Reckless - Divergente escrita por Morgana Le Faye, Andiie


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Heeeey ^^

Primeiro, gostaria de me desculpar pela demora :// Segundo. CAROL MUNARO ♥ obg obg obg ç-ç minha primeira recomendação ç-ç até pulei quando li >< sua linda. e ¬¬' tipico seu mencionar o james.

Mais um cap pra vcs >



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Andamos ao lado da trilha do trem. Minhas pernas estão dormentes, mas vou á frente, ao lado de Neelie. Ela se mantem olhando para frente. Noah esta ao lado de Sky. Às vezes escuto Sky soluçar, mas é raro. Ele esta tentando seguir em frente. Escuto um barulho vindo dos trilhos. O trem se aproxima. Viro-me para ver uma luz fraca de um dos vagões.

- Acho que devemos usar ele. – diz Noah.

- Acho que eles estão sendo controlados pela Erudição. – diz Neelie, olho para ela.

- Se eles estivessem sido controlados pela a Erudição com certeza eles usariam o trem, ao invés dos carros para ir até a Amizade.

Eles assentem. Quando o primeiro vagão passa por mim tento evitar a sensação de queimação em minhas pernas e me jogo para o lado. Caio deitada no chão do trem e me viro. Neelie usou uma maçaneta para conseguir impulso para dentro. Noah esta abaixado na porta, com a mão pro lado de fora. Ele ajuda Sky.

Quando todos estão dentro do trem, escuto um barulho de arma sendo carregada. Meu sangue gela e vejo olhos brilharem no escuro. Levanto minha arma e Noah faz o mesmo. Vejo uma figura, um homem, com um tapa olho se aproximar e apontar a arma para mim.

O encaro.

- Nunca vi pessoas da Amizade armadas. – diz uma mulher sem facção que está segurando uma faca. Sei que são sem facções pela diversidade de cores que estão usando. Doadas, achadas ou roubadas. O homem do tapa olho me parece familiar.

- Olá Edward. – digo, sem parar de apontar minha arma para ele. Ele inclina a cabeça, sem deixar de apontar a arma para mim, em um aceno.

- Victoria, certo? – assinto, mas me sinto mal sendo chamada desse jeito, como eu era na Erudição.

- Edward? – sussurra Neelie ao meu lado. A mão do homem vacila por um instante. Sim é Edward, mas, onde está Myra?

- Neelie? – ele pergunta. Olho para Neelie. Sua cabeça está baixa.

- Os conhece, Ed? – pergunta a mulher.

- Sim. – ele diz calmamente. Ele abaixa a arma e todos fazem o mesmo. Continuo com minha arma apontada para ele. Ele sorri de lado.

- Medo, Victoria? O que aconteceu com vocês duas e quem são eles? – ele aponta o dedo indicador para Noah e Sky.

- Amigos, fugitivos como nós. A erudição está a nossa procura. – digo

- Terão que descer na cidade. – ele diz. Aceno que sim com a cabeça e sento-me mais a fundo, pedindo licença dos sem-facções que me olham como se fossem me matar. Neelie, Noah e Sky me seguem, Sky parou de chorar. Pouco tempo depois pulam no vagão Tris Prior, Quatro, Caleb e a menina da Abnegação. Não presto muita atenção neles, mas a mulher sem facção com a faca os manda sair e a menina da Abnegação começa a implorar e a chorar dizendo “estávamos fugindo” “os outros estão mortos agora”. Caleb explica a situação de modo que apenas um erudito faria.

- É mesmo? – pergunta Edward ironicamente. – E o que vocês já fizeram por nós?

- Eu ajudei você quando ninguém queria ajudar. – diz Tris. – lembra-se?

- Tudo bem, você ajudou, mas e os outros? Nem tanto.

Não vejo o que se passa a seguir só escuto a voz de Quatro.

- Meu nome é Tobias Eaton. Não acho que você queira me empurrar para fora desse trem.

