Lilin escutou todo o plano e decidiu calar-se observando apenas, as tropas estavam se localizando perto do esconderijo, um lugar fechado, antiga escola agora ocupada pelos rebeldes humanos; planejavam atacar ao anoitecer assim pegariam de surpresa, com o líder do ataque explicando todo o desenvolvimento do plano, Abaddon explicou que com os novos humanos um demônio líder teria que fazer a possessão, neste ponto Lilin entrava, o sacrifício e as cascas deveriam ser esvaziadas e deixadas com menor energia ainda, sucessíveis a dominação dos demônios, o ritual seria na madrugada, onde humanos e demônios apreciariam o controle e forma real do inferno.

A ruiva tinha prazer em servir nesse ponto, as almas puras deixavam mais viva a sua magia succubus, o único problema seria o sacrifício, o ato em si de abrir as portas e liberar os demônios para a vinda a terra, com isso ela deveria receber todos na sua casca primeiro, após o banho de sangue, Abaddon iria por em jogo a casca que ocupava agora, um teste mais do que fatal, já que libertando outros demônios ela poderia ficar presa novamente, a ligação com o inferno seria mais forte, por isso eram usados os mais poderosos demônios, só eles aguentariam a pressão e a força exercida pela ligação. Ao concordar ela estaria se jogando no inferno novamente, mas não tinha volta, precisava demonstrar o poder que tinha, ela comandaria os demônios libertados, seria a dona da sua primeira tropa, quanto mais humanos, maior será o seu poder para aqueles que virão para a terra.

Joseph foi levado novamente ao quarto, com ordens de se arrumar e esperar a volta de sua dona, este foi obrigado a obedecer após apanhar nas mãos dos demônios. Com o terno escuro e cabelos arrumados outros demônios o levaram novamente para fora do quarto, ao ar livre já sob a luz da lua se viu cercado de outros, um grande circulo se formava e foi para a sua maior surpresa achar humanos ajoelhados ao redor de Lilin, esta estava vestida com branco puro e ouro, os cabelos balançavam pelo fogo ao redor, as tochas iluminavam o local, pode reparar que os humanos estavam conscientes, assustados e presos no lugar, procurou entre os rostos algum conhecido, mas nenhum lhe foi familiar para seu alivio, a ruiva o observou de longe, sorrindo ao caminhar ao seu encontro.

– Bem vindo ao ritual de libertação, porquinho. – sorriu dando-lhe um sorriso sedutor e amedrontador.

– O que significa isso? – perguntou confuso.

– A vinda de mais de nós para a terra, irei abrir o inferno. – afirmou se afastando – Aproveite a festa.

Abaddon observou a aproximação dos dois, intrigado com a forma como ela tratou o humano, mostrando o ritual dando-lhe a primeira visão dos monstros que realmente eram sorrindo sentiu a picada do medo do garoto vagar no ar, humanos eram meras cascas, objetos para uso, e ali Lilin mostraria como era ser um monstro.

– Sejam bem vindos hoje a mais um ritual de libertação! – exclamou Abaddon a todos – Nesta noite iremos abrir o inferno e possuir nossas cascas, é o primeiro ritual da minha jovem filha, Lilin terá seu exercito pela primeira vez, que venham 50 demônios a terra!

Lilin sorriu levantando as mãos em sinal de agradecimento aos céus, os tambores começaram a soar e a melodia africana foi reconhecida por Joseph que apenas observava todo o ritual, a ruiva deslizou pelo circulo de humanos, tocando cada um deles, homem e mulher, jovens e velhos, ela estava enfeitiçando a todos, sentindo suas energias, a alma mais pura seria a sacrificada, parando em frente a uma jovem loira a fez levantar e ficar no centro do circulo, encantada pela sedução succubus a garota obedeceu sem contestar, deixando-a ali voltou ao circulo, colocando cada um de pé, beijando-lhe os lábios suavemente, extraindo o néctar que a fortalecia, com toques e caricias Lilin despia cada humano ali presente, homens de suas calças e mulheres de seus vestidos, não precisava de amarras já que ela os controlava com a mente, com os beijos e lambidas todos ali estavam excitados de mais aos olhos dos outros demônios, ela os deixavam tocá-la, apalpá-la, adorar seu corpo, como se fosse à obra mais bela do mundo.

