Capitulo 5

Tinha acabado de completar, uma hora, certinho, desde o ocorrido.

Todos já tinham ido embora, inclusive Isabella, que foi para mais uma reunião de negócios, deixando Jacob com a responsabilidade de cuidar da garota.

A garota ainda chorava nos braços do moreno, que a cada minuto ficava mais nervoso, por causa de seu sofrimento.

Ele já tinha tentado de tudo, até tentar ninar ela ele tinha tentado, mas o sofrimento dela era tão grande, que por um momento quis bater em Isabella por fazer ela sofrer desse jeito. Por fazê-la se culpar, por não ser uma filha boa o bastante para a mãe a amar.

Mas ela não tinha culpa de nada, por Isabella, que sempre foi um espírito livre, deixá-la, por não amá-la como deveria, por não estar nos melhores momentos, e nos maus também.

A garota sentiu falta de sua Mãe-Rose, que sempre a compreendia, que sempre tinha palavras amigas, amorosas, que a confortava todas as horas. Mas nesse exato memento, tudo que ela tinha era Jacob, que compartilhava de seu sofrimento.

–Me desculpa, por fazer você voltar a lembrar disso- ele sussurrou novamente, fazendo ela tentar secar as lágrimas, que ainda desciam.

–Só não entendo, por que dela ter me deixado, posso me fazer de forte, mas não sou- falou a garota se virando para ele e mostrando os olhos azuis inchados e vermelhos por causa do choro.

–Hei, me desculpa- ele falou a abraçando mais uma vez, fazendo ela chorar mais ainda.- Me desculpa, me desculpa.

–Eu sempre pensei que quando fosse confrontá-la sobre meu passado, ela teria motivos sérios para tais coisas, mas não, Jacob, dói tanto, faça parar- ela falou agoniada, apontando para o coração.

–Eu não posso- falou ele se sentindo pior, de ver ela sofrer e não poder fazer nada.

Queria fazer a dor dela passar, como passe de mágica, mas não era assim que funcionava as coisas do coração. Não era assim que as coisas realmente funcionavam na vida. Todos sempre tinham que dar uma passo de cada vez, mas ali, parecia que tinha um precipício em relação aos seus sentimentos.

A garota estava tão confusa, e ao mesmo tempo tão amedrontada, agora Jacob podia entender o porque dela ter sempre um escudo em sua volta, impedindo qualquer um de se relacionar com ela, de se aproximar, mas agora entendia tudo isso, ela era sensível, e sempre acabava se machucando.

E ele quis bater em todos que a machucavam, só de pensar nisso ele já ficava irritado.

–Dói tanto, ser rejeitada, pela pessoa que deveria amar-me, acima de qualquer coisa- sussurrou ela, enquanto o abraçava forte mais uma vês.

–Hei, respira fundo, vai passar- ele falou tentando acalmá-la.

–Não vai- ela falou chorando mais ainda- Eu não queria que você descobrisse desse jeito, mais eu estava irritada- ela falou olhando dentro o olhos dele, que apenas deu um sorriso de canto.

–E agradeço por ter sido você a me falar, isso quer dizer que você "confiou" em mim- ele falou frisando o confiou, pois na verdade ela não tinha confiado, tudo o que ela tinha falado tinha sido para atingir Isabella, mas com essas palavras ela viu que poderia sim, confiar nele, de um modo totalmente diferente do que pensava.

De um modo novo, e totalmente incompreendido.

Flash Back On

–Bella?- indagou o moreno ao ver que Isabella não respondia.

–Não- sussurrou a mãe, ainda chorando.

–Fale para ele que quando eu tinha cinco anos você sumiu no mundo, me deixando com meu pai. Fale para ele, que quando eu tinha doze anos você voltou em casa, quando eu estava na escola, dormiu com meu pai, e sumiu no mundo mais uma vez, nem ao menos me esperar chegar da escola esperou. Fale para ele que depois de nove meses você voltou, novamente quando eu estava na escola, e deixou a pequena Samantha com ele e foi embora novamente, não me esperando de novo. Fale para ele que durante esses treze anos você nem ao menos me ligou, nem uma carta, nem um e-mail, nem uma ligação se quer. Fale pare ele que nos encontramos agora depois de treze anos. Fale para ele que eu nem ao menos sabia quem era você. Fale para ele que você nunca se importou com suas filhas. Fale para ele Isabella.- gritou a garota, falando tudo o que estava entalado.

