Nightingale escrita por GiuhBatiston


Capítulo 4
Capítulo 3 - Angels Among Us


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas!Eu sei que eu demorei mais do que o habitual, mas é que vou entrar em semana de provas essa semana agora e acabei ficando meio sem tempo por causa dos estudos. Mas antes tarde do que nunca, já dizia minha avó!Ah, eu decidi adicionar o link das músicas que inspiram o título dos capítulos. Em geral, elas não me inspiram nos capítulos em si, só nos títulos mesmos. Já alterei os capítulos anteriores se quiserem darem uma olhada... O título desse é de uma música que foi regravada pela Demi Lovato - uma que eu particularmente amo. http://www.youtube.com/watch?v=r8TgMkbMPkcEnjoy ♥



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Eu estava à deriva, flutuando no ar. Era uma sensação tão gostosa, tudo havia sumido. Toda a dor, toda a preocupação e todo medo tinham se esvaído de dentro de mim e eu me sentia leve como uma pluma.

Então eu senti um peso na minha cabeça, uma explosão de vozes que gritavam meu nome e me levavam a loucura. Tentei mover meus braços pra tampar meus ouvidos, mas eles estavam pesados como se fossem de chumbo. Tentei abrir meus olhos, mas também não consegui e então o infinito me engolfou. Tinha a sensação de ter se passado milênios, ou talvez apenas horas ou dias. Eu não saberia dizer. De repente o peso pareceu sumir e eu tentei novamente abrir meus olhos.

Um anjo estava prostrado sobre mim. Ele tinha longos cabelos castanhos e profundos olhos cor de chocolate. De suas costas pareciam sair asas. “Eu estou no paraíso” – pensei. Mas então as vozes começaram novamente, só que desta vez eu conseguia ouvi-las melhor.

– Rose, aguente firme. – disse uma voz firme e ao mesmo tempo suave.

– Por que você teve que fazer isso consigo mesma, querida? – esta outra voz era um tanto maternal e eu tinha a nítida sensação de conhecê-la de algum lugar, eu só não sabia de onde. Tudo estava confuso. Era como se eu tivesse sido pega no meio de um redemoinho e jogada de um lado para o outro. Fechei meus olhos e me perdi no tempo novamente. Quando enfim abri meus olhos uma claridade me ofuscou.

– Rose? Querida, você está me ouvindo? – Olhei ao meu redor. Teto branco, paredes brancas e alguma coisa emitindo um bip irritante. Virei minha cabeça para o lado e vi Rhea sentada na cadeira ao lado.

– O que... O que aconteceu? – perguntei meio grogue. Minha garganta estava seca e doía falar.

– Você não se lembra? – ela parecia muito preocupada, mas a verdade é que eu me lembrava sim. Mas desejava muito esquecer.

– Algumas coisas sim, eu me lembro. Outras são só um borrão. – procurei ser o mais honesta possível. Eu sabia que o corte tinha sido profundo, mas não tinha sido minha intenção. – Eu não estava tentando me matar. Eu só queria que a dor parasse.

– Bem, você teve muita sorte. Os médicos disseram que você perdeu muito sangue. Tivemos até que fazer uma transfusão de sangue. Sorte que seu irmão tem o mesmo tipo sanguíneo que o seu.

– Luke! Onde está meu irmão? Eu preciso falar com ele. – Céus! Ele deveria estar querendo me matar.

– Ele está lá fora, não quis desgrudar de você durante estes últimos dias. Vou chamá-lo.

– Espere! Há quanto tempo estou aqui?

– Se passaram apenas quatro dias Rose. Quatro dias que pareceram uma eternidade. – disse Rhea. Por sorte a mãe de Dimitri é uma das médicas mais competentes do hospital. Ela tem cuidado muito bem de você. – e então ela saiu, voltando logo em seguida com meu irmão. – Vou deixa-los a sós, qualquer coisa estou aqui na recepção.

Assim que Rhea saiu um silêncio desconfortável se instalou no quarto. – Anda vai, me dá logo o sermão que eu sei que está na ponta da sua língua.

– Você tem noção do quanto me deixou preocupado? Droga Rose! Você é a única família que me resta! – exclamou socando a mesinha de cabeceira. – Eu não posso perder você também.

– Me desculpa Luke. Não foi minha intenção, eu não queria que isso tivesse acontecido, eu só queria que a dor, a dor daqui de dentro. – disse apontando pro meu peito. – Eu só queria que essa dor fosse embora. E aquele era o único jeito.

– Por que você não me disse? Eu iria encontrar alguma forma de te ajudar. Você é minha irmãzinha, não posso deixar nada de ruim te acontecer.

– Desculpe. – minha voz soava fraca a meus próprios ouvidos.