O efeito do nome nas pessoas no trem é imediato. Os sem-facções abaixam suas armas, mas tudo o que eu faço é prestar atenção. Minha arma ainda na minha mão direita. Olho de relance para Noah. Ele esta contando quantas balas tem. Ele olha para mim e assente. O suficiente para nos manter vivos por enquanto.

- Eaton? Serio? – pergunta Edward. - Eu tenho que admitir, nós não esperávamos por isso. Tudo bem, vocês podem vir. Mas quando chegamos à cidade, você tem que vir com a gente. Conheço uma pessoa que ficaria feliz em ver você.

Como um alarme, minha curiosidade erudita faz com que eu queria ir com eles. Olho ao redor. Noah está no chão, á minha esquerda, uma perna esticada e a outra dobrada, com o braço apoiado no joelho e a cabeça encostada na parede. Ele segura a arma na mão apoiada no joelho e às vezes a gira, descontraidamente. Acho estranho, ele não deveria gostar de armas, mas usa esta sem nenhuma oposição.

Neelie esta sentada em perna de índio no chão á minha direita. Ela olha ocasionalmente para Caleb e ele também olha para ela. Sky esta com a cabeça entre os joelhos.

Uma mulher se aproxima de nós. Uma sem-facção com uns vinte anos. Ela usa um casaco azul da Erudição, sobre uma blusa preta da Audácia e uma calça vermelha da Amizade. Seus cabelos são ruivos e estão presos em um coque mal feito. Seus olhos são muito escuros.

- Licença? – ela pede para mim. Vou para o lado e ela se senta entre mim e Neelie.

- Hm... Onde o trem para? – pergunto. Ela me encara por um momento. Ela olha para a arma em minha mão e eu olho para a faca na sua. Ela sorri de lado.

- Agora os membros da minha antiga facção usam armas? – ela ri ironicamente.

- Sua antiga facção? – pergunto, mas Sky me interrompe.

- Olá, Kat. – ele diz sem muita animação. Ele se vira para mim. – Kat é irmã de Luna, quatro anos de diferença... Digamos que Kat criava muitos conflitos então foi convidada a se retirar da facção.

- Prazer. – ela sorri de lado. – O que você e Noah fazem aqui? A Erudição não esta caçando vocês e se você está aqui, Sky, cadê minha irmã?

- Luna morreu. – diz Noah sem olhar para nós. – Eu vim pela minha namorada. – ele diz tão casualmente, mas é estranho para mim. Kat olha para mim e da um risinho. É ela pode ter saído da Amizade, mas age como todas as garotas de lá. – Sky veio por que Luna é teimosa e agora...

Ele não completa. Kat abaixa a cabeça e depois respira fundo. Ela olha para nós e sorri.

- Meus pais já sabem disso? – acenamos que não. Ela respira fundo novamente. – Bem... A vida é assim certo? Pessoa vem, pessoas vão.

Ficamos em silencio até Neelie se pronunciar, com sua típica curiosidade.

- Como vocês, sem facções vivem? Sei que dizem que vivem separados, mas o ser humano não consegue viver separado, sem um grupo...

- Ahn... - Kat pensa um pouco. – Estão oficialmente convidados para passar uma noite no “Buraco dos Sem-Facções” e depois tire suas próprias conclusões.

Depois de muito tempo, Kat diz para nós descermos. O impacto com o chão faz com que minha coxa arda. Havia me esquecido da ferida na perna Estou começando a achar que ela nunca vai se curar, com o tamanho esforço que estou fazendo para me manter viva. Tento andar, mas precisarei de alguém para me apoiar, pois não trouxe minha muleta. Neelie passa seus braços pelo meu ombro e Noah anda devagar ao meu lado, deixando Sky e Kat á frente.

Andamos ao lado dos sem-facções. Eles nos guiam por uma rua, depois viram a esquina e entram em um corredor estranho, estranho do tipo sinistro, com cheiro de lixo. Ratos se espelham a minha frente e tento não vomitar. Latas de lixo, sacos pretos e caixas de papelão molhadas se espalham por todo o lugar dando “abrigo” aos ratos. Parei junto a Kat.

