“A verdade foi descoberta, mais alguma mascara precisa cair em Jogo Maldito?”

(9º dia 15:30hrs)

_Shiro do que você esta falando? Danka por que você esta com as mãos levantadas? – Ana perguntou.

_Agora vocês irão saber toda a verdade! – Shiro disse nervoso enquanto ainda apontava sua bengala para Danka. – Vocês irão saber quem matou Arakawa!

_Não pode ser! A Danka, como pode? Ela também levou um tiro! – Ryan falou.

_Sim! Ela levou um tiro, e esse tiro é a minha prova de que ela foi a assassina.

A curiosidade estava estampada no rosto de todos eles, John que observava de longe podia ouvir tudo pois eles falavam gritando. Ryan, Juliana e Ana estavam totalmente desentendidos.

Shiro estava enfurecido, e o medo estava estampado na cara de Danka, ela estava imóvel.

_Danka é a assassina de Arakawa, foi ela quem matou minha querida, e aqui esta a prova! – Shiro destravou sua bengala que estava apontada para Danka e ela se transformou em uma arma de fogo.

Todos levaram um susto, e então puderam entender porque Danka estava com as mãos erguidas para algo tão banal, ela sabia que aquela simples bengala era na verdade uma arma!

_Apenas eu e minha esposa sabíamos da existência dessas falsas bengalas, elas foram deixadas em nosso quarto a fim de nos dar uma vantagem no jogo, visto sermos considerados a família mais fraca de todas!

Um “oh” de surpresa saiu de todos os que estavam ouvindo.

_Parem não escutem ele! – Danka falou.

_Sendo assim, só havia um jeito de Danka saber sobre a bengala ser falsa: O TIRO QUE ELA LEVOU FOI DA BENGALA DA ARAKAWA!

Uma surpresa tomou conta de todos, finalmente tudo fazia sentido! A partir daí não havia mais o que duvidar sobre Danka! Ela era realmente a assassina!

_Arakawa saiu de madrugada do quarto para tomar um pouco de ar, ela estava se sentindo claustrofóbica com toda aquela pressão, ela não quis me acordar por isso saiu sozinha, como vocês devem se lembrar, o quarto dos Albuquerque era o 2 e o nosso o 4, o 3 era o das lésbicas. – Todos prestavam atenção nos dizeres de Shiro.

_Demorou pouco tempo para eu perceber que Arakawa não estava no quarto, assim que acordei saí para procura-la mas já era tarde demais, Arakawa já tinha tomado um tiro certeiro partido de Danka, mas antes de morrer Arakawa também atirou, Danka não sabia sobre a arma escondida na bengala então nem tentou se defender, infelizmente o tiro de Arakawa não foi tão certeiro e não teve o mesmo efeito em Danka do que teve em minha mulher.

Todos ouviam boquiabertos aquela explicação, as lágrimas começavam a aparecer no rosto de Shiro e o ódio se estampava no rosto de Danka.

_Rapidamente os irmãos de Danka que já sabiam de tudo saíram correndo para acudi-la e leva-la para seu quarto, enquanto eu tentava socorrer minha mulher e as lésbicas entravam no Grande Salão cheias de armas.

_Como você pôde Danka? Eu cuidei de você e de seu irmão, e vocês dois nunca nos contaram nada, como puderam ser tão falsos e frios? – Ana gritou com Danka, ela queria partir pra cima de Danka mas Ryan a segurou.

_É por isso Ryan que eu não queria te contar antes quem era o assassino, a minha prova seria o silêncio sobre essa arma. – Shiro falou para Ryan apontando com o olhar a falsa bengala.

Tudo fazia sentido para todos agora, a morte misteriosa de Arakawa, o tiro que Danka levou, as lésbicas estarem próximas a cena do crime. Afinal o quarto delas era no meio dos dois.

_Arakawa saiu do quarto para tomar ar, as lésbicas foram buscar as armas escondidas por isso elas estavam com aquela bolsa misteriosa, mas o que Danka estava fazendo fora do quarto dela? – Juliana perguntou.

_Eu fui fazer a mesma coisa que as lésbicas, fui buscar armas e construir um arsenal para mim! – Danka respondeu fazendo uma cara sínica. –

_Mas nós não vimos você com nenhuma arma até agora! – Ryan questionou.

_Claro, eu as escondi. – Todos perceberam o tamanho da falsidade de Danka, como ela havia sido falsa e mentirosa sobre tudo até aquele momento. – Foi por isso que eu matei Arakawa, ela me viu com as armas, ela sabia, e eu não queria que ninguém soubesse.