Joseph não teve com negar que aquilo era verdade, se via preso aquele encanto também, a um passo de seguir pra lá e deixá-la fazer o mesmo com ele, seduzi-lo e possuí-lo, ela sorriu vitoriosa toda energia do prazer já habitava seu corpo, a única presa ainda intacta era a jovem ao centro, todos os outros estavam tocando-se, libertando-se em seus prazeres com as próprias mãos, era assim o poder succubus, a tentação era a chave para a liberdade do prazer, caminhando de encontro a jovem loira, Lilin beijou seus lábios, lambendo a carne, mordiscando o pescoço, tocando-lhe os seios, deslizando as mãos entre as suas pernas, os gemidos de prazer da loira foi o som mais ouvido acima de todos os outros, Joseph tinha certeza que a jovem virgem se entregaria de corpo e alma para a demônio em instantes, até ver nas mãos da ruiva uma adaga de ouro, ele sabia o que viria a seguir antes mesmo de acontecer, com um ultimo gemido no ápice do prazer a loira gritou, a lamina atravessando seu peito e o sangue deslizando por sua pele com seu corpo caindo ao chão. Lilin deslizou a língua pelo liquido vermelho, lambendo com um prazer diabólico aos olhos de Joseph, ajoelhando-se a ruiva passou as mãos no corpo da jovem, desenhando na pele símbolos que foi difícil o moreno identificar ao longe, uma invocação pelo que percebeu, já que a demônio sussurrava as palavras enquanto escrevia, no ultimo símbolo esta começou a passar o sangue em sua própria pele, fazendo um único desenho sobre o peito, caminhando para uma mesa ainda no meio do circulo pegou um cálice dourado levantando-o para cima com o cantigo a soar pelos seus lábios, bebendo seu líquido ela sorriu fechando os olhos, a taça deslizou de suas mãos e o sangue manchou o gramado no momento que todas as tochas soltaram labaredas de fogo, o portal do inferno estava aberto.

– Eis o sacrifício de uma virgem. – disse a ruiva, mas sua voz transformada em uma pavorosa sinfonia – Que sua alma seja o desejo do diabo, Lúcifer aceite a vossa oferenda e nos conceda aquilo que precisamos, liberte nossos iguais.

– Liberte nossos iguais. – todos os outros demônios repetiram.

– Venha a nós que faremos daqui o teu reino. – rugiu Lilin jogando os braços pra cima, tombando a cabeça pra trás.

Trovões foram ouvidos conforme a fumaça preta cercava a ruiva cada vez mais, seu corpo foi jogado pra cima, levitando fora do chão à mesma posição tomada como se era ela quem estivesse sendo possuída, e era exatamente isso, a fumaça se expandiu para todo o circulo de humanos cobrindo-os também, aquela coisa passou a sair da boca de Lilin, deslizando de seus lábios para os corpos dos humanos, cada um foi desabando no chão após a invasão, todos agora possuídos, meras cascas para os demônios que agora ali habitavam, após o ultimo o corpo de Lilin também foi ao chão, a expectativa pairou no ar Abaddon esperava que o plano tivesse funcionado e sua filha ficara presa no inferno, mas assim que a ruiva se mexeu, levantando-se imponente e mais forte do que nunca tinha certeza que ela seria um grande problema futuramente.

– Demônios levantem-se. – disse Lilin já firme – Curvem-se diante de seu mestre.

Todos os corpos colocaram-se de joelhos diante dela, enquanto os outros demônios aplaudiram dando fim ao ritual, Joseph sentiu uma mão tocar seu ombro e a voz de Abaddon sussurrar.

– Esta na hora de descansar humano, já viu até de mais.