Isabella olhava para o namorado, que nem ao menos a olhava. Sarah e Billy encarava a menina com dor, pois sabia como ela se sentia em relação a isso.

–Não acredito nisso- sussurrou o moreno se afastando da mulher, que chorou mais uma vez.

–Você nem ao menos sabe o tanto que eu sofri, eu ficava pensando dias e noites, se eu não era uma filha boa, por você ter me abandonado, todos os dias eu sentava na porta de casa, esperando você voltar, mas você nunca voltou. Mas quando você veio trazer a Samantha, foi que eu percebi, que o problema não era comigo, pois se fosse, você teria cuidado dela, mas não, você a entregou para o meu pai, eu desde pequena aprendi te desprezar, mas do mesmo jeito, eu ficava te esperando, para provar o que todos falavam, para falar que todos estavam errados. Mas foi muito tarde, que eu reparei, que tudo era verdade...foi muito tarde. E me arrependo até hoje, pelas lágrimas derramadas em sua relação, pois você nunca mereceu, nenhuma delas- falou a garota, enquanto a mãe a olhava angustiada.

–Eu sei que errei, mas eu era tão nova- falava Isabella, tentando achar uma solução para a covardia que fez para as filhas.

–Meu pai tinha a sua idade- falou a garota seca- Mas se dependesse de mim, eu nunca teria tocado nesse assunto novamente, eu só não gosto de todos achando o quão insensível eu sou, pois eu não sou, eu tenho sentimentos, eu posso ter ficado dura, fria, com o passar dos anos, mas não sou um robô- falava a garota enquanto encarava Jacob, que se sentiu culpado, por tela julgado, desde o primeiro instante.

Jacob olhou decepcionado para a namorada, nunca teria imaginado tal coisa vindo dela, nunca.

–Mas Isabella, não estou aqui para estragar sua vida, só quero que cada uma fique em um canto. Não adianta vir puxar assunto comigo, pois eu vou ser grossa, vou ser fria, vou ser sarcástica, mas isso tudo por sua culpa, você me tornou assim- falou a garota séria- Se dependesse de mim, eu não estaria aqui, mas prometi para o meu pai, que iria vir fazer a faculdade, e não vai ser você que vai me fazer mudar de ideia.

–E nem quero, espero que cumpra o que falou, não vou mais fingir o que não quero- falou ela irritada, fazendo os olhos da filha se encherem de lágrimas.

–Certo- falou a garota saindo apressadamente da sala.

Correu em direção ao quarto, mas quando foi fechar a porta, uma mão morena atrapalhou.

–Sai daqui- ela falou tentando não olhar para Jacob, enquanto ele fechava a porta, ela não queria que ele a visse chorando, não queria que ele visse o quão fraca era.

Flash Back Off

–Não se preocupe com isso- ele falou tentando reconfortá-la- Deita, e fecha os olhos, que isso passa.

–Fica aqui comigo- ela pediu desesperada, fazendo ele se deitar ao seu lado, e abraçá-la com força.

–Não sairei- ele falou deixando ela encostar a cabeça em seus ombros.

–Promete?- ela perguntou olhando dentro de seus olhos, fazendo ele suspirar forte.

–Prometo- ele sussurrou afagando suas costas, antes dela cair no sono.

0o0

O dia amanheceu, fazendo a garota acordar um pouco "animada", pela primeira vez, enquanto estava morando na casa da mãe.

Nem parecia que já tinha se passado as férias todas, nem parecia que hoje era o seu primeiro dia de aula na faculdade, e nem ao menos parecia que ela estava indo fazer justamente medicina, como seu pai queria, e não o que ela deveria.

Nesses dois meses que se passaram, uma amizade forte nasceu, entre o moreno e a garota, fazendo as coisas na grande casa, se balançarem um pouco.

Jacob e Isabella nunca mais foram como antes, o relacionamento continuava forte, mas as brigas eram constantes, tinha até virado rotina.

