As menias já estavam no carro, regidas ao som de 'Titanium', Hanna acompanhava cantarolando baixa e Aria acompanhava com a voz um pouco mais alta enquanto dirigia, era um clima gostoso e descontraído.

–Você canta bem Aria

–Obrigada, meu tio foi um bom professor

–Não desmereça seu talento - (as duas dividiram um sorriso terno após essa frase , a loira mexeu no celular e percebeu que havia uma mensagem não lida)

'Não pense que esqueci você, ainda temos que conversar melhor, eu não paro de pensar em você, Hanna agente tem que se ver...Me liga. Julie '

–Merda! - (a loira não percebeu que tinha falado isso alto)

–O que foi?

–Só aquela garota idiota de novo

–Julie não é?

–Sim mas como você sabe?

–Recebi um e-mail hoje mais cedo, com a relação de alguns alunos novos, e essa relação vem com a foto e as informações básicas do novo aluno, reconheci

–Aula de artes? -(perguntou confusa) -Ela nunca gostou disso, estranho

–Tenho certeza que é ela ,foi uma inscrição de ultima hora, as vagas abrem na metade das aulas da primeira turma, ela se inscreveu no mesmo dia que você buscou os quadros, que era o ultimo dia das inscrições

–Estranho, bom eu não vou responder essa mensagem, cansei de brincadeira

–Deve ser terrível, mas você me disse que estava namorando não é?

–Sim estou o nome dele é Caleb

–Então você é bi ?

–Acho as pessoas tão charmosas, parece um crime escolher um sexo só, e você é hétero?

–Sim, quer dizer eu acho - (balançou a cabeça confusa e fez a loira rir) -É que teve uma vez na minha antiga escola, isso no primeiro ano, que eu fiquei totalmente encantada com uma garota, ela era linda, em todos os sentidos que se possa imaginar, ela sentava na fila ao lado, duas cadeiras a frente, e eu podia passar horas olhando pra ela, e eu até tinha vontade de beija-la - (disse olhando rapidamente pra baixo) -Mas nunca tive coragem de falar com ela, no ano seguinte ela saiu da escola, então só me chamaram atenção os garotos

–Que bonitinho, e qual era o nome dela?

–Aubrey

–Hum então já teve uma paixonite lésbica

–Sim, eu já tive uma paixonite lésbica

–Mais alto

–Eu já tive uma paixonite lésbica - (falou mais alto)

–Mais alto

–EU JÁ TIVE UMA PAIXONITE LÉSBICA - (gritou e Hanna acabou rindo)

–Ai ai nós garotas somos um pecado

–Mas voltando a falar da Julie, se você tem namorado, gosta dele e ele te faz feliz, por que ela mexe tanto com você? Ele te faz feliz não faz?

–Faz e muito, é só que eu , ou melhor ela, é hum ..

–Você ainda gosta dela - (disse num tom brincalhão)

–Claro que não - (disse nervosa)

–Ah você gosta

–Não eu não gosto

–Gosta sim

–Claro que não

–Hanna.. - (disse olhando firme pra loira)

–Ok, eu ainda gosto dela

–Mais alto - (disse Aria rindo e ganhando um olhar de indignação de Hanna)

–Eu ainda gosto dela - (aumentou a voz)

–Mais alto

–EU AINDA GOSTO DELA !

–Nós garotas somos um pecado

–E vingativas - (disse Hanna , em seguida olhou pelo vidro e avistou sua casa) - Minha casa é aquela mais a frente

–Ok - (a morena avistou, e não demorou muito para estacionar, acabou reconhecendo a casa) - Eu conheço essa casa, seu pai é advogado

–Como sabe?

–Antes de começar a dar aula eu trabalhava os escritório dele, reconheci a casa de uma foto que ficava na sala dele, uma que ele está com você

–Sei, é uma foto do natal do ano passado

–Eu trabalhei lá por uns dois meses, a namorada dele sempre foi gentil comigo, diferente da maioria que ia lá - (quando a loira ouviu a palavra namorada um nó veio na sua garganta)

–Namorada?

–Sim, uma moça alta dos cabelos escuros, ele sempre me pedia pra manda flores pra ela, e reservar jantares em restaurante chiques fora da cidade.

–Claro a namorada dele, eu tinha esquecido - (fingiu com perfeição)

–Te entendo, não gostava muito dos namorados da minha mãe também

–A proposito você sabe onde ela mora?

–Não, seu pai me dava o endereço do escritório de publicidade onde ela trabalhava

–Então a vadia é publicitária - (dessa vez a loira teve o cuidado de falar bem baixo e se desprendeu um pouca da conversa)

–Algum problema?

–Não não, eu só queria me aproximar mais dela sabe, deixar um pouco de lado esse estereótipo de madrasta do mal, pelo bem do meu pai sabe

–Ah sim, bom ela trabalha no prédio ao lado da prefeitura

–O vermelho

–Esse mesmo, no quinto andar

–Muito obrigada, pela carona e por isso principalmente - (tirou o sinto)

–Por nada - (sorriu e a loira saiu do carro)

–Até amanhã

–Até Hanna

O carro da morena se foi, e tudo que pasava na cabeça de Hanna, é que a vadia que tinha acabado com sua família, logo logo iria conhecer sua nova enteada.