_Você sabia que Saw e Nataly eram inocentes e mesmo assim deixou-as serem acusadas, você me enoja Danka. – Ana falou, Danka apenas a ignorou.

_Acho que essa conversa já terminou! – Shiro ia finalmente atirar em Danka. – Você tirou minha Arakawa de mim! – Shiro gritou em choros.

_Shiro não faça isso! – Ryan gritou. – Lembra do que Arakawa falou? “a vingança só vai gerar mais tristeza”.

_Eu sei, mas ela também ia dizer "estarei te esperando” se tivesse terminado a frase. – Shiro disse aos prantos lembrando-se dos últimos momentos em vida de sua esposa.

Shiro deu alguns passos para frente:

_Atire! Você acha que vai para o céu ver sua querida esposa fazendo isso? – Danka deu alguns risos. - Te vejo no inferno.

Shiro atirou no peito de Danka, que caiu no chão sucessivamente.

Todos se desesperaram, os eventos seguintes foram muito rápidos.

...

_Agora eu vou me encontrar com você minha querida Arakawa. – Shiro virou-se e colocou a arma em sua cabeça. – Espere por mim minha amada esposa.

_Espere Shiro, não! – Todos gritaram.

_Eu...

_Shiro não faça isso. – Ryan gritava.

_já estou indo...

_Não Shiro, não!

_Minha querida...

_Shiro é proibido suicídio! – Ryan tentou fracassadamente avisar Shiro.

_Arakawa!

E então Shiro atirou em si, seus miolos explodiram, jorrou sangue para todo lado, alguns pingos vermelhos espirraram nos rostos espantados da família Silva.

Shiro cometeu um suicídio! Tirou sua própria vida!

Os outros não haviam lhe avisado sobre a regra de ser proibido se matar. E agora, qual seria a tal punição que Owler havia falado?

Logo Shiro começou a esfarelar e a mensagem sobre a sua morte veio no celular de todos, mas porque antes da mensagem da morte de Danka? Por que a mensagem sobre a morte de Danka não veio?

Danka não estava morta!

Shiro não pôde nem ter certeza sobre ela estar morta por que havia perdido seu celular no incêndio do Grande Salão.

Risos bizarros assustaram a todos, era Danka em uma crise de loucura rindo desesperadamente enquanto levantava.

...

John assistia apreensivo a todos os acontecimentos, até que de repente ele foi assustado por uma mão em sua boca, John entrou em desespero, mas quando mais tentava gritar, mais a mão apertava sua boca, era Bruno.

_Preste atenção: Eu vou soltar sua boca e você não irá gritar, entendeu? – Ele falou sussurrando para John.

John acenou que sim com a cabeça e Bruno destampou sua boca.

_O que você quer? Se quisesse me matar já teria feito isso. – John observou um estranho cano amarrado no tórax de Bruno.

_Quero fazer a mesma coisa que você, apenas observar.

...

_Quem iria imaginar que esse babaca atiraria logo no meu peito, onde eu estava segura! – Todos puderam ver o colete de proteção que Danka usava. – Vocês não tem ideia do que eu encontrei nessa ilha no primeiro dia em que sai para procurar as armas.

...

_Vadia! – John falou baixo de longe enquanto lembrava-se de ter visto Danka colocar o colete.

...

_Se ao menos esse velhote tivesse atirado na minha cabeça, esse foi o meu único medo! Mas não! Ela tinha que atirar no peito, cometer o mesmo erro que sua esposa trouxa.

_Cala a boca! – Ryan gritou enquanto correu para perto de Danka e deu-lhe um soco na cara.

_Vai se fuder seu desgraçado. – Danka gritou para Ryan cuspindo uma bola de sangue.

_Olha como fala com meu marido sua vaca. – Falou Ana agredindo Danka com um tapa forte na cara.

_Vocês são tão idiotas mesmo, e pensar que estava tudo dando certo se aquele velho babaca não tivesse aberto a boca, ele deveria ter morrido quando eu explodi o Grande Salão!

_Então foi você que causou tudo aquilo, como você pôde! – Ana falou.

_Sim, fui eu! Já tinha tudo pronto para explodir aquilo, mas eu não fiz tudo sozinha, Erick e Mayra me ajudaram, eles reuniram tudo o que precisávamos para sobreviver, as armas, as comidas enfim, esperamos o momento que tivesse mais gente que poderia morrer lá dentro e eu explodi enquanto os dois se escondiam para criar aquela desculpa idiota.

_Seu próprio irmão perdeu um braço com essa sai atitude sua vadia, você não tem vergonha na cara? – Ana por fim explodiu.