Desde a briga, a garota tinha dormido em casa poucas vezes, pois ela já tinha um quarto especialmente para ela, na mansão dos Black, o que a deixava mais aliviada, por não precisar ver a mãe todos os dias.

Isabella não chegava em casa cedo como antes, agora ela demorava muito mais do que o marcado, fazendo mais outras rodadas de discussões aparecer, para "alegrar" o dia da garota.

O moreno mais uma vez balançou a morena, fazendo ela rir novamente.

–Está tudo bem?- ele perguntou olhando para ela, que imediatamente virou a cara, por causa da grande coloração que se formava nas maças do rosto.

Agora isso também tinha virado rotina, ela ficar vermelha por qual quer uma pergunta que ele fazia, fazendo ela parecer mais uma idiota em sua frente.

–Claro- ela respondeu enquanto se arrumava no banco do carro, mas ele sabia que ela estava mentindo.

Mas ela nunca admitiria que não gostou nadinha de ouvir uns "barulhos estranhos" de madrugada, no quarto ao lado.

–Tem certeza?- ele voltou a perguntar.

–Sim- ela respondeu dessa vez seca, fazendo ele voltar a atenção imediatamente para a estrada.

Essa secura era uma coisa que tinha melhorado bastante, agora ela se esforçava para responder a todos direito, inclusive Isabella, apesar dela não falar nada mais que "oi", mas isso era um grande avanço, para quem nem ao menos respondia, ela estava ótima.

Mas a secura agora sempre aparecia quando ela queria encerrar algum assunto.

Quando Jacob parou em frente a faculdade, a garota pulou para fora do carro imediatamente, pois ela sabia, que ele ainda perguntaria, e ela também sabia, que iriam acabar brigando, pois ela não responderia.

–Tchau- ele gritou para ela, que nem ao menos se virou para responder.

Agora longe dele, parecia que os barulhos da noite anterior queriam atormentá-la, pois ela não conseguia se concentrar em mais nada.

–Me desculpe- se apressou o loiro, enquanto ajudava a garota a se levantar do chão.

Era o mínimo que ele deveria fazer, afinal, ele a tinha derrubado.

–Não foi nada- ela falou seca, enquanto tentava se levantar, mas claro que não conseguiu, afinal, seu salto tinha afundado na grama.

–Me de a mão- ele falou erguendo sua mão, enquanto a garota segurava ela para se levantar.

Jacob quase infartou dentro do carro, quando viu o loiro muito perto dela.

–Ai- ela reclamou quando o loiro a levantou muito rápido.

–Foi mau- ele se desculpou, enquanto dava um pequeno sorriso.

–Ok- ela falou se afastando dele, mas ele continuou a seguindo.

–Sou Nathanael, me desculpe, mas não me lembro de seu nome- ele falou atrás dela, que parou para responder.

–Foi porque eu não disse- ela falou erguendo os lábios em um pequeno sorriso, e logo voltou a andar novamente.

–Tudo bem então- ele falou dando um pequeno sorriso, e indo direto para a sala de Delitos.

–Hei– falou Jacob acenando, enquanto a garota saía da faculdade dando risadas com o loiro.

–O que está fazendo aqui?- ela perguntou quando se aproximou mais do moreno.

–Acho que já vou indo- falou Nathanael enquanto dava um pequeno beijo na bochecha da garota.

–Ok, até amanhã Nathanael- falou a garota lançando um grande sorriso na direção dele.

–Nathan- ele corrigiu, fazendo ela rir mais.

–Ok- ela falou enquanto olhava ele ir embora.

–Novo amigo?- perguntou Jacob olhando o loiro se distanciar também.

–Sim- falou a garota ainda com um grande sorriso.

Ela ainda não sabia, mas esses seus sorrisinhos, que sempre lançava a todos os homens, machucava ele, profundamente.

–Hum- ele falou olhando ela, que ainda sorria de leve.

–O que está fazendo aqui?- ela voltou a perguntar quando reparou ele na sua frente.

–Eu tinha umas coisas para fazer aqui, e pensei em te esperar- ele falou dando um pequeno sorriso, que não foi correspondido por ela.

