Nightingale escrita por GiuhBatiston


Capítulo 7
Capítulo 5 - Parte 2 - Wonderwall


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei... Prometi postar sexta passada, mas... Eu não estava muito feliz com a segunda parte do capítulo, então fiz algumas mudanças ;D

Espero que vocês gostem!



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Eram nove horas quando a campainha tocou. Lissa dessa vez não tinha ficado perturbando querendo me fazer de Barbie. Em outros dias eu teria dado graças a Deus, mas eu estava sentindo uma vibe diferente, ela parecia ansiosa, como se esperasse que uma bomba fosse explodir a qualquer momento. Mas eu não poderia me dar o luxo de ficar nervosa por ela, não naquele momento. Eu já estava nervosa o suficiente por mim mesma. Quando a campainha tocou eu dei um pulo e sai correndo pra atender a porta. Dimitri estava parado lá, parecendo um príncipe com uma calça jeans preta, uma camisa branca e uma jaqueta de couro preta jogada por cima. Seu cabelo estava preso num rabo de cavalo na nuca e seu pós-barba parecia mais intenso, como se ele tivesse passado só um pouquinho a mais. De repente me senti mal arrumada, pois eu vestia apenas um short jeans com uma regata e um tênis de cano alto.

- Boa noite Camarada. – respondi sorrindo.

- Boa noite Rose. – ele retribuiu meu sorriso, mas de uma forma mais tímida. - Você esta muito bonita. – elogiou-me. Percebi que ele me dando uma olhada de cima abaixo.

- Obrigada Camarada, mas eu estou bem simples.

- Quanto mais simples, mais bonito. – ele contra argumentou me fazendo corar.

- Ah meu Deus! Você conseguiu deixar Rose sem graça! – meu irmão exclamou vindo se despedir.

- Sai daqui Luke! – exclamei tentando fechar a porta na cara dele.

- Deixa de ser chata garota! Só vim te trazer um casaco pra você não morrer congelada. – ele me entregou o casaco e se virou para Dimitri. – A propósito, você é o cara. Sabe quantas pessoas deixam essa garota com vergonha? Pouquíssimas!

- Ok, hora do irmão ir embora! – ele gargalhou enquanto eu o empurrava para dentro.

- Seu irmão parecesse ser legal. – Dimitri comentou.

- Disse certo Camarada. Parece. – entrei no carro e bati a porta um pouco forte demais. – Desculpa. – murmurei.

- Relaxa Rose, é coisa de irmão. Eu tenho três irmãs que adoram pegar no meu pé. – apesar da critica seu tom de voz era caloroso e saudoso.

- Elas estão aqui na América? – perguntei. Adorava quando ele compartilhava pedacinhos da sua vida comigo.

- Só a caçula. As duas mais velhas moram na Rússia com seus maridos. – ele olhou para frente e parecia perdido em pensamentos. Após mais alguns instantes de silêncio ele decidiu ligar o rádio.

- Fala sério! Country Dimitri? Não tem mesmo nada melhor pra você ouvir? – falei exasperada.

- Qual é a sua definição de música de qualidade mesmo? – ele perguntou soando irônico.

- Ah, você sabe... Eminem, Jay-Z, David Guetta...

- Você sabe que eu não tenho nem ideia do que você está dizendo não sabe? – sem falar nada troquei de estação e coloquei numa de Rap. – Isso é o que você chama de música? Pelo amor de Deus! – então ele voltou para a estação de country. Eu ia abrindo a boca para protestar, mas então dei de ombros e decidi deixar pra lá. Dirigimos durante vinte minutos até chegar no píer. Uma fogueira ardia na praia e pessoas dançavam em volta dela. Fui até um barril de cerveja servindo um tanto pra mim e outro para Dimitri – que negou alegando que teria que dirigir.

- Rose! – ouvi a voz de Mason me chamar. Virei de costas para topar com ele e Eddie vindo em meu encontro.

- Hey meninos! – exclamei. Mason olhou de uma forma um tanto quanto estranha para Dimitri. – Ah, Dimitri, estes são Mason e Eddie, dois amigos da escola. Meninos, esse é Dimitri. Novo sócio do Eric. – disse apresentando-lhes. Após um rápido aperto de mãos começamos a conversar sobre as fofocas da escola, até Mason me chamar para dançar.