– Eu só vou te desculpar se você prometer nunca mais esconder nada de mim. Se não eu não vou ter como cuidar de você. – Luke veio e se deitou ao meu lado, exatamente como quando éramos crianças.

– Eu prometo. Nunca mais vou esconder nada de você. – disse deitando minha cabeça no colo dele.

– Te amo maninha. – ele disse dando um beijo na minha testa. Eu fechei meus olhos e logo estava dormindo de novo.

Acordei horas mais tarde com a sensação de alguém me encarando. Assim que abri os olhos me deparei com uma mulher de cabelos escuros e olhos cor de chocolate. Os olhos não me eram estranhos, mas ainda sim, eu não fazia ideia de quem se tratava.

– Boa tarde Rose. Meu nome é Olena Belikova e eu sou a médica que esta tratando de você. Como se sente? – perguntou medindo meus batimentos.

– Com fome. – respondi sinceramente. - Eu podia matar por um cheeseburguer com bacon extra.

– Isso é bom. – ela disse dando uma risada. – Você perdeu muito sangue, teve muita sorte de Dimitri ter dirigido feito um louco pra chegar logo no hospital.

– Dimitri? – perguntei confusa. Não me lembrava de nenhum Dimitri.

– Meu filho Dimitri é sócio do seu padrinho, Eric.

– Ah! O senhor Belikov. – tentei soar respeitosa.

– Não o chame assim que eu me sinto uma velha. Aliás, toda vez que olho pra aquele tamanho de homem me pergunto “como raios essa criança saiu de dentro de mim”? – eu não me contive e soltei uma alta gargalhada. – Pode rir vai. Ele já nasceu enorme, pra dar a luz foi um sofrimento e tanto. – eu voltei a rir até sentir minhas costelas doerem. Olena era muito engraçada e eu já estava começando a gostar dela.

– Quando poderei ir para casa Dra.? – eu odiava hospital, sempre odiei.

– Em breve querida. Estamos fazendo alguns exames extras, mas amanhã você já deve receber alta. Mas sem cheeseburguer por um tempo! – ela exclamou sorrindo. Um sorriso caloroso, materno. Imediatamente senti um aperto no peito e uma saudade terrível da minha mãe. Mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa uma batida soou na porta.

– Dimitri! – Olena exclamou vendo o filho colocar o rosto pra dentro do quarto.

– Só queria ver como Rose está. – ele disse suavemente.

– Por que você não entra e vê por si mesmo? – ela o puxou para dentro do quarto e depois saiu discretamente fechando a porta atrás de si.

– Oi. – ele disse soando desconfortável.

– Oi. – respondi. Um silêncio tímido se instaurou no lugar. Eu pensava em mil coisas pra dizer, mas todas pareciam bobas e sem sentido.

– Obri...

– Com... – nós dois começamos ao mesmo tempo. Ele me deu um sorriso tímido antes de dizer. – Damas primeiro.

– Obrigado. Sua mãe me contou que foi você quem me trouxe.

– Não foi nada. Minha mãe é uma ótima médica, por isso te trouxe correndo pra cá. – ele colocou as mãos nos bolsos depois de um tempo sem saber o que fazer com elas.

– Aparentemente infringindo algumas leis de transito. – murmurei baixinho.

– O que você disse?

– Nada. Estava pensando alto. – cínica, eu sei. Lissa costumava dizer que um dia eu iria ganhar um prêmio por ser cínica.

– Então... Hum... Como você está? – perguntou por fim.

– Vou sobreviver. Ouvir muitas broncas ainda. Mas eu aprendi a lição.

– Que bom. Você deu um baita susto em todo mundo.

– Eu sei. Não foi minha intenção, não mesmo. Quando eu comecei com... Isso... O pensamento de me matar nunca passou pela minha cabeça, eu só queria me livrar da dor. – era estranho falar isso com um completo estranho, mas mesmo assim – e talvez exatamente por isso – era mais fácil falar com ele do que com qualquer outra pessoa.

– Talvez. Mas Rose... A vida é muito frágil e preciosa. E eu tenho certeza que onde quer que seus pais estejam, eles não iriam gostar de ver a menininha deles desperdiçando ela desse jeito. – ele parou na porta pra ir embora e, naquele momento, seu cabelo se soltou do rabo de cavalo e de repente me dei conta de quem era o anjo. O anjo que eu vi enquanto estava delirando era Dimitri.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Eu amo essa cena deles conversando. Ah, eu sei que fiz algumas alterações quanto a Olena, por que nos livros ela é apenas enfermeira, mas eu achei adequado fazer essa pequena mudança. Espero que ninguém queira me matar.Prometo voltar com o capítulo 4 o mais breve possível. Fantasminhas, podem comentar por que eu não mordo. Bjks ♥