–Pensei que Rachel viesse me buscar- ela resmungou, fazendo ele bufar.

–Vamos logo- ele reclamou, enquanto ela ainda se segurava para não gargalhar.

Ela estava tentando se fazer de indiferente, para não mostrar o quanto tinha gostado, de ter sido ele, em vez de sua irmã.

O silêncio era algo muito constrangedor, pois sempre quando Jacob olhava para o lado, o coração da garota parecia que iria sair pela boca.

–Como foi hoje?- ele tentou quebrar o clima chato, que tinha ficado sobre eles hoje cedo.

–Bom- ela resmungou enquanto fuçava no celular.

–Só isso?- ele perguntou curioso, na verdade, ele queria saber alguma coisa sobre esse tal de Nathan, mas dele, ela com certeza não falaria.

–Sim, conhece uma boate chamada Delux?- perguntou ela enquanto guardava o celular.

–Já ouvi falar- ele resmungou, enquanto ela voltava a mexer no celular.

Hoje por incrível que pareça, eles não estavam conversando como antes, parecia que agora tinham colocado uma parede entre eles.

E Jacob sabia muito bem, que essa parede tinha nome e apelido.

Bufou mais uma vez irritado, quando ouviu a risada da garota ecoar pelo carro, teve que se segurar forte, para não tirar o seu celular a força da mão dela.

–Ok, vou ver com minha amiga, mas qualquer coisa, pode vir sim- ela falou rindo enquanto falava no celular.

Jacob quis gritar algo como "o que?" ou "você está louca?" ou "você deveria reparar mais em sua volta".

Mas como sempre, ele apenas fungou e voltou sua atenção para a estrada.

Ele agora estava tentando se conformar que essa amizade, entre os dois, não estava dando muito certo, pois sua possessividade em relação a ela, tinha aumentado muito, e ele sempre queria matar um quando via alguém a olhando.

–O que ele queria?- ele perguntou assim que ela desligou o celular.

–Nada de mais- ela respondeu colocando os fones de ouvidos, fazendo ele se irritar mais ainda.

Ele achava que ela estava fazendo tudo isso para provocar ele, mas não, ela só estava querendo viver um pouco, e ter certeza de seus sentimentos, mas sim, ela estava fazendo um grande esforço para não falar com ele.

Quando o carro parou na mansão de Isabella, a garota se encolheu mais ainda no banco. Mas logo saiu do carro, deixando Jacob para trás.

A tarde passou rápida demais, ninguém, por incrível que pareça, veio visitar ela, Isabella ficou o dia todo na empresa, e Jacob também teve que ir em uma reunião com seu pai, já que o moreno era o sub presidente da empresa Black's.

Mas a noite veio como goleada, e passou como um dia normal em Forks. Lenta.

A garota mais uma vez se remexeu na cama, colocou o travesseiro na cara, mas não adiantou.

Ela se levantou da cama furiosa, e olhou para o relógio, onde apontava 03:00 da madrugada, então ela bateu na parede, mas isso não resolveu, pois o barulho continuou, e parecia que a cada minuto ele ficava mais alto.

Pegou seu cobertor, e saiu em direção aos quartos de hóspedes, e qual foi sua reação, ao ver que todos estavam trancados?

Então ela não teve outra opção, a não ser ir para o sofá.

E lá se foi a garota, dormir no sofá da sala de jogos, que era o mais confortável.

PEM. PEM. PEM.

Apitava o celular dela hás 06:00 da manhã, ela té pensou em arremessar ele na parede, como fez com seus antigos. Mas pensou duas vezes antes de fazer isso, pois esse celular, tinha saído do dinheiro de sua mesada, então quer dizer tinha saído do seu bolso.

Ela a muito custo apenas desligou o alarme, e tentou passar correndo para ir para o quarto, mas os empregados já estavam todos levantados.

Se trocou rapidamente, colocando seu famoso salto preto e um vestido de mangas cumpridas, junto com um sobretudo e sua famosa boina.

Jacob olhou para ela meio torto, pois hoje era o segundo dia de faculdade, e ela estava indo justamente de vestido.