- Não sei não Mase. – respondi-lhe meio nervosa.

- Ah qual é Rose, não vai amarelar, vai? – eu olhei para Dimitri esperando que ele me oferecesse salvação.

- Pode ir, vou ficar bem. – respondeu o traidor. Após um longo suspiro decidi acompanhar Mase até o centro da pista. Estava tocando No Air (http://www.youtube.com/watch?v=dRNVyGOkxb4 entre 0:16 e 1:29).Mase esticou a mão sinalizando que eu deveria começar que ele acompanharia meus passos. Tinha sido sempre assim. Desde que nos conhecêramos e eu o arrastara para fazer aulas de street dance comigo. Após tanto tempo dançando junto, começamos a aprender os sinais do corpo um do outro e agora já era fácil acompanhar. Assim que comecei a dançar me senti imediatamente envolvida pela dança, de repente todo mundo parara de existir e havia apenas eu ali. Quando dei por mim a música já havia acabado e meus amigos gritavam e batiam palmas a minha volta. Meu cabelo grudava na minha nuca e minha respiração estava ofegante, mas nada disso importava realmente. Aquela era a primeira vez em que eu me sentia verdadeiramente viva nos últimos meses.

- Nós arrasamos. – Mason comentou sorrindo.

- Nós sempre arrasamos Mason. – corrigi-o, sorrindo também. – Eu estive afastada da dança por um tempo, mas eu estive pensando, acho que vou procurar um local pra começar a dar aulas para crianças carentes, o que você acha? – perguntei-lhe.

- Eu acho ótimo. Poderia inclusive ajuda-la. – ele pausou por um instante, medindo suas próximas palavras. – Fazia tempo que eu não via a velha Rose. É bom ter você de volta.

- Obrigada. É bom estar de volta. – comentei sorrindo. Olhei ao meu redor dando pela falta de Dimitri. Pedi licença a Mason e fui procurar por ele. Após alguns minutos andando em meio às pessoas, avistei ele sentado de frente pro mar.

Eu sentei ao seu lado e durante alguns minutos ficamos em silêncio. Eu não saberia dizer o porquê, mas entre nós não havia necessidade de sair falando. Às vezes o silêncio era tão confortável quanto.

- Não está se divertindo, Camarada? – perguntei.

- Esse só não é bem o meu tipo de festa. – ele argumentou.

- Me desculpe, a minha intenção era fazer você se divertir. Não pretendia que você ficasse sozinho olhando pro nada.

- Relaxe Rose. Isso é algo que eu gosto de fazer. Eu gosto de ficar sozinho, é pacifico, me ajuda a pensar e relaxar. Não gosto muito do barulho de outras pessoas a minha volta.

- Nunca tinha visto por esse ponto. Eu sempre gostei de ficar cercada por pessoas, sempre gostei de fazer barulho e de chamar a atenção. Acho que isso faz com que eu me sinta mais viva.

- É um modo de se ver. Mas será que você não gosta de tudo isso por que, na verdade, tem medo da solidão? – ele fez com que eu parasse pra refletir durante alguns instantes. Talvez fosse verdade e eu realmente tivesse medo da solidão, mas mesmo sem meus pais, eu era capaz de reconhecer que havia muitas pessoas importantes a minha volta. Eu nunca ficaria sozinha.

- Ok, tenho uma ideia. – disse mudando totalmente de assunto. – Por que você não faz um esforço pra se divertir e na próxima vez eu deixo você me levar para a sua ideia de diversão? O que você acha?

- Tudo bem. Mas vou logo avisando, minha ideia de diversão é completamente diferente da sua. – ele disse com um tom de alerta soando na voz.

- Ah Camarada... Você ainda não viu nada. A noite esta apenas começando. Acho que vou fazer você perceber que a minha ideia de diversão não é tão ruim assim. – respondi lhe lançando um sorriso que eu sabia ser meio diabólico. Dimitri resmungou algo em russo e em seguida se levantou.