_Bruno era certinho demais, por isso não podíamos falar para ele sobre o plano, quando eu explodi o Grande Salão não sabia que ele estava lá dentro! Eu não tive culpa, mas mesmo assim o plano valeu a pena, além de deixar os outros jogadores sem suplementos outro objetivo do plano era fazer os jogadores finalmente se atacarem e parece que esta dando certo.

_Afinal Danka o que você esta fazendo aqui, por que você veio atrás da gente novamente? Seu irmão não esta mais aqui.

_Eu sei, ele me contou pelo celular, eu vim aqui simplesmente por um motivo: Eu preciso de dádivas e pretendia matar alguém!

Aquilo foi o suficiente para Ana explodir de vez, saber que aquela mulher que ela salvou da morte pretendia matar um membro de sua família era demais para suportar, Ana se jogou de Danka e as duas caíram no chão.

Ana dava vários tapas e murros na cara de Danka, que por sua vez arranhava toda a costa de Ana com suas grandes unhas.

Ryan estava em dúvida sobre se devia separar as duas ou deixava Ana expressar sua raiva.

Ana e Danka rolavam no chão e se machucavam, Ana ergueu a cabeça de Danka com as mãos e fortemente a jogou de volta no chão em cima de uma pedra, Danka quase perdeu a consciência, mas aquele ato acendeu a ira de Danka finalmente.

Danka por fim tirou de sua cintura uma faca e enfiou na barriga de Ana.

...

John lembrou-se da faca, ele sabia que ela estava portando a faca, ele a viu com ela quando ela matou o javali na floresta, assim como o colete que ela vestiu.

_Deve ser difícil para você ter ouvido sua irmã falar aquelas coisas, tipo, por culpa dela você perdeu um braço. – John falou para Bruno.

Bruno por sua vez não respondeu nada, apenas continuou observando toda aquela briga.

...

Ryan e Juliana tentaram socorrer Ana mas já era tarde demais, antes que eles pudessem se aproximar, Danka já tinha fincado novamente a faca em Ana, mas dessa vez no coração!

_Ana! – Ryan gritou enquanto corria para sua mulher, ele deu um chute na cara de Danka tirando-a de cima de sua esposa.

_Sua vadia! – Juliana gritou, ela pegou sua marreta e iria detonar a cabeça de Danka, mas Danka era forte e segurou o braço de Juliana.

Lilian chorava desesperadamente com toda aquela confusão!

_Ana! Ana! Fale comigo! – Ryan desesperado chorava no rosto da mulher enquanto o sangue de Ana jorrava. – Anaaaaaaaaaaa!

_Cuide delas. – Ana falou lentamente e então fechou os olhos.

_Mãe! – gritou Juliana.

A mensagem no celular chegou, Ana começou a esfarelar. Ana estava morta!

...

_Você! – Ryan falou com os olhos vermelhos de lágrimas olhando para Danka. – Você é a culpada de tudo isso! Você causou a morte do Shiro, matou a Arakawa e agora matou minha esposa! Você precisa morrer!

_Então por que você não tenta? – Danka falou toda de si.

Ryan apontou sua arma para Danka, pronto para apertar o gatilho.

_Te vejo no inferno vadia! – falou Ryan.

...

_O que você esta fazendo? – Perguntou John quando Bruno tirou o estranho cano que tinha amarrado em sua costa, colocou algo dentro dele e levou-o a boca.

_Não se preocupe, eu não vou mata-los.

...

Ryan estava pronto para atirar na cabeça de Danka quando foi surpreendido, uma estranha agulha picou seu braço que estava estendido com a arma apontada para Danka.

_O que é isso? – Ryan perguntou, mas não teve muito tempo para pensar pois logo perdeu a consciência.

_Pai! – Juliana gritou.

_Não se preocupe. – Bruno falou, saindo do esconderijo que estava e revelando John.

_Seu maldito, o que você fez com o meu pai?

_Sabia que você apareceria para me ajudar. – Falou Danka com um longo sorriso mortífero no rosto.

_Eu apareci, mas não foi para te ajudar. – Bruno respondeu. - Você cometeu um erro ao me ligar para perguntar onde os Silva estavam Danka, você nem imagina o quanto eu queria te encontrar.

_O que? – Danka perguntou.

Bruno colocou sua zarabatana novamente na boca, e antes que Danka pudesse fugir Bruno a atingiu com um dardo. Danka caiu no chão inconsciente.

_O que você fez com eles? – Juliana perguntou com a cabeça de seu pai desmaiado em seu colo.

_Não se preocupe, seu pai esta apenas dormindo. – Bruno respondeu, se aproximou de Danka e a colocou sobre o ombro. – Eu vou cuidar dela, podem ficar tranquilos que ela não irá mais incomodar vocês.

