriso.

- Pra seguir em frente, algumas coisas precisam ser deixadas para trás. Qual é o plano, líder? – ele pergunta fazendo posição de soldado.

- Precisamos ir para a Franqueza descobrir o que esta acontecendo. Não saber está me deixando maluca. – forço um sorriso. Ele empurra a câmara da arma a abrindo e contando quantas balas. Nós nos encaramos e sei que é hora de ir emborra.


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Notas finais do capítulo

Sky ç.ç



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