O destino é muito filha da mãe. Ao meu lado está Tris Prior. Ela olha para mim e depois para minha perna. Acho que ela adivinhou quem fez isso á mim e quem atirou em seu ombro. Estamos em frente a um dos prédios decadentes de tijolos. Edward abre uma porta de aço com tanta força que tenho certeza que o prédio desmoronará, mas ele continua firme.

As janelas estão tão sujas que quase não tem luz. Seguimos Edward até uma sala escura. Vejo um brilho de lanterna e as silhuetas de pessoas sentadas ao lado de rolos de roupas de cama, abrindo latas de comidas, bebendo agua em garrafas e crianças caminhando entre os grupos de adultos sem qualquer confinamento á uma cor específica de roupas. Crianças sem-facção.

Rio desesperadamente. A ideia que os sem-facções estão juntos como uma facção é hilária para mim. Kat me olha com cara feia e a encaro de volta até Noah quebrar o contato visual passando o braço pela minha cintura.

- Venham – Diz Edward. Olho para Kat, rezando para que ele não esteja falando comigo. Ela acena que não. Vejo o grupo de Tris Prior se afastar indo junto com Edward. Kat caminha até um canto perto da parede.

Um colchão fino esta no chão, um homem esta sentado nele com um bebê no colo. Ele sorri quando vê Kat e ela se abaixa. Ele dá um beijo em sua testa e ela segura o bebê. Entendi. Eles são um casal sem-facção. Continuo achando tudo assustadoramente cômico. Eu sempre achei que os sem-facções brigavam entre si e olho ao meu redor e vejo-os contando piadas e conversando e se beijando.

- Quem são Kat? – o homem pergunta. Ele seria bonito se não estivesse tão mal cuidado. Seus cabelos são loiros e seus olhos são azuis, mas estão bagunçados e ele possui olheiras fortes debaixo dos olhos. O que me chama atenção nele são suas enormes orelhas.

- Amigos. Esse é Sky, namorado da minha falecida irmã – ela diz simplesmente. Eu não conseguiria falar sobre a morte da minha irmã de maneira tão comum, como se fala do clima. Mas imagino quantas pessoas ela já deve ter visto morrer para levar tudo assim, numa boa. – Noah, um amigo dela. Essa é a namorada dele e essa é sua amiga, elas são fugitivas da Erudição. – ela aponta para mim e para Neelie. – Quais são seus nomes mesmo?

-R. – Não me acho digna de usar o nome que usava na Erudição. Não quero mais que me reconheçam como membro da Erudição, mas também não sou mais da Audácia. R de Ruthless. Fico agradecida por nenhum deles questionar-me.

- Neelie. – Talvez Neelie pense o mesmo. Ela me olha e sorri. Ela usava Drezza na Franqueza e na Erudição.

- Prazer, Robert, nascido sem facção. – ele diz rindo. Isso é motivo para orgulho? Não sei talvez eu preferisse ser uma sem-facção á uma erudita fugitiva. Nós nos sentamos.

- O que está acontecendo? Por que Quatro é tão importante? – pergunto á Kat.

- Quatro? Você quer dizer, Tobias Eaton? – pergunta Robert. Aceno que sim. – Ele é filho da nossa líder.

- Líder? – pergunta Neelie. – Desde quando os sem-facções agem como uma facção?

- Bem... Eu tenho 22 anos, desde que eu nasci é assim então presumo que há mais tempo que isso. – ele responde simplesmente. – A única coisa que fizemos foi nos tornar mais fortes e esperar.

- Esperar, pelo o que exatamente? – pergunto.

- Esperando o mundo desmoronar, e foi o que aconteceu agora. – responde Kat, acariciando a cabeça do seu filho. Ele tem cabelos claros e grandes olhos azuis. – Ahn, esse é o pequeno James. – ela diz sorrindo. Sinto como se o peso do mundo caísse sobre meus ombros. James. Como ele deve estar agora? – Estão com fome? – ela pergunta. Olho imediatamente para Neelie e vejo seus olhos brilharem. Surpreendo-me por ela não ser obesa.