_Hey e meu pai? – Juliana gritou para Bruno que sumia dentro da floresta.

_Esse dardo é apenas sonífero, em algumas horas ele irá acordar. – Bruno respondeu, e depois sumiu dentro da ilha.

...

_O que você esta fazendo aí? – Juliana perguntou para John assim que Bruno sumiu da vista.

_Eu tenho noticias para você, sobre o Willian, foi ele quem me mandou aqui. – John medroso se aproximava de Juliana com os braços erguidos em sinal de paz.

_O que Willian quer? – Juliana começava a se animar, apesar dos acontecimentos terríveis que acabara de enfrentar.

_Ele me mandou dizer-lhe as seguintes palavras: “Hoje a meia noite te espero no lugar onde o melhor momento de nossas vidas aconteceu”, e te mandou o número de celular dele. – Continuou John entregando o papel para Juliana.

_Obrigada! – Respondeu Juliana dando um abraço inesperado em John enquanto suas lágrimas rolavam.

_Eu sei o quanto você está sofrendo, eu também perdi uma pessoa querida nessa ilha. – Falou John acariciando os cabelos roxos de Juliana, que chorava desesperadamente em meio a soluços.

Por alguns minutos os dois ficaram assim, abraçados confortando um ao outro, Ryan continuava desmaiado, mas então os dois foram surpreendidos.

Os celulares começaram a tocar, eles atenderam.

...

(9º dia 17:30hrs)

_Olá jogadores do Jogo Maldito, aqui quem vos fala é Owler. – irônico como sempre, Owler começou sua chamada, insensível com os sentimentos alheios. – Essa ligação está sendo transmitida para todos da ilha e por um motivo: Descumprimento das regras.

Juliana que já tinha soltado de John se assustou, ela assim como John, sabiam do que Owler estava falando, o suicídio de Shiro.

_Para quem não sabe, a penúltima morte foi uma quebra de regras. – Continuou Owler. – O jogador Shiro cometeu suicídio, e como já havia sido avisado: É EXTREMAMENTE PROIBIDO AOS JOGADORES COMETEREM SUICIDIO! Caso isso fosse acontecer algum outro jogador deveria matar aquele que tentaria o suicídio. Agora, aqui vai a punição de vocês por causa do suicídio, olhem para o céu.

Juliana e John olharam imediatamente e viram um helicóptero jogar um paraquedas, do mesmo tipo que vem quando jogaram as armas ou as dádivas, só que o paraquedas era maior, aquele não era um paraquedas para coisas, mas para pessoas. O paraquedas portava uma rede fechada, e dentro dela alguma coisa se mexia!

...

_Isso mesmo, a punição para cada suicídio cometido será uma nova família acrescentada ao Jogo Maldito! Imagino que isso não seja agradável para vocês jogadores, afinal o jogo pode se tornar infinito se os suicídios continuarem!

O pavor estava claro no rosto de todos os jogadores! Aquela era a pior punição possível, não importava quantos matassem, mais jogadores surgiriam caso alguém se matasse e assim o jogo se tornaria infinito!

_Para o bem de vocês jogadores, é bom que ninguém mais cometa suicídio! Agora, uma nova regra para vocês jogadores, espero que sejam mais espertos dessa vez e não a descumpra: É terminantemente proibido matar membros de sua própria família!

A regra era um pouco esquisita para alguns.

De longe os jogadores viam o paraquedas cada vez mais se aproximar do chão, e por fim ele chegou ao chão. O paraquedas caiu próximo á onde Laura e Willian estavam, portanto os dois foram os primeiros a ver os novos jogadores.

...

Você leitor dessa história deve estar ansioso para saber sobre os novos jogadores, mas antes que tal uma nova revelação? Já que estamos no clima de revelar mistérios, eu vou revelar um para vocês.

Todo livro tem um autor, todo jogo tem um começo, tudo que começa tem um motivo.

Por vários motivos eu achei que seria bom eu manter minha identidade escondida nesse livro, afinal o meu trabalho não é dos mais normais, mas mesmo assim acho que é bom vocês leitores saberem quem esta escrevendo. Portanto agora eu vou me revelar.

Esse livro não é escrito sozinho, ele tem um escritor e esse escritor é conhecido por vocês leitores como Owler.

Mas é claro que esse não é meu nome verdadeiro! Então por que eu uso esse nome? Talvez revelar isso seja demais já, afinal existem alguns segredos que eu preciso manter no meu trabalho.

Ou você acha que ser o narrador de um jogo mortal transmitido a nível mundial controlado e financiado pela própria ONU é fácil?

...

(mortos até o momento)