- Já que você quer que eu me arrependa, é melhor irmos logo. – ele me puxou em sentido a pista de dança e após um “espere aqui” sumiu no meio da multidão, voltando alguns minutos depois com um sorriso de tirar o fôlego.

(http://www.youtube.com/watch?v=Xs9X8NhQJF4 - é muito importante que vocês acompanhem com a música, ok?)

- Me concede essa dança? – ele perguntou estendo a mão. Assim que nossos dedos se tocaram uma corrente elétrica percorreu meu corpo. Uma música lenta começou a tocar e nós começamos a girar, as pessoas a minha volta se tornando apenas um borrão e uau... Como ele dançava bem! Senti-me parada no tempo, era como se houvesse apenas nós dois no mundo, seus olhos me encarando profundamente faziam com que eu me sentisse aquecida e quando desceram para meus lábios eu senti um aperto na boca do estômago. De repente me vi desejando aquele beijo mais do que tudo. Eu precisava dele como precisava do ar para respirar. Seus olhos voltaram para os meus e naquele momento eu percebi que ele também desejava a mesma coisa. Sem pensar duas vezes inclinei minha cabeça um pouco para frente com apenas alguns milímetros nos separando. Foi apenas um roçar de lábios, suave como uma pluma, mas ainda assim, quando ele encostou seus lábios no meu senti meu coração disparar e meu corpo todo sentiu necessidade por mais e quando ele se afastou pareceu cedo demais. A música havia terminado e outra mais agitada estava começando. Dimitri me encarou, mas não disse nada e eu percebi que estava prendendo a respiração.

- Você dança muito bem. – disse-lhe.

- Obrigado. Apesar de muito diferente, nós também costumamos ter algumas festas na Rússia. – ele soltou uma risada, mas era de nervoso. Subitamente comecei a falar um monte de besteiras por que era isso que eu fazia quando ficava nervosa, até que ele me disse que estava ficando tarde e que deveríamos ir. Durante a volta o silêncio se instalou dentro do carro, e perdurou até que chegamos em casa.

- Rose. – Dimitri me chamou quando eu já estava na porta.

- Sim? – eu voltei até o carro esperando-o falar mais. Ele abriu a boca e depois fechou, como se não soubesse o que dizer, ou não quisesse falar o que ia em sua mente.

- Obrigado. Eu realmente me diverti hoje.

- Sempre feliz em fazê-lo feliz Camarada. – e assim subitamente o clima estranho se fora. – Espero que isso queira dizer que você ainda vai fazer com que eu me sinta entediada com sua ideia de diversão.

- Com certeza. Vou deixar você tão entediada que você nunca mais vai querer saber de outra coisa. – respondeu-me com um sorriso.

- Boa noite Dimitri. – disse-lhe com um sorriso se espalhando pelo rosto.

- Boa noite Rose. Durma bem. – com essas palavras eu me deixei subir até meu quarto, ou melhor, flutuar. Por que era assim que eu me sentia enquanto subia as escadas. Eu me sentia nas nuvens. Feliz de uma forma que homem nenhum me fizera, nem mesmo Adrian com todo... Lissa se jogou em meus braços assim que abri a porta de meu quarto. Perdida em todo meu devaneio não a tinha visto até que ela se jogou em cima de mim, seu corpo magro tomado por soluços enquanto ela chorava.

- Oh meu Deus, Rose... Eu estou tão ferrada. – ela disse em meio as lágrimas.

- O que aconteceu Liss? – perguntei subitamente preocupada.

- Eu estou literalmente muito ferrada! – ela exclamou se jogando em meus braços novamente e voltando a chorar.


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Notas finais do capítulo

Então... Primeiro beijo Romitri *--* Mas já vou avisando pra não ficarem muito empolgadas, as coisas estão prestes a ficar realmente muito enroladas pra coitada da Rose. Sabe quando acontece tudo de uma vez? Pois é...

Enfim, deixem seus comentários, é muito importante pra mim saber o que vocês estão achando da fic.

PS: A coisa tá realmente feia pro lado da Lissa, mas vocês vão ter que esperar até o próximo capítulo pra saber o que exatamente está acontecendo.

Beijinhos meus amores.