Robert se levanta e acende uma fogueira para esquentar a comida. Os que querem comer reúnem-se em uma grande roda em volta de uma bacia enorme de metal onde se encontra a fogueira, primeiro aquecendo as latas e distribuindo colheres e garfos, depois passando as latas de mão em mão, para que todos possam comer um pouco de tudo.

- Quantas doenças poderíamos pegar assim? – pergunta Neelie cochichando ao meu lado. Ela esta á minha esquerda e Noah á minha direita.

- Faço a mínima ideia. – digo rindo. – Tente não pensar sobre isso.

Mergulho minha colher em uma lata de sopa e passo para Noah. Ele pega uma cenoura e passa para Sky e assim vai sucessivamente. Noah passa os braços pelos meus ombros e eu me apoio nele, deitando a cabeça em seu ombro. Bocejo. Preciso dormir.

- Você esta bem? – ele sussurra.

- Na medida do possível, sim. E você? – ele olha nos meus olhos e lembrei-me de quando meu pai dizia “quem não compreende um olhar tão pouco compreenderá uma longa explicação”. Ele esta triste. Ele perdeu duas pessoas queridas. Duas pessoas que ele considerava irmãos. Ainda não o ouvi chorar, ele esta aguentando firme... Não sei se quero estar por perto quando ele explodir.

- Estou vivo. – ele diz imitando o que eu lhe disse na minha segunda noite na sede da Amizade. Abraço sua cintura, não estou mais com fome. Só quero dormir.

- Você sente falta dela, pode dizer, é melhor você desabafar. – digo contra sua camiseta. Ele apoia seu queixo em minha cabeça.

- Não tem o que fazer, não tem o que dizer, não tem o que sentir. Sou uma ferida fechada, uma hemorragia estancada. Tenho medo de deixar sair uma letra ou um som e, de repente...

- Desmoronar. – completo por ele por que sei que ele não irá falar. – Tudo vai ficar bem. – digo e olho ao redor. Vejo alguns rostos conhecidos, os idosos da Audácia. Provavelmente minha avó está entre eles, se não morreu. Quando se chega á certo grau de deterioração física na Audácia eles são convidados a deixar a facção, de uma maneira ou outra. Meu avô preferiu morrer, já minha avó virou uma sem-facção.

- Você sabe como tudo está agora? – escuto Neelie perguntar á Kat.

- A Audácia está dividida. – ela diz colocando uma colher na boca do bebê. – Metade na Erudição e metade na Franqueza. O que restou da Abnegação está aqui, conosco. Não aconteceu muita coisa até agora.

Sinto-me relaxar em saber que pelo menos metade da Audácia não nos traiu.

Kat nos arruma catres e cobertas, e eu encontro um canto vazio para deitarmos. Estamos estrategicamente pertos um do outro, Neelie á uma pessoa de distancia de mim e Sky está deitado ao lado, já dormindo. Neelie esta prendendo o cabelo. Retiro a blusa vermelha, ficando com a azul da Erudição.

Deito-me enquanto Noah desamarra os sapatos. Ele tira a primeira blusa, uma amarela e fica apenas com a vermelha. Luna nos fez vestir duas peças de roupa a mais, para o caso de precisar, mas é incomodo. Sorrio pensando em seu jeito animado e alegre de ver as coisas. Tento mantê-la na minha memoria assim. Feliz e viva.

Ajeito-me melhor para Noah deitar. Ele abraça minha cintura e eu enterro meu rosto em seu peito. Ele enrola uma das pontas do meu cabelo nos dedos.

- Sabe que não iremos ficar aqui durante muito tempo né? – ele diz baixinho.

- Amanhã partiremos. – confirmo. Tento traçar a rota daqui para a Franqueza, mas acabo caindo no sono. 


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