No carro novamente estavam os dois em silêncio, não por falta de Jacob não tentar puxar assunto, mas sim porque hoje ela estava irritada.

Ela ainda não conseguia compreender, ainda não entrava na cabeça dela, o fato deles não terem a deixado dormir a noite, o pior não era nem isso, e sim as imagens dos dois juntos, que estavam atormentando ela.

–Boa aula- ele falou, assim que parou o carro em frente a faculdade.

–Não precisa me esperar hoje, já tenho carona- ela falou antes de sair correndo, pela fina chuva.

E indo em direção a um grupo de amigos, que a esperavam, e por incrível que pareça, Jacob conseguiu reconhecer o loiro, em meio aos outros, e acabou indo pra casa nervoso, afinal, ele não podia interferir na vida dela.

–Obrigado Nathan- falou a garota, enquanto saía do carrão do loiro. Seu pai era uns dos sócios de uma das maiores fábricas de barcos de NY.

–Sem problema- ele falou enquanto acenava em sua direção.

A garota abriu um grande sorriso, fazendo Jacob, que a vigiava, entre a fresta da janela, se irritar.

A garota entrou em casa com um sorriso enorme, que foi fechado, assim que viu Jacob sentado no sofá.

–Demorou- ele falou assim que ela se aproximou, mas ela apenas deu de ombros- Demorou muito- ele voltou a falar e apontou para o céu que já estava escuro.

Ela tinha passado a tarde toda fora de casa.

–Eu sei... Pensei que estaria na empresa- ela falou o olhando, que negou com a cabeça.

–Eu pensei que passaríamos a tarde juntos- ele resmungou, mas ela penas negou com a cabeça.

–Foi mau- foi apenas o que ela disse antes de sair em direção a seu quarto.

0o0

Esse joguinho dela, de sair de manhã, e só chegar a noite estava piorando, ela fez isso a semana toda, e a cada dia, ela chegava mais tarde. E isso fez Jacob ficar em falta com a empresa, pois essa semana tinha sido semana de reunião, e ele não compareceu em nenhuma, deixando Billy irritado.

–O que está acontecendo com você? Eu fui te buscar na escola hoje- ele falou assim que ela entrou pela porta de casa.

E por incrível que pareça, ela só se atrasou duas horas.

–Você não avisou- ela falou cantarolando e começou a sair da sala, mas foi puxada em direção ao moreno.

–Não estou te reconhecendo- ele falou magoado.

–Que pena- ela falou tentando fingir que não ligava.

–Nessie- ele a chamou puxando seu rosto para ele poder ver seus olhos.

–Hum- ela fungou, não conseguiria falar com ele tão perto.

–Estou com saudades da minha amiga- ele falou tentando abraçá-la, mas ela se afastou dele irritada.

Ele tinha pronunciado justo essa palavra "amiga" o que a fez se sentir pior.

Seu coração sangrou por dentro, e sua mente começou a chamá-la de idiota, por que era isso que ela era, idiota por nutrir sentimentos que nem ao menos compreendia.

–Será que dá para me levar a uma festa hoje?- ela perguntou, como se ele não tivesse dito nada antes.

–Agora você vem me pedir as coisas?- ele perguntou irritado, fazendo ela dar de ombros.

–Preciso de carona- ela falou se sentando no sofá.

–Há... Então é isso o que eu sou? Carona, sou apenas um estepe?- ele perguntou irritado.

Pois ela conseguia o tirar do sério, de uma forma que mais ninguém conseguia.

–Não... Vai me dar a carona ou não?- ela perguntou se irritando.

–Ainda está querendo exigir alguma coisa, depois de tudo que você fez essa semana comigo- ele falou mais irritado ainda, fazendo ela se afastar um pouco.

–Eu não fiz nada com você essa semana- ela falou se defendendo, fazendo ele dar um sorrisinho duro.

–Essa é a questão, pensei que fossemos amigos.

–Não... Não somos amigos, não existe amizade entre homem e mulher- ela falou irritada, enquanto ele se irritava mais.

–Então você e o Nathano sei lá o que, são o que? Namorados? Amantes?- perguntou ele furioso, enquanto a garota ria.

–Não seja ridículo Jacob, ele é o meu colega- ela falou revirando os olhos- Eu quis dizer que não dá para nós sermos amigos- ela falou apontando para os dois.

–Por que?

–Porque eu não quero mais ser sua amiga- ela mentiu.

–Como você mente mal- ele falou se sentando no sofá, fazendo ela ficar nervosa.

–Você está me chamando de mentirosa?

–Não- falou Jacob rápido demais- Apenas falsa- ele falou com um sorriso duro.

–Eu sou falsa?

–Sim, é falsa sim.

–Então me diga o porquê de eu ser falsa.

–Porque você não falou comigo direito a semana inteira, quer dizer, você nem ao menos falou comigo, e quando é para pedir algo para mim, ai você muda completamente- ele falou com raiva.

–Eu te tratei normal, como todos os dias- a garota falou enquanto tentava se aproximar dele.

–Não, e você sabe muito bem- ele falou com raiva.

A garota se afastou um pouco, ela não falaria o que estava acontecendo. Não falaria o porquê de romper a amizade tão de repente.

–O que está acontecendo com você?- ele perguntou com mais raiva ainda, assim que a viu se afastando.

–Nada- ela falou seca, mas dessa vez ele não se conformou com que o fim da conversa fosse esse.

–Está sim, pois um dia você me trata normal, na outra semana, você nem ao menos fala comigo direito, e tem esse Nathanoel, sei lá o nome- ele falou com raiva, fazendo ela ficar mais irritada ainda.

–O que o Nathan tem haver com a nossa conversa?

–Não sei, talvez tudo.

–Então ele tem tanto haver como Isabella também tem- a garota falou sarcástica, fazendo a expressão dele endurecer.

–O que ela tem haver com isso?

–Está vendo? Ainda fala que eu que estou estranha, já reparou que isso não é normal- ela falou indignada, enquanto ele tentava se acalmar.

–Então o que é normal pra você?

–Ir embora, isso seria o mais normal para mim.

–Então por que não vai? O que está te impedindo de ir?- ele perguntou enquanto segurava os ombros dela com força.

Ela por um minuto pensou em responder algo coerente como "você", mas apenas balançou a cabeça e tentou se soltar de seus braços, sem sucesso.

–Me solta- ela falou fria, mas isso não atingiu ele.

–O que está acontecendo? Me diga, o que você quer?

Ela sentiu as lágrimas caírem, mas secou rapidamente.

–Eu odeio tudo isso- ela falou com raiva, mas ele ainda não entendeu.

–O que?

–Odeio tudo que sei em sua relação, tudo sobre você- ela falou ainda chorando mais.

Ele soltou seus ombros imediatamente e a olhou irritado.

–A única certeza que você tem sobre mim, é que sou o namorado da sua mãe- ele falou ainda olhando para ela, que não queria encará-lo de jeito nenhum.

–Essa é a questão, e eu o odeio por isso- ela falou saindo correndo imediatante da sala, e se trancando em seu refúgio.

Jacob ainda se encontrava parado, não tinha entendido, mas as palavras dela, machucou ele, profundamente.

Ele queria ter gritado que também a odiava, mas ele estaria mentindo, pois ele nunca conseguiria odiá-la, não quando ela era tão pura, meiga. Mas mesmo que ainda ela tivesse o pior defeito de todos, ele ainda não a odiaria. Não tinha como odiá-la, de forma nenhuma, não quando tudo que ele sentia em sua relação era amor, e não ódio.

Olhou mais uma vez por onde a garota tinha saído, e se sentiu um idiota, por achar que ela seria sua amiga de verdade, enquanto a própria, o trocou, na primeira oportunidade que teve, o trocou, quando achou um cara mais legal que ele, mais novo.

Ele queria gritar, queria bater em alguém, mas ele mesmo não entendia o porquê de estar tão bravo.

Talvez fosse o fato de não conseguir tirar Renesmee da cabeça, ou o fato de não entender o que ela tinha visto naquele playboy, mas ainda o fato mais provável, era por ela ser sua enteada.

E isso era o que estava o matando, aos poucos, mas ainda